Por Leona-EBM
"Antes de tudo eu dedico essa história a minha amiga Ryoko-chan. Eu espero que goste".
Poeira Cósmica
Capítulo I
A Briga
Após intensas batalhas os pilotos gundam resolveram unir-se para trabalhar em nome da paz. Todos sabiam que a paz era muito delicada e que um simples desentendimento era capaz de iniciar uma guerra em países pacifistas. No momento os cinco pilotos viviam dentro de uma nave espacial que ficava a deriva próxima às colônias e ao planeta Terra.
Apenas os cinco pilotos viviam ali, não admitindo trabalhar com nenhuma tripulação. De vez enquanto recebiam a visita de alguns aliados, mas apenas para uma checagem de informações rotineira. A nave não era grande, possuía seis pequenos dormitórios, três banheiros, uma enfermaria, uma sala de descanso e uma pequena cozinha, sem contar obviamente a sala de controle.
Na sala, o ambiente não estava muito agradável naquele momento, uma leve tensão havia sido inserida no ar e todos não sabiam como reagir. Seria fácil virar as costas e ir embora, afinal o problema não era deles mesmo, mas tinham medo que algo ruim acontecesse se deixassem Duo e Heero sozinhos naquela sala.
O olhar assassino de Heero estava deixando todos preocupados com o destino de Maxwell que não estava muito atrás, pois também exibia uma face bastante enraivecida e provavelmente não ia deixar-se levar pela influência que Heero fazia sobre ele nesse momento. Ambos pareciam duas feras prontas para se atacarem. E por qual razão? Ninguém sabia, além de Duo e Heero obviamente.
Trowa estava no meio dos dois pilotos, ele havia sido empurrando literalmente por Quatre para apartar uma futura briga. O moreno não gostava de se intrometer nos assuntos alheios, mas desta vez achou melhor agir ou haveria um cadáver no chão.
- Por que vocês não se acalmam primeiro e depois conversam? – Quatre indagou com uma voz levemente desesperada.
Ninguém disse nada, apenas ignoraram a pergunta do loirinho. Heero deu um passo à frente e depois outro, ficando mais próximo de Duo que fechou suas mãos com força, pronto para golpear o soldado japonês caso ele viesse partir para briga.
- Você não podia ter mexido nas minhas coisas – Heero vociferou – vai pagar com a vida desta vez.
- Eu não mexi, mas também cansei de ouvir você falando que eu fico em cima das coisas que você está fazendo. Se não gosta de mim tudo bem, agora não venha querer me ofender a todo tempo – disse friamente, dando um passo para o lado, tendo um ângulo melhor do corpo do japonês.
- Ah, viu Heero. O Duo disse que não mexeu – disse Quatre, mas foi ignorado novamente.
- Trowa, poderia fazer o favor de sair da frente? – Duo indagou, exibindo um olhar frio e assassino para Trowa. Esse era um semblante novo para todos os pilotos, pois Duo sempre pareceu muito alegre e entusiasmado com tudo, e no momento mostrava a sua face oculta. Talvez esse fosse o verdadeiro Deus da Morte.
- Faça o que quiserem – disse Trowa, dando um passo para o lado, recebendo uma reclamação de Quatre, que começou a encher sua paciência para que voltasse para a posição inicial. Entretanto Trowa o ignorou, cruzando os braços e observando a situação a sua frente. Por ele, não haveria se intrometido desde o começo, mas havia sido levemente pressionado.
Duo sorriu de canto e avançou com passos largos na direção de Heero que já visualizava seu punho de encontro àquela face que tanto lhe irritava. Heero ergueu o braço para golpeá-lo, mas Duo desviou-se com leveza e acertou um soco no estomago do piloto japonês. Heero paralisou por um instante, mas acordou quando sentiu a mão de Duo fechar-se em seus cabelos e depois empurrar sua cabeça na direção de seu joelho que subiu golpeando sua testa.
