CRIANÇAS NÃO DEVIAM PASSAR POR ISSO

AUTORA: VICKYLOKA

DATA: OUTUBRO 2009

BETA: LARYSAM

DISCLAIMER: Os personagens de Supernatural não me pertencem, sou apenas uma fã que gosta de escrever histórias que poderiam acontecer com eles.

RESUMO: John sai para uma caçada e deixa os filhos sozinhos. Qual a vida que uma criança merece?

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Mais uma vez John tinha saído para caçar e Dean estava sozinho com seu irmão. Ele não sabia exatamente do que o pai estava atrás, mas tinha visto algo sobre um shapeshifter em suas anotações. O pai partira logo de manhã com as recomendações usuais para que Dean salgasse portas e janelas, não atendesse ao telefone ou porta, atirasse antes de perguntar em qualquer um que tentasse invadir e, o mais importante, cuidasse de Sammy.

Agora, cerca de três horas depois, Dean estava sentado assistindo à TV. O pai o tinha acordado muito cedo quando saiu, para que ele pudesse trancar e salgar tudo. Sammy deveria se levantar a qualquer momento. Dean desligou a TV e foi para a cozinha preparar o café, verificando novamente as portas no caminho. Nesse momento, Sammy apareceu esfregando os olhos com os punhos fechados para espantar o resto do sono.

- Boo...om dia, De. – ele disse com um bocejo.

- Bom dia, Sammy. – Dean colocou duas tigelas de cereais na mesa – Vem comer.

- Sammy se sentou para comer.

- Lucky Charms! – ele sorriu para Dean.

- Só o melhor pra você, campeão! – Dean respondeu sorrindo de volta.

- De, cadê o papai? – ele perguntou, enfiando uma colher cheia na boca.

- Ele foi trabalhar, Sammy. – respondeu, comendo também.

- Ege demoga? – Sammy perguntou com a boca cheia de cereais.

- Sammy, não fala de boca cheia!

- Dicupa. – Ele disse, engolindo o que mastigava.

- Ele volta logo, Sammy. Até lá eu cuido de você.

- Ok.

Sammy continuou comendo seus cereais como se nada mais importasse. Após o café, Dean e Sam foram brincar, uma vez que tinham que ficar trancados no quarto, Dean tinha que colocar toda a sua criatividade em uso para distrair seu irmão. Dessa vez deveria ser fácil, eram férias de verão e o pai disse que voltaria em dois dias, no máximo três. Eles tinham o necessário para durar até lá e manter Sam distraído por três dias não seria difícil.

Os dois brincaram por muito tempo, Dean puxou duas cadeiras para o meio do quarto e estendeu seu lençol por cima delas, fazendo uma barraca. Depois jogou todas as almofadas que pode encontrar lá dentro e ambos foram lá para baixo com os bonequinhos de Sam e a lanterna de Dean. Brincaram de fazer sombras na luz da lanterna, montaram uma guerra com os bonequinhos, trincheiras com as almofadas e, depois de muito tempo, Sam acabou caindo de sono lá mesmo. Dean sorriu ao ver o irmão dormindo e aproveitou a deixa para ir fazer algo para o almoço.

Antes que pudesse acender o fogo, porém, Dean ouviu uma batida na porta e sentiu o sangue gelar. Aproximou-se silenciosamente da arma que o pai deixava com ele para emergências. Ele nunca precisara usá-la, mas fora bem treinado. Segurou firmemente a pistola e se preparou para atirar ao ouvir o ruído de uma chave virando na fechadura.

Dean gelou ao ver a Sra. Willis, a dona do hotel, entrando com um embrulho nas mãos. Na noite anterior ela tinha sido muito gentil e solícita com John e com eles, Dean tinha gostado da velhinha, mas conhecia as regras. "Sem contato com estranhos", o pai sempre falava isso quando os deixava sozinhos. O garoto ficou momentaneamente paralisado com a arma na mão, mas ao ver a expressão horrorizada na cara da mulher rapidamente recuperou o sangue frio e jogou a arma na cama dizendo:

- É de brinquedo!

