AVISO: Contém cenas de sexo explícito (lemon) e um pouco de violência; se você tem menos de dezoito anos e/ou for sensível, siga por sua própria conta e risco...

I

Kanon POV

Mar tenso. Noite fria. Soldados alvoroçados. Diabo! O pior de tudo isso é que combinei com meu belo consorte de nos vermos aqui hoje. Meu lindo irmão sempre dá um jeito de inspecionar o que ando fazendo com o legado de Poseidon. A cada dia mais dominador... ele diz que tudo é nosso, e sempre deixa-me inspecionar o Santuário de Atena também, mas sinto que sou a si mais como um instrumento do que um igual.

Enfim... acabam-se as audiências, findam as obrigações, e chega minha vez de esperá-lo. Orgulhoso sem-vergonha... no início eu até gostava mais dele do que da contraparte boa de Saga. Mas atualmente... não sei, não me inspira confiança! Veio com aquela brincadeira de provocar-me com a serva e acha que vai ficar tudo por isso mesmo...

A minha intendente direta, Tétis, passa adiante de minha morada. Hum... ela me dá uma idéia estranha... sorrio de forma interessante, pensando coisas. Deixa estar... quando ele chegar, decido o que fazer.

Observo o céu negro da noite, o qual encontra-se por cima dos mares que servem de alicerce ao império. Ah, Saga... se pensa que o perdoarei facilmente, engana-se...

Não muito tempo depois, ele chega. Já ensinei a ele um caminho o qual burla a segurança e os guardas, e portanto ele chega diretamente em meus aposentos. Ainda coberto por seu costumeiro capuz, o qual usa para ocultar-se ante uma eventual descoberta de terceiros. Simulo recebê-lo bem, como sempre faço, mas sinto uma reserva vinda de si.

- O que há, Kanon? Não vejo a mesma faísca de saudade em seus belos olhos... será que está enjoando de mim?

- Claro que não. Apenas estou... cansado... o dia hoje foi estafante.

Meu gêmeo abraça-me, como querendo acolher-me.

- Pobrezinho... descanse em meu ombro, nele há lugar para você se recuperar.

As doces palavras dele, seus braços tépidos e fortes em torno de mim... quase fazem com que eu esqueça meus ressentimentos. Por que não agora? Só por algumas horas... sim, eu posso deixar o troco pra depois.

Durante algum tempo passo descansando em si, e ele não tarda a beijar-me a testa, o rosto, os lábios. Quando percebo, estamos ambos na cama trocando carícias. Diabo! Não consigo sentir raiva dele por muito tempo. Senti, sim, muita falta de seu cheiro, da textura de sua pele, da delícia que é sentir sua respiração entrecortada roçando em meu pescoço. Eu o adoro... droga, eu o adoro!

Sinto que ele é tão Saga quanto o outro, pos à sua maneira também é carinhoso, também acolhe-me, e também parece amar-me, a despeito da antiga ambição própria. É um tanto quanto agressivo normalmente, mas tal agressividade é... boa, por assim dizer.

- Kanon... ele sussurra em meu ouvido, enquanto deita-se quase despido em cima de mim. Será que gosta mesmo... de mim, apesar de tudo?

Permito que ele me deixe nu, acariciando cada pedaço de meu corpo enquanto o faz. Deixo-o também completamente sem roupa, mas antes que ele demonstre querer algo mais, seguro firmemente em seus quadris, indicando que não vou deixá-lo me penetrar. Pelo menos não hoje.

- Kanon, o que você tem de errado? - ele diz, assim que sente meus dedos comprimindo suas laterais - Desde que cheguei está estranho. É comigo que você está aborrecido?

- Saga... quero possuir você hoje.

O costumeiro sorriso malicioso desenha-se em seus lábios bem-feitos.

- Por que não disse logo? Sabe que não tenho preferências em relação a isso, contanto que seja com você.

A face má de meu irmão inicia entre nós um beijo profundo e longo. Enquanto ainda o faz, segura meu membro e começa a estimulá-lo. Não agüento e passo a fazer o mesmo no dele. O seu cheiro... tão bom...

- Sa...ga... está usando sândalo?

- Estou sim... eu sei que você gosta...

Hum... ele sabe bem como me provocar. É tentador o apelo para esquecer tudo e perdoá-lo... mas não... não!

Ainda acariciando meu peito com uma das mãos e masturbando-me com a outra, meu gêmeo sente que estou cada vez mais pronto para o que intentamos fazer. Ele beija-me suavemente, para em seguida sentar-se em meu baixo ventre. Ainda seguro em seus quadris com uma das mãos.

- Kanon... pode tirar essa mão daí...

- Saga, seu tolo...

- Uhn...

