Uma noite diferente.

Em mais uma noite na Soul Society, mas precisamente no 10º esquadrão, o capitão Hitsugaya Toushirou trabalhava assiduamente, revisando documentos e fazendo relatórios, a maior parte era trabalho da sua subordinada Matsumoto Rangiku, que sumiu misteriosamente após ouvir as palavras "Trabalho" e "agora". Não que o capitão se sentisse incomodado, já estava acostumado ao típico comportamento de sua sub-capitã. Já era relativamente tarde e os olhos do garoto começaram a pesar, ainda havia muito trabalho a ser feito.

Matsumoto voltava de mais uma de suas noitadas, escapando do trabalho ela havia saído pra beber, voltando ao quartel altas horas da madrugada. Percebeu que a luz ainda estava acesa e a porta entreaberta. Resolveu espiar o que se passava e deparou-se com o seu taichou dormindo sobre uma pilha de papeis, sua expressão não mudara, ele continuava com aquele rosto sério e cenho franzido. Sensibilizada pela cena ela vai até um pequeno armário e retira de lá um fino cobertor, colocando sobre os ombros do garoto. Inconscientemente começa a roçar as pontas de seus dedos no rosto dele numa espécie de carícia.

Ainda sonolento, Hitsugaya sente algo macio e delicado tocando seu rosto, aos poucos abre seus olhos se deparando com a ruiva ao seu lado.

-Ma-Matsumoto? O que está fazendo? –disse ainda sonolento, esfregando um dos olhos.

-É que você parecia tão bonitinho aí dormindo, que eu não resisti. –terminou a frase com um sorriso divertido, para logo em seguida abraçá-lo e esmagar sua cabeça entre seus vales. –Tão fofo!

-Hey, mais respeito, ainda sou seu capitão! –exclamou.

-Ah, não seja chato, por que não esquece o trabalho e relaxa um pouquinho? –piscou um dos olhos, estava claro que ela estava levemente alcoolizada.

-Humpf. –ele bufou. –se tem tanta disposição pra brincar por que não trabalha um pouco?

-Você parece tão tenso. –ignorou-o –que tal uma massagem?

Ela se posicionou atrás dele e começou a massagear seus ombros. Ele estava relutante no inicio, mas percebeu que aquilo não era tão ruim. Fechou os olhos, relaxando com os toques da sua sub-capitã. Ela se aproximou sussurrando em seu ouvido.

-Você não esta mais tão sério agora. –e logo em seguida mordeu-lhe o lóbulo.

-O-o que está fazendo, Matsumoto? –ele havia ruborizado pelo gesto.

Em um movimento brusco e repentino ela virou a cadeira para que ambos ficassem de frente e sem esperar uma reação dele tomou-lhe os lábios de forma impulsiva, aproveitando o fato de ele estar com os lábios entreabertos pela surpresa. Meio que instintivamente ele acaba correspondendo, mesmo sendo um pouco inexperiente nesses assuntos.

Afastaram-se um pouco ofegantes devido o momento, ambos corados, Matsumoto pelo álcool e Hitsugaya pelo constrangimento. Apesar dos apesares, aquele beijo não tinha sido ruim, na opinião do baixinho, mas claro que ele negaria até a morte se algum dia lhe perguntassem sobre esse incidente.

-Matsumoto... Ainda temos trabalho a fazer. –mas quando ele olhou na direção dela ela já tinha fugido e a porta estava entre aberta. – Sobrou tudo pra mim... de novo. –suspirou, não conseguiria ficar frustrado, não depois de um beijo daqueles.