A mulher parecia desconcertada e desconfiada, mas não comentou nada sobre o assunto.

- Eu... vi o pai de vocês saindo muito cedo, – ela começou – achei que vocês deviam precisar de almoço.

Ela estendeu o embrulho.

- Ah, tudo bem. – disse Dean – Meu pai deixou comida pra gente, não precisa.

Ele foi o mais educado possível, mas não podia aceitar comida de uma estranha.

- Imagine, querido. Eu vou deixar ali na mesa então, está bem? Vocês podem comer agora ou no jantar, assim seu pai não precisará cozinhar quando chegar.

A senhora pousou o embrulho na mesa com um sorriso gentil e, depois de correr os olhos pelo quarto, se dirigiu à porta.

- Chame se precisar de alguma coisa, está bem, querido? – ela disse, preocupada, a Dean que ainda se encontrava parado no mesmo lugar.

Poucos instantes após sair do quarto e fechar a porta ela ouviu o barulho da fechadura sendo trancada. Saiu de lá preocupada, aquela arma não parecia de brinquedo e o medo nos olhos do garoto era genuíno. Além disso, a outra criança estava dormindo de qualquer jeito no chão e havia algo parecido com sal ou açúcar por todo o quarto, perto das janelas e da porta. Ela conversaria com o pai dos garotos quando ele chegasse.

OoOoOoOoOoOoOoOo

A mulher saiu do quarto fechando a porta e Dean correu para trancá-la. Virou-se encostando as costas contra a parede e respirando fundo, tinha que tomar mais cuidado, seu pai o mataria se a dona do hotel descobrisse algo.

Ele realmente não pretendia aceitar a comida da mulher, mas o cheiro estava irresistível. Ele se aproximou da mesa abrindo o pano de prato branco que envolvia dois pratos sobrepostos e revelando a maior tentação que já vira. No prato de louça colorido com florzinhas, uma pequena pilha com os hambúrgueres mais suculentos que ele já vira disputava espaço com rodelas de tomate, batatas fritas e ervilhas verdinhas. Ao lado, havia um saquinho com 2 pães e uns sachês de molho barbecue.

Ele já nem se lembrava mais de quando tinha visto um prato assim. Há muito tempo ele só comia hambúrgueres em sanduíches engordurados nas lanchonetes de beira de estrada.

O cheiro que vinha daquele prato o levava a outro tempo, tempo que ele pensava já ter esquecido. Mas por um momento a lembrança das refeições que a mãe fazia veio à sua memória e ele se decidiu. "Acho que o papai não vai brigar por a gente comer isso", pensou.

- Sammy. – ele chamou delicadamente o irmão. – vem almoçar.

Sam se levantou esfregando os olhos e logo despertou ao sentir o cheiro vindo da mesa e o ronco do seu estômago.

- De, hoje não é Scabbeti'os?! Legal!

Sam avançou nas batatinhas, enquanto Dean preparava os sanduíches e cortava o de Sam em pedaços pequenos. Eles comeram felizes a primeira refeição decente em anos e Dean silenciosamente agradeceu à Sra. Willis.

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N/A: Bom, essa fic na verdade foi idéia da minha mãe que, diga-se de passagem, está escrevendo junto comigo. A inspiração veio de uma fic da sammygirl1963, "Father Lost, Father Gained", quem gosta de Weechester deveria ler (propaganda descarada mesmo eheh). De qualquer maneira é isso, estou com a fic toda na cabeça já, mas ainda estou escrevendo então posso demorar um pouco entre os posts, especialmente por causa da faculdade. De qualquer jeito não devo demorar mais que duas semanas entre um post e outro, no máximo. É isso, vou me calar. =D

Deixem-me saber o que acharam, como sempre, reviews são muito mais do que bem-vindos.