Quatre e Trowa arregalaram os olhos com os movimentos agressivos de Duo. Heero deu um passo para trás antes que fosse golpeado novamente com aquele joelho e conseguiu se defender do chute que Duo ia lhe desferir no rosto, ele avançou até o americano, conseguindo golpeá-lo e nesse ritmo os dois começaram a se agredir, pegando todo cômodo, derrubando algumas cadeiras e alguns objetos que estavam em cima da mesa.
Os dois espectadores desviavam-se das pernas e braços de Duo e Heero. Ambos não se preocupavam com o ambiente ao seu redor, aparentemente queriam apenas se matar em paz.
A porta de metal abriu-se automaticamente e Wufei entrou na sala assustando-se com o estrago que aqueles dois pilotos estavam fazendo. O chinês ficou mais assustado quando viu o rosto de Heero com sangue, não imaginando que Duo seria capaz de atacar tão fervorosamente o piloto japonês.
- Chega! Parem! – Quatre gritava em vão, pois eles nem sequer pareciam se importar. O loirinho achou melhor intervir ou eles realmente se matariam.
Num golpe de sorte Heero conseguiu derrubar Duo no chão, subindo no colo do americano, sentando-se no seu abdômen para depois começar a sufocá-lo com suas mãos em seu pescoço. Quatre correu até Heero, puxando seu braço para trás com dificuldade, Wufei resolveu ajudar, arrancando Heero de cima de Duo, que voltou a querer avançar no piloto japonês, entretanto, Trowa resolveu sair do seu estado de inércia e segurar o americano.
Duo e Heero ofegavam, havia sido uma briga bem difícil e ninguém saiu vitorioso. O soldado japonês estava com seu supercílio cortado pela joelhada que havia levado no rosto, e sua pele juntamente com a de Duo estava vermelha de tantos socos e chutes que havia levado.
- Chega! – Quatre disse, com um tom de reprovação – e afinal. Duo você mexeu nas coisas dele? – indagou em seguida.
- EU NÃO MEXI! – gritou, sentindo-se indignado com tudo aquilo. Nem mesmo Quatre confiava no que dizia.
- Que coisas? – indagou Wufei, curioso.
- Meu laptop estava destruído no chão da cozinha – Heero vociferou, olhando Duo com mais revolta.
- Fui eu que derrubei, eu ia falar, mas não te achei, tive que sair logo. Perdão – disse Wufei de repente, fazendo Heero arregalar os olhos.
Os pilotos ficaram olhando para o chinês que não mudou seu semblante. Obviamente havia sido um acidente e Wufei não teve tempo de comunicar Heero, pois ele havia saído numa missão e havia acabado de chegar. Um terrível mal entendido.
- Eu não tive tempo de avisar. Eu passei pela cozinha a noite e esbarrei, caiu e eu o coloquei em cima da mesa, mas eu trouxe algumas peças para o conserto – tornou a explicar.
E nesse momento Heero engoliu em seco, ele olhou para Duo que estava soltando-se do abraço de Trowa, pedindo para ser solto com uma certa agressividade.
- E eu entrei na cozinha e esse animal começou a me xingar do nada – gritou, apontando seu dedo na direção de Heero – estúpido selvagem! Não vai me pedir desculpa?
- Não! – disse Heero secamente.
- Então tem algo mais nessa história – Duo resmungou – já sei, não gosta de mim, não é?
- Acertou. E mesmo assim, não quero você rondando as minhas coisas – disse.
- Tudo bem, animal. Eu não olho mais na sua cara se quiser – disse, virando as costas e saindo da sala com passos rápidos, deixando todo mundo mais aliviado.
Heero soltou-se dos braços de Quatre e Wufei e saiu da sala sob o olhar atento de todos.
- Eu não vou brigar – disse Heero, tranqüilizando-os.
