*1x2; 3x4; 13x5
*Yaoi, UA, OOC
Olá dinôvu! Gente, já faz um tempão que eu não posto (até porque o site estava no modo de leitura, né? Esperta!-_-U).
Este fic, na verdade, eu estava para escrevê-lo antes de começar a traduzir Endless Love, mas resolvi dar um tempinho porque assim eu poderia colocar os pensamentos em ordem para escrever esta fic. Ela já está mais ou menos esquematizada, e, caso a minha preguiça não se sobreponha a minha vontade de escrever, ela poderá sair algo legalzinho, apesar de não ter idéia sobre como será o final. Logo, caso vocês queiram opinar, por favor, opinem. Seria até legal se uma luz viesse e ajudasse a fic a sair, ou até mesmo uma idéia que ficaria melhor do que aquilo que eu pensei. Então, sintam-se à vontade para falar, opinar, recomendar, escrever e citar o que quiserem, OK ^_~?
Na verdade, como eu não sei como será o desenvolvimento da fic, a única coisa que posso dizer é que este é um universo alternativo. Sim, meu 1º UA^-^!!! Espero que saia bom. E como é um UA e ainda OOC, será interessante ver as reações possíveis dentro de suas personalidades e das situações impostas. Er... Ainda não falei da fic, né?
Ela se passa em duas "dimensões temporais": passado e presente. Mas o passado a que me refiro não é um passado de poucos anos atrás, e sim um passado bem distante, bem remoto... Vidas passadas. É isso aí. Vou mexer com vida passada e com baralho. Eu não sei mexer com isso e peço desculpas a quem gosta ou entende, mas como minha religião não permite isso (^^'), quero dizer, não acredita, eu não sei exatamente como funciona, por tanto por favor, não me crucifiquem, OK? É o máximo onde posso chegar. Ah, e copiei muito mal o baralho da vida passada (pra variar... PREGUIÇA!).
Bem, vamos à fic e espero que gostem!
Otaku Chan#_# ( a míope)
E-mail: otaku_chan1@hotmail.com
Baralho
EUA – 17XX
- Bom dia mãe.
- Meu filho... Ainda é cedo! O sol nem nasceu! Volte e durma, meu bem... – falava a mulher de constituição física meio frágil: era magra, aparentemente fraca, tinha as feições cansadas e os dedos longos eram cheios de calos. Apesar de tudo, era um tanto jovem e bonita.
- Que nada... Assim que é bom. E a senhora? O que faz acordada a essas horas? Para a senhora sim é que é cedo! Sabe que não pode pegar esse ar frio da manhã! – O rapaz, de bom porte físico e aparentemente de descendência oriental – mais precisamente japonesa - cabelos castanhos escuros, da cor do chocolate, pele dourada do sol e olhos azuis como o cobalto que, quando queria, conseguiam ser mais frios que um bloco de gelo, mas que irradiava doçura e bondade para todos aqueles que amava.
- Você não tem jeito, Hector... Mas eu não posso evitar... Depois da morte de seu pai, a gente ficou sem ter como se sustentar...
- Psiu! – Falou colocando um indicador sobre os lábios da mãe – E eu? Eu trabalho sabia? Por acaso o que eu trago não é suficiente???
- Não é isso meu filho... É só que... Estamos em uma época difícil. O país está em guerra interna e o seu pai acabou morrendo nela e você trabalha feito um burro de carga só para trazer o pão de cada dia...
- E a senhora está doente! Eu não!! Estou muito saudável para dizer a verdade e, por isso, a senhora deveria apenas descansar e deixar o trabalho pesado para mim. Afinal, eu sou o mais velho e sou o homem da casa, certo? – Mais uma vez, aqueles olhos azuis brilhavam só para ela de forma amorosa. Sim, só para a sua mãe... E era isso que a deixava triste.
- Está bem, Hector. Vou descansar e deixar tudo em suas mãos.
- Isso mesmo, até porque a senhora sabe que, apesar de puxado, a Srta. Quilah ajuda a gente bastante, né? Isso eu acho que já é mais do que a gente poderia esperar...
- Sim... Ela é um anjo... Um anjo solteiro, para ser mais exata...
- Mamãe... A gente já conversou sobre isso e enquanto a gente não entrar nos conformes, as únicas que poderão pensar nisso sãos as pequenas.
- Está bem. Eu não vou mais te atrapalhar, está certo? Vai logo se não você se atrasa.
- Tá, tchau mamãe. – E com um beijo, Hector foi para seu trabalho.
**************************
"Eles me pagam! Onde já se vui: eu sou uma moça honesta e honrada e esses presunçosos ficam aí, sem ter mais o que fazer, apenas gastando o dinheiro de seus soberbos pais... E que pais, hein? Eu odeio aqueles caras. Graças a eles a minha família perdeu toda a reputação e prestígio que tinha! E por um motivo tão deturpado como o dinheiro! Ah, mas eles me pagam! Centavo por centavo! E aí sim, eles vão viver o inferno no qual me fizeram cair. Eu e minha família!!!!"
- Bom dia, Dinna! – Falava um rapaz que chegava por trás dela, interrompendo seus pensamentos. Eles trabalhavam juntos na empresa de sua amiga Quilah, que era muito generosa. Foi graças a ela que ela, Dinna, conseguia sustento para a família, principalmente num momento de crise política como o atual...
- Bom dia, Hector. Como vão as coisas?
- Normais. Como sempre. Graças a Deus... Você estava distraída... No que pensava?
- Em nada... – Dinna não se sentia muito confortável para falar sobre a sua vida com ninguém. Todos os seus "amigos", caso ela pudesse chamar-lhes assim, sabiam apenas o suficiente sobre ela: trabalhava para sustentar a família que tiha caído na recessão. A única pessoa em quem realmente confiava era em sua amiga Quilah. E quando ela dizia confiar era confiança mesmo. Era uma confiança cega, se entregava de corpo e alma àquela amizade, e sabia que era correspondida, afinal, se conheciam desde o berço e assim que seus pais ficaram com aquele problemão nas mãos, ela se prontificou a ajudar-lhes no que fosse preciso e da forma que eles quisessem. Uma pessoa de ouro! Mas não sabia porque, ela tinha uma vontade louca de se entregar ao Hector... Digo, entregar-se como o fez a Quilah.
- Ah... Tudo bem, então! – A frase que tinha dito a sua mãe de manhã sempre rodava em sua cabeça quando pensava em sua amiga Dinna... Mamãe... A gente já conversou sobre isso e enquanto a gente não entrar nos conformes, as únicas que poderão pensar nisso sãos as pequenas. .
"Isso mesmo, Hector, pare de pensar nisso! Não é hora!. Mas como evitar? Dinna era linda! Apesar de não ser muito vaidosa, mas entendia bem o porquê (já a peguei quase jogando pedra em cima de caras que a cantam de forma meio... "Sugestiva"). Mas também entendia os homens: ela, uma dama inglesa que tinha ido aos EUA, vivido bom tempo lá e voltado devido aos problemas da família, tinha cabelos longos que iam até os quadris, mas os prendia em uma trança para quebrar o seu efeito e encanto, esbelta, rosto jovial e os olhos mais exóticos que já vi: violetas. Uma maravilha. Mas eu podia ver uma espécie de amargura vindo de pessoa tão bela. Sabia que ela queria esconder então, respeitava."
Foram caminhando em direção à empresa e, ao chegarem lá dão de cara com seus amigos. Algo muito estranho está acontecendo, já que estão um tanto alterados.
Para variar, Triton[1], um jovem, belo e atraente espanhol, de estatura alta, cabelos lisos e com uma franja que caia pecaminosamente sobre uma de suas frontes, da cor do caramelo e um par de olhos verdes tão penetrantes e atraentes quantos os de Hector, estava com uma carranca que dava a impressão de que ele tinha chupado limão no café da manhã e já estava soltando suas farpas.
- Será que vocês não conseguem distinguir o certo do errado? Será que vocês não tem senso? São tão incompetentes assim, é? Me admiro em ver que esta Empresa não foi à falência ainda por coisas tão absurdas como essas!
- Ora! Larga de ser petulante! A idéia não é tão ruim assim, tá? – Falava uma garota, também de traços orientais. Mas era, obviamente chinesa: Chen [2]. Era uma bela chinesinha de pele dourada como qualquer outro asiático, mas cremosa, cabelos negros e escorridos que iam até seus ombros e olhos incrivelmente negros, pareciam duas pérolas de tão profundos. E irradiavam uma grande força de vontade e justiça.
- O que está acontecendo aqui? – Pergunta Dinna se sentindo desconfortável por não saber do que estavam falando. Era sempre assim quando ela ficava por fora de um assunto. Se sentia acuada.
- Dinna! Olá! – Finalmente: esta era Quilah. Uma bela e jovem loirinha. Parecia um anjinho de tão linda e doce. Bondosa, angelical, meiga. Todos a amavam. E era atenciosa para com todos a sua volta. Tinha fibra e garra apesar de sua aparência. Aparência esta que enganava mesmo, afinal, diferente de Chen e Hector, apesar de asiática também. Sim, ela era árabe. Por isso era tão boa assim nos negócios.
- O que está acontecendo é que ninguém aqui pensa! – Respondeu Triton com desdém.
- Isso inclui você? – Bradou Dinna.
- Hn! – Virou o rosto para o lado, ignorando-a.
- Gente, por favor... Parem! – Falava preocupadamente Quilah.
- Fale, Quilah. – Falou Hector para fazer com que os ânimos se acalmassem.
- Bem... – Exitou um pouco – Recebemos hoje de manhã uma ameaça.
- Ameaça? – Empertigou-se Dinna. Ela sabia que era de se esperar, mas não podiam ficar assim, afinal, eles abaixaram muito a guarda. Agora era hora de estar pronto para reagir.
- Sim... Com toda essa guerra pela qual o país está passando, não podíamos estar fazendo o que estamos fazendo...
- Sim, Quilah, mas nós estávamos escondidos e fazendo tudo de forma sigilosa, certo?
- É verdade, Hector, mas nem sempre podemos confiar nas nossas próprias sombras quando se trata de um assunto tão delicado. – silvou Dinna.
- Credo! Que paranóia! Você também dorme??? – Satirizou Chen.
- Isso não é hora de brincar, meu amor. As coisas estão mais sérias do que pensamos. – Todos se voltaram para trás. Era um homem de estatura alta, loiro, não tanto quanto Quilah, mas seus cabelos eram dourados, olhos azuis mais tranqüilos e menos frios que os de Hector, mas ainda assim, penetrantes e profundos. Corpo musculoso, de aparência alemã.
- Trent! Você já voltou! E como estão as coisas lá fora?
- Acho melhor todos serem muito cuidadosos... As coisas estão esquentando, não só para a gente como para todos... Acho que a guerra está para chegar em seu ápice. – Falava o alemão enquanto depositava um selinho sobre os lábios de Chen.
- Como assim?
- Simples, Hector: trabalhar com uma campanha contra os revolucionários e, ao mesmo tempo contra os monarquistas é um tanto quanto arriscado, já que ambos os lados são bem fortes e tem seus interesses. Mas é aí que a gente entra: eles defendem apenas os interesses deles e o povo vai ter que submeter aos interesses de quem ganhar... Mas parece que descobriram que nós aqui dentro estamos dando um jeito de desviar os objetivos deles e por isso as coisas estavam um tanto quanto desordenadas...
