Resumo: Tinha 17 anos quando o conheci, pensava ter perdido tudo, mas ele salvou-me do desespero.
N/a: Bem, eu nunca antes escrevi uma fanfic, apenas já vejo Bones há vários anos, e sempre que via tinha estas ideias e outras realidades a surgir na minha cabeça, e um dia apenas passei tudo para o papel. Gostava muito que esta fanfic tivesse uns bons capítulos porque as ideias que eu tenho para ele são imensas. Se alguém ler, deixem review por favor. Se não gostarem digam também por favor, mas se gostaram não se esqueçam de dizer. Obrigada :)
1. A mudança
Conheci-o quando tinha 17 anos. Eu achava ter perdido tudo. Eu achava não poder continuar mais com a minha vida. Nada fazia mais sentido. Eu não conseguia sentir nada, já não me sentia feliz, mas já nem me sentia triste. Passei pela depressão, pelos sentimos de raiva. Mas agora apenas sinto-me vazia. Não achava correto tiraram tudo de uma pessoa.
No entanto, no dia do meu 17º aniversário, conheci-o, e a partir daí, eu sabia que tudo iria mudar, para melhor, eu esperava. E assim aconteceu, passado umas semanas, eu começava a sentir algo a não ser solidão e um vazio.
~x~x~
- Tempe! Onde puseste os meus livros?
- Estão arrumados na TUA estante, porque tinhas tudo espalhado no meio das minhas coisas.
- Tu e a tua mania da arrumação que nervos Temperance!
- Ao menos não tenho tudo desarrumado, nem se pode andar no teu quarto Russ!
- Meninos, podem parar de discutir e venham jantar – dizia Christine com um leve sorriso na cara.
Temperance e Russel correram pelas escadas animados com o cheiro do belo jantar que a sua mãe tinha preparado para aquela véspera de Natal.
- Max! Levanta-te da frente da televisão e anda jantar!
Max dirigiu-se para a mesa e sentou-se sorrindo para a sua bela família.
Naquela altura eu tinha tudo! A família perfeita, uma mãe que me recebia com um sorriso e um lanche pronto sempre que eu chegava a casa da escola. Um pai divertido que levava a sua família sempre aos jogos importantes de baseball e um irmão, que apesar de ser chato eu amava e ele sempre me protegia de tudo, sendo eu a sua irmã pequenina.
Acabamos de jantar, e fomos ver um filme que estava a passar na televisão local. Acabado o filme, fomos para a cama pois eu e Russel queríamos abrir as prendas bem cedo pela manhã. Mesmo não acreditando no Pai Natal já desde os 5 anos, nós sempre esperávamos pela manhã de Natal para abrir os presentes.
~x~x~
No dia seguinte, eu acordei primeiro que o Russ, vesti um robe e fui logo acorda-lo. Fomos os dois apressados para o andar de baixo e vimos as prendas de baixo da árvore, mas nem Max nem Christine lá estavam.
- Mãe, pai? Já podemos abrir os presentes? – Gritei com um enorme sorriso na cara. No entanto ninguém respondeu, de seguida eu e Russ fomos ao quarto de nossos pais ver se ainda dormiam, mas vimos apenas um quarto vazio com a cama feita. Tanto eu como meu irmão achamos estranho, então fomos à sala e à cozinha ver se estava lá alguém. Mas tudo estava vazio, e parecia ter perdido o seu encanto que sempre tivera. Quando fomos ao hall de entrada, lá estava ela, uma carta, ao lado do telefone. Por uns segundos ficámos apenas parados a olhar para ela, mas depois dei dois passos largos em frente, peguei na carta com as mãos a tremer e li:
"Meninos, não há maneiras suficientes de nos desculparmos em relação ao que vamos dizer a seguir, mas aconteça o que acontecer, queremos que vocês os dois sigam em frente com as vossas vidas. Algo aconteceu, e para vos manter a salvo tivemos que partir. Uma assistente social vai passar em casa pouco depois das 10h. Não sei quando nos poderemos ver de novo, mas não há nada que possamos fazer. Durante vários anos tentámos de tudo para evitar este momento de acontecer, mas, infelizmente, o momento pelo qual mais temíamos chegou.
Russ, tenta pensar no que vais fazer a seguir, sendo tu mais velho. Amamos-te incondicionalmente desde o dia que te vimos pela primeira vez quando nasceste.