Wufei, Trowa e Quatre se olharam assustados. A maior revelação nessa história toda foram às habilidades de combate do americano que parecia ser tão inofensivo e delicado aos olhos dele.
- Heero fez aquele corte por acidente ou Duo o causou? – indagou Wufei, ainda não acreditando no estado que Heero se encontrava.
- Eu pensei que o Duo ia matar o Heero – Quatre comentou – ele o espancou inicialmente. Fiquei assustado.
Trowa abriu a boca para falar alguma coisa, mas não teve tempo de expressar sua opinião. A nave começou a entrar em turbulência de repente, o trio correu até a sala de controle, posicionando-se nos seus lugares, observando que estavam fora de rota.
- Como saiu fora da rota? – indagou Trowa, sem entender.
- Não sei – disse Quatre, analisando os dados da nave, vendo que havia ocorrido um problema nos circuitos internos da nave. Eles tinham que reparar ou não conseguiriam voltar para a rota original nesse estado.
Duo entra rapidamente na sala de controle, indagando o motivo de estarem fora de rota, mas não recebeu resposta, todos pareciam preocupados com a situação. O americano sentou-se no seu assento e começou averiguar os dados.
- Algum meteorito deve ter batido – disse Heero, entrando na sala de controle.
- Temos que fazer reparos imediatamente – disse Wufei.
- Ah, eu vou – disse Duo, levantando-se de sua poltrona.
- Não – disse Quatre- olhe, tem muitos meteoritos lá fora e se um deles te acertar não irá sair vivo.
- Eu já fiz isso antes e não vou ficar esperando que nossa nave fique a deriva no espaço para frente – resmungou, saindo da sala de controle sob o olhar dos outros pilotos.
Momentos mais tarde, todos os pilotos menos Heero que havia ficado na sala de controle, estavam dando instruções para o americano que havia vestido um traje espacial.
- Duo, qualquer coisa puxe a corda – disse Quatre.
Duo entrou em uma cabine e deu um passo à frente, fechando a porta e nesse instante uma outra porta foi aberta dando abertura para o espaço sideral. O americano começou a mover-se até a área onde o dano havia sido feito, olhando com a atenção os fios que foram danificados.
- Cara, que azar – falou para si mesmo, vendo que precisaria de grandes reparos. Duo puxou a corda duas vezes, fazendo Wufei puxá-lo para dentro da nave.
Quando Duo entrou, Quatre voou nele olhando com atenção a face do americano, observando se estava tudo bem com ele. Duo retirou o capacete e deu um passo para o lado, pois Quatre estava tão perto que parecia que ia beijá-lo.
- Precisamos de uma fiação nova – comentou – vou pegar o equipamento e já volto.
Minutos passaram e Duo voltou com uma mala maior, ele arrumou-se e saiu novamente da nave, indo até seu objetivo, começando os reparos que pareciam não acabar nunca mais. Quando mexia num ponto o outro desmanchava. De repente, o americano sentiu algo bater em suas costas, ele olhou para trás e viu que um minúsculo meteorito havia passado de levemente de raspão nele, mas isso já foi o suficiente para sentir seus ossos doerem.
- "Se isso me atingir de verdade... estou frito" – pensou, acelerando os consertos.
E infelizmente não podia se comunicar com ninguém dentro da nave o que lhe deixava solitário naquele enorme vazio. Uma hora havia se passado e a corda começou a ser puxada para dentro da nave, e Duo segurou seus equipamentos para que não se perdessem no espaço.
- Como está a situação? – indagou Trowa – quer ajuda?
- Está feio, mas estou consertando. Não me puxem de repente, eu quase perdi alguns fios – disse – eu vou voltar.
- Duo! – Quatre o chamou rapidamente, vendo que havia um arranham no seu uniforme espacial – seu uniforme está um pouco danificado.
- Ah, sim. Um pequeno meteorito bateu de raspão em mim. E eu estou notando que quanto mais o tempo passa, mais deles aparecem, portanto não quero demorar – disse, colocando seu capacete novamente.
