Disclaimer: Naruto não me pertence, caso seus personagem fossem meus todos passariam noites infinitas na mais pura orgia. Haruno Sakura não existiria. E Asuma não teria morrido. (uma escolha infeliz de Kishimoto)
Sumário:Eles se conheceram há muito tempo, quando Konan ainda era uma criança que vivia em um mundo de tortura e inferno. Pain a salvou, mas não por ser um herói verdade ele era só mais um assassino. (U.A)
Rate: M, - por palavreado chulo ou considerado impróprio além das cenas picantes. Sendo mais direta... DA PUTARIA
Legenda:
Na rua Takahashi no subúrbio de Tókio – Narração normal
-Veja Pain todo o dinheiro que conseguimos hoje - Fala normal
"Pain era o início do meu mundo" – Narração de Konan
- Eu não quero saber!Chega!Estou cansada de tudo isso. - Voz no telefone
OoOoOoOoOoOoOoO – Mudança de tempo e espaço
"Akai Tenshi" é o prêmio de Keiko pelo desafio do fic "A princesinha".
X
Akai Tenshi
Por Pink Ringo
Capítulo I – O choro de uma criança
Música: Daddy's girl – Scorpions
"Eu sempre soube que ELE era um homem rotulado como perigoso diante da sociedade. O tipo que ao se encarar os olhos era possível visualizar a morte, contudo, comigo era diferente. Eu só conseguia ver o paraíso. Pain era o início do meu mundo. Era TODO o meu mundo."
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No subúrbio de Tóquio, em uma minúscula casa amarela de esquina, quando o relógio apontava para meia noite o inferno começava.
O homem de quarenta anos com aparência maltrapilha entrava na casa brusco fazendo o máximo de barulho que conseguia querendo acordar as outras moradoras. O forte cheiro de álcool impregnava seu corpo exalando o azedo odor pelos poros. Os olhos esbugalhados com um nítido vermelho deixava os vestígios de que mais uma noite tinha se drogado.
Capengando subiu até o quarto da filha. Encolhida em um canto encostada na parede entre os braços da mãe, Konan arrepiava-se de pavor, as lágrimas livremente lhe escorria na face. Iria acontecer, um pesadelo que já fazia parte da rotina.
-Konan, venha até o papai. - ordenou manso e malicioso enquanto sentava na cama da filha tentando buscar apoio para não cair no chão.
-Não chegue perto da minha filha! - gritou a desesperada mulher apertando a garotinha entre seus braços com mais força. Tentava protegê-la em vão.
-Cala boca vagabunda!
A calma antes expressada desapareceu deixando a fúria transbordar as atitudes daquele homem. Atroz levantou-se da cama e arrancou a menininha dos braços da mulher que lutava para impedir que o crime novamente fosse executado contra a criança.
-Não deixa ele fazer aquilo comigo mamãe. Me salva!- gritava a criança de onze anos que a todo custo tentava se livrar das mãos pegajosas do pai.
A mãe da menina avançou sobre o marido desesperada para livrar sua inocente filha das garras do monstro com quem viviam por falta de opção, contudo apenas levou uma surra que lhe custou a fratura de algumas costelas e membros ao ser jogada da escada. Rolou três seqüências de degraus caindo no chão inconsciente.
A pequena Konan não tinha mais quem lhe protegesse, era apenas ela e seu molestador.
-Agora estamos só eu e você!
Jogando a menina contra a cama o drogado tirava as roupas desajeitado esperando que Konan fizesse o mesmo.
-Não faça isso papai!- suplicou a menina com lágrimas nos olhos.
Ele fez!
Sem arrependimentos ou repulsa por seu ato de submeter à criança ao seu apetite sexual. Era um crime, estupro, pedofilia e incesto. Pecados imperdoáveis para alma.
OoOoOoOoOoOoOoOoOoOoOoO
Sentada na calçada em frente á própria casa Konan olhava o pôr-do-sol, eram os últimos momentos de paz antes que a noite chegasse e o terror viesse. Queria poder fugir para longe, para um local onde jamais pudesse ser encontrada.
Naquela noite não teria a mãe para retardar á violência. Presa em uma cama de hospital com costelas e membros quebrados á figura materna se recuperava deixando a menininha de onze anos a mercê do homem sem escrúpulos com quem dividiam a casa.
