CDZ não me pertence!


O choque entre os corpos era caloroso. Um baque surdo e baixos ofegos eram tudo que se ouvia naquele quarto amplo da quarta casa zodiacal. Câncer, ou Carlo, tocava o corpo daquele homem com alvidez. Uma de suas mãos calejadas prendia o pulso de Peixes acima de sua cabeça na cama, enquanto seus lábios traçavam um caminho imaginário sobre o pescoço do belo rapaz. Como Aphrodite conseguia ter uma pele tão macia e cheirosa, mesmo depois de tantas batalhas? O corpo não tinha uma cicatriz sequer, era como se aquele homem fosse abençoado com a beleza dos Deuses, que lhe curavam qualquer infermidade sem que deixasse marcas cravadas. Era a personificação do perfeito em vida.

Carlo sabia os pontos em que tocar, para que qualquer um sentisse prazer, mesmo que o contato não passasse de algo superficial. Era uma dura batalha mental, estar daquela forma com Aphrodite e não poder passar dos limites. Aquilo deveria ser apenas uma brincadeira, e o mais dedestável dos Dourados, não podia mexer consigo daquela forma. Por Athena! Alguém tirassem-no dali. Daquele antro de perdição que era o corpo de Peixes entregue ao seu.

O som dos lábios grudando à pele, sendo ele o homem quem iria marcar aquele corpo que parecia imaculado de Aphrodite. E era presenteado com os gemidos baixos e lânguidos daquele ser sob seu corpo. Agora compreendia bem porque todos os homens que o outro havia levado para cama se afastavam e posteriormente, encontravam-se no fim de suas vidas. Aphrodite despertava uma possessividade sem igual. Pensar que outro poderia tocar seu corpo, era um crime que merecia a maior das punições. E Aphrodite era de todos, mas não era de ninguém. Era apenas uma noite, e raramente, Peixes permitia uma segunda vez, mas isso acontecia apenas quando ele queria jogar. Jogar com os sentimentos alheios, mostrar-lhes o quão cruel e mortifera aquela beleza poderia ser. Ele sabia seu poder e não tinha receio de usar quando lhe achava coveniente.

Os pedidos anteriores de Carlo foram atendidos no momento em que um som de risadas tomou o quarto do canseriano. Uma cilada? Sim, Aphordite merecia aquilo. Aquela humilhação. Quem iria se importar em machucar um pouco aquele ser tão arrogante e sujo? Aquele homem que não tinha remorcio de matar ninguém, seduzindo sua vítima antes de dar o bote.

Os demais Dourados riam, apenas Mu e Shaka olharam a cena a desaprovando. Não imaginaram aque era ver aquele tipo de coisa era a urgência de Milo, que reuniu todos os Cavaleiros de Ouro em direção à Câncer.

- Como eu disse, Saga, Peixes é uma puta! – Falou o genioso Escorpião, soltando seu veneno no ar, misturando-se ao doce arôma de rosas, que vinha de Aphrodite. O cavaleiro olhou seu companheiro assustado, esperando que ele tivesse alguma reação. E quando a teve, não passou de um sorriso de escárnio, denunciando que ele fazia parte dos demais Cavaleiros que achavam graça em humilhar o pisciano. A fúria só não o dominou mais que a vergonha.

Aphrodite empurrou Carlo de cima de seu corpo, fazendo com que ele caísse do outro lado da enorme cama, rindo daquela lamentável cena. Buscou suas roupas jogadas no chão, e mesmo que ainda não as vestisse por completo, deixou o quarto ao som de risos e olhares maliciosos. Até quando ele seria como dito o mais detestável dois dozes, se eram eles que preçavam peças maldosas em si? Era claro que era o mais detestável; era o motivo de riso para os demais.

Continua.