- Não, não e não. Não pode voltar lá – disse o loirinho.
Duo resolveu ignorar o que Quatre dizia. Alguém tinha que fazer esse serviço e ficar fora da nave sem Heero era uma dádiva. Duo voltou para sua posição, vendo que pequenos fragmentos de meteoritos estavam batendo contra ele, mas eram tão minúsculos que não lhe causaram nenhuma dor.
- "Estou quase terminando" – pensou, juntando a fiação e fechando o buraco com duas barras de metal, para reforçar a proteção. Ele parafusou e puxou a corda, esperando uma resposta.
O americano começou a ser puxado para dentro da nave, ele estava tranqüilo, finalmente poderiam voltar para o espaço onde viviam. Os violetas de Duo arregalaram-se de repente ao ver alguma coisa se aproximando, e para sua infelicidade eram mais meteoritos, mas desta vez eram alguns milímetros maiores, mas seriam suficientes para fazer um belo estrago em seu corpo. Duo fechou os olhos quando sentiu o contato daquele lixo espacial batendo contra seu corpo, gemendo alto quando algo maior bateu em seu braço, ele olhou para trás sentindo-se um felizardo por aquele pedaço do tamanho de seu punho não ter batido contra seu tronco ou sua cabeça.
Os pilotos puxaram Duo para dentro da nave, mas desta vez o americano não havia se movido. Eles fecharam a primeira porta e depois abriam a porta interna correndo até o corpo de Duo que não parecia estar muito bem. Eles retiraram o capacete e começaram a dar alguns tapinhas de leve no rosto de Duo.
- Duo, olhe para mim - Trowa pediu, segurando a cabeça de Duo em suas mãos – o que houve?
As pálpebras de Duo abriram-se lentamente, ele havia ficado sem ar, pois alguns meteoritos haviam rasgado parte de sua roupa. Ele abriu a boca e começou a respirar dando atenção a sua respiração, tentando oxigenar seu corpo novamente. Wufei e Quatre se aproximaram vendo que o braço de Duo estava posicionado de um jeito estranho e que havia pequenos buracos em sua roupa.
Trowa pegou o corpo menor no colo e saiu dali, levando Duo até a enfermaria da nave, passando na frente da sala de controle, chamando a atenção de Heero, que resolveu ir ver o que estava acontecendo. Quando Heero chegou à enfermaria, Trowa estava colocando Duo deitado na cama. Quatre e Wufei apareceram logo atrás.
- Vou tirar a roupa dele – disse Quatre, começando a abrir o traje espacial.
- Que atrevido – Duo resmungou baixinho – tem que me cantar primeiro Quatre, pois você tira minha roupa.
- Não fique brincando – disse Quatre, preocupado com o estado do seu amigo, mas não deixou de ficar ruborizado por isso, continuando a despir o americano, descobrindo alguns cortes superficiais em seu corpo.
- Mas como isso aconteceu? – indagou Wufei, aproximando-se.
- Veio um monte de poeira enquanto vocês me puxavam – Duo disse – e meu braço... olhe meu braço, acho que eu quebrei – resmungou, tentando mover seu braço, sentindo um choque imediato.
Heero que estava afastado até agora deu um passo à frente ficando ao lado do americano, olhando para o seu braço, vendo que o osso havia saído do lugar, mas seria fácil arrumar.
- Heero, não seja louco de fazer o que eu estou pensando que você vai fazer – Duo disse de repente, chamando a atenção dos outros pilotos que olharam para Heero, não entendendo o que o piloto japonês ia fazer – eu sei que você está bravo comigo, mas não seja cruel – murmurou.
A mão de Heero pousou no braço machucado de Duo, apalpando sua pele, constatando o que imaginou. Duo havia destroncado seu braço.