- Você está se referindo ao fato de nós termos impedido várias vezes o entendimento entre eles, né?
- Exato, Triton. E nós agora estamos com a corda no pescoço, uma vez que eles não vão mais tentar nenhum acordo e sabem de nós...
- Então acho melhor a gente parar por aqui. – Falou Hector, mais preocupado com os amigos do que com si próprio.
- Até que tem lógica, mas... – Falava Triton, sem muita força para continuar... "Eles tem capacidade de continuar com a luta, mas e eu? Eu sei que não sou tão bom quanto qualquer um deles. Mas não é justo eles pararem agora! Me preocupo e não gostaria que eles perdessem tudo como eu. Principalmente Quilah... Ela merece tudo de bom... É uma mulher perfeita. Não pode parar agora. Mas se não parar, eu sei que ela pode morrer... E eu não quero que ela morra, mas eu sei que ela vai continuar... Mas eu a amo tanto... Não saberia viver sem ela. Com certeza, se eu puder estar com ela até o fim, ela podeá ser feliz e encontrar alguém para ela... claro, afinal, eu não sou nem serei essa pessoa... Eu sei que ela sente algo por mim, sei que ela me ama... Mas ela deve ter se enganado... Eu a amo, e ela... Também, mas... Não importa: eu a protegerei! Mesmo que debaixo desta carranca que eu criei! " – Acho que abandonar o barco agora é covardia!
- Valeu, Triton. – Reclamou Hector. – Eu estou preocupado com vocês, não comigo!
- Eu acho que não é a hora para desistir! – Pensou alto Dinna.
- Parem vocês, mas eu continuarei! Não posso ficar parada vendo pessoas inocentes se submetendo a esses pilantras que não querem nada além de dinheiro! Eu não posso parar agora que chegamos tão longe! Agora que, de acordo com Trent, as coisas vão se resolver? Não: me recuso! – Quilah não podia suportar a idéia de ter que parar com todos os seus esforços de trazer uma época tão boa para todos... Poder ver o sorriso no rosto de seus amigos... Que haviam perdido tudo... Principalmente o Triton que era tão retraído e tão psicologicamente instável... Ela queria viver para poder viver com Triton, afinal, aparentemente o rapaz apesar de nutrir algo por ela não aceitava de jeito nenhum o que sentia.
- Injustiça![3] Não dá para parar agora! Isso é um ultraje! Impossível! Agora não dá para voltar! – Falava Chen, bradando seu senso de justiça para todos que quisessem ver. Seu senso de justiça sobrepujava tudo em sua vida. Aliás, quase tudo... – Não dá para parar! É melhor continuarmos.
- Gente... Tenham um pouco de senso... – Tentava Trent – É melhor a gente tentar dar um jeito de disfarçar... Fingir que não estamos mais na ativa e... Bem, continuar...
- Isso não vai dar certo... Eles vão saber que a gente continua de qualquer forma... O que a gente pode e deve fazer é agir o mais rápido possível! – Calculava Hector.
- Mas como? Não dá! Eu tenho que ficar aqui na empresa! Eu sugiro que vocês encontrem uma forma de continuarem sozinhos, pois aqui é perigoso!
- Quilah! Você ficou doida! Se é perigoso você tem que sair também!
- Não, Dinna! Eu fico. Será mais perigoso se eu sair, pois aí eles podem me pegar e a vocês também!
- Bem... Então, eu sugiro que cada um tome um rumo daqui para a frente e, após a guerra, quando tudo se acalmar, a gente se reencontra. Isso é uma promessa! – Falou Hector querendo acreditar no que falava. Eram seus únicos amigos e prezava pela via deles, mas sabia que eles todos estavam correndo risco de vida juntos. Rezava para que pudessem cumprir a promessa...
- OK, Hector. Isso é promessa... A gente se encontra após a guerra... Todos juntos... Mais uma vez! – Trent falou com um tom de voz que fez com que todos tremessem, como numa sensação de que aquilo era só o início de algo que estava para acontecer... E que transcenderia o normal...
- Sim... Mais uma vez... Após a justiça ter triunfado sobre esta terra... – Falou Chen.
- É... É o jeito... A gente se vê depois de tudo... – Cuspiu Triton.
- Tudo bem... Vocês venceram... – Sorriu Quilah – A gente se revê em breve. Até lá, ninguém se vê, certo?
- Mais ou menos... – Trent e Chen se entreolharam... Eles não se separariam por causa das circunstâncias... Eles olharam um pro outro e com o olhar eles diziam que sabiam que o mesmo aconteceria com os amigos... E todos haviam pegado a informação e consentiram silenciosamente. Só aí eles olharam para uma pessoa, que não havia dito nada sobre o reencontro...
- Dinna...?
Era Quilah. Ela sabia o quão difícil era para a bela jovem acreditar e confiar em alguém, por isso ela não se incomodava com a estranheza e com a desconfiança desta. E todos os outros, no fundo, também sabiam e aceitavam-na como ela era. Ela também sabia disso...
"Eu sei que posso contar com eles... Eu sei que posso acreditar neles... Mas é tão difícil!!! Eu não consigo!!! Mas... Se eu pelo menos aceitar a proposta do Hector, eu provavelmente poderei revê-los... E eu quero isso... Muito! Principalmente o Hector...".
- OK... Será bom a gente se rever para depois vermos como conseguimos e o que conseguimos...
Todos sorriram... Sabiam que essa era a forma que Dinna tinha de dizer que ela aceitava-os.
Parecia que aquela era despedida. E eles se veriam... Em breve...
Aos poucos eles foram embora. Até que na sala só havia restado Triton e Quilah.
- Triton?
- Sim?
- Por que você ainda está aqui?
- Quer que eu vá embora?
- Não! Er... Quero dizer – Quilah fica vermelha e Triton solta um sorriso. – Eu tinha entendido que a gente se veria só após a guerra agora...
- Quilah... Eu posso não ser tão inteligente e esperto como vocês, mas eu sei que aquela ameaça foi muito mais... "Pesada" do que você quer nos contar...
- O... O quê?
- Eu sei que você sabe que ninguém vai se rever no fim da guerra pois todos vão morrer... Eu sei que vocês todos na verdade sabem disso...
Quilah apenas olha para Triton. Era verdade... Todos eles sabiam que ninguém iria se reencontrar... era uma promessa vazia... Mas eles tinham que tentar...
- Eu sei... E você também sabe...
- Sim...
- E... Por que você quer continuar aqui?
- Porque assim eu sei que pelo menos eu tentei fazer algo de útil em minha pobre vida...
- Triton! Não fale assim! Você sabe que você tem seus valores...
- Não, eu não tenho... Vocês possuem valores realmente relevantes... E eu?Sou um covarde! Só isso. Fujo o tempo todo da vida sendo bruto e presunçoso...
- Se você fosse tudo isso, você não estaria aqui...
Triton olha para Quilah... Realmente... Ela sentia ago a mais pelo rapaz, mas ele não conseguia entender... Aliás... Não conseguia aceitar... Ele levanta a mão e coloca sobre sua bochecha fazendo um carinho inconsciente...
- Por quê?
- Por que o quê? – Seu coração estava batendo forte... Será que finalmente ele se revelaria??
- Por que você tem que ser tão perfeita? Tão distante...?
- Distante? Eu não sou distante!
- Hã? – Nessa hora ele percebe que tinha dado vazão aos seus sentimentos mais profundos e recolhe a mão rapidamente. – Esquece. Eu não sei o que eu estava falando...
- Sabe sim!!! Puxa vida... Você sabe o que eu sinto por você e você não abre o jogo! O que que há! Sou eu? É isso? Apesar de gostar de mim você acha que eu não te mereço??? – Quilah estava revoltada... Ela o amava mais que tudo! Ele era a única fonte de luz em sua vida. Amava a todas as pessoas, mas não tinha uma "alma gêmea". Alguém que a completasse como ela queria que completasse... Como ela sentia falta... Da forma como ela precisava. Ansiava. Necessitava. Com toda sua alma. E ela sabia que só ele é que poderia completar sua alma tão machucada...
- Você não entende... Eu... Eu não sou suficiente para você... Você é tudo para mim... Mas eu não sou nada perto de você! Você é perfeita demais! Linda demais! Além de minhas expectativas... Eu... Eu não posso sujar sua imagem comigo...
- Você... – Quilah estava de boca aberta com o que acabara e ouvir... – Você não me sujaria. Eu... Eu não posso viver sem você. É só isso... Você não percebe? Eu te amo! – Com isso, Quilah se joga nos braços de Triton que nada faz a não ser arregalar os olhos...
- Você... Me... Ama....??? – Ele não conseguia acreditar no que ouvia... Sabia que ela o amava, não era novidade... Mas a aceitação dela era algo que o assustava. E muito. Ela o aceitava com tanta naturalidade que isso chegava a doer em seu cérebro... Era difícil de acreditar que alguém tão incrível quanto a bela árabe pudesse realmente amá-lo de forma tão aberta, fácil... Toda essa aceitação era demais para ele...
- O... O que foi? – Quilah se assustou quando Triton afastou-a. Será que ela errou em sua interpretação?
- Nada... É só que... Nossa! É tão difícil aceitar a sua aceitação... – Sim... Ele estava confuso...
- Triton... – Ela sorriu. Ela tinha entendido que ele estava confuso, mas que estava aceitando tudo muito bem. – Eu te dou o tempo que você quiser, está bem assim?
Ele piscou e olhou para ela. Sim... Ela o entendia muito bem... Bem até demais...
- Claro que sim... – Disse lê depois de depositar um beijo sobre a testa de Quilah – Anjinho...
Ela estremeceu em reconhecimento... Não se beijariam agora, claro... Isso fazia parte do tempo de aceitação de Triton...
- Eu tenho uma idéia. Vou até em casa para pegar algumas coisas para a gente poder focar na mesma casa. O que você acha?
- Eu amei! – Ela abriu um enorme sorriso. – E quando você vai?
- Agora mesmo! Me espere aqui, OK?
Triton tinha caminhado o mais rápido possível para pegar o máximo de pertences que poderia levar... O que não foi muita coisa... Mas algo estava estranho nas ruas... Muita movimentação...
"O que será que está acontecendo?"
- Você ouviu também? Há rumores de que a Empresa caiu.
- É... Ai meu Deus... Eu não sei mais o que está acontecendo! Me sinto insegura! Se nem a Empresa continua inteira... Imagine nós após esta guerra?
Quando ouviu isso o coração de Triton parou.
"Empresa? O que aconteceu??? Quilah!!!"
Com esse pensamento em mente ele correu para a Empresa largando tudo no chão da rua. Ao chegar lá, ele só consegue ver os escombros da estrutura. Tudo demolido... Pedras e poeira. Era tudo o que restava. Triton não conseguia acreditar no que via... Ele foi andando em volta até que achou um rastro de sangue saindo de um monte de entulhos revirados. Quando seus olhos seguem a trilha de sangue ele encontra um pano cobrindo algo com o formato de um corpo, de estatura baixa... E parecia de uma mulher...
