Algumas observações sobre a fic:
Esta é a segunda fic de pokémon que eu escrevo e posto aqui. Essa idéia me veio do nada esses dias e resolvi começar a escrever. Provavelmente é uma fic extensa, mas isso vai depender muito da minha fértil imagnação. Espero que gostem e deixem reviews para fazer uma escritora feliz por seu trabalho.
Itálico - é alguém contando uma história ou alguém falando por fora da história, alguém que apenas observa os acontecimentos.
-Travessão são as falas das personagens.
X - é mudança temporal ou de lugar.
'Acho que não tenho escolha' - Falas assim são feitas por pokémons, não compreendidas por humanos, claro.
Capítulo 1 - O início da jornada.
Reza a lenda, que a cada mil anos um herói é escolhido para salvar o mundo da ambição dos seres humanos. Diz-se que da última vez, o responsável por salvar o mundo foi um humano. Pouco se sabe sobre ele, apenas que tinha como companheiro, um pequeno Eevee. As vezes, é necessário que humanos e pokémons trabalhem juntos, para que a paz do mundo seja alcançada novamente...
-Esta história...é mesmo real, vovô? – A garota sentada sobre o tapete da sala perguntava ao avô, que segurava um livro com contos.
-Depende. Você acredita? Não há nada que prove que isso é verdadeiro. Há quem acredite e quem não acredite. Eu acredito. – O velho senhor abriu um sorriso para a garota. – Isso depende muito de você, Sophie.
-E quem é que decide quem é esse herói?- A garota perguntou ainda curiosa. Os cabelos azuis que lhe caíam até os ombros tinham uma cor tão clara, que quase chegavam ao branco.
-Dizem que é um pokémon. Não é comprovada a existência dele, pois poucos o viram. Mas Celebi é responsável por isso.- O velho fechou o livro, levantando uma pequena nuvem de poeira que o fez tossir.
-Celebi...- A jovem repetiu, olhando na direção da janela. Via a lua claramente ao lado de fora. As orbes verdes cintilaram ao imaginar que tipo de pokémon seria aquele tal Celebi.
-Já é hora de dormir, não é, Sophie?- O avô levantou-se e pegou a pequena no colo. A garota não devia ter muito mais que seus cinco ou seis anos.
A garotinha concordou sobre e fechou os olhos. Antes que chegasse até a cama já havia dormido, e no sonho daquela noite, havia sonhado com um pequeno pokémon de cor esverdeada e olhos azuis brilhantes como o azul do mar. Ele havia parado uma espécie de combate, entre humanos que tentavam capturar outro pokémon. Aquele, Sophie conhecia de outras histórias. Era o lendário Articuno. Mas o que a garota mais estranhou, foi o fato de que o tempo havia congelado. Os pokémons pareciam conversar algo que a garotinha não conseguia compreender, num último instante pensou ter escutado o próprio nome, e depois disso não se lembrava de mais nada, apenas viu tudo ficar branco, quando o pokémon estranho olhou para si.
Infelizmente, como toda coisa boa, aquele brilho que Sophie tinha, havia desaparecido. Com o passar dos anos, começou a prestar menos atenção nas lendas que o avô lhe contava.Uma ironia do destino, fez com que a garota desencantasse de vez daquele mundo de sonhos e fantasias. Era mesmo uma pena ver um sonho acabar assim.
X
-Você não está animada, Sophie? – Perguntou o avô, enquanto a ajudava a fazer a mochila.- Hoje você vai ao laboratório para pegar o seu primeiro pokémon.
-Sim, vovô. Eu só acho que esse negócio não merece assim tanta cerimônia. Eu só vou sair de casa para me tornar uma treinadora, oras.- A garota respondeu com calma. Aquele era o dia em que completava seu décimo ano de vida. Finalmente ela poderia sair pelo mundo.
-Você mudou muito, minha neta. Eu só espero que esta viagem ajude você a recuperar o brilho que você possuía.- O avô deu um longo suspiro e adicionou a bolsa de Sophie, sem que ela visse, o livro de contos que sempre havia lido para ela.
-Aquilo eram apenas lendas, vovô. Eu apenas acordei para a vida, agora eu sei como as coisas realmente são.- A garota fechou à mochila e colocou-a sobre as costas, pegando a bandana vermelha e amarrando-a firmemente sobre o topo da cabeça e colocou sobre o pescoço um colar vermelho sangue, era a metade da forma de uma gota, feita de rubi. Estava a vestir uma blusinha de mangas longas, de cor negra. A calça, de mesma cor, alcançavam as canelas, e usava um par de all stars da cor preta, que lhe caíam como pequenas botinhas. Os cabelos possuíam um tom azulado mais forte e estavam levemente mais compridos, chegando a bater sobre as costas da menina. Não era alta para a idade, na verdade era até pequenina. As únicas coisas diferentes do preto cotidiano, eram a bandana – um presente da tia – e o colar de rubi. As luvas de dedo que usava, também possuíam a cor negra. Sempre se vestira assim, desde a morte dos pais. Era como se sempre andasse de luto.