- Quatre, tira o Heero de perto de mim – disse, alterando seu tom de voz.
- Por que? – indagou o loirinho sem entender – o Heero não vai brigar com você nesse estado – disse inocentemente.
Duo começou a se remexer na cama, tentando sair dali. Wufei e Trowa se olharam de canto achando melhor ajudar Heero naquela tarefa, Trowa empurrou Quatre para o lado, e com a ajuda de Wufei segurou o tronco e as pernas de Duo.
- O que vão fazer? – indagou Quatre.
- Colocar o osso no lugar – disse Heero.
- Quatre, tire-o de cima de mim – Duo gritou, remexendo – e vocês me soltem. Eu não quero meu osso no lugar. O corpo é meu e eu... ahhhhhhhhhhhh!! – terminou sua frase num grito agonizante. Quatre encolheu-se e desviou seu olhar.
Heero não havia conseguido colocar o osso no lugar na primeira tentativa, ele voltou a apalpar o braço do americano que gritava sem parar, voltando a forçá-lo. Wufei e Trowa estavam se concentrando para não entrarem em crise também, pois sabiam que aquilo realmente doía.
Um "tec" foi ouvido entre os gritos de Duo, Heero finalmente havia conseguido arrumar o braço do americano que ainda gritava e se remexia. Trowa e Wufei perceberam que os movimentos foram cessando e que Duo estava se acalmando. Logo o piloto americano estava com os olhos cheios de lágrimas.
- Pronto, Duo – Quatre disse, aproximando-se do americano com um olhar de pena – agora vamos cuidar desses cortes.
- Ah, por favor. Chega – pediu.
- Temos que tratar logo, Maxwell – Wufei disse, parecendo mais sério. Afinal Duo saiu para ajudar a todos naquela nave e não ia permitir que seu companheiro ficasse com um corpo debilitado daquele jeito.
Com uma gaze e um pouco de álcool eles começaram a limpar os ferimentos, ouvindo alguns palavrões de Duo que se remexia na cama. Ele era pior que uma criança quando cismava que não ia tomar remédio. Heero afastou-se, observando a cena ao longe até que resolveu voltar à sala de controle.
Após enfaixarem todo o peito de Duo, juntamente com seu braço direito, os pilotos lhe deram um calmante na veia e o deixaram descansar.
O trio foi até a sala de controle vendo que Heero já havia mudado a rota da nave para o seu lugar original. Agora Heero estava apenas verificando se havia novos defeitos a serem tratados com urgência.
Quando o trio entrou na sala, Heero sentiu vontade de perguntar pelo americano, mas não o fez, ficando em silêncio, deixando sua curiosidade corroer seu corpo por longos e intermináveis minutos até Quatre resolver falar do estado do americano.
- Será que ele vai ficar bem? – indagou em voz alta.
- Sim, apenas precisa descansar. Felizmente nada atingiu a cabeça dele – disse Wufei – mas eu temo que algo posso ter perfurado e adentrado em seu corpo.
- Será? Será possível? – indagou, levantando-se de sua cadeira, exibindo um olhar desesperador para Wufei, que achou melhor guardar para ele suas argumentações ou faria Quatre entrar em colapso.
- Não, não é possível, senão já estaria morto – mentiu, vendo que a face de Quatre se tranqüilizou.
Trowa apenas olhou para Wufei percebendo que ele havia mentido. Realmente era possível que algum fragmento tenha adentrado no corpo do americano, nesse momento até mesmo Heero começou a se preocupar com a saúde de Duo. Afinal, o americano havia salvado a vida de todos com seu jeito maluco e despreocupado de ser.
- Será que ele cometeu um erro? – indagou, fazendo todos o encararem – tipo, será que ele se afastou muito da nave e encontrou a poeira e se feriu?