- Quilah... QUILAH!!!!! – E sai correndo ao perceber a quem o corpo pertencia. Nem ao menos se deu conta de que ele estava sendo segurado.
- Muito bem. Um já foi. Essa garota foi uma pedra muito incômoda no sapato... Agora vamos dizimar o restante do grupo. Esse aí, se não me engano é um dos que participavam desta Empresa. Prendam-no! Ele será enviado à guilhotina hoje mesmo! Vamos! Já sabemos onde estão os outros três. Dois já se foram.
- Quilah... – Triton percebeu que havia perdido a única razão de viver... – Eu te amava... Falou num sussurro em direção ao corpo que estava largado no chão. Na mesma tarde, ele foi morto.
**************************
- Hey, espere! – Era Hector que estava indo atrás de Dinna. Ela estava indo para casa. Não queria que aquilo fosse esquecido ou qualquer outra coisa, então, estava planejando uma vingança pessoal. Mas ao ouvi-lo ela parou e virou-se para ele.
- O que foi, Hector? – Falou apática.
- Credo... – Sorriu maroto Hector, fazendo Dinna ficar desconcertada e desvia o olhar, ficando um pouco corada. – O que foi? – Perguntou em tom de brincadeira.
- Nada! O-o que você quer a-afi-afinal? – Ela começou a gaguejar. Não gostava de demonstrar sentimentos perante os outros. Normalmente ela brigava, e feio com a pessoa que simplesmente cogitava em faze-la demonstrar algum tipo de sentimento. O que ela normalmente fazia, mas com o ódio. Mas Hecto mexia com ela... E ela não sabia nem como nem porque. Chegava a ser desconcertante, pois com ele, além dela se sentir assim (o que para ela era o fim do mundo) ela gostava de sentir-se assim, mas só a respeito de Hector. Mas como diz o ditado: Não se ensinam truques novos a cão velho, e, justamente por isso, ela não iria começar a adoçar pro lado dele só por causa disso... Ou será que ela TERIA que faze-lo?????
- Eu só estava preocupado com você. Você é do tipo que não desiste, nem fácil nem dificilmente, logo concluí que você estaria indo em direção à morte.
- Correção meu caro Hector: EU sou a MORTE! – Seus olhos brilharam sombriamente, o que fez com que Hector realmente acreditasse no que ela disse.
- Morte ou não, você ainda não está imune a ela... Ou melhor: a você mesma. Portanto, eu irei te ajudar. – Hector sabia que ele gostava de Dinna, e que o sentimento era recíproco... Mas como ele mesmo já havia encenado para sua mãe naquele mesmo dia mais cedo, não era hora de ficar pensando em amor... Até porque, antes, ele teria que fazer com que alguém visse que amor existe... E que estavam perto de serem correspondidos...
Ele sabia que Dinna havia sofrido muito, e o que ela havia sofrido... Mas agora ele queria poder fechar suas feridas como gostaria... Mas ainda não poderia... Pois sua consciência e a necessidade que passava não permitia que ele se preocupasse com sua própria vida... Apesar de querer muito.
- Hector... Eu sei me defender... Não preciso de uma ama-seca!
- E você acha que vai adiantar você dizer tudo isso? Eu vou com você e ponto final!
- Ok, Ok você venceu – Bufando, ela aceitou que ele viesse junto. – Mas nada de se entrometer onde não é chamado.
- Você pedindo por favor? Ta, tudo bem... Eu não me entrometo. – E sorriu para Dinna, o que a fez ficar corada.
"Como é que ele consegue ficar tão bonito quando sorri daquele jeito??? E por que eu to pensando nisso AGORA???? Eu devo estar louca mesmo... Onde já se viu? Ficar pensando isso do Hector..."
Ao pensar isso ela desvia bruscamente o rosto – mais uma vez – dos olhos de Hector.
- O que foi?
- EU DISSE PARA NÃO SE METER ONDE NÃO DEVIA!
- Tudo bem... Desculpe, mas...
- Mas... Mas o quê?
- Dá pra sentir que você fica desconfortável toda vez que olha para mim... Eu te lembro algo desagradável??
- NÃO! Er... Quero dizer – Ela negou com tanta veemência que até mesmo focou sem graça, achando que deu na pinta. – Você não me lembra nada!
- Ah... Sim. Mas você me lembra muito uma pessoa, sabia?
- Eu? – Olhou-o chocada – Quem?
- Minha mãe, quando mais nova... A gente tem uma pintura dela guardada lá em casa e... Nossa... Como ela era bela... – Com esse comentário Dinna, pra variar, ficou vermelha.
"Afinal de contas... O que diabos está acontecendo comigo??? Se fosse outra pessoa a falar isso comigo, ela já estaria beijando o chão! Mas ele simplesmente ousou fazer uma cmparação simples e me deixou envergonhada? Mas o pior é que eu estou gostando!!!!"
- ...Eu devo estar louca – sussurrou, pensando alto, mas foi alto até demais, pois Hector havia ouvido.
- Não... Você não está louca...
- O quê?
- Eu disse que você não está louca, Dinna... Será que você só pensa em vingar sua família? Isso te consome tanto que você nem vê o que acontece ao seu redor... nem entende o que seu coração fala...
- Meu coração não diz nad...!!! – Nesse momento Hector abraça forte Dinna, sem dá-la a chance de fugir.
- Diz sim, sua bobona... – Levanta o rosto e este se encontrava a coisa de centímetros do rosto de Dinna. – Isso que você sente por mim é amor... Por isso você não consegue me surrar quando tem vontade, não consegue gritar comigo quando está zangada e gosta quando eu grudo no seu pé. Por isso você fica vermelha, mas de contentamento, quando eu faço algum comentário. E eu faço tudo isso porque eu te amo, sua boba. Você não consegue perceber isso?
- Pra Hector... – Ela vira o rosto e fala um pouco magoada - Amor não existe...
- Existe sim e você não só sabe como anseia achar o seu... Pois se depender de mim... – Ele vira o rosto dela com a ponta do indicador, fazendo-a ficar face-a-face com ele – Você não vai mais procurar...
Ele vai aproximando seus lábios dos dela, mas antes de tocar, e ouve um suspiro de dor e dúvida. Quando a encara, vê uma lágrima rolando pelo belo rosto.
- Por quê?
- Por que o quê, Dinna?
- Por que dói tanto??? – Ela recosta a cabeça em seu peito forte. – Por que, mesmo querendo, eu não consigo?? Eu quero, eu sinto, eu anseio, mas... – Ela levanta seu rosto e o encara e ele percebeo desespero em sua face – Por que eu me sinto presa??? Eu me sinto obrigada a acabar com tudo isso! Antes mesmo de viver a minha vida!!!
- Por que a gente se preocupa com os outros antes da gente... – Ele puxa sua cabeça e recosta-a em seu ombro. – Porque a gente, mesmo querendo viver a nossa vida, não pode deixar de ver que tem uma pessoa do nosso lado, querendo viver também. Mas a gente a ama tanto, tanto, que sacrifica a própria alma para faze-la feliz...
Os dois permanecem em silêncio... Apenas refletindo o que acabara de ser falado, até eu Hector resolveu quebrar o silêncio.
- Eu gostaria de lutar por um futuro ao seu lado: não por você, para que isso não cause mais dor... E gostaria que você fizesse o mesmo comigo... Não por mim... E então... O que me diz?
Ela continua ali, parada, com sua cabeça encostada em seu peito. Então, ela a levanta e o que Hector vê em seus olhos é algo que ele nunca havia visto antes... Se bobear, nem mesmo Quilah deve ter visto este brilho... Que irradiava felicidade.
Com os ombros como se tivesse tirado uma montanha de sobre eles, ela respondeu serenamente.
- Sim, Hector... Vamos, juntos, viver NOSSA vida... – Com um sorriso nos lábios, ambos foram aproximando-os para que pudessem selar seu compromisso, mas foi então que...
- Vasculhem a área: aquela reunião acabou de acabar... Eles não devem estar muito longe daqui. Já conseguimos pegar dois, agora faltam outros quatro.
Eles se entreolharam. Sorte que estavam em um beco. Se encostaram na parede e tentaram ouvir o resto da ordem... Será que...?
- Sim senhor. E se acharmo-los, o que faremos com eles?
- Simples... Tentem trazê-los vivos... Mas se ficar difícil podem mata-los... Com eles mortos, mais ninguém vai impedir a soberania dos monarquistas... Vão em frente!
- Sim senhor!
Mais uma vez, eles se entreolharam... Pegaram dois? E com certeza eram dos seus...
- Hector... O que a gente faz agora? Quem será que foi capturado? Será que estão bem?
- Dinna... Calma... Tudo vai dar certo... Mas agora a gente tem que sair daqui e ir para algum lugar mais seguro. – Ele queria que os dois estivessem bem, mas sabia que não passaria da vontade. A essa altura, com certeza, seja quem tenha sido, está morto agora. Com isso em mente, Hector puxou Dinna pelas mãos e começou a correr para longe dali.
Mas foi tarde.
Um dos soldados o havia visto e anunciou a fuga de dois deles. Todo o pelotão começou a ir atrás também.
- Dinna... A gente vai ter que se separar... Eu sei que você consegue lidar com a metade deles sozinha e eu com a outra metade...
- Ta certo... – Ela sabia que estavam cavando a própria sepultura, mas se corressem daquela forma, eles já estariam enterrados em pouco tempo. Tudo o que restou foi acatar. Com um sorriso, ela jogou-o um beijo e correu para o outro lado.
- Eu também te amo... – Ele falava enquanto uma lágrima escorria de seus olhos... Mas não era hora para isso... O que ele tinha que fazer era fugir e pegar um de cada vez. Após conseguido isso, e eliminar todos os soldados, ele tentou ir na direção de Dinna, quando ele não só viu o cara que os perseguiu, mas como também ouviu um tiro.
*BANG*
Poderia ter sido qualquer coisa, mas seu coração sabia... Viveria eternamente sem amar ninguém...
**************************
- Trent? Aonde você vai?
- Tenho que viajar...
- Viajar? Para onde? Logo agora que as coisas estão tomando um rumo você cisma em viajar? – Chen não se conformava com aquilo. Na verdade ela sabia da necessidade deles se separarem agora, pelo menos temporariamente. Afinal, eles tinham conseguido ajuda na cidade vizinha para lidar com a guerra.
- Sim... – Com um beijo ele se afasta dela. – Você sabe que eu tenho que ir lá. Eu sou o menos suspeito para fazer essas viagens, afinal, eu sou burguês. Não levanta tantas suspeitas.
- É... Eu sei... É só que... Que eu gostaria de ficar com você...
- Eu sei. Espere só mais um pouco, está bem? Logo assim que eu voltar, a gente se refugia e fica junto. – Trent falou piscando um olho para Chen e lançando-lhe um sorriso. Ela não tinha como recusar. Ele sempre a pegava de jeito e ela sempre caia em contradição fácil por causa de sua impaciência. Mas agora... Agora era diferente, afinal de contas ela o tinha e se preocupava com ele. Ainda mais num momento de crise como esse, onde eles estavam em perigo.