Temperance, és uma rapariga muito inteligente, temos a certeza que te tornarás grande. Amamos-te incondicionalmente, da mesma forma que amamos o teu irmão.
Dos vossos mais que vos amam, Max e Christine"
Nos minutos seguintes eu apenas fiquei a olhar para a carta com os olhos cheios de lágrimas, por fim permiti que uma lágrima escorresse pela minha cara abaixo. Após a primeira lágrima, centenas de outras se seguiam, então deixei-me inundar na tristeza. Russ que se tinha sentado num sofá a meio da leitura, apenas se levantou, abraçando-me, dizendo "Shh, vai tudo ficar bem"
Ficámos apenas abraçados, até que a minha respiração acalmasse. De seguida olhamos para o relógio eram 9.57h sabíamos que após uns minutos a campainha iria tocar. Ao tempo que esse pensamento surgiu na minha mente, alguém bateu na porta. Russ olhou pelo vidro e correu para o quarto com raiva, sussurrando-me umas palavras que me pareciam dizer "Desculpa-me Temperance". Não entendi o seu significado, e enquanto tentava que meu cérebro processasse todo este acontecimento, ouvi uma voz do outro lado da porta dizendo,
- Sabemos que está aí alguém, por favor abra-nos a porta, não lhe iremos fazer mal.
Eu dei uns passos em frente e secando as lágrimas com as mangas da camisola, abri a porta.
- Procuramos por Temperance Brennan, recebemos uma chamada estranha e teremos que levá-la para a segurança de menores.
- Mas... o meu irmão... Russ, o que vão fazer com ele? – Disse eu muito preocupada.
- Ele é maior de idade?
- Sim... é... mas ele não pode ficar sozinho neste mundo... eu vou busca-lo vocês têm que o ajudar, por favor!- disse eu com tanto pânico que a assistente social me deu a mão e disse,
- Calma, onde está o seu irmão? Irei ver o que posso fazer.
Caminhando para o andar de cima, entramos no quarto de Russ, e estava completamente vazio, armários abertos, sem as roupas. O calçado e alguns dos seus pertences que estavam espalhados pelo chão, já lá não se encontravam. Então, desesperada, corri até à janela aberta, à espera de ainda o ver, mas apenas senti a brisa do vento na minha cara. No parapeito da janela, tinha um papel a dizer "Desculpa Temperance", aí percebi o significado das palavras que ele me tinha dito anteriormente.
Tudo o que se passou a seguir foi muito rápido. A assistente deu-me umas palavras de consolo, e disse-me para eu levar comigo todos os meus principais pertences, uma ou outra coisa que me fossem essenciais. Quando cheguei à Segurança de Menores, a mulher começou a preencher uns papéis, e me mandou para a beira de outros miúdos, provavelmente, também abandonados pelos seus familiares. Nesse momento tudo o que eu tinha no meu coração, na minha alma, sumiu, um vazio veio substituir a raiva e a tristeza. Durante todo o dia não disse uma palavra, apenas ficava calada, olhando para tudo aquilo que me rodeava. Não entendia como era possível num dia de manhã de Natal, tudo estava perfeito, tudo estava normal, e num momento, tudo em que eu acreditava, tudo aquilo que me fazia feliz, tivesse desaparecido. Pensava em meus pais, estava chateada com eles, tinha uma raiva enorme ao ler a carta, mas com o passar do tempo comecei a ficar preocupada com o que lhes possa ter acontecido. Acreditava, certos momentos tinha esperança, de que eles aparecessem e me explicassem tudo o que tinha acontecido. E meu irmão, porque ele me abandonaria também? Ele sempre me protegeu de tudo e de todos, e agora no momento que eu mais precisava ele apenas me virou costas e partiu. Eu não tinha muitos amigos, apenas um colega ou outro do clube de ciências, por isso ninguém ia notar que eu desaparecera.
Eu começara a pensar que o problema era eu. Pois, ninguém queria ser meu amigo, mas eu apenas pensava que era por eu ser mais esperta que eles. Mas meus pais me abandonarem da forma que me abandonaram. E o meu irmão a fugir sem uma explicação. Começava a sentir-me culpada, que eu era o problema.
Passado umas semanas de lá estar, houve uma família interessada em me ter como sua foster child, então no dia seguinte me iria mudar para sua casa. Já havia conhecido o casal, ele tinha uma filha biológica, que eu nunca tinha conhecido, mas iria conhecer no dia seguinte.
foster child: uma criança que é educada por pessoas que não têm qualquer laço de sangue.