- Esse trabalho é suicida, eu mesmo não sei se faria com essa chuva de meteoritos. Entretanto Duo ofereceu-se sem pensar duas vezes, ele decidiu fazer por todos nós, não o critique se ele começou erros ou não. Afinal, ele poderia ter morrido – Wufei disse, acabando com qualquer argumentação de todo mundo. Realmente, apenas uma pessoa maluca para um fazer um trabalho maluco.
- Demoraremos cerca de duas semanas para retornamos a nossa rota original e precisaremos usar as energias e combustíveis extras – disse Heero.
- Felizmente Duo encheu nossa nave com combustível quando ele disse que queria fazer uma odisséia no espaço – Quatre comentou, rindo baixinho – e não é que ele teve razão. Acho que vou agradecer muito a ele quando voltarmos, afinal, ele nos salvou duas vezes.
Todos se lembraram da idéia maluca do americano de fazer uma viagem pelo espaço. Ninguém havia concordado obviamente, mas deixaram Duo sonhar alto trazendo mais combustível para a nave.
E nesse ritmo todos acharam melhor dormir, as horas passavam-se e não havia sol ou lua para avisar se era dia ou noite. Todos usavam um relógio de pulso que apitava de seis em seis horas.
Na enfermaria, Duo acabou acordando de repente e olhou ao seu redor, lembrando-se da dor intensa que sentiu horas atrás. Ele tocou no seu braço vendo que ele estava dolorido, mas em perfeitas condições. Agradeceu mentalmente e se levantou, sentindo seu estômago doer em seguida. Ele caminhou até o banheiro da enfermaria, abrindo a tampa da privava e vomitando em seguida.
O seu vômito escorregou pelo vidro da privava com um pouco de sangue. Duo olhou com atenção, assustando-se. Ele apalpou seu próprio corpo sentindo medo de ter quebrado alguma costela ou coisa do tipo, entretanto, não achou nada errado.
- Talvez tenha sido a batida... – falou baixinho, voltando a sentir ânsia, inclinando-se para frente, vomitando novamente – "ah! Que mal estar" – pensou – "mas não posso contar isso para ninguém ou vão ficar falando que eu não faço nada direito e só encho o saco".
O remédio que Trowa havia injetado em Duo ainda fazia efeito, o americano caminhou até a cama da enfermaria, dormindo novamente por mais seis horas seguidas.
Os pilotos gundam haviam se levantado de suas camas. Quatre foi o primeiro a ir a enfermaria, procurando ver o estado do americano, que ainda estava dormindo.
- Imaginei que estaria aqui – Trowa comentou, entrando no quarto.
- Ele está dormindo faz tempo – disse.
- Isso é bom. Assim ele recupera suas energias – disse baixinho.
- Eu estou entediado – Duo disse de repente, chamando a atenção da dupla. Quatre correu até ele, observando a face de Duo que ainda permanecia com os olhos fechados.
- Como está se sentindo? – indagou o loirinho.
- Com fome – disse – quero chocolate.
- Hum, sabia que ia querer comer besteiras – riu baixinho – consegue se levantar?
- Sim, já levantei quando acordei – revelou, sentando-se na cama, sentindo seu corpo doer, mas não demonstrou, ficando de pé – e eu preciso de roupas, não posso ficar andando de cueca por aí – disse em seguida.
Duo resolveu ir colocar uma roupa, ele foi até seu quarto, vestindo uma calça jeans preta bem justa ao seu corpo e uma camiseta da mesma cor, que chegava na altura de seu quadril. O americano saiu do quarto, indo até a sala, onde havia uma grande mesa de metal redonda, onde todos estavam sentados.
- Não temos chocolate, Duo – Quatre avisou.
- Hummm... que triste – resmungou – eu não posso ficar sem chocolate por muito tempo.
O americano sentou-se na mesa sob o olhar dos seus colegas. Ele começou a se servir, devorando a comida a sua frente. Aos poucos começou a ficar incomodado com todos lhe olhando daquele jeito como se sua cabeça fosse cair para o lado de repente.