-Você diz isso desde que os seus pais morreram em um acidente nas montanhas de gelo. E desde aquele dia, você só quer saber de se vestir assim.- O velho baixou o rosto ao lembrar-se daquilo.
-...- Sophie ficou em silêncio por um tempo, mas logo voltou a mirar o avô.- Eu vou descobrir quem foi o responsável por aquele acidente, vovô. É para isso que eu vivo. Seja um humano ou um pokémon, eu vou descobrir quem foi, custe o que custar.
-E o que você pensa em fazer se encontrar o responsável? Se vingar?- O avô perguntou com preocupação, aquele olhar que viu se manifestar nos olhos da neta, nunca havia visto antes. Era puro ódio...
-Eu irei fazer justiça. – Respondeu apenas isso e virou-se para sair dali.
-Os mortos não desejam vingança, Sophie. Pense bem no que vai fazer antes que seja tarde! – Ouviu o avô dizer, mas não respondeu. Apenas acenou para ele e foi correndo dali para o laboratório.
É triste, não é? Ver como um acontecimento pode mudar a vida de uma criança. Um sonho foi destruído por uma infelicidade. Um acidente com os pais nas montanhas, fez com que aquela garota cheia de sonhos, se perdesse numa escuridão sem fim. É melancólico ver como ela se deixou levar pelo ódio. Não podemos culpa-la, ao invés disso, precisamos fazer com que ela enxergue a verdade. Esta...é a sua missão. É nas mãos desta criança que está o destino do mundo. E é nas suas mãos que eu deixo o destino desta criança.
Mas eu não sou capaz de fazer isso. Só você sabe como eu sempre odiei estes humanos. Eu não poderei salvar um deles, os humanos não merecem a nossa proteção.
Então salve ela pensando no futuro de todos os pokémons. Se esta humana se perder na escuridão total, não vai haver ninguém capaz de deter o caos que caíra sobre este mundo. Nem mesmo eu poderei fazer isso.
Não diga isso, por favor. Por que não pode ser outro?Por que justo eu?
Você sabe porquê. No dia do incidente você estava lá, não é mesmo? Apesar de tudo, aqueles humanos tentaram te ajudar. Agora é a sua vez de retribuir. Faça isso pela garota, faça isso pelo mundo. Você tem que aprender a acreditar nos humanos, tanto quanto ela.
Tudo bem...mas como irei me aproximar dela?
Você arrumará um jeito, disso eu tenho certeza. Vocês serão grandes amigos...
Espere! Não vá embora!
A voz aos poucos foi desaparecendo, e deixou o outro pokémon sozinho. Devagar ele sentiu uma luz envolve-lo. Viu mãos tomarem o lugar de suas asas, e pés humanos tomarem o lugar dos seus. Sentiu o bico desaparecer, dando lugar a um nariz. Estava se tornando...humano!
Você precisará passar no teste, eu sempre estarei com você, portanto não se preocupe. Como humano você terá seus poderes limitados, mas os pokémons ainda te reconhecerão, e te respeitarão como a Divindade que você é. Eu quero que cuide deste pequeno Growlithe, ele será o seu companheiro pokémon. Agora você deve ir, a humana te aguarda. E não se esqueça...o destino do mundo depende dela e de você...
Espere!!!
Mas já era tarde. O outro pokémon havia partido, e tudo o que tinha consigo, era aquele pequeno Growlithe. Era evidente que ainda era um filhote.
'Acho que não tenho outra escolha, senão ajudar esta garota. Se eu fizer isso, poderei voltar à minha forma original de pokémon. Você me acompanhará, pequeno?' - Tocou Growlithe em seu focinho e o pequeno soltou um espirro, pelo frio que envolvia o outro.O sinal de positivo que ele fez com a cabeça, fez o garoto sorrir. Foram então caminhando juntos, se encontravam na entrada da floresta de Veridian.
X
-Tem alguém aí? – Sophie perguntou, entrando no laboratório. A única coisa que ouvia, era o barulho feito pelos próprios tênis. – Professor Oak? O senhor está aí ?
Não houve resposta, por isso foi adentrando no laboratório em leves passos. O laboratório estava completamente apagado, e parecia estar vazio.
-Uhn...talvez eu tenha chegado cedo demais.- Encolheu os ombros e suspirou pesadamente. Estava pronta para sair dali, quando ouviu algo. Virou-se na direção do som. – Quem está aí ?
-Sophie? É você...? – Uma voz veio de dentro de uma pilha jogada de livros. – Sou eu, o professor Oak! Eu estou preso embaixo desta pilha de livros, será que pode me ajudar?!
A garota arregalou os olhos ao escutar o professor, e começou a cavar no meio dos livros, até que encontrasse uma mão, e puxou-a, tirando o professor de dentro daquela imensa pilha de livros.
-Mas o que é que você estava fazendo para ficar preso aí? – Perguntou, erguendo-se do chão e bateu o pó da roupa.