Suspirou ao admirar o céu alaranjado. O término de um dia, o início de uma aterrorizante noite.
As vozes masculinas que se aproximavam tiraram à criança de seus pensamentos dramáticos. Olhou para frente vendo três vultos. Eram rapazes alguns anos mais velhos, altos e fortes em pleno vigor da adolescência. Todos usavam roupas pretas, contudo eram bem diferentes fisicamente e no estilo de se vestirem.
O rapaz da esquerda tinha um sorriso malicioso nos lábios, falava muitos palavrões e os cabelos penteado para trás com gel, sua blusa estava aberta mostrando os músculos trabalhado do peitoral forte e uma corrente de crucifixo prata. Ele parecia discutir com os dois companheiros.
-Todo esse dinheiro só para matar um político filho da puta. - disse Hidan passando as mãos nos cabelos nervosamente – Creio que Deus prefira que matemos por um bem maior do que pela porra desse dinheiro.
-Você tem a mente pequena. Sempre achei que era um desperdiço recrutar alguém tão sem ambição como você. - comentou Kakuzu contando o dinheiro com adoração.
Quem contava o dinheiro era o rapaz da esquerda. Sua pele morena era um contraste com os miúdos olhos verdes. Suas características físicas denunciava ser o mais velho, seu modo de falar era polido e usava roupas mais sofisticadas deixando claro que ele estava no subúrbio apenas de passagem.
-Ahhhhh riquinho de merda quando eu tiver a oportunidade vou te açoitar no meio de uma igreja para pagar por seus pecados - mostrando o dedo do meio Hidan completou a frase com uma gargalhada malvada deixando claro que o que disse não era uma brincadeira, tão pouco uma ameaça, se tivesse a oportunidade faria exatamente o que disse.
-Calem a boca vocês dois. - Pain disse com a voz baixa e intimidadora.
O rapaz do meio foi o que mais chamou a atenção de Konan que não conseguia tirar os olhinhos azuis da imagem que se aproximava. Os cabelos laranja e descoloridos estavam arrepiados para cima, a pele pálida do nariz era repleta de pircings, os olhos intimidadores mostravam claramente que ele era o líder. Usava um longo sobretudo que balançava com seu andar imponente.
-Certo!- disse Hidan dando de ombros.
Konan tinha uma idéia de quem eram os três jovens. No subúrbio os boatos sobre uma gangue chamada Akatsuki formada por adolescente ganhava força a cada dia. Matadores de aluguel, jovens e perigosos. A polícia havia colocado recompensas grandes por suas cabeças, queriam os rapazes vivos ou mortos ninguém, no entanto parecia querer entrar no caminho. Ser inimigo da Akatsuki era o mesmo que ser sentenciado a morte. O líder estava recrutando novos integrantes, não importava a idade bastava ter talento para matar.
Pararam ao notarem o olhar infantil sobre eles. Konan, no entanto não sentia medo com a súbita atenção, pelo contrário estava interessada na presença perigosa daqueles três perto de si. Podia morrer, sabia disso, mas deixar aquele mundo parecia muito convidativo. - Paz eterna soava muito bonito.
-Hey piveta o que 'tá olhando, quer morrer?- ameaçou Hidan passando a língua nos lábios maliciosamente. Gostava de matar, só de imaginar o sangue escorrendo de suas vítimas a adrenalina em seu corpo corria rapidamente por suas veias.
-Talvez! - respondeu a menininha piscando os olhos azuis pensativa.
-Hein?- Hidan pensou não ter ouvido direito o que lhe fora dito em resposta.
Kakuzo havia perdido o interesse e voltou a contar o dinheiro em suas mãos. Pain por outro lado olhou a garotinha sentada na calçada com mais atenção. Os olhos azuis da criança vidrados nele pedia uma silenciosa ajuda, ela o mirava como se ele fosse seu salvador.
Levantando-se do chão Konan bateu a sujeira da roupa, olhou para o líder dos jovens assassinos ignorando completamente os outros dois - deixando Hidan irritado com a falta de atenção – então perguntou com o único objetivo de naquela noite não precisar ter medo de entrar em casa.
-Quanto cobra pelos seus serviços?
