Harry Potter e todos os personagens são obra da maravilhosa J. K.

N/A¹: Gente, mais uma Dramione! Comecei esses dias e queria - como todas as minhas fics com mais de um capítulo - escrever tudo para depois postar em um cap só, mas não me aguentei. Então, aqui está o primeiro capítulo e espero não parar de escrever até acabar! Aproveitem!


Cap. I

Hermione sabia que não deveria ter saído da Torre da Grifinória às duas da madrugada, muito menos deveria invadir a cozinha. Mas já tinha virado quase rotina ela fazer isso. Ela só conseguia dormir quando, quase amanhecendo, caía de exaustão em cima dos livros e conseguia pegar no sono – muito desconfortavelmente – por poucas horas. Contudo, às vezes não havia livros suficientes para que isso acontecesse e ela acabava o que estava fazendo sem um pingo de sono, mas com o estômago roncando de fome.

Já fazia quase um mês que Hermione retornara a Hogwarts; depois de um tumultuado ano, ela tomou a atitude sensata de voltar à escola para concluir os estudos – coisa que o melhor amigo e o namorado não quiseram fazer depois de receberem propostas, irrecusáveis (segundo Rony), para trabalharem no Ministério. Desde que voltara ela não conseguiu ter uma única noite tranquila de sono. O reflexo do que fora a Guerra ainda a assombrava de perto. Por isso, Hermione, naquele momento, estava fazendo cócegas na pera pintada em uma tigela onde era a entrada para a cozinha.

Ela já se acostumara à escuridão e imensidão do lugar. Passava horas ali, reclusa com os próprios pensamentos, angustias, anseios. Mas naquele dia havia algo fora do lugar. O ambiente não estava iluminado pela fraca luz que vinha da varinha dela. Todos os archotes estavam acesos – coisa que ela nunca fazia – e um cheiro de café recém-passado encheu-lhe as narinas. Assustada por não ser a única ali, a grifinória correu os olhos pelo lugar. Em um canto, sentado na ponta da mesa que abastecia a da Sonserina no andar de cima, estava Draco Malfoy. Tão sozinho dentro de si que nem ao menos percebeu que havia mais alguém ali.

Hermione ficou alguns segundos olhando para a cena, decidindo-se se dava meia volta ou se fingia que ele não estava ali e fazia como todos os dias. Por fim, decidiu-se por ir embora, mas Draco, sentindo a presença de mais alguém, levantou o olhar da xícara que segura no momento em que Hermione dirigia um último olhar à figura pálida dele.

"Está fazendo o que aqui, sangue ruim?" perguntou como se falasse do tempo, voltando a olhar para a xícara.

Hermione ficou momentaneamente sem fala. Não espera, nem na pior das hipóteses, encontrar justamente com Malfoy. Ela sabia que não estava no melhor de seus dias, mas parecia que o loiro também não. Desde o começo das aulas, vira-o poucas vezes, sem prestar muita atenção. Mas agora, olhando com calma, ela podia ver que não era a única que sofria com os restos da queda do Lorde das Trevas.

Como não houve nenhuma resposta, Draco olhou mais uma vez para a porta, onde Hermione ainda continuava parada:

"Perdeu a fala, Granger? Ou longe dos seus amigos você não é tão prepotente assim?" riu com amargura, de alguma coisa que Hermione não sabia o que era.

"Eu poderia te fazer a mesma pergunta," disse saindo do lugar e indo em direção às geladeiras, "mas não estou interessada nos seus motivos para estar aqui. Muito menos vou te falar porque eu estou."

"Ótimo, pois sua vidinha de sangue ruim salvadora do universo não me interessa nem um pouco também!" soou com uma arrogância que a aparência nem de longe sustentava.

Os dois continuaram ali como se não estivessem acompanhados. Hermione não tinha, realmente, a mínima curiosidade em saber o porquê do sonserino também estar ali. Depois de preparar um sanduíche e o comer o mais calmamente possível, Hermione voltou para o dormitório. Em um dia normal ela teria ficado ali por mais alguns minutos, horas talvez, mas naquele momento não estava a fim de ter que ficar olhando para a cara de Malfoy, mesmo que estivessem a quatro mesas de distância.


