Incomum
Teddy Lupin era um garoto incomum com um dom incomum.
Quando nasceu, ele não conhecia muito sobre as cores, mas elas já eram parte dele. Um garoto que possuía o dom de tomar para si as cores, transformando-as de maneira peculiar.
Ruivo. Loiro. Castanho. Na medida em que foi crescendo e vendo coisas novas – e conseqüentemente cores novas -, as comuns começaram a cansá-lo. Era um garoto incomum, por isso, precisava de cores incomuns.
Victoire Weasley era uma menina incomum. Sempre fora associada a uma cor particularmente bela e peculiar, o dourado. Mas ela acreditava que não havia menina mais ordinária que ela e invejava a habilidade de Teddy de captar a essência das cores em si.
Em sua festa de três anos de idade, ela viu Teddy com os cabelos bem penteados completamente esverdeados. Eles combinavam perfeitamente com a camisa branca e os shorts verde-escuros que o menino usava na ocasião. Peculiar, mas não esquisito.
Naquela ocasião, só por implicância e inveja, Victoire chamou Teddy de menino arco-íris. O menino não entendeu e ela não explicou, se retirou com o nariz empinado para cumprimentar seus tios que acabavam de chegar.
Teddy deu de ombros. Achava, então, que a menina o odiava. Aproximou-se do padrinho para perguntar-lhe o que significava a comparação.
- Menino arco-íris? – Perguntou Harry Potter pegando a varinha, - um arco-íris é o que acontece quando chove e faz sol ao mesmo tempo. Aguamenti. Isso é o arco-íris, - disse ele apontando para o conjunto de cores que se formava onde o jato d'água cruzava com os raios do Sol.
- Mas é lindo! – Disse Teddy, maravilhado.
- Teddy, nós sempre associamos as pessoas a uma cor. Mas você é um arco-íris, você é todas as cores.
Teddy sorriu. Estava confuso, porque Victoire não parecia elogiar ele quando o chamara de menino arco-íris.
Anos depois, Teddy ouviu o apelido de novo da mesma boca que o produzira pela primeira vez. Victoire sorriu quando passou os dedos nos cabelos azuis do rapaz de dezenove anos que Teddy Lupin se tornara.
- Você é o meu menino arco-íris.
Então, Teddy soube que era realmente um elogio, mesmo daquela primeira vez.