Com a pergunta da menina Kakuzo voltou a atenção para ela imaginando quem uma criança daquele tamanho tinha vontade de matar. Hidan caiu na gargalhada achando a coragem de Konan em se dirigir a eles como se estivesse fechando um negócio engraçada.
-Uma quantia na qual você não pode pagar. - Pain cruzou os braços frente ao peito e disse com sua voz grave.
-Posso pagar de outra forma que não seja dinheiro.
-O que uma piveta de oito anos...- antes que Hidan continuasse Konan o interrompeu.
-Onze.
-Arg, que seja! O que uma menininha de onze anos tem a oferecer?
-Sei que encontrarão uma utilidade para mim.- a voz da menina era firme tentando convencê-los a trocar o serviços deles pelo dela.
Seja lá quem fosse à pessoa que a criança queria matar devia estar lhe causando um mal quase impossível dela ter vontade de viver ou Konan não estaria ali se expondo ao perigo conversando com assassinos que pouco se importavam com a vida dela. Se os aborrecesse por menor que fosse eles a matariam sem arrependimentos.
-Precisamos de alguém que limpe e cozinhe na sede. - disse Kakuzo guardando o dinheiro no bolso de dentro do terno.
-E você quer que uma piveta faça isso?Arg, prefiro uma mulher bem gostosa, com roupa curtinha e de preferência loira. - disse Hidan olhando com desprezo para Konan.
-Precisamos de uma emprega e não de uma puta. Além disso, a garota fará o serviço de graça em troca do favor e uma puta além de cobrar a faxina cobraria as horas em que trasasse com você. - balançando a cabeça negativamente Kazuko completou – Um desperdiço de dinheiro.
-Seu viado, você e seu maldito dinheiro.
Kakuzo e Hidan voltaram a discutir e ameaçarem-se ficando alheios à troca de olhares entre o líder e a garotinha. Os gritos dos dois podiam ser ouvidos da esquina o que fazia com que as pessoas dessem a volta com medo de passar pela mesma rua que os perigosos rapazes.
A esperança de Konan aumentou e Pain continuava com a expressão indiferente no semblante não demonstrando sua opinião quanto à troca de favores. Olhou com intensidade os olhos claros da garotinha não se surpreendendo com a sombra escura que encontrou em um olhar que deveria ser inocente e infantil. Pelo contrário, os olhos de Konan exalavam ódio e rancor, sentimentos na qual Pain era esperto o suficiente para entender o que estava acontecendo, os motivos que a levavam querer cometer um crime. Depois de alguns minutos a voz grave e autoritária do rapaz repleto de pircings deu o veredicto.
-Quem é a pessoa que devemos matar?
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Os olhos de Pain brilhavam de satisfação ao admirar o sangue que escorria do cadáver no chão. Não tinha remorsos de ter matado o infeliz que todas as noites violentava a própria filha. Tão pouco acreditava na existência do céu ou no inferno para temer que seus atos o levassem a condenação divina. Se realmente existisse Deus, o mundo não teria humanos animalescos que abusavam da própria prole. Se houvesse anjos que eliminassem demônios Pain não deveria existir, pois atualmente ele era visto pela sociedade como o próprio Diabo.
Konan estava encostada contra a parede, o rosto sem expressão olhando o corpo inerte do pai. Por mais esperança que tivesse não pensou que os jovens assassinos fossem realmente aceitar a proposta de troca de favores que sugeriu. Ouviu cada grito do pai sendo torturado, as risadas cruéis de Hidan que se divertia com a dor alheia. Kakuzu sentado na cama contando o dinheiro friamente, às vezes, quando perdia a conta mandava com aborrecimento o companheiro sádico torturar a vítima sem fazer barulho. Irritado de não ser atendido em um simples pedido de diminuição de gritos, o mercenário rapaz se levantou da cama e enfiou um par de meias que encontrou no chão goela a abaixo do estuprador voltando em seguida a contar o dinheiro ignorando por completo o sangue que espirrava a cada novo corte que Hidan fazia sobre a pele da vítima. Pain observava tudo ao lado da menininha que tampava a boca tentando abafar uma exclamação de nojo e horror.