Depois que Hermione saiu, sem ao menos olhar para Draco, ele ficou mais vários minutos sentado no mesmo lugar. Ainda intrigado com o motivo que poderia tê-la levado até lá. Não queria admitir, mas ficara genuinamente curioso. Desde quando voltara para a escola, não tinha visto Granger com a mesma frequência dos anos anteriores. Talvez porque agora ela só fosse mais uma no meio da multidão, sem estar acompanhada pelos idiotas do Potter e do Weasley. Às Vezes, à hora do almoço, a via com a Weasley mais nova, mas fora isso, estava sempre sozinha. E a cada dia com a aparência pior. Draco imaginou se, assim como ele, ela não conseguia dormir. Mas logo deixou o pensamento de lado e voltou para o quarto.

Ele sabia que era estupidez tomar café quando se estava com insônia, mas já se tornara um vício - que ele adquiriu por causa de outro ainda pior - e ele gostava muito da bebida para parar. Ficou mais várias horas rolando de um lado a outro na cama. Quando dormiu já estava quase amanhecendo, certamente, se não fosse sexta-feira, perderia o horário para as aulas no dia seguinte.

Já virara costume Draco passar o sábado trancado no quarto, que ele tinha só para ele já que o colega com quem dividia o dormitório não havia voltado naquele ano. Ele dormia durante pelo menos metade do dia, devido às várias noites perdidas; depois colocava os deveres que não estavam prontos em dia e lia qualquer coisa até o sono vir. Só saia para as refeições e, na última semana, à noite para preparar o tão venerado café. O que não o ajudou a dormir, mas pelo menos o deixou um pouco melhor do que nas quase três semana que ficou sem ele.

E, naquele momento, pela quinta vez na semana, Draco estava andando sorrateiramente pelos corredores desertos do castelo. Quando chegou à pintura das frutas, viu que já tinha alguém ali fazendo cócegas na pera. Logo reconheceu os cachos mal controlados do cabelo de Granger.


"Não me diga que veio até aqui outra vez só para poder me encontrar de novo, Granger?" Hermione ouviu a voz arrastada que tanto conhecia soar atrás dela. Nem se deu ao trabalho de virar para saber que era Malfoy.

"Depois eu quem sou a prepotente!" disse entrando, deixou a passagem aberta atrás de si; ele entraria de qualquer jeito mesmo.

Mal havia entrado, Draco acendeu os archotes com um aceno da varinha. Hermione revirou os olhos; sempre ficava com a luz fraca da varinha para, no caso de alguém aparecer, ela conseguir se esconder facilmente. Mas, pelo visto, Malfoy não se importava em ser descoberto.

"Se você não me disser por que está aqui, vou realmente acreditar que veio atrás de mim.", o sonserino voltou a abrir a boca.


Hermione já estava fuçando por algo na geladeira quando finalmente respondeu:

"Só se eu fosse muito perturbada para vir aqui atrás de você, Malfoy." disse abaixando para examinar melhor; Draco não pôde deixar de notar as pernas torneadas à mostra no curto shorts de pijama. Ele engoliu em seco quando ela se levantou e o fitou: "Para sua informação, eu venho aqui desde que começaram as aulas, então não há nenhuma, por mais remota que seja, chance de eu ter vindo atrás de você, que pelo jeito não vem aqui sempre."

"Supondo que eu acredite no que você falou, por que é que você vem aqui sempre, então?" ela revirou os olhos e voltou a examinar a geladeira, já tirando algumas coisa de dentro.

"Talvez pelo mesmo motivo que você." respondeu simplesmente. "Quem fica fora da cama de madrugada se não for por falta de sono?"

"Para uma santa metida a sabe-tudo talvez só isso te faça sair da cama durante a madruga," debochou, "mas eu vejo muitos outros motivos para se fazer isso."