- Hnnnn... Ta bem. Eu não tenho alternativa... Nem como te impedir de ir. Mas por favor... Tome cuidado, certo?
- Nossa... Como você está romântica hoje... – Encarnou Trent – Colocou muito mel no chá???
- Sem graça! – Chen ficou rubra. – Palhaço. Fala como se eu não me preocupasse com você...
- Ah, não fique assim meu doce...
- "Não fique assim"... "Não fique assim" porque não é você quem tem que ficar aqui, com o coração na mão, esperando a pessoa que mais ama voltar... – Nessa hora Chen volta suas costas para Trent e fica com o rosto pegando fogo. Trent, que tava tentando processar toda aquela informação ficou imóvel. Não que Chen não o amasse, e que ele não a amava, mas é que ela era temperamental e um senso de justiça que sobrepujava todos os seus outros sentimentos. Ela era impaciente e por isso mesmo ele não fazia queixa de sua atitude anterior de não querer que ele viaje, mas... Para ela falar tão abertamente o seu amor... Ela estava com medo.
"Por que eu tive que abrir minha boca assim??? Que raiva! Eu devia primeiro pensar nesta guerra e depois pensar em mim, isso sim! Mas... Eu... Eu estou tão... Tão... Assustada... Assustada? Eu nunca senti isso antes. Mas... Quando eu penso que ele vai viajar... Sozinho... E eu vou ficar aqui... Que eu não poderei, caso aconteça, protegê-lo... Protegê-lo? Ele é quase 40cm mais alto que eu! Ele não precisa que eu seja sua guarda-costas... Ele morreria se eu tentasse protegê-lo com meu corpo... Dã! Estúpida!!! Mas... Ainda assim... Eu... Eu... Eu... Não... EU NÃO QUERO PERDÊ-LO!!!!!!!!"
- O que aconteceu? – Falou o jovem ao tocar-lhe o queixo com a ponta dos dedos e virar-lhe o rosto em sua direção.
- Não aconteceu nada – Falou Chen desviando os olhos de seu marido.
- Chen????
- Ah... – Ela fez biquinho... Não daria o braço a torcer, mas com seu olhar ela respondeu tudo o que ele queria...
- Meu amor... – Ele puxou-a para um abraço bem apertado que não lhe permitia fugir – Não se preocupe. Você sabe que eu tenho que ir, não sabe? – Ele sentiu Chen afirmar com a cabeça – Então pra que tanta preocupação?
- Eu...
- Shhhhh... – Ela tentou falar mas seu marido a impediu docemente – Não fale... Eu sei que você não me quer longe de ocê e que a situação está perigosa agora, mas confie em mim...
Ele afrouxou o enlace mas ainda assim mantinha-a em seus braços. Com isso eles puderam olhar-se nos olhos.
- Mas eu confio... – Começou Chen – Eu confio meu amor... Mas é que não é questão de confiar em você e sim de saber que o cerco está se fechando... – Depois de todo o desabafo ela abaixa a cabeça e começa a falar em um tom choroso e fraco, quase como um sussurro... Um chiado – Eu só não estou com um bom pressentimento... Eu tenho a sensação de que se eu deixar você passar por aquela porta eu nunca mais verei você novamente... Já basta ter sentido isso há algumas horas atrás... Eu sei que mesmo a gente tendo prometido, a gente não voltará a se ver... Eu tenho quase que total certeza disso... – E nesse momento ela se agarra a ele desesperadamente – EU NÃO QUERO QUE VOCÊ VÁ! EU PRECISO DE VOCÊ!!!!!!!
Entendendo a situação da esposa ele esperou que ela se acalmasse para depois continuar...
- Eu acredito que, um dia, a gente vai se reencontrar... Você não? E... Se eu não for agora, aí sim é que a gente terá grandes chances de nunca mais se ver...
- Trent...
- Psiu – Ele pôs um dedo sobre seus lábios – Você é forte. É a mulher que eu escolhi para ser minha companheira... E não me arrependo. Agora, eu vou viajar e você irá cuidar daqui. Quando eu voltar a gente espera tudo terminar e aí sim nós teremos nossa Lua-de-mel... O que você acha?
- Ffff... Está bem. Eu espero e darei a você motivos para se orgulhar de mim – Ela sorriu. Agora estava mais confiante. Não podia chorar de qualquer forma, não é? Afinal, seu marido era ótimo e com certeza ele não lhe faltaria com a promessa? Ele nunca faltou, por que agora?
Os dois se beijaram longamente e, na partida, os dois se despediram... Mesmo com aquela sensação de perda, eles sabiam que eles estariam ligados... Para sempre...
- Ele está a caminho... Parece que realmente descobriram onde eles moravam, pois esta trilha é única... Nenhuma outra rua é ligada a esta aqui... – Falava uma voz bem baixa. Como se quisesse evitar ser ouvida ou percebida por outros...
- É verdade... Os outros já devem estar a caminho de lá e, depois disso a gente volta para o reino...
- Sim... Olhe, já estão em posição: preparar tudo!
*
- Nossa... O senhor é mesmo muito corajoso de cruzar as fronteiras da cidade quando a mesma está nesse caos...
- É sim, eu sei, mas alguém tem que fazê-lo, afinal, é lá do outro lado onde está a nossa salvação – Trent conversava com o cocheiro durante o percurso. Apesar de fazê-lo sua cabeça não desviava de Chen... Sua esposa... Ele a amava muito, sem dúvidas e esperava que tudo desse certo... Ele só estava indo avisar que tudo estava certo e que o ataque poderia começar...
"Chen... Agüente mais um pouco meu amor e a gente estará juntos sem que ninguém mais interfira na nossa vid..."
Nessa hora a carruagem começou a balançar como se tivesse perdido a direção. Quando ele percebeu, havia muitas pedras no meio do caminho e ainda outras que desciam e que estavam caindo sobre a condução. Diante de uma pedra maior que apareceu como passe de mágica na frente deles e, para não bater, o cocheiro desviou, mas eles acabaram por caírem em um barranco. Uma ribanceira muito alta e de relevo muito revolto.
"Chen... Perdão...". E nesse momento, a carruagem acabou explodindo devido à força do impacto. A única coisa que podia-se ver eram pedaços de madeira, metal retorcido, pedaços de carne e um corpo que havia permanecido inteiro, mas totalmente ensangüentado... Novo... E sem vida...
**
- ... – Chen tava observando a dispensa da casa silenciosamente, como se pensasse em algo, quando ela, de repente, estremeceu em calafrio. – Nossa... O que foi isso?
Esfregando as mãos nos braços, ela olhou ao redor, como se procurasse algo ou alguém.
- É melhor eu continuar o que estava fazendo. – E voltou para a dispensa a fim de checar os mantimentos e, mais abaixo, verificar o número de munições. Sim, eles tinham munição em casa. Não eram doidos de estarem envolvidos em um confronto como esse e não ter munição. Tinham balas e pólvora. Revólveres e até espingardas. Em grande quantidade. E era justamente por isso que estava lá: para evitar a umidade e o calor intenso.
- Parece que está tudo certo. Acho melhor eu ir arrumando tudo para que não haja imprevistos na hora.
Mas ela não percebia a movimentação furtiva atrás de sua casa...
* Pessoas andavam na espreita atrás da casa de Chen e Trent. Eles estavam fechando a porta e as janeas por fora para evitar a entrada de alguém... Ou a saída, mais especificamente.
- "timo... Já pegamos quatro deles... Agora faltam dois... Hahahahaha!!! – Gargalhava o mesmo homem que foi responsável pela captura de Triton.
E com isso, eles começaram a atear fogo na casa.
*
Chen estava terminando de separar as pólvoras, as balas e as armas quando ela, de repente, sente não só um cheiro de queimado, como também sente a temperatura aumentar.
Quando ela olha pela janela ela vê um mundarel de chamas envolvendo sua casa.
- Droga! Eles me pegaram, eu não acredito! – E, desesperadamente tentava abrir a janela, mas percebeu que ela estava emperrada. – Droga, droga, droga, droga, droga, droga, droga!!!!!!!! Droga! Como é que eu pude ter sido tão descuidada! *CofCof*– E ela pensava desesperadamente em como sair da casa em chamas, sendo que estas já davam mostras de terem vencido a barreira de parede da casa, já que a fumaça estava impedindo-a de enxergar e respirar direito, o que tornava pensar uma tarefa difícil.
O telhado já começava a estourar devido ao calor intenso e as colunas de madeira começavam não só a carbonizar como a ruir... Foi quando, num ato desesperado, ela pensou:
"Se eu morrer, você vem junto comigo, seu demônio!" E, num ato de loucura, ela taca a pólvora toda em cima das chamas exatamente na mesma direção em que se encontrava aquele que estava cometendo aquele ato de barbaridade.
- MORRA TAMBÉM!
E, com o contato do fogo com a pólvora, toda a casa e o que estava a menos de 10m foi levado pelos ares, sendo totalmente chamuscado, queimado e destruído, não sobrando nada. Apenas um círculo queimado e pedaços de madeira totalmente carbonizadas.
**************************
EUA – 2004
- É um prazer conhece-lo pessoalmente senhor Rashid.
- O prazer é todo meu Senhor Winner... Não é todo o dia que se tem professores particulares contratados, e, eu asseguro, isso é o que eu mais gosto de fazer...
- E muito bom mesmo... O meu filho é um garoto com muitos problemas... Ele tem uma saúde muito frágil e uma mente um pouco perturbada... É difícil lidar com isso.
- Sim, mas não é impossível... Eu me lembro de Quatre quando ele era menor e quando ele ficou doente... Fiquei muito triste com tudo e me surpreendo ao ver que mesmo depois de uns 10 anos ele ainda não tenha se recuperado...
- Na verdade ainda não... Fisicamente sim, mas psicologicamente não... Algo, que não sei bem o que é o afeta e isso me preocupa... Bem, seja como for... Que tal subirmos para que o senhor possa vê-lo? Já faz muito tempo desde a última vez que se viram...
- Claro Senhor Winner...
Os dois homens subiram pela escada e chegaram a um quarto. Ao abrir a porta, pode-se distinguir a silhueta de um jovem e belo rapaz loiro próximo a janela, mas o seu físico denunciava a sua estatura baixa e aparência delicada, além de um óbvio abatimento e cansaço mental. Uma apatia incomum em seus grandes e cristalinos olhos azuis e a pele extremamente pálida, quase sem cor, praticamente translúcida de tão clara. Aparentemente aquele confinamento não fazia nada bem para o jovem menino...
CONTINUA...
[1]Total falta de inspiração
[2]Não entendo de nomes chineses^^'''''''''
[3]Não agüentei
Gente... Espero que tenham gostado... É a primeira vez que eu tento fazer algo no estilo "dakr"... Não vai ser dark, mas vai ser "sinistra" '... Bem, eu espero que vocês descubram mais ou menos quem são quem e essas coisas loucas que eu coloquei aí vão ser desvendadas durante a fic. Caso eu seja tão boa aponto de não faze-lo, eu conto mais tarde. Qualquer dúvida, sabem onde me encontrar, né? O próximo já está saindo, hein? Espero que apreciem mesmo^^
Beijos,
Otaku Chan@.@
Desesperada U.U'
Olá dinôvu! Gente, já faz um tempão que eu não posto (até porque o site estava no modo de leitura, né? Esperta!-_-U).