Por mais que tivesse desejado que aquele homem que um dia chamou de pai morresse, não imaginou que seria obrigada a ver a cena, tão pouco que seria uma imagem repleta de carnificina. O golpe final foi dado pelo líder. Pain antes de cortar a garganta do homem obrigou-o a pedir desculpas a Konan. Não deu tempo da garotinha assentir : "Sim, te perdoou!", segundos depois do pai ter implorado seu perdão em meio as lágrimas e gemidos dolorosos a carne do pescoço foi cortada com agressividade. Estava apavorada com a cena brutal.
Pensando melhor, analisando com mais atenção os três rapazes no quarto começava a temê-los. Será que estaria mais segura estando com eles do que com o pai? Não tinha resposta para a pergunta.
-Bah, podíamos tê-lo feito gritar mais. – resmungou Hidan coçando o próprio pescoço em descaso. – O que fazemos com o corpo?
-Deixe ai para apodrecer. – ordenou Pain desviando a atenção do cadáver para a menina encolhida na parede. Ela parecia não notar que chorava, embora estivesse evidente as lágrimas escorrendo no rosto delicado.
-Vamos embora. Aqui fede! – disse Kakuzu impaciente, guardando o dinheiro no bolso interno do terno – Eu ainda tenho que buscar o dinheiro que deixei guardado na sede.
Sentiu-se pequena e frágil quando os três assassinos a fitaram. Esperavam ela se levantar e segui-los, eles haviam cumprido a parte do trato e esperavam que Konan cumprisse a dela. Agora pertencia a eles, sua liberdade dependida do quanto custava o serviços que ela havia pedido – e agora se arrependia – provavelmente passaria anos, ou talvez a vida toda os servindo.
-O que está esperando para se levantar garota? – era a voz de Pain. No mesmo instante que o ouviu, Konan saiu do torpor que a prendia no chão encostada á parede encolhida. Levantou a cabeça para olhar o rapaz de cabelos laranja que estava perigosamente perto. – A partir de hoje você tem uma divida conosco. É nossa escrava até que a libertemos.
Saíra de uma prisão de terror para entrar em outra muito mais sangrenta e mortal.
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Em um labirinto de casas, na região mais escura e afastada do subúrbio, a organização de assassinos Akatsuki tinha instalado sua sede, um dojo abandonado na qual era raro ainda existir em Tóquio, principalmente em um lugar como aquele. A madeira da construção era escura levemente descascada deixando claro que o dojo era muito mais velho do que os atuais habitantes dele. - devia ter mais de cinqüenta anos - Ao entrar no local a visão era desoladora. Não tinha muito, em toda a construção havia apenas dois futons desarrumados e cheirando a mofo – já que Kakuzu não morava ali – e uma mesinha de centro onde as refeições eram feitas. Havia teias de aranhas e muito pó por toda a extensão, limpar aquele lugar levaria pelo menos dois dias até que pudesse ser considerado residual.
Segurava sua trouxa de roupa contra o peito olhando atenta para todo o local com certa repugnância. Era muito sujo e jurou ver um rato correr de um cômodo para outro. Konan analisou a sua volta, não tinha onde dormir provavelmente a colocaria no chão. - o que a fez tremer ao pensar que podia acordar com o asqueroso roedor ao seu lado.
O mais velho foi até um dos futons empurrando-o com o pé. Hidan soltou um palavrão e exclamou "Tenha cuidado com a minha cama seu filho da puta." ao olhar a infâmia contra seu leito. Em baixo do colchão tinha uma madeira solta na qual Kakuzu a retirou expondo uma boa quantidade de dinheiro escondido em baixo dela. Pegou tudo e colocou em uma maleta de couro elegante que segurava.
-Eu volto amanhã com a contagem do dinheiro. Precisa que eu abra conta em quantos bancos Pain?
-Por enquanto apenas em três.
Depois de obter a resposta que queria o mercenário rapaz saiu do dojo. Estava claro que Kakuzu era rico, só estava naquela vida de crimes por que gostava de dinheiro e através de delitos as notas de ienes e dólares vinham mais fáceis.
- Arg, maldito seja Kakuzu – reclamou Hidan arrumando seu futon.- Juro que vou mata-lo na primeira oportunidade. Riquinho de merda!
-Hidan, temos uma garota em casa agora, controle seu vocabulário. – alertou Pain olhando de esguelha para a menininha que parecia assustada.