Ela não respondeu, juntou todos os ingredientes em cima da pia e começou a preparar algo. Draco não pôde ignorar os movimentos do bumbum arrebitado a medida que ela se mexia de costas para ele. Não que ele achasse Hermione bonita, ou já tivesse reparado nela desse jeito alguma vez, mas, acima de tudo, ele era homem. E não podia negar que ela tinha um corpo bem razoável.

Perturbado com pensamentos impróprios para uma sangue ruim, resolveu fazer o que sabia de melhor:

"Pelo jeito essa insônia está acabando com você, sangue ruim. Sabe, você já está começando a parecer um zumbi.", a voz impregnada de sarcasmo, continuou: "Pensando bem, essa deve ser sua cara normalmente, eu que nunca reparei, não é mesmo?"

Hermione continuou sem responder, o que o deixou ainda mais estressado. Levantou-se a fim de preparar o café - que havia levado várias tentativas para aprender a fazer e conseguir deixar remotamente parecido com o que tomava em casa.

Na bancada da pia, Hermione estava colocando alguma coisa gosmenta dentro de uma fôrma.

"Que coisa nojenta é essa, Granger?", indagou olhando pelo canto do olho.

"Quê?", disse indignada. "Não me diga que você não sabe como se faz bolo?"

"Isso não se parece em nada com um bolo, sabe-tudo!", respondeu irritado.

"Santo Deus, Malfoy!", disse revirando os olhos e olhando para a figura atônita dele. "Você nunca nem viu alguém fazer um bolo? Não me espanta que você não saiba uma coisa dessas, do jeito que é mimado! Aposto que levou séculos para descobrir que não existia uma fonte de café!"

"Não seja ridícula, Granger! E eu não tenho culpa se você não tem dinheiro o suficiente para ter empregados e tinha que fazer a própria comida.", disse com falsa pena. "Nem todos são tão privilegiados como eu."

"Dispenso esse tipo de privilégio, Malfoy. E esse também não era o caso. Minha mãe só me educou melhor que a sua."

"Não se atreva a falar da minha mãe, sua sujeitinha de sangue sujo!". Hermione revirou os olhos para ele outra vez, que estava muito perto agora, transbordando raiva.

"Se me dá licença, preciso colocar isso no forno.". Draco ficou parado no lugar, seguindo Hermione com o olhar. Não admitiria que ela falasse de sua mãe, não com ele por perto. Narcisa estava presa desde de o fim da Guerra – Draco tinha ficado por conta própria desde que a mãe e o pai foram levados – e iria sair no final de um ano; ele, mais do ninguém, sabia como a mãe só tinha feito tudo o que fez para protegê-lo. Talvez tivesse mesmo negligenciado algumas coisas, mas fora uma boa mãe, sem dúvida alguma.

"Está olhando o que, Malfoy?"

"Certamente para qualquer coisa que não seja você.", pensando sobre a mãe, Draco mal percebera que continuou a olhar para Hermione.

Hermione voltou para perto dele e começou a arrumar a sujeira que fizera. Draco, finalmente, foi preparar o café que o levara até lá. Enquanto esperava o bolo ficar pronto, o que foi muito rápido por causa da magia, a grifinória preparou milk shake; uma quantidade que certamente daria para os dois.

Draco já havia tomado metade do café que preparara quando Hermione cortou um generoso pedaço do bolo de chocolate, cobriu-o com alguma cobertura que havia lá e se sentou na mesa da Grifinória para comer. O resto do bolo e do milk shake sobre a pia.

"Quer um pouco, Malfoy?" perguntou com a boca cheia, parecendo deliciar-se com o que comia.

"Até parece que eu comeria qualquer porcaria que você tenha feito!", respondeu fingindo-se ofendido pela oferta, contudo, estava seriamente tentado a comer quando ela saísse de lá. O cheiro estava maravilhoso. Hermione apenas deu de ombros.