- Eu estou bem, parem de ficar me olhando desse jeito – pediu num tom de voz baixo, sentindo-se constrangido.
No entanto um olhar estava surpreendendo Maxwell, o japonês não parava de olhá-lo e nem tentava ser discreto. Duo não entendeu aquilo como um olhar preocupado, mas sim um olhar de reprovação.
- O que foi Heero, por que está me olhando? Não me diga que está preocupado também!
- Apenas estou vendo se não está escondendo nada. Para mim você ainda continua o mesmo idiota – disse Heero secamente.
- Escondendo o que, animal? – indagou, sentindo uma pontada no seu coração.
- Sintomas – disse friamente.
- Isso não tem a ver com sua vida, tem? Então, eu não fico rondando sua vida e você faz o mesmo – comentou.
- Ah, vocês não vão brigar de novo. Já chega! – Quatre disse de repente, fazendo Duo e Heero pararem de se encararem e voltarem a comer em paz – Vocês parecem namorados, que coisa! – comentou no final, chamando a atenção dos outros pilotos para Duo e Heero.
Os dois pilotos ficaram perplexos com o comentário do loirinho, Duo até pensou em argumentar, mas resolveu ficar em silêncio, pois Quatre estava exibindo um mau humor feroz e não seria bom provocá-lo. O loirinho ficava totalmente modificado quando ficava realmente bravo.
Eles terminaram seu café e cada um foi para seu canto, procurando alguma coisa para fazer. Duo foi para seu quarto, ele não estava sentindo-se muito bem e não queria cruzar com Heero no corredor.
O americano estava lendo um livro qualquer, quando a porta do seu quarto abre automaticamente. Heero entrou no quarto e fechou a porta.
- O que você quer? – indagou, ficando na defensiva.
- Desculpar-me com você – disse – eu não fui racional. É que você vive mexendo nas minhas coisas, então pensei que havia sido você. Espero que possa me desculpar.
Os olhos de Duo arregalaram-se por um minuto. Ele não tinha como negar aquele pedido, na verdade havia ficado muito feliz por Heero ter tido aquela atitude. Um sorriso alegre desenha-se nos lábios de Duo de repente, encantando Heero que sorriu de canto também.
- Tudo bem. Amigos? – indagou, estendendo sua mão para o piloto japonês. Heero aproximou-se a apertou a mão de Duo levemente.
- Amigos – disse, afastando-se em seguida.
- Eu vou parar de ficar zanzando atrás de você – Duo murmurou.
- Você... não precisa se afastar, apenas... não fique... tão em cima – pediu, sentindo dificuldade em se expressar.
- Entendi o recado – disse.
- E como você está se sentindo?
- Ah, bom... eu estou bem – disse, evitando demonstrar em sua face a dor que estava sentindo.
- Ok. Se precisar de ajuda, não hesite em me chamar – disse, saindo do quarto.
Duo jogou seu tronco para trás, fechando os olhos com força. Ele passou sua mão pelo seu abdômen sentindo-se estranho por um momento. No fundo estava pensando se realmente deveria avisar seus amigos que não estava sentindo-se bem. Mas o que eles poderiam fazer? Não havia médicos e nem produtos realmente eficientes para ajudá-lo naquele lugar. Apenas causaria pânico em seus companheiros.
OoO
Continua...
Eu espero que tenham gostado dessa história e logo aviso que essa fanfiction é como se fosse a revolta dos "ukes", pois será 2x1 e 4x3.
O que será que aconteceu com o nosso querido americano? Hum... Mistério. Será que ele ficou grávido com a poeira cósmica? Hahahaha...
Eu espero receber comentários sobre a história, pois ajudam muito e incentivam. Obrigada a todos que leram.
E principalmente a minha amiga Ryoko-chan, eu espero que tenha gostado desse pequeno conto. Te adoro!
4/9/2008
Por Leona-EBM
