N/A: Essa fic é a continuação de "Apenas Ciúmes de Irmão?". Não vai fazer tanta diferença se você ler ou não, mas eu sugiro que leia.

N/A²: Incesto, homossexualidade, blablablá. Se nao gosta, não leia.


Sam sempre admirou muito seu irmão mais velho. Quando era pequeno, não queria ser igual aos super heróis da tv, como toda criança da idade. Queria ser igual a Dean. Mas ele não sabia quando essa admiração tinha se tornado uma obsessão, a ponto de sentir ciúmes das namoradas do irmão. Estava sentado no banco de trás do Impala, em mais uma de suas viagens intermináveis atrás do sobrenatural. Vez ou outra espiava Dean pelo espelho, contemplando a beleza do irmão. Nem se assustava mais com esse tipo de coisa, havia um tempo que pensava coisas demais sobre o irmão, em como ele era lindo, forte, corajoso, perfeito...

Desviou o olhar, envergonhado. A única explicação coerente para esse comportamento era que essa vida que levavam o deixava muito carente, e com as constantes brigas com o pai, Dean era a única pessoa com quem podia contar, era seu porto seguro, por isso, era apegado demais a ele. Não queria que o irmão soubesse, pois não queria que ele pensasse que Sam era um fracote. Queria que Dean tivesse orgulho dele. Relembrou os momentos felizes deles dois, quando eram crianças, quando Dean cuidava dele, brincava e contava historinhas de dormir, sempre acabando dormindo abraçado com o mais novo. O carro virou de repente, tirando Sam de seus devaneios e acordando Dean. O pai saiu do carro, sendo seguido por um Dean sonolento e por um Sam mal humorado.

- Onde estamos? – Perguntou Dean, bocejando.

- Paramos pra comer alguma coisa, ainda vamos ficar mais umas duas horas na estrada. – Disse John.

- Ah, pai! A minha bunda tá doendo! – Reclamou Sam, gemendo frustrado. John nem se deu ao trabalho de responder, também estava cansado, mas tinham que continuar.

- Hey, garoto. Tá tudo bem com você? – Dean perguntou, colocando a mão sobre o ombro de Sam, que se arrepiou com o toque.

- To ótimo, porque não estaria? – Ele respondeu, tirando a mão de Dean bruscamente e correndo até onde o pai estava. Dean suspirou cansado e seguiu os dois.

Comeram seus sanduíches em silêncio. De baixo da mesa, Dean roçou sua perna na de Sam, numa implicância que ele fazia com o mais novo desde que eram pequenos. Mas dessa vez Sam se levantou sem dizer nada e foi até o banheiro. John olhou para Dean com uma cara confusa e o mais velho apenas deu de ombros e continuou a comer.

Sam encarava seu reflexo no espelho da pia. O que estava acontecendo, meu Deus? Será que ele estava doente? Quando Dean o tocou de baixo da mesa, seu corpo todo ficou quente e uma corrente elétrica percorreu seu ser. Será que... não, não foi por causa do toque. Aturava aquela brincadeira desde criança, e até gostava. Só podia estar doente mesmo. Jogou um pouco de água no rosto e voltou pra mesa. O pai e o irmão já estavam pagando a conta, então passou direto pelos dois em direção ao Impala. John sussurrou disfarçadamente para Dean:

- Eu não quero saber o que houve, mas vocês tem até de noite pra fazerem as pazes.

- Sim, senhor. – Dean respondeu baixinho e foi para o carro também.

Sam estava encostado no capô com o mp3 no ouvido, olhando distraído para o céu. Dean se encostou do lado dele e pegou um dos fones para ouvir a música também, assustando o caçula.

- Porra, Dean! Quer me matar? – Sam disse aborrecido, mas Dean o encarou com uma expressão séria, fazendo com que se calasse.

- O que aconteceu, Sam? Você anda estranho desde de manhã, no colégio. Eu fiz alguma coisa de errado? Porque eu não me lembro de ter feito nada tão ruim assim pra você ficar com esse ódio todo de mim, eu não posso nem chegar perto de você que você briga comigo, fica agressivo e se afasta!

Sem responder nada, Sam abaixou a cabeça. O mais velho se aproximou para tentar ver os olhos do mais novo, e o coração de Sam disparou, ele começou a suar frio. Por instinto, ele chegou mais e mais perto, até encostar os lábios na bochecha do irmão, dando um beijo profundo e demorado nele. O momento foi interrompido por uma voz grave e familiar.

- Vejo que já fizeram as pazes, meninos. – Disse John com um meio sorriso. – Agora pro carro, que ainda temos muito chão pra percorrer!

Nenhum dos dois falou nada, apenas entraram no carro e continuaram o resto da viagem em silêncio, cada um com as suas dúvidas e confusões.