Draco não gostou nada do rumo que as semanas seguintes tomaram. Ele se via toda madrugada seguindo para a cozinha, onde foram raras as vezes que não encontrou Hermione. A petulância dela era insuportável, mas não estava sendo de todo ruim. Três semanas depois do primeiro encontro ele já não se importava mais em aceitar as comidas que ela fazia, estava até aprendendo algumas coisas com ela. E não se dava ao trabalho de fazer o café mais; era Hermione quem se incumbia dessa tarefa. O que ele agradeceu internamente, porque o café dela era divido – não que algum dia ele pretendesse dizer isso em voz alta.

Mas o que mais estressava o sonserino eram as roupas que a grifinória usava. Não que fossem coisas anormais, mas ela tinha o costume irritante de sair do dormitório apenas de pijama. Sem sutiã. E naquele ano parecia que o verão tinha resolvido durar mais do que os três meses normais e, em pleno meio de outubro, fazia um calor infernal. Calor esse que fazia Hermione andar com shorts não muito grandes. E o que mais fazia fervilhar os nervos de Draco era que Hermione era tão estupidamente ingenua que parecia nem perceber o que estava fazendo.

O loiro ficou extremamente perturbado quando, há poucos dias, caiu calda do sorvete que eles dividiam bem no decote da regata que ela estava vestindo.

Draco levantou as mãos, mas parou subitamente, deixando-a a cair sobre a mesa novamente.

"O que foi, Malfoy?" Hermione perguntou curiosa pela cara de quase espanto que ele tinha.

"Você não consegue ao menos comer sem se lambuzar inteira, Granger?" respondeu ultrajado, levantando-se da mesa. "Parece até uma criança sem um pingo de coordenação!"

Ela ficou sentada vendo o sonserino sair sem mais nenhuma palavra.

Mas o pior de tudo ocorrera na semana anterior àquela. Draco, esquecido de como a torneira de uma das pias era temperamental, abriu-a de modo que jorrou água para todos os lados. Ele e Hermione ficaram encharcados. A camiseta branca que ela usava grudou na barriga lisa dela, e era como se Hermione estivesse sem nada! Ela ficara arrepiada com a água gelada e os bicos dos seios perfeitamente esculpidos pela peça molhada.

"Malfoy!" ela gritou assim que se sentiu sendo banhada.

Draco não conseguiu dizer nada, mal sentia a água escorrendo pelo próprio corpo. Depois de incontáveis quatro segundos encarando a cena de boca aberta, ele finalmente conseguiu murmurar algumas palavras:

"Hum... Granger," deu um pigarro para forçar a voz a sair. "Você, você precisa de uma toalha." Ele conjurou uma toalha e a entregou, em seguida disse, aparentemente recomposto: "Vamos embora, isso já me encheu. Depois algum elfo limpa essa bagunça!"

Saiu quase correndo em direção às masmorras, sem dar chances para Hermione falar algo. Aquela fora a pior de todas as noites! Além de não conseguir dormir, Draco também não conseguiu tirar a imagem de Hermione, praticamente nua (porque nada e aquela camiseta eram a mesma coisa) da cabeça. Ficou horas imaginando como seria tocar a pele macia dela, os seios decididamente tentadores, descobrir qual seria o cheiro dela... Quase explodindo tamanha era a raiva que sentia da grifinória, resolveu tomar um longo banho gelado.

Finalmente, na última semana de outubro, o tempo resolvera voltar ao normal e estava esfriando. Hermione e Draco estavam mais uma vez, às quase quatro da madrugada, na cozinha de Hogwarts, àquela hora sem nenhum elfo à vista. Depois de muito Hermione insistir, ele resolveu aceitar aprender como se fazia um bolo. De chocolate, o preferido de ambos.

Como o tempo havia mudado, Hermione trocara os pijamas quase indecentes por um cuja calça era comprida e tinha um casaquinho de malha por cima de um regata estilo segunda pele. O sonserino ainda se impressionava com a capacidade que a morena tinha de não calar a boca e não parar de se mexer por um segundo. O que fez com que, em poucos minutos, ela abandonasse o casaco em algum lugar qualquer. Ele ficou se concentrando ao máximo para não cair na tentação de olhar para o colo e seios dela. Não sabia se seria capaz de resistir.