Este fic, na verdade, eu estava para escrevê-lo antes de começar a traduzir Endless Love, mas resolvi dar um tempinho porque assim eu poderia colocar os pensamentos em ordem para escrever esta fic. Ela já está mais ou menos esquematizada, e, caso a minha preguiça não se sobreponha a minha vontade de escrever, ela poderá sair algo legalzinho, apesar de não ter idéia sobre como será o final. Logo, caso vocês queiram opinar, por favor, opinem. Seria até legal se uma luz viesse e ajudasse a fic a sair, ou até mesmo uma idéia que ficaria melhor do que aquilo que eu pensei. Então, sintam-se à vontade para falar, opinar, recomendar, escrever e citar o que quiserem, OK ^_~?
Na verdade, como eu não sei como será o desenvolvimento da fic, a única coisa que posso dizer é que este é um universo alternativo. Sim, meu 1º UA^-^!!! Espero que saia bom. E como é um UA e ainda OOC, será interessante ver as reações possíveis dentro de suas personalidades e das situações impostas. Er... Ainda não falei da fic, né?
Ela se passa em duas "dimensões temporais": passado e presente. Mas o passado a que me refiro não é um passado de poucos anos atrás, e sim um passado bem distante, bem remoto... Vidas passadas. É isso aí. Vou mexer com vida passada e com baralho. Eu não sei mexer com isso e peço desculpas a quem gosta ou entende, mas como minha religião não permite isso (^^'), quero dizer, não acredita, eu não sei exatamente como funciona, por tanto por favor, não me crucifiquem, OK? É o máximo onde posso chegar. Ah, e copiei muito mal o baralho da vida passada (pra variar... PREGUIÇA!).
Bem, vamos à fic e espero que gostem!
Otaku Chan#_# ( a míope)
E-mail: otaku_chan1@hotmail.com
Baralho
EUA – 17XX
- Bom dia mãe.
- Meu filho... Ainda é cedo! O sol nem nasceu! Volte e durma, meu bem... – falava a mulher de constituição física meio frágil: era magra, aparentemente fraca, tinha as feições cansadas e os dedos longos eram cheios de calos. Apesar de tudo, era um tanto jovem e bonita.
- Que nada... Assim que é bom. E a senhora? O que faz acordada a essas horas? Para a senhora sim é que é cedo! Sabe que não pode pegar esse ar frio da manhã! – O rapaz, de bom porte físico e aparentemente de descendência oriental – mais precisamente japonesa - cabelos castanhos escuros, da cor do chocolate, pele dourada do sol e olhos azuis como o cobalto que, quando queria, conseguiam ser mais frios que um bloco de gelo, mas que irradiava doçura e bondade para todos aqueles que amava.
- Você não tem jeito, Hector... Mas eu não posso evitar... Depois da morte de seu pai, a gente ficou sem ter como se sustentar...
- Psiu! – Falou colocando um indicador sobre os lábios da mãe – E eu? Eu trabalho sabia? Por acaso o que eu trago não é suficiente???
- Não é isso meu filho... É só que... Estamos em uma época difícil. O país está em guerra interna e o seu pai acabou morrendo nela e você trabalha feito um burro de carga só para trazer o pão de cada dia...
- E a senhora está doente! Eu não!! Estou muito saudável para dizer a verdade e, por isso, a senhora deveria apenas descansar e deixar o trabalho pesado para mim. Afinal, eu sou o mais velho e sou o homem da casa, certo? – Mais uma vez, aqueles olhos azuis brilhavam só para ela de forma amorosa. Sim, só para a sua mãe... E era isso que a deixava triste.
- Está bem, Hector. Vou descansar e deixar tudo em suas mãos.
- Isso mesmo, até porque a senhora sabe que, apesar de puxado, a Srta. Quilah ajuda a gente bastante, né? Isso eu acho que já é mais do que a gente poderia esperar...
- Sim... Ela é um anjo... Um anjo solteiro, para ser mais exata...
- Mamãe... A gente já conversou sobre isso e enquanto a gente não entrar nos conformes, as únicas que poderão pensar nisso sãos as pequenas.
- Está bem. Eu não vou mais te atrapalhar, está certo? Vai logo se não você se atrasa.
- Tá, tchau mamãe. – E com um beijo, Hector foi para seu trabalho.
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"Eles me pagam! Onde já se vui: eu sou uma moça honesta e honrada e esses presunçosos ficam aí, sem ter mais o que fazer, apenas gastando o dinheiro de seus soberbos pais... E que pais, hein? Eu odeio aqueles caras. Graças a eles a minha família perdeu toda a reputação e prestígio que tinha! E por um motivo tão deturpado como o dinheiro! Ah, mas eles me pagam! Centavo por centavo! E aí sim, eles vão viver o inferno no qual me fizeram cair. Eu e minha família!!!!"
- Bom dia, Dinna! – Falava um rapaz que chegava por trás dela, interrompendo seus pensamentos. Eles trabalhavam juntos na empresa de sua amiga Quilah, que era muito generosa. Foi graças a ela que ela, Dinna, conseguia sustento para a família, principalmente num momento de crise política como o atual...
- Bom dia, Hector. Como vão as coisas?
- Normais. Como sempre. Graças a Deus... Você estava distraída... No que pensava?
- Em nada... – Dinna não se sentia muito confortável para falar sobre a sua vida com ninguém. Todos os seus "amigos", caso ela pudesse chamar-lhes assim, sabiam apenas o suficiente sobre ela: trabalhava para sustentar a família que tiha caído na recessão. A única pessoa em quem realmente confiava era em sua amiga Quilah. E quando ela dizia confiar era confiança mesmo. Era uma confiança cega, se entregava de corpo e alma àquela amizade, e sabia que era correspondida, afinal, se conheciam desde o berço e assim que seus pais ficaram com aquele problemão nas mãos, ela se prontificou a ajudar-lhes no que fosse preciso e da forma que eles quisessem. Uma pessoa de ouro! Mas não sabia porque, ela tinha uma vontade louca de se entregar ao Hector... Digo, entregar-se como o fez a Quilah.
- Ah... Tudo bem, então! – A frase que tinha dito a sua mãe de manhã sempre rodava em sua cabeça quando pensava em sua amiga Dinna... Mamãe... A gente já conversou sobre isso e enquanto a gente não entrar nos conformes, as únicas que poderão pensar nisso sãos as pequenas. .
"Isso mesmo, Hector, pare de pensar nisso! Não é hora!. Mas como evitar? Dinna era linda! Apesar de não ser muito vaidosa, mas entendia bem o porquê (já a peguei quase jogando pedra em cima de caras que a cantam de forma meio... "Sugestiva"). Mas também entendia os homens: ela, uma dama inglesa que tinha ido aos EUA, vivido bom tempo lá e voltado devido aos problemas da família, tinha cabelos longos que iam até os quadris, mas os prendia em uma trança para quebrar o seu efeito e encanto, esbelta, rosto jovial e os olhos mais exóticos que já vi: violetas. Uma maravilha. Mas eu podia ver uma espécie de amargura vindo de pessoa tão bela. Sabia que ela queria esconder então, respeitava."
Foram caminhando em direção à empresa e, ao chegarem lá dão de cara com seus amigos. Algo muito estranho está acontecendo, já que estão um tanto alterados.
Para variar, Triton[1], um jovem, belo e atraente espanhol, de estatura alta, cabelos lisos e com uma franja que caia pecaminosamente sobre uma de suas frontes, da cor do caramelo e um par de olhos verdes tão penetrantes e atraentes quantos os de Hector, estava com uma carranca que dava a impressão de que ele tinha chupado limão no café da manhã e já estava soltando suas farpas.
- Será que vocês não conseguem distinguir o certo do errado? Será que vocês não tem senso? São tão incompetentes assim, é? Me admiro em ver que esta Empresa não foi à falência ainda por coisas tão absurdas como essas!
- Ora! Larga de ser petulante! A idéia não é tão ruim assim, tá? – Falava uma garota, também de traços orientais. Mas era, obviamente chinesa: Chen [2]. Era uma bela chinesinha de pele dourada como qualquer outro asiático, mas cremosa, cabelos negros e escorridos que iam até seus ombros e olhos incrivelmente negros, pareciam duas pérolas de tão profundos. E irradiavam uma grande força de vontade e justiça.
- O que está acontecendo aqui? – Pergunta Dinna se sentindo desconfortável por não saber do que estavam falando. Era sempre assim quando ela ficava por fora de um assunto. Se sentia acuada.
- Dinna! Olá! – Finalmente: esta era Quilah. Uma bela e jovem loirinha. Parecia um anjinho de tão linda e doce. Bondosa, angelical, meiga. Todos a amavam. E era atenciosa para com todos a sua volta. Tinha fibra e garra apesar de sua aparência. Aparência esta que enganava mesmo, afinal, diferente de Chen e Hector, apesar de asiática também. Sim, ela era árabe. Por isso era tão boa assim nos negócios.
- O que está acontecendo é que ninguém aqui pensa! – Respondeu Triton com desdém.
- Isso inclui você? – Bradou Dinna.
- Hn! – Virou o rosto para o lado, ignorando-a.
- Gente, por favor... Parem! – Falava preocupadamente Quilah.
- Fale, Quilah. – Falou Hector para fazer com que os ânimos se acalmassem.
- Bem... – Exitou um pouco – Recebemos hoje de manhã uma ameaça.
- Ameaça? – Empertigou-se Dinna. Ela sabia que era de se esperar, mas não podiam ficar assim, afinal, eles abaixaram muito a guarda. Agora era hora de estar pronto para reagir.
- Sim... Com toda essa guerra pela qual o país está passando, não podíamos estar fazendo o que estamos fazendo...
- Sim, Quilah, mas nós estávamos escondidos e fazendo tudo de forma sigilosa, certo?
- É verdade, Hector, mas nem sempre podemos confiar nas nossas próprias sombras quando se trata de um assunto tão delicado. – silvou Dinna.
- Credo! Que paranóia! Você também dorme??? – Satirizou Chen.
- Isso não é hora de brincar, meu amor. As coisas estão mais sérias do que pensamos. – Todos se voltaram para trás. Era um homem de estatura alta, loiro, não tanto quanto Quilah, mas seus cabelos eram dourados, olhos azuis mais tranqüilos e menos frios que os de Hector, mas ainda assim, penetrantes e profundos. Corpo musculoso, de aparência alemã.
- Trent! Você já voltou! E como estão as coisas lá fora?
- Acho melhor todos serem muito cuidadosos... As coisas estão esquentando, não só para a gente como para todos... Acho que a guerra está para chegar em seu ápice. – Falava o alemão enquanto depositava um selinho sobre os lábios de Chen.
- Como assim?
- Simples, Hector: trabalhar com uma campanha contra os revolucionários e, ao mesmo tempo contra os monarquistas é um tanto quanto arriscado, já que ambos os lados são bem fortes e tem seus interesses. Mas é aí que a gente entra: eles defendem apenas os interesses deles e o povo vai ter que submeter aos interesses de quem ganhar... Mas parece que descobriram que nós aqui dentro estamos dando um jeito de desviar os objetivos deles e por isso as coisas estavam um tanto quanto desordenadas...