-Eu estava a procura de um livro na prateleira, mas acontece que puxando um dos livros, a pilha acabou por desabar sobre mim! – Ele riu e levou uma das mãos até a cabeça, coçando-a levemente. – Ah, mas vamos ao que interessa! É hoje que você escolhe o seu primeiro pokémon, não é mesmo? Está animada?
-Ahn...digamos que sim. Eu finalmente poderei saber o que houve nas montanhas de gelo com os meus pais. – Disse com determinação, e Oak enxergou nos olhos dela o mesmo brilho de ódio que seu avô havia enxergado.
-Bom...eu acho que você vai ter cabeça o suficiente para saber o que fazer na hora em que encontrar a verdade que tanto busca.- Ele sorriu então. – Venha comigo, eu tenho um pokémon especial para você. – O professor foi caminhando laboratório adentro, e caminhou até uma pequena sala, onde se encontrava uma pokébola.
-Por que este pokémon está isolado dos outros? – Perguntou olhando para a pokébola, nesta havia o pequeno adesivo de uma estrela.
-É porque o pokémon que se encontra dentro desta pokébola, era um poké-ovo até pouco tempo atrás. Esse poké-ovo era algo que os seus pais encontraram nas montanhas de gelo. Eles pediram para que eu cuidasse dele para você até que eclodisse. Como estava congelado, ele demorou mais tempo que um poké-ovo normal. – O professor suspirou pesadamente ao notar o espanto de Sophie.
-Algo dos meus pais...? – Foi caminhando em curtos passos até onde a pokébola se encontrava, hesitou em toca-la, mas quando o fez, pegou a pequena esfera nas mãos. – Que tipo de pokémon tem aqui?- Perguntou erguendo as orbes verdes para o velho professor.
-Acho melhor que veja com os próprios olhos. – Sorriu para ela, e ao ver que a garota havia concordado, apenas se afastou.
É agora que se inicia a jornada daquela garota. Tudo vai depender dela, o que você acha disso?Acho que dará tudo certo. Você sabe tão bem quanto eu, que os humanos são surpreendentes!
É, acho que tem razão. Vamos observa-los até o último instante?
E também dar uma ajudinha!
Vocês dois não mudam nunca...
Sophie ficou a olhar a pokébola que tinha nas mãos ainda por um tempo. Que tipo de pokémon encontraria lá dentro? Seria algum tipo raro ou algum tipo comum? Fosse o pokémon que fosse, seria um presente de seus pais a que daria muito cuidado. Jogou-a na direção do chão e viu uma luz sair de lá, esta mesma foi tomando forma aos poucos, uma forma conhecida para si.
-Eevee – O pequeno pokémon dissera, e a garota sorriu ao vê-lo. Um Eevee, um dos pokémons mais desejados por todos os treinadores, mas não era qualquer um. Este possuía uma cor mais brilhante, um tom alaranjado mais puxado para o dourado, e olhos tão verdes que se assemelhavam aos dela.
-Ele é um pokémon muito especial. É um 'shining'. – O professor disse a olhar para Sophie.
-Shining? – Ela perguntou, pegando o pequeno filhote nos braços.
-Sim, são pokémons que por natureza nascem com algum aspecto diferenciado na cor. Não se sabe muito sobre eles, apenas que tem uma beleza fora do comum.
-Entendo...ele é muito especial então, não é? – Ficou a olhar para o pokémon, que parecia ter simpatizado com a dona. – E é algo que os meus pais deixaram para mim...eu vou chamá-lo de Shuichi.
-Shuichi ? – O professor perguntou coçando levemente o queixo. – É um nome muito bonito, de fato. – Sorriu ao ver que Eevee concordava sobre o nome.
-Acho que é melhor partirmos então, não é mesmo? – Perguntou olhando para o pequeno. – Que tal entrar na sua pokébola ? – Pegou a pequena esfera nas mãos, pronta para faze-la crescer, mas viu o pequeno se negar. – Você prefere ir comigo?
-Wee! – O pokémon balbuciou e fez um positivo com a cabeça.
-Está bem então, Shuichi. – Aninhou-o nos braços e colocou a pokébola amarrada sobre a cintura. – Nós já vamos indo, professor.
-Ah, espere! Pegue isso, Sophie. – Entregou para a garota mais cinco pokébolas e uma pokédex. – Com isso você poderá coletar a informação sobre todos os pokémons que encontrar durante a sua jornada. Eu te desejo sorte e espero que encontre o que tanto procura.
-Eu vou encontrar, obrigada. – Sorriu e pegou as pokébolas e a pokédex. Guardou-as consigo em locais de fácil acesso e saiu caminhando do laboratório na direção da floresta de Veridian.
Notas da autora:
Eu ia deixar esse capítulo mais curtinho, mas decidi deixar assim mesmo. Eu ainda vou pensar em como continuar essa fic, e talvez isso possa levar algum tempo. Eu vou tentar me esforçar pra que ela não fique sem atualizações se vocês se esforçarem pra deixar um mísero review. Btw..espero pelos reviews!