Retiro a mão, mas para molhar um dos dedos em minha própria saliva. Guio o dígito umedecido para dentro dele, de uma vez só. O famigerado sorriso desponta em seu rosto outra vez.

- Só isso que tem pra me dar, Kanon?

- Não...

Forço o dedo para dentro várias vezes. A minha vontade, por um segundo fugaz, é de machucá-lo... sim, feri-lo... fazê-lo gritar de dor. Mas... por que toda essa morbidez repentina em meu espírito?

Introduzo mais um dedo, e tudo que ele faz é mostrar-se mais satisfeito ainda. Maldito... nunca, nunca, mesmo sem preparação, ele demonstrou dor ou sequer desconforto ao fazer isso. Retiro os dedos rapidamente e, em um só arroubo, adentro-o. Nada de gemidos, nada de protesto, nada de expressão dolorida. Nada. Diabo!

Ele começa a mover-se em cima de mim, grunhindo alguns insultos, como sempre faz. Suas unhas longas arranham meus braços e passam a meus mamilos, deixando marcas.

- Saga... seu... safado!

Agarro firmemente seus quadris outra vez, e enterro-me com força em sua carne. Ele gosta. Droga, ele gosta!! Sempre que o ato torna-se intenso, ele aprecia mais e mais! O que faço com ele?

A face ruim de meu irmão passa os dedos por meu rosto suavemente, alternando carinho e palavras duras. Fecho os olhos e visualizo-o novamente com aquela serva. Idiota... sinto ímpetos de matá-lo a uma hora dessas.

Começo a pensar bobagem... a pensar muita bobagem. Até esqueço por um momento o que fazemos, em detrimento de minha absorção. Saga começa a arremeter-se mais fortemente, gemendo... olho seu rosto, e ele parece estar deleitando-se bastante em mim. Não... não quero ser o instrumento de prazer dele agora... não! Por que ele sempre tem de fazer isso comigo?

Ainda brincando com as unhas, Saga arranha meus ombros. Pare com isso... pare com isso, já está me provocando demais!

Uma de suas unhas maiores passa por meu pescoço e abre um arranhão considerável, quase um talho. Sinto uma gota quente de sangue escorrer da ferida. Filho de uma puta!

Não agüento. Levanto a mão esquerda, tremendo de raiva, e lhe estapeio a face direita com força. Ele não interpreta o ato como uma agressão, mas sim como apenas mais uma "brincadeira" durante o ato, como o são seus arranhões. Como "retribuição", ele volta a passar as unhas em meu peito e ombros, arrancando mais algumas poucas gotas de sangue.

Ele move-se com vontade em cima de mim, e eu agarro seus quadris, deixando suas nádegas marcadas. Saga faz o mesmo em meus ombros. A sensação do clímax se aproxima, e com ela a raiva aumenta. Principio a arranhar suas nádegas sem dó, sem piedade. Nada. Não demonstra sentir nada além do gozo que logo toma a nós dois, quase ao mesmo tempo.

Após a tensão deixar-me, o sentimento negativo também se esvai. Mas não a indignação em si. Ele é... muito cínico. Muito... não posso deixar isso passar assim facilmente.

Meu irmão sai de cima de mim, mas não sem antes beijar-me o rosto e os lábios levemente.

- Kanon... você é tão fascinante... eu não suportaria ficar sem você por muito tempo.

- Não ficaria... sem mim? Ou sem o que eu represento?

- Ambos. Porque o que você representa é o que você é. E o que você é... eu também sou.

Ele deita-se a meu lado, abraçando-me e aninhando-se em meus braços.

- Hum, Kanon... será que exagerei nos arranhões? - ele diz, divertido, passando os dedos por cima das marcas que deixou.

- Quem exagerou fui eu, ao esbofeteá-lo na face...

Meu gêmeo ri, a riso solto.

- Acha que um tapa daqueles pode me derrubar? Precisa de muito mais do que aquilo pra me fazer sequer gemer de dor.

- Não quero fazê-lo gemer de dor... mas sim de outra coisa...

Saga sorri e acaricia meu rosto, mas seu olhar denuncia que ele sabe... sim, ele sabe que, ao menos àquela hora, eu tive a intenção de fazê-lo sofrer.

E quem sabe se, até o final de sua estadia no Reino dos Mares, eu não vou querer fazê-lo de novo...

To be continued

OoOoOoOoOoOoO

Olá! Essa fic está ambientada no universo da "Triângulo Dourado" e é continuação direta da "Provocação", também ambientada no mesmo universo. Está um tanto quanto violenta, mas não resisti a escrevê-la, embora o estilo normalmente não me agrade... enfim, quem não gostar pode mandar review falando mal. :)

Ela terá mais uns dois capítulos, se tudo andar bem. Beijos a todos e todas que lerem. :D