- Você está se referindo ao fato de nós termos impedido várias vezes o entendimento entre eles, né?
- Exato, Triton. E nós agora estamos com a corda no pescoço, uma vez que eles não vão mais tentar nenhum acordo e sabem de nós...
- Então acho melhor a gente parar por aqui. – Falou Hector, mais preocupado com os amigos do que com si próprio.
- Até que tem lógica, mas... – Falava Triton, sem muita força para continuar... "Eles tem capacidade de continuar com a luta, mas e eu? Eu sei que não sou tão bom quanto qualquer um deles. Mas não é justo eles pararem agora! Me preocupo e não gostaria que eles perdessem tudo como eu. Principalmente Quilah... Ela merece tudo de bom... É uma mulher perfeita. Não pode parar agora. Mas se não parar, eu sei que ela pode morrer... E eu não quero que ela morra, mas eu sei que ela vai continuar... Mas eu a amo tanto... Não saberia viver sem ela. Com certeza, se eu puder estar com ela até o fim, ela podeá ser feliz e encontrar alguém para ela... claro, afinal, eu não sou nem serei essa pessoa... Eu sei que ela sente algo por mim, sei que ela me ama... Mas ela deve ter se enganado... Eu a amo, e ela... Também, mas... Não importa: eu a protegerei! Mesmo que debaixo desta carranca que eu criei! " – Acho que abandonar o barco agora é covardia!
- Valeu, Triton. – Reclamou Hector. – Eu estou preocupado com vocês, não comigo!
- Eu acho que não é a hora para desistir! – Pensou alto Dinna.
- Parem vocês, mas eu continuarei! Não posso ficar parada vendo pessoas inocentes se submetendo a esses pilantras que não querem nada além de dinheiro! Eu não posso parar agora que chegamos tão longe! Agora que, de acordo com Trent, as coisas vão se resolver? Não: me recuso! – Quilah não podia suportar a idéia de ter que parar com todos os seus esforços de trazer uma época tão boa para todos... Poder ver o sorriso no rosto de seus amigos... Que haviam perdido tudo... Principalmente o Triton que era tão retraído e tão psicologicamente instável... Ela queria viver para poder viver com Triton, afinal, aparentemente o rapaz apesar de nutrir algo por ela não aceitava de jeito nenhum o que sentia.
- Injustiça![3] Não dá para parar agora! Isso é um ultraje! Impossível! Agora não dá para voltar! – Falava Chen, bradando seu senso de justiça para todos que quisessem ver. Seu senso de justiça sobrepujava tudo em sua vida. Aliás, quase tudo... – Não dá para parar! É melhor continuarmos.
- Gente... Tenham um pouco de senso... – Tentava Trent – É melhor a gente tentar dar um jeito de disfarçar... Fingir que não estamos mais na ativa e... Bem, continuar...
- Isso não vai dar certo... Eles vão saber que a gente continua de qualquer forma... O que a gente pode e deve fazer é agir o mais rápido possível! – Calculava Hector.
- Mas como? Não dá! Eu tenho que ficar aqui na empresa! Eu sugiro que vocês encontrem uma forma de continuarem sozinhos, pois aqui é perigoso!
- Quilah! Você ficou doida! Se é perigoso você tem que sair também!
- Não, Dinna! Eu fico. Será mais perigoso se eu sair, pois aí eles podem me pegar e a vocês também!
- Bem... Então, eu sugiro que cada um tome um rumo daqui para a frente e, após a guerra, quando tudo se acalmar, a gente se reencontra. Isso é uma promessa! – Falou Hector querendo acreditar no que falava. Eram seus únicos amigos e prezava pela via deles, mas sabia que eles todos estavam correndo risco de vida juntos. Rezava para que pudessem cumprir a promessa...
- OK, Hector. Isso é promessa... A gente se encontra após a guerra... Todos juntos... Mais uma vez! – Trent falou com um tom de voz que fez com que todos tremessem, como numa sensação de que aquilo era só o início de algo que estava para acontecer... E que transcenderia o normal...
- Sim... Mais uma vez... Após a justiça ter triunfado sobre esta terra... – Falou Chen.
- É... É o jeito... A gente se vê depois de tudo... – Cuspiu Triton.
- Tudo bem... Vocês venceram... – Sorriu Quilah – A gente se revê em breve. Até lá, ninguém se vê, certo?
- Mais ou menos... – Trent e Chen se entreolharam... Eles não se separariam por causa das circunstâncias... Eles olharam um pro outro e com o olhar eles diziam que sabiam que o mesmo aconteceria com os amigos... E todos haviam pegado a informação e consentiram silenciosamente. Só aí eles olharam para uma pessoa, que não havia dito nada sobre o reencontro...
- Dinna...?
Era Quilah. Ela sabia o quão difícil era para a bela jovem acreditar e confiar em alguém, por isso ela não se incomodava com a estranheza e com a desconfiança desta. E todos os outros, no fundo, também sabiam e aceitavam-na como ela era. Ela também sabia disso...
"Eu sei que posso contar com eles... Eu sei que posso acreditar neles... Mas é tão difícil!!! Eu não consigo!!! Mas... Se eu pelo menos aceitar a proposta do Hector, eu provavelmente poderei revê-los... E eu quero isso... Muito! Principalmente o Hector...".
- OK... Será bom a gente se rever para depois vermos como conseguimos e o que conseguimos...
Todos sorriram... Sabiam que essa era a forma que Dinna tinha de dizer que ela aceitava-os.
Parecia que aquela era despedida. E eles se veriam... Em breve...
Aos poucos eles foram embora. Até que na sala só havia restado Triton e Quilah.
- Triton?
- Sim?
- Por que você ainda está aqui?
- Quer que eu vá embora?
- Não! Er... Quero dizer – Quilah fica vermelha e Triton solta um sorriso. – Eu tinha entendido que a gente se veria só após a guerra agora...
- Quilah... Eu posso não ser tão inteligente e esperto como vocês, mas eu sei que aquela ameaça foi muito mais... "Pesada" do que você quer nos contar...
- O... O quê?
- Eu sei que você sabe que ninguém vai se rever no fim da guerra pois todos vão morrer... Eu sei que vocês todos na verdade sabem disso...
Quilah apenas olha para Triton. Era verdade... Todos eles sabiam que ninguém iria se reencontrar... era uma promessa vazia... Mas eles tinham que tentar...
- Eu sei... E você também sabe...
- Sim...
- E... Por que você quer continuar aqui?
- Porque assim eu sei que pelo menos eu tentei fazer algo de útil em minha pobre vida...
- Triton! Não fale assim! Você sabe que você tem seus valores...
- Não, eu não tenho... Vocês possuem valores realmente relevantes... E eu?Sou um covarde! Só isso. Fujo o tempo todo da vida sendo bruto e presunçoso...
- Se você fosse tudo isso, você não estaria aqui...
Triton olha para Quilah... Realmente... Ela sentia ago a mais pelo rapaz, mas ele não conseguia entender... Aliás... Não conseguia aceitar... Ele levanta a mão e coloca sobre sua bochecha fazendo um carinho inconsciente...
- Por quê?
- Por que o quê? – Seu coração estava batendo forte... Será que finalmente ele se revelaria??
- Por que você tem que ser tão perfeita? Tão distante...?
- Distante? Eu não sou distante!
- Hã? – Nessa hora ele percebe que tinha dado vazão aos seus sentimentos mais profundos e recolhe a mão rapidamente. – Esquece. Eu não sei o que eu estava falando...
- Sabe sim!!! Puxa vida... Você sabe o que eu sinto por você e você não abre o jogo! O que que há! Sou eu? É isso? Apesar de gostar de mim você acha que eu não te mereço??? – Quilah estava revoltada... Ela o amava mais que tudo! Ele era a única fonte de luz em sua vida. Amava a todas as pessoas, mas não tinha uma "alma gêmea". Alguém que a completasse como ela queria que completasse... Como ela sentia falta... Da forma como ela precisava. Ansiava. Necessitava. Com toda sua alma. E ela sabia que só ele é que poderia completar sua alma tão machucada...
- Você não entende... Eu... Eu não sou suficiente para você... Você é tudo para mim... Mas eu não sou nada perto de você! Você é perfeita demais! Linda demais! Além de minhas expectativas... Eu... Eu não posso sujar sua imagem comigo...
- Você... – Quilah estava de boca aberta com o que acabara e ouvir... – Você não me sujaria. Eu... Eu não posso viver sem você. É só isso... Você não percebe? Eu te amo! – Com isso, Quilah se joga nos braços de Triton que nada faz a não ser arregalar os olhos...
- Você... Me... Ama....??? – Ele não conseguia acreditar no que ouvia... Sabia que ela o amava, não era novidade... Mas a aceitação dela era algo que o assustava. E muito. Ela o aceitava com tanta naturalidade que isso chegava a doer em seu cérebro... Era difícil de acreditar que alguém tão incrível quanto a bela árabe pudesse realmente amá-lo de forma tão aberta, fácil... Toda essa aceitação era demais para ele...
- O... O que foi? – Quilah se assustou quando Triton afastou-a. Será que ela errou em sua interpretação?
- Nada... É só que... Nossa! É tão difícil aceitar a sua aceitação... – Sim... Ele estava confuso...
- Triton... – Ela sorriu. Ela tinha entendido que ele estava confuso, mas que estava aceitando tudo muito bem. – Eu te dou o tempo que você quiser, está bem assim?
Ele piscou e olhou para ela. Sim... Ela o entendia muito bem... Bem até demais...
- Claro que sim... – Disse lê depois de depositar um beijo sobre a testa de Quilah – Anjinho...
Ela estremeceu em reconhecimento... Não se beijariam agora, claro... Isso fazia parte do tempo de aceitação de Triton...
- Eu tenho uma idéia. Vou até em casa para pegar algumas coisas para a gente poder focar na mesma casa. O que você acha?
- Eu amei! – Ela abriu um enorme sorriso. – E quando você vai?
- Agora mesmo! Me espere aqui, OK?
Triton tinha caminhado o mais rápido possível para pegar o máximo de pertences que poderia levar... O que não foi muita coisa... Mas algo estava estranho nas ruas... Muita movimentação...
"O que será que está acontecendo?"
- Você ouviu também? Há rumores de que a Empresa caiu.
- É... Ai meu Deus... Eu não sei mais o que está acontecendo! Me sinto insegura! Se nem a Empresa continua inteira... Imagine nós após esta guerra?
Quando ouviu isso o coração de Triton parou.
"Empresa? O que aconteceu??? Quilah!!!"
Com esse pensamento em mente ele correu para a Empresa largando tudo no chão da rua. Ao chegar lá, ele só consegue ver os escombros da estrutura. Tudo demolido... Pedras e poeira. Era tudo o que restava. Triton não conseguia acreditar no que via... Ele foi andando em volta até que achou um rastro de sangue saindo de um monte de entulhos revirados. Quando seus olhos seguem a trilha de sangue ele encontra um pano cobrindo algo com o formato de um corpo, de estatura baixa... E parecia de uma mulher...