Ele estava apoiado na bancada da pia enquanto Hermione tirava o bolo do forno. Quando ela abaixou-se, Draco seguiu o movimento do quadril dela. Pela calça do pijama ele conseguiu ver o contorno da calcinha que ela usava, ele não sabia se era a imaginação pregando-lhe uma peça, ou se ela realmente era vermelha. Hermione pegou o bolo e caminhou com determinação na direção dele, com um sorriso de satisfação dançando nos lábios.

"Olha," disse parando na frente do loiro "está bem apresentável, não acha?"

Draco não apreendeu uma palavra do que ela disse, ao menos conseguiu olhar para o bolo nos braços estendidos. Ele não conseguia tirar os olhos dela; parecia que todo o esforço que tinha feito durante todas aquelas semanas para não agir de maneira estúpida perto da grifinória havia evaporado. Malfoy só tinha noção de Hermione na frente dele. E de todo o desejo que vinha o consumindo de madeira devastadora dos últimos dias.

Ele não soube muito bem por qual absurdo impulso resolveu agir, mas quando se deu conta já havia tirado a fôrma da mão de Hermione e a encostado na bancada.

"Malfoy, o que você está fazendo?", perguntou para um Malfoy com olhar vidrado na frente dela.

Draco simplesmente a ignorou e se aproximou mais um passo, deixando seus corpos a centímetros um do outro. Ele soltou uma respiração pesada e levou a mão direita ao ombro dela, abaixando lentamente a alça da fina blusa que a grifinória vestia. Ele viu toda pele morena se arrepiar com o toque; desviou o olhar que seguia a mão sobre o ombro para os seios, jamais saberia dizer como conseguiu manter a calma quando viu os bicos turgidos sobressaírem sob a blusa.

"D-draco?", gaguejou atordoada, a expressão confusa e o olhar arregalado.

"Não diz nada, Granger", falou entre dentes. A mente tentando mandar mensagens para que o corpo parasse de agir tão estupidamente, mas qualquer pensamento coerente já havia desaparecido há muito tempo.

Levou também a outra mão ao ombro dela, abaixando a outra alça. Hermione, assim como ele, estava com a respiração entrecortada, mas ele teve uma ligeira suspeita dos motivos serem completamente diferentes. Em poucos segundos, a blusa estava cobrindo apenas a barriga dela, que subia e descia demasiadamente rápida.

Nem na mais fértil de suas imaginações durante as horas que passava sem conseguir dormir, ele teria podido criar uma visão tão sublime. Draco sentiu, de maneira perturbadora, cada célula do corpo reagir àquela visão. Subiu os dedos pela cintura dela até o lados dos seios, parando-os ali por um breve segundo que dedicou à expressão de completa incredulidade na face de Hermione. Ele não podia mais resistir à vontade excruciante de tocá-la.

Como se encostasse em alguma obra extremamente rara e que precisasse de todo o cuidado, Draco acariciou ambos os pomos dela; teve uma vaga noção da voz de Hermione dizendo algo, mas não fazia ideia se era um protesto ou aceitação. Sentia apenas a pele macia sob os dedos. Mas aquilo não era o suficiente, queria apreciar o sabor dela nos lábios, a textura da auréola na língua. Com a mesma lentidão com a qual se movimentara antes, levou os lábios à base do pescoço resplandecente. Sentiu, como uma droga feita especialmente para ele, o perfume dos cachos emaranhados. Desceu os lábios do pescoço aos seios; percebeu o colo de Hermione subir dolorosamente quando encostou a língua no bico intumescido, o coração – tão acelerado quanto o dele – batendo fervorosamente sob sua boca.

Sem poder precisar quantos minutos depois, Draco evolveu-a pela cintura e a colocou sentada na bancada de mármore, postando-se entre as pernas dela. Ficou alguns segundos olhando para Hermione, ela tinha as pupilas dilatadas e um olhar vago, parecendo ainda não compreender o que estava acontecendo. Malfoy se aproximou o máximo possível; levou uma mão até a nuca dela e vagarosamente colou seus lábios. Ao contrário do que esperava, a resposta da grifinória foi quase imediata. E ela não o empurrou. Correspondeu com o mesmo ardor que ele tinha, correndo os dedos delicados pelo cabelo e costas do loiro. Ele afastou-se o suficiente para conseguir colocar uma mão, que corria livremente pelo corpo dela, entre eles.