-x-

Já era noite quando chegaram num motel qualquer em Boonville. Pegaram suas coisas, se registraram e assim que entrou no quarto, Dean se jogou preguiçosamente na cama enquanto John desarrumava suas coisas, e Sam foi tomar banho. Sam apoiou suas costas na parede do box enquanto a água caía, deixando seu corpo escorregar até o chão. Não acreditava no que tinha feito. O que diabos deu nele pra beijar seu irmão dessa maneira! Foi um impulso totalmente incontrolável, e agora Sam estava mais confuso do que nunca. Não queria nem saber o que se passava pela cabeça de Dean agora. Permaneceu ali por um tempo, apenas sentindo a água escorrer por seu corpo, como se ela pudesse varrer toda a confusão de sua alma, até que ouviu batidas na porta que o tiraram de seus devaneios.

- Qual é, Sam? Não tem só você pra tomar banho não, sabia? – Disse Dean um pouco irritado pela demora de Sam.

Sem dizer nada, o caçula desligou o chuveiro, enrolou uma toalha na cintura e abriu a porta, passando direto por Dean sem encará-lo.

- Cadê o pai?

- Foi buscar alguma coisa pra gente comer. – Dean gritou já de dentro do banheiro.

Sam apenas deu de ombros, pegou suas roupas e foi se vestir. Se jogou na cama e ficou pensando sobre o dia. O incidente da escola, na lanchonete e depois o beijo. O beijo. Não pode evitar ruborizar com a lembrança. Não que nunca tivesse beijado Dean na bochecha, mas naquela hora foi completamente sem motivos, do nada. E foi diferente de qualquer sensação que já havia sentido antes. Seu pai abriu a porta de repente, o despertando de seus pensamentos. Só podia ser implicância, sempre quando o caçula estava perdido em pensamentos tinha alguém pra interromper!

- Eu trouxe lanche. – John disse e jogou um pacote na direção de Sam.

- Bacon e ovos de novo?

- Desculpe, garoto. Não tinha muita opção por lá.

- Tanto faz. – Respondeu Sam indiferente, mordendo o sanduíche.

Dean saiu do banheiro já vestido, sentou e comeu também. Quando terminaram, John entrou no banheiro e os irmãos sentaram no sofá pra assistir tv. Estava passando um filme qualquer de faroeste. Depois de algum tempo, John saiu do banheiro, passando pelos meninos e se jogando numa das camas.

- Não vão dormir agora?

- Não, não estamos com sono. – Dean respondeu pelos dois.

John apenas deu de ombros e se virou pro lado oposto do sofá.

Já era quase meia noite, e os dois já estavam caindo de sono. Sam queria dormir, mas também não queria sair dali. Gostava da companhia do irmão. De repente, Dean passou o braço em volta do mais novo e deitou sua cabeça no ombro dele, se aconchegando em seu peito. O rosto de Sam gelou e ferveu ao mesmo tempo, numa mistura de medo, desejo e excitação, o que não passou despercebido por Dean. Olhou-o com uma cara curiosa, e Sam estava muito perto, tão perto que podia sentir a respiração do outro bater em seu rosto. Ficaram se encarando, até que Sam colocou uma mão no rosto de Dean, acariciando, e depois puxou seus lábios de encontro aos dele. Entreabriu a boca e tocou os lábios de Dean com a ponta da língua, mas o mais velho não reagiu. Estava em estado de choque, não acreditando no que estava acontecendo. Sam tentou colocar as mãos dentro da camisa de Dean, mas este o barrou, o encarando. Seus olhos estavam com um brilho estranho, como se fosse... nojo. Sim, Dean estava com nojo. Diante desse olhar, Sam abaixou a cabeça, envergonhado.

- O que pensa que está fazendo? – O mais velho falou baixo pra não acordar o pai, porém firme.

- Eu... eu não sei... me desculpe... – Sam gaguejou.

Dean apenas se levantou e foi até o banheiro lavar a boca, tomando um gole de cerveja logo depois.

- Você é repulsivo, garoto. Não chegue mais perto de mim.

Diante de tais palavras, Sam começou a chorar. Não acreditava que seu irmão realmente tinha dito aquilo. E era tudo culpa sua! O que havia dado nele pra beijar o irmão daquela maneira? Se levantou e foi até Dean, segurando seu braço, mas o mais velho puxou bruscamente e se afastou dele. Pegou o casaco e a chave do Impala e saiu, deixando Sam desesperado.


Taí a continuação aos que pediram. Eu sei que o capítulo tá curto, mas pode sempre variar de tamanho, dependendo da minha inspiração no momento.

Eu vou tentar postar o mais rápido possível, ok ? Obrigada a todos que leram, e já que chegou até aqui, não custa nada escrever uma review, né ? Pra saber a opinião de vocês e até receber algumas sugestões. Beijos a todos.