- Quilah... QUILAH!!!!! – E sai correndo ao perceber a quem o corpo pertencia. Nem ao menos se deu conta de que ele estava sendo segurado.
- Muito bem. Um já foi. Essa garota foi uma pedra muito incômoda no sapato... Agora vamos dizimar o restante do grupo. Esse aí, se não me engano é um dos que participavam desta Empresa. Prendam-no! Ele será enviado à guilhotina hoje mesmo! Vamos! Já sabemos onde estão os outros três. Dois já se foram.
- Quilah... – Triton percebeu que havia perdido a única razão de viver... – Eu te amava... Falou num sussurro em direção ao corpo que estava largado no chão. Na mesma tarde, ele foi morto.
**************************
- Hey, espere! – Era Hector que estava indo atrás de Dinna. Ela estava indo para casa. Não queria que aquilo fosse esquecido ou qualquer outra coisa, então, estava planejando uma vingança pessoal. Mas ao ouvi-lo ela parou e virou-se para ele.
- O que foi, Hector? – Falou apática.
- Credo... – Sorriu maroto Hector, fazendo Dinna ficar desconcertada e desvia o olhar, ficando um pouco corada. – O que foi? – Perguntou em tom de brincadeira.
- Nada! O-o que você quer a-afi-afinal? – Ela começou a gaguejar. Não gostava de demonstrar sentimentos perante os outros. Normalmente ela brigava, e feio com a pessoa que simplesmente cogitava em faze-la demonstrar algum tipo de sentimento. O que ela normalmente fazia, mas com o ódio. Mas Hecto mexia com ela... E ela não sabia nem como nem porque. Chegava a ser desconcertante, pois com ele, além dela se sentir assim (o que para ela era o fim do mundo) ela gostava de sentir-se assim, mas só a respeito de Hector. Mas como diz o ditado: Não se ensinam truques novos a cão velho, e, justamente por isso, ela não iria começar a adoçar pro lado dele só por causa disso... Ou será que ela TERIA que faze-lo?????
- Eu só estava preocupado com você. Você é do tipo que não desiste, nem fácil nem dificilmente, logo concluí que você estaria indo em direção à morte.
- Correção meu caro Hector: EU sou a MORTE! – Seus olhos brilharam sombriamente, o que fez com que Hector realmente acreditasse no que ela disse.
- Morte ou não, você ainda não está imune a ela... Ou melhor: a você mesma. Portanto, eu irei te ajudar. – Hector sabia que ele gostava de Dinna, e que o sentimento era recíproco... Mas como ele mesmo já havia encenado para sua mãe naquele mesmo dia mais cedo, não era hora de ficar pensando em amor... Até porque, antes, ele teria que fazer com que alguém visse que amor existe... E que estavam perto de serem correspondidos...
Ele sabia que Dinna havia sofrido muito, e o que ela havia sofrido... Mas agora ele queria poder fechar suas feridas como gostaria... Mas ainda não poderia... Pois sua consciência e a necessidade que passava não permitia que ele se preocupasse com sua própria vida... Apesar de querer muito.
- Hector... Eu sei me defender... Não preciso de uma ama-seca!
- E você acha que vai adiantar você dizer tudo isso? Eu vou com você e ponto final!
- Ok, Ok você venceu – Bufando, ela aceitou que ele viesse junto. – Mas nada de se entrometer onde não é chamado.
- Você pedindo por favor? Ta, tudo bem... Eu não me entrometo. – E sorriu para Dinna, o que a fez ficar corada.
"Como é que ele consegue ficar tão bonito quando sorri daquele jeito??? E por que eu to pensando nisso AGORA???? Eu devo estar louca mesmo... Onde já se viu? Ficar pensando isso do Hector..."
Ao pensar isso ela desvia bruscamente o rosto – mais uma vez – dos olhos de Hector.
- O que foi?
- EU DISSE PARA NÃO SE METER ONDE NÃO DEVIA!
- Tudo bem... Desculpe, mas...
- Mas... Mas o quê?
- Dá pra sentir que você fica desconfortável toda vez que olha para mim... Eu te lembro algo desagradável??
- NÃO! Er... Quero dizer – Ela negou com tanta veemência que até mesmo focou sem graça, achando que deu na pinta. – Você não me lembra nada!
- Ah... Sim. Mas você me lembra muito uma pessoa, sabia?
- Eu? – Olhou-o chocada – Quem?
- Minha mãe, quando mais nova... A gente tem uma pintura dela guardada lá em casa e... Nossa... Como ela era bela... – Com esse comentário Dinna, pra variar, ficou vermelha.
"Afinal de contas... O que diabos está acontecendo comigo??? Se fosse outra pessoa a falar isso comigo, ela já estaria beijando o chão! Mas ele simplesmente ousou fazer uma cmparação simples e me deixou envergonhada? Mas o pior é que eu estou gostando!!!!"
- ...Eu devo estar louca – sussurrou, pensando alto, mas foi alto até demais, pois Hector havia ouvido.
- Não... Você não está louca...
- O quê?
- Eu disse que você não está louca, Dinna... Será que você só pensa em vingar sua família? Isso te consome tanto que você nem vê o que acontece ao seu redor... nem entende o que seu coração fala...
- Meu coração não diz nad...!!! – Nesse momento Hector abraça forte Dinna, sem dá-la a chance de fugir.
- Diz sim, sua bobona... – Levanta o rosto e este se encontrava a coisa de centímetros do rosto de Dinna. – Isso que você sente por mim é amor... Por isso você não consegue me surrar quando tem vontade, não consegue gritar comigo quando está zangada e gosta quando eu grudo no seu pé. Por isso você fica vermelha, mas de contentamento, quando eu faço algum comentário. E eu faço tudo isso porque eu te amo, sua boba. Você não consegue perceber isso?
- Pra Hector... – Ela vira o rosto e fala um pouco magoada - Amor não existe...
- Existe sim e você não só sabe como anseia achar o seu... Pois se depender de mim... – Ele vira o rosto dela com a ponta do indicador, fazendo-a ficar face-a-face com ele – Você não vai mais procurar...
Ele vai aproximando seus lábios dos dela, mas antes de tocar, e ouve um suspiro de dor e dúvida. Quando a encara, vê uma lágrima rolando pelo belo rosto.
- Por quê?
- Por que o quê, Dinna?
- Por que dói tanto??? – Ela recosta a cabeça em seu peito forte. – Por que, mesmo querendo, eu não consigo?? Eu quero, eu sinto, eu anseio, mas... – Ela levanta seu rosto e o encara e ele percebeo desespero em sua face – Por que eu me sinto presa??? Eu me sinto obrigada a acabar com tudo isso! Antes mesmo de viver a minha vida!!!
- Por que a gente se preocupa com os outros antes da gente... – Ele puxa sua cabeça e recosta-a em seu ombro. – Porque a gente, mesmo querendo viver a nossa vida, não pode deixar de ver que tem uma pessoa do nosso lado, querendo viver também. Mas a gente a ama tanto, tanto, que sacrifica a própria alma para faze-la feliz...
Os dois permanecem em silêncio... Apenas refletindo o que acabara de ser falado, até eu Hector resolveu quebrar o silêncio.
- Eu gostaria de lutar por um futuro ao seu lado: não por você, para que isso não cause mais dor... E gostaria que você fizesse o mesmo comigo... Não por mim... E então... O que me diz?
Ela continua ali, parada, com sua cabeça encostada em seu peito. Então, ela a levanta e o que Hector vê em seus olhos é algo que ele nunca havia visto antes... Se bobear, nem mesmo Quilah deve ter visto este brilho... Que irradiava felicidade.
Com os ombros como se tivesse tirado uma montanha de sobre eles, ela respondeu serenamente.
- Sim, Hector... Vamos, juntos, viver NOSSA vida... – Com um sorriso nos lábios, ambos foram aproximando-os para que pudessem selar seu compromisso, mas foi então que...
- Vasculhem a área: aquela reunião acabou de acabar... Eles não devem estar muito longe daqui. Já conseguimos pegar dois, agora faltam outros quatro.
Eles se entreolharam. Sorte que estavam em um beco. Se encostaram na parede e tentaram ouvir o resto da ordem... Será que...?
- Sim senhor. E se acharmo-los, o que faremos com eles?
- Simples... Tentem trazê-los vivos... Mas se ficar difícil podem mata-los... Com eles mortos, mais ninguém vai impedir a soberania dos monarquistas... Vão em frente!
- Sim senhor!
Mais uma vez, eles se entreolharam... Pegaram dois? E com certeza eram dos seus...
- Hector... O que a gente faz agora? Quem será que foi capturado? Será que estão bem?
- Dinna... Calma... Tudo vai dar certo... Mas agora a gente tem que sair daqui e ir para algum lugar mais seguro. – Ele queria que os dois estivessem bem, mas sabia que não passaria da vontade. A essa altura, com certeza, seja quem tenha sido, está morto agora. Com isso em mente, Hector puxou Dinna pelas mãos e começou a correr para longe dali.
Mas foi tarde.
Um dos soldados o havia visto e anunciou a fuga de dois deles. Todo o pelotão começou a ir atrás também.
- Dinna... A gente vai ter que se separar... Eu sei que você consegue lidar com a metade deles sozinha e eu com a outra metade...
- Ta certo... – Ela sabia que estavam cavando a própria sepultura, mas se corressem daquela forma, eles já estariam enterrados em pouco tempo. Tudo o que restou foi acatar. Com um sorriso, ela jogou-o um beijo e correu para o outro lado.
- Eu também te amo... – Ele falava enquanto uma lágrima escorria de seus olhos... Mas não era hora para isso... O que ele tinha que fazer era fugir e pegar um de cada vez. Após conseguido isso, e eliminar todos os soldados, ele tentou ir na direção de Dinna, quando ele não só viu o cara que os perseguiu, mas como também ouviu um tiro.
*BANG*
Poderia ter sido qualquer coisa, mas seu coração sabia... Viveria eternamente sem amar ninguém...
**************************
- Trent? Aonde você vai?
- Tenho que viajar...
- Viajar? Para onde? Logo agora que as coisas estão tomando um rumo você cisma em viajar? – Chen não se conformava com aquilo. Na verdade ela sabia da necessidade deles se separarem agora, pelo menos temporariamente. Afinal, eles tinham conseguido ajuda na cidade vizinha para lidar com a guerra.
- Sim... – Com um beijo ele se afasta dela. – Você sabe que eu tenho que ir lá. Eu sou o menos suspeito para fazer essas viagens, afinal, eu sou burguês. Não levanta tantas suspeitas.
- É... Eu sei... É só que... Que eu gostaria de ficar com você...
- Eu sei. Espere só mais um pouco, está bem? Logo assim que eu voltar, a gente se refugia e fica junto. – Trent falou piscando um olho para Chen e lançando-lhe um sorriso. Ela não tinha como recusar. Ele sempre a pegava de jeito e ela sempre caia em contradição fácil por causa de sua impaciência. Mas agora... Agora era diferente, afinal de contas ela o tinha e se preocupava com ele. Ainda mais num momento de crise como esse, onde eles estavam em perigo.