Hidan reclamou alguma coisa qualquer e puxou seu futon para longe encostando-o na parede. Parecia revoltado em ter que controlar o que falava apenas por causa da nova empregada que não passava de uma garotinha de onze anos sem nenhuma curva ou peito.
No mesmo instante em que se deitou Hidan começou a roncar indicando um sono pesado. Konan não de moveu. Ainda não sabia onde iria dormir. O líder como se entendesse o que a menina pensava disse enquanto se acomodava na porta do dojo olhando o jardim maltratado dos fundos.
-Durma no futon que sobrou.
-Se eu dormir nele, o sr ficará sem cama.
-Não tenho sono. - disse permanecendo absorto em admirar a paisagem.
Relutante a garota colocou sua trouxinha no chão e deitou-se no futon cobrindo-se por inteira deixado apenas os olhinhos para fora admirando o perfil chamativo e bonito do perigoso rapaz. Ele era... Indescritível! Não conseguia encontrar uma palavra certa para descrevê-lo, mas a única que lhe veio em mente foi rotulá-lo como divino embora soubesse que Pain não passava de um pecador.
-Você estará protegida aqui. - sua voz indolente lhe dizia como se quisesse acalmá-la. – Durma tranqüila, eu estarei aqui para velar por seu sono.
Irônico que as palavras de um assassino a acalmou com tanta facilidade. Embora estivesse com as pálpebras doendo de sono tinha medo de dormir, sempre era atormentada por pesadelos, ou pela violação do pai na qual agora estava livre graças a Pain.
Seria possível que aquele rapaz de cabelos laranjas que todos temiam como se fosse o demônio na verdade fosse um anjo da guarda disfarçado? Não importava se ele era uma ameaça à sociedade ou não, de nada significava se era um rapaz bom ou ruim, a menina socorrida ignorava o fato que ele carregava uma arma pronto para matar por dinheiro ou por satisfação. O medo inicial que nutriu pelo assassino se dissipou, o terror e o asco foram deixados no quarto onde o crime ocorrera, a imagem sanguinária do cadáver do pai não mais lhe atormentava, estava virando uma página de sua infeliz vida, deixando de lado os dias de terror. – Sentia apenas falta da mãe que ao voltar do hospital veria o marido morto e a filha desaparecida, mas nada que Konan podia fazer. Tinha dado sua palavra em um acordo e agora era a escrava daqueles que lhe deram a liberdade. Um pensamento um tanto antagônico.
Olhando o perfil distante e sério de seu anjo rebelde Konan teve certeza : Queria estar ao lado dele até quando a morte decidisse levá-la, mesmo depois de morrer imaginava que estaria para sempre presa a Pain, uma vez que ele se tornaram em poucas horas a pessoa mais importante de sua existência.
Ele era seu Herói, graças a Pain ela tinha vontade de viver novamente.
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Passaram-se três meses desde que foi considerada desaparecida pelas autoridades. O assassinato cruel em uma casa de família no subúrbio de Tóquio foi notícia por duas semanas e a criança de onze anos que misteriosamente não teve o corpo encontrado foi esquecida depois de certo tempo. Meninas pobres nunca eram levadas muito em consideração, exatamente por isso Konan não era mais procurada pela polícia , tornara-se apenas uma lembranças para a mãe que resolveu mudar de cidade com o intuito de esquecer o inferno que havia vivido.
Durante os três meses viveu no dojo abandonado com a proibição de sair para a rua. Embora a Akastuki fosse temida não queriam ser apontados como autores de um assassinato tão ignóbil como o do pai estuprador. A organização de assassinos tinha prazer em ser reconhecida por mortes notáveis como a do mês passado onde Pain fez questão de pessoalmente eliminar um político do partido oposto ao do comprador dos serviços. – Era interessante notar que a cliente-la era em sua maioria pessoas de alto poder aquisitivo e de imagem pública, assim como os encomendados para a morte.
Foram dois dias de limpeza árdua para que o dojo parecesse mais limpo, e claro que a maioria a freqüentar o local ser homem apenas piorava. Eram tão bagunceiros e porcalhões. Para o desgosto de Konan que teria o serviço dobrado naquela tarde mais três rapazes ,novos integrantes da gangue, iam se mudar para lá.
