Um raio de luz verde. Um corpo despencando graciosamente da torre mais alta do suntuoso castelo do qual, em vida, fora diretor. Um baque quase surdo e o som de ossos quebrando. Sem sangue, sem dor, mas sem vida. Uma risada alta e estridente, um feitiço amaldiçoado lançado por gritos em direção ao céu. A marca da morte pairando no céu escuro.
Uma aglomeração de pessoas, e de sentimentos. O morto caído no chão, com algo semelhante a um sorriso no rosto. A barba prateada reluzindo à luz do luar e os olhos, sempre tão inteligentes, com uma opacidade anormal. Mas um dos observadores sabia que, apesar de parecer em paz, ele estava infeliz.
Apesar de que, talvez, fossem apenas devaneios de sua mente conturbada pela melancolia e pelo ódio, ou as lágrimas quentes que banhavam seu rosto e nublavam sua visão; ou a tristeza que abrigava seus pensamentos. Disfarçou, secando as gotas quentes e mantendo o rosto o mais impassível que conseguiu – o que não foi muita coisa. Em uma singela homenagem, levantou a varinha e esforçou-se para apagar a memória da ida dele. Não obteve muito préstimo.
Voltou ao castelo, ignorante para tudo e todos à sua volta. Não tinha cabeça para pensar em nada no momento, nem mesmo nos vultos negros e encapuzados que assombravam a escola naquele momento. Ele estaria decepcionado, ela sabia, mas era simplesmente impossível dada às circunstâncias.
Caminhou pelos corredores escuros. Antes tão acolhedores e agora tão frios e, porque não, vazios. Parada em frente à entrada da sala, falou as palavras certas para que pudesse adentrar seu, agora, refúgio. Não conseguiu impedir-se de sorrir ao refletir sobre o que dissera e deparar-se com o ambiente familiar.
Tudo no lugar exato em que estivera. Os óculos na mesa, os livros empilhados e abarrotando as estantes, um pote de doces na entrada do escritório. Trancou-se lá. Não em seu gabinete, mas no dele (além de em seu próprio mundo). Aquele escritório pertenceria para sempre a ele, prometeu a si mesma, deixando finalmente à raiva invadi-la. Se não soubesse ser tão errado, juraria vingança.
Viu Fawkes. Em luto pela morte de seu mestre, sobrevoando e cantando belamente uma canção de despedida nos campos de Hogwarts. Pela primeira vez, encarou seu reflexo distorcido pelas lentes em meia lua sobre alguns papéis.
Lívida, triste, pálida. Os lábios não rosados como outrora, mas com um tom arroxeado. Pelo frio, por terem sido demasiadamente frisados, pelo choro... Não sabia exatamente a razão. Apenas que não mais parecia bela e vívida como fora outrora. Sua austeridade se mantinha, embora atenuada pela chocante realidade. Chorar não mais parecia o suficiente. Na realidade, era algo banal em relação ao desespero que a assolava.
E vendo pela janela levemente suja os jardins do colégio, a professora de transfiguração descobriu a tão temível verdade.
Minerva McGonagall estava morta.
N/A: Olá! Como vocês estão?
Aqui estou eu, de novo, com uma fic de Harry Potter. He he. Quanto tempo, não?
Bem, espero que vocês gostem dela. E aguardarei seus reviews.
Ah! Eu não fiz essa fic com o intuito de eles parecerem um casal, mas se vocês preferirem ver dessa forma...
DBS.