- Hnnnn... Ta bem. Eu não tenho alternativa... Nem como te impedir de ir. Mas por favor... Tome cuidado, certo?
- Nossa... Como você está romântica hoje... – Encarnou Trent – Colocou muito mel no chá???
- Sem graça! – Chen ficou rubra. – Palhaço. Fala como se eu não me preocupasse com você...
- Ah, não fique assim meu doce...
- "Não fique assim"... "Não fique assim" porque não é você quem tem que ficar aqui, com o coração na mão, esperando a pessoa que mais ama voltar... – Nessa hora Chen volta suas costas para Trent e fica com o rosto pegando fogo. Trent, que tava tentando processar toda aquela informação ficou imóvel. Não que Chen não o amasse, e que ele não a amava, mas é que ela era temperamental e um senso de justiça que sobrepujava todos os seus outros sentimentos. Ela era impaciente e por isso mesmo ele não fazia queixa de sua atitude anterior de não querer que ele viaje, mas... Para ela falar tão abertamente o seu amor... Ela estava com medo.
"Por que eu tive que abrir minha boca assim??? Que raiva! Eu devia primeiro pensar nesta guerra e depois pensar em mim, isso sim! Mas... Eu... Eu estou tão... Tão... Assustada... Assustada? Eu nunca senti isso antes. Mas... Quando eu penso que ele vai viajar... Sozinho... E eu vou ficar aqui... Que eu não poderei, caso aconteça, protegê-lo... Protegê-lo? Ele é quase 40cm mais alto que eu! Ele não precisa que eu seja sua guarda-costas... Ele morreria se eu tentasse protegê-lo com meu corpo... Dã! Estúpida!!! Mas... Ainda assim... Eu... Eu... Eu... Não... EU NÃO QUERO PERDÊ-LO!!!!!!!!"
- O que aconteceu? – Falou o jovem ao tocar-lhe o queixo com a ponta dos dedos e virar-lhe o rosto em sua direção.
- Não aconteceu nada – Falou Chen desviando os olhos de seu marido.
- Chen????
- Ah... – Ela fez biquinho... Não daria o braço a torcer, mas com seu olhar ela respondeu tudo o que ele queria...
- Meu amor... – Ele puxou-a para um abraço bem apertado que não lhe permitia fugir – Não se preocupe. Você sabe que eu tenho que ir, não sabe? – Ele sentiu Chen afirmar com a cabeça – Então pra que tanta preocupação?
- Eu...
- Shhhhh... – Ela tentou falar mas seu marido a impediu docemente – Não fale... Eu sei que você não me quer longe de ocê e que a situação está perigosa agora, mas confie em mim...
Ele afrouxou o enlace mas ainda assim mantinha-a em seus braços. Com isso eles puderam olhar-se nos olhos.
- Mas eu confio... – Começou Chen – Eu confio meu amor... Mas é que não é questão de confiar em você e sim de saber que o cerco está se fechando... – Depois de todo o desabafo ela abaixa a cabeça e começa a falar em um tom choroso e fraco, quase como um sussurro... Um chiado – Eu só não estou com um bom pressentimento... Eu tenho a sensação de que se eu deixar você passar por aquela porta eu nunca mais verei você novamente... Já basta ter sentido isso há algumas horas atrás... Eu sei que mesmo a gente tendo prometido, a gente não voltará a se ver... Eu tenho quase que total certeza disso... – E nesse momento ela se agarra a ele desesperadamente – EU NÃO QUERO QUE VOCÊ VÁ! EU PRECISO DE VOCÊ!!!!!!!
Entendendo a situação da esposa ele esperou que ela se acalmasse para depois continuar...
- Eu acredito que, um dia, a gente vai se reencontrar... Você não? E... Se eu não for agora, aí sim é que a gente terá grandes chances de nunca mais se ver...
- Trent...
- Psiu – Ele pôs um dedo sobre seus lábios – Você é forte. É a mulher que eu escolhi para ser minha companheira... E não me arrependo. Agora, eu vou viajar e você irá cuidar daqui. Quando eu voltar a gente espera tudo terminar e aí sim nós teremos nossa Lua-de-mel... O que você acha?
- Ffff... Está bem. Eu espero e darei a você motivos para se orgulhar de mim – Ela sorriu. Agora estava mais confiante. Não podia chorar de qualquer forma, não é? Afinal, seu marido era ótimo e com certeza ele não lhe faltaria com a promessa? Ele nunca faltou, por que agora?
Os dois se beijaram longamente e, na partida, os dois se despediram... Mesmo com aquela sensação de perda, eles sabiam que eles estariam ligados... Para sempre...
- Ele está a caminho... Parece que realmente descobriram onde eles moravam, pois esta trilha é única... Nenhuma outra rua é ligada a esta aqui... – Falava uma voz bem baixa. Como se quisesse evitar ser ouvida ou percebida por outros...
- É verdade... Os outros já devem estar a caminho de lá e, depois disso a gente volta para o reino...
- Sim... Olhe, já estão em posição: preparar tudo!
*
- Nossa... O senhor é mesmo muito corajoso de cruzar as fronteiras da cidade quando a mesma está nesse caos...
- É sim, eu sei, mas alguém tem que fazê-lo, afinal, é lá do outro lado onde está a nossa salvação – Trent conversava com o cocheiro durante o percurso. Apesar de fazê-lo sua cabeça não desviava de Chen... Sua esposa... Ele a amava muito, sem dúvidas e esperava que tudo desse certo... Ele só estava indo avisar que tudo estava certo e que o ataque poderia começar...
"Chen... Agüente mais um pouco meu amor e a gente estará juntos sem que ninguém mais interfira na nossa vid..."
Nessa hora a carruagem começou a balançar como se tivesse perdido a direção. Quando ele percebeu, havia muitas pedras no meio do caminho e ainda outras que desciam e que estavam caindo sobre a condução. Diante de uma pedra maior que apareceu como passe de mágica na frente deles e, para não bater, o cocheiro desviou, mas eles acabaram por caírem em um barranco. Uma ribanceira muito alta e de relevo muito revolto.
"Chen... Perdão...". E nesse momento, a carruagem acabou explodindo devido à força do impacto. A única coisa que podia-se ver eram pedaços de madeira, metal retorcido, pedaços de carne e um corpo que havia permanecido inteiro, mas totalmente ensangüentado... Novo... E sem vida...
**
- ... – Chen tava observando a dispensa da casa silenciosamente, como se pensasse em algo, quando ela, de repente, estremeceu em calafrio. – Nossa... O que foi isso?
Esfregando as mãos nos braços, ela olhou ao redor, como se procurasse algo ou alguém.
- É melhor eu continuar o que estava fazendo. – E voltou para a dispensa a fim de checar os mantimentos e, mais abaixo, verificar o número de munições. Sim, eles tinham munição em casa. Não eram doidos de estarem envolvidos em um confronto como esse e não ter munição. Tinham balas e pólvora. Revólveres e até espingardas. Em grande quantidade. E era justamente por isso que estava lá: para evitar a umidade e o calor intenso.
- Parece que está tudo certo. Acho melhor eu ir arrumando tudo para que não haja imprevistos na hora.
Mas ela não percebia a movimentação furtiva atrás de sua casa...
* Pessoas andavam na espreita atrás da casa de Chen e Trent. Eles estavam fechando a porta e as janeas por fora para evitar a entrada de alguém... Ou a saída, mais especificamente.
- "timo... Já pegamos quatro deles... Agora faltam dois... Hahahahaha!!! – Gargalhava o mesmo homem que foi responsável pela captura de Triton.
E com isso, eles começaram a atear fogo na casa.
*
Chen estava terminando de separar as pólvoras, as balas e as armas quando ela, de repente, sente não só um cheiro de queimado, como também sente a temperatura aumentar.
Quando ela olha pela janela ela vê um mundarel de chamas envolvendo sua casa.
- Droga! Eles me pegaram, eu não acredito! – E, desesperadamente tentava abrir a janela, mas percebeu que ela estava emperrada. – Droga, droga, droga, droga, droga, droga, droga!!!!!!!! Droga! Como é que eu pude ter sido tão descuidada! *CofCof*– E ela pensava desesperadamente em como sair da casa em chamas, sendo que estas já davam mostras de terem vencido a barreira de parede da casa, já que a fumaça estava impedindo-a de enxergar e respirar direito, o que tornava pensar uma tarefa difícil.
O telhado já começava a estourar devido ao calor intenso e as colunas de madeira começavam não só a carbonizar como a ruir... Foi quando, num ato desesperado, ela pensou:
"Se eu morrer, você vem junto comigo, seu demônio!" E, num ato de loucura, ela taca a pólvora toda em cima das chamas exatamente na mesma direção em que se encontrava aquele que estava cometendo aquele ato de barbaridade.
- MORRA TAMBÉM!
E, com o contato do fogo com a pólvora, toda a casa e o que estava a menos de 10m foi levado pelos ares, sendo totalmente chamuscado, queimado e destruído, não sobrando nada. Apenas um círculo queimado e pedaços de madeira totalmente carbonizadas.
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EUA – 2004
- É um prazer conhece-lo pessoalmente senhor Rashid.
- O prazer é todo meu Senhor Winner... Não é todo o dia que se tem professores particulares contratados, e, eu asseguro, isso é o que eu mais gosto de fazer...
- E muito bom mesmo... O meu filho é um garoto com muitos problemas... Ele tem uma saúde muito frágil e uma mente um pouco perturbada... É difícil lidar com isso.
- Sim, mas não é impossível... Eu me lembro de Quatre quando ele era menor e quando ele ficou doente... Fiquei muito triste com tudo e me surpreendo ao ver que mesmo depois de uns 10 anos ele ainda não tenha se recuperado...
- Na verdade ainda não... Fisicamente sim, mas psicologicamente não... Algo, que não sei bem o que é o afeta e isso me preocupa... Bem, seja como for... Que tal subirmos para que o senhor possa vê-lo? Já faz muito tempo desde a última vez que se viram...
- Claro Senhor Winner...
Os dois homens subiram pela escada e chegaram a um quarto. Ao abrir a porta, pode-se distinguir a silhueta de um jovem e belo rapaz loiro próximo a janela, mas o seu físico denunciava a sua estatura baixa e aparência delicada, além de um óbvio abatimento e cansaço mental. Uma apatia incomum em seus grandes e cristalinos olhos azuis e a pele extremamente pálida, quase sem cor, praticamente translúcida de tão clara. Aparentemente aquele confinamento não fazia nada bem para o jovem menino...
CONTINUA...
[1]Total falta de inspiração
[2]Não entendo de nomes chineses^^'''''''''
[3]Não agüentei
Gente... Espero que tenham gostado... É a primeira vez que eu tento fazer algo no estilo "dakr"... Não vai ser dark, mas vai ser "sinistra" '... Bem, eu espero que vocês descubram mais ou menos quem são quem e essas coisas loucas que eu coloquei aí vão ser desvendadas durante a fic. Caso eu seja tão boa aponto de não faze-lo, eu conto mais tarde. Qualquer dúvida, sabem onde me encontrar, né? O próximo já está saindo, hein? Espero que apreciem mesmo^^
Beijos,
Otaku Chan@.@
Desesperada U.U'
