Disclaimer: Harry Potter não me pertence. Sério.

N/A: Fic para o IV Challenge Harry/Pansy do 6v amor!

Trechos retirados da música Slither, do Velvet Revolver


strange tears

Aquelas lágrimas não eram normais.

Eram de raiva. De dor. De traição. Sentia-se traída por si mesma, jamais fora sentimental e sempre mantinha sua aparência impenetrável. Era como se o choro representasse toda a confusão em sua mente, toda a demência de suas ações. Aquele perdão só fazia com que ela se sentisse pior, e ele nunca entenderia. Talvez fosse por o garoto ser gryffindor, talvez fosse por ele ser querido por todos. Talvez fosse por ele não ser Draco Malfoy, talvez fosse por ele ser Harry Potter. Mas machucava, e isso não era algo que se podia mudar.

When you seek me you destroy me

Rape my mind and smell the poppies
Born and bloodied every single time

~x~

Tudo culpa de sua impulsividade.

A garoa, os óculos no chão, o jardim deserto. Pansy não sabia por que seguiu Potter, mas soube muito bem quando pisou nos óculos do garoto.

Um sorriso enviesado dela, uma careta de desgosto dele. Uma piada de mau gosto dela, uma resposta ácida dele. Gargalhadas irônicas. Uma provocação que fez o sangue subir à cabeça da slytherin.

Ouviu-se um estalo.

Nem a morena soube como sua mão foi atingir o rosto do garoto. Ela permaneceu petrificada, com a mão espalmada e levemente adormecida. A bochecha do rapaz estava vermelha, e a marca dos dedos dela ainda estava visível. Ele a fitou, assustado, porém não gritou. Por que ele não saía logo da frente dela?

Harry deu dois passos para trás. Ele parecia tão confuso quanto ela. O que era garoa virou chuva, e em questão de segundos os jardins estavam ensopados, assim como os dois alunos. O olhar dele sustentava o dela, e a tensão era quase palpável.

Malditos instintos.

Ela sabia que tinha passado dos limites daquela vez, e não sabia o que viria a seguir.

Ele sabia que tinha passado dos limites também, e não sabia o que viria a seguir.

Apenas o som das gotas d'água caindo na grama quebrava o silêncio total.

Um trovão. A jovem abaixou a cabeça, e o rapaz deu-lhe as costas. Ambos eram orgulhosos demais para pedir desculpas, mas sentiam-se culpados demais para continuarem a se olhar.

Afastaram-se simultaneamente, voltando para o castelo sem dizer mais nada. Palavras não fariam diferença.

Here, here comes the water
It comes to wash away the sins of you a
nd I
This time you see
Like holy water
It only burns you faster than you'll ever dry
This time with me

~x~

Ele a perdoara novamente. Primeiro pela agressão nos jardins. E, agora, por tentar entregá-lo Àquele-que-não-deve-ser-nomeado. Era um perdão mudo, mas não precisava ser verbalizado. Ela sabia. E ele também.

~x~

Aquelas lágrimas não eram normais. Eram lágrimas de arrependimento contido.


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