Hermione tinha certeza absoluta de que o mundo havia parado e a lavado para uma realidade alternativa. Um lugar onde tudo girava e Draco Malfoy a tocava como se o corpo dela fosse um templo, de um jeito tão intimo que ela cogitou a possibilidade de se desintegrar. Ou simplesmente de se tornarem uma coisa só. Ela se encontrava em um estado de inércia, só conseguiu pensar direito quando, em choque, percebeu que estava correspondendo à boca ávida de Draco na dela. Hermione não tinha a mais remota noção de porque estava fazendo aquilo, mas parecia a coisa certa a fazer. Ela só fazia pensar em como desejava que não estivesse sonhando, porque as sensações dos lábios do loiro sobre os dela e o toque das mãos dele eram as melhores do mundo.

Ela levou as duas mão ao cabelo dele, puxando-o para longe, por míseros segundos, apenas para recuperar o fôlego. Encontrou suas bocas outra vez em um beijo quase doloroso. Em um paradoxo de emoções, ela sabia que estava fazendo algo totalmente errado, mas que de certa maneira era completamente certo. Ela inspirou profundamente e o cheiro inebriante do sonserino chegou até ela. Uma mistura maravilhosa de madeira, perfume caro, cigarro e simplesmente Malfoy. Um cheiro nem um pouco parecido com o que ela tanto amava de Rony... roupa lavada, sabonete, pasta de dente e Rony. O seu Rony.

Rony! Estava aí a chave para a coisa errada. Ela estava o traindo. De todas e das piores maneiras possíveis.

Bruscamente e com o máximo de força que conseguiu, Hermione empurrou Draco. Cobriu-se rápida e desajeitadamente.

"Que porra você pensou que estava fazendo?", perguntou com a voz estrangulada. Na frente dela, Draco parecia recém acordado de um transe profundo. "Você tem noção do que eu acabei de fazer?", pulando da bancada, gritou para ele: "Eu traí o Rony!"

Draco pareceu finalmente acordar. Atônito, perguntou:

"Que história é essa, Granger? Não é porque o Weasley não gosta de mim que você o traiu!", disse irônico.

"Ele é meu namorado, Malfoy!", disse ainda gritando, andando desorientadamente pelo lugar. "Eu traí uma das pessoas que eu mais amo por causa de você!", a voz pingava desprezo.

Ainda mais atordoado do que antes, Draco disse com falsa calma:

"Você nunca me disse que namorava aquele estúpido, Granger. Eu não tenho culpa."

"Qual o seu problema? Por que você fez isso?" perguntou desnorteada, um tom de desespero mal contido.

"Eu não sei porque eu fui encostar o meu dedo em alguém sujo como você", cuspiu as palavras. "Mas de uma coisa, Granger, você pode ter certeza: eu nunca mais chego nem perto da sua raça. Nunca mais vou nem dirigir minha palavra a você. Está bom assim, sua sangue ruim?"

Hermione não respondeu. Viu-o sair e se encostou na primeira coisa que encontrou. Sentou-se no chão gelado de pedra e deixou que lágrimas de ódio rolassem pela face. Não acreditava que pudesse ter feito uma coisa daquelas. E gostado!

continua...


N/A²: Bom, pessoal, é isso ai. Espero que tenham gostado. Ainda não sei que fim vou dar para esses lindos, mas já tenho bastante coisa na cabeça.

Independente de qualquer coisa, vou continuar escrevendo, porque eu estou gostando bastante, mas um apoiozinho é sempre bem-vindo. Então, se vocês puderem comentar, fazer críticas, etc, etc, etc, seria muito bom!

Revisei várias vezes, mas se ainda ficou algum erro, desculpem-me!

Beijos e até o próximo capítulo!

Mah.