Estava varrendo o assoalho onde mais três futons foram colocados quando Hidan entrou no recinto comendo deixando os farelos cair sujando o chão que a menina havia acabado de limpar. Konan olhou de lado para o mais velho, soltou uma exclamação irritada e apontou com a vassoura para as migalhas.
-Eu acabei de limpar seu bastardo. – o vocabulário de Konan também havia evoluído. Passou de algo infantil para um tom mais petulante repleto de palavras grosseiras, o responsável pela mudança era Hidan.
-Limpe de novo! – disse ele dando de ombros arrastando as botas sujas no chão limpo.
Era sempre assim, e com o tempo as discussões iam apenas se tornando mais rotineira. No início Konan tinha medo de revidar, Hidan vivia ameaçando dar as vísceras dela aos corvos – ele não teve a felicidade de fazer isso com ela, contudo fez com uma de suas vítimas em mais um fetiche grotesco e sádico – até que a menina perdeu a paciência e decidiu começar a revidar, talvez sua cabeça fosse arrancada se não tivesse Pain para dizer em sua voz de líder: "Não toque nela idiota ou eu arranco a SUA cabeça." Com a proteção do líder Konan ficou mais abusada aproveitava-se de sua proteção para revidar fisicamente as ofensas do sádico assassino.
Hidan virou-se de costas ignorando a presença da "empregada" – ainda estava inconformado de não terem uma loira gostosa para limpar a casa - O rosto de Konan corou violentamente de raiva, segurou a vassoura com força e a ergueu com a intenção de acertar bem no meio da cabeça daquele infeliz. Aquele cretino merecia uma surra!
-Konan, largue a vassoura, precisamos de Hidan consciente para a reunião. - Pain adentrou o recinto subitamente. Hidan virou-se e fuzilou a menina que ainda tinha a vassoura erguida com o olhar, Konan apenas lhe mostrou a língua em deboche. – Bata nele depois!
Como sempre Pain sempre ficava do lado dela. Dizendo um animado "Hai Pain-sama!" Konan saiu do recinto cantarolando, precisava preparar o jantar logo, tinha que fazer comida em dobro naquela noite.
-Você mima de mais essa pivete abusada. – disse Hidan controlando o vocabulário. O líder não gostava que chamasse a Konan de "vaquinha" mirim.
-Temos uma reunião e assuntos mais importantes para tratar. Os novos integrantes da Akatsuki chegaram.
-Bando de viados brochas. – resmungou Hidan irritado seguindo o líder até a ala de reunião.
Em uma mesa retangular já estavam sentados quatro rapazes, todos com olhos de brilho perigosos. Pain se sentou na ponta, como líder era seu lugar por direito. Hidan sentou-se do lado direito da mesa perto de Kakuzu que acariciava em seus dedos ambiciosos e mercenários um punhado de dinheiro. - usava o mesmo terno caríssimo cinza risca de giz, a aparência impecável de burguês denunciava que freqüentava a elite da sociedade estando no mundo do crime por simpatia. – Do lado esquerdo da mesa três novos rostos que a partir daquele momento faziam parte da Organização Akatsuki de assassinos profissionais.
O ruivo chamado Sasori tinha um rosto infantil apesar de seus dezoito anos. Seu peculiar sorrisinho era doentio e os boatos de que ele tirava a pele de suas vítimas para dar "vida" às marionetes artesanais apenas incrementavam a idéia de que ele era um lunático. As más línguas diziam que o desequilíbrio do rapaz surgiu depois que seus pais foram brutalmente assassinados em sua frente quando tinha dez anos. Mesmo sendo um louco, sua eficiência para matar era perfeita, parecia até mesmo que o ruivo tinha nascido para aquele propósito: Tirar vidas! – embora quisesse criar outras com suas marionetes de madeira.
O segundo rapaz tinha uma aparência andrógena, os cabelos loiros longos apenas reforçavam a idéia de que ele se assemelhava a uma menina. Deidara fora convidado para entrar no grupo devido a sua habilidade em produzir bombas de pequena e média potencia – aprendeu com o avô um antigo soldado nazista alemão que foi para o Japão fugindo da sentença quando a Alemanha perdeu a segunda guerra mundial – Era tão explosivo como suas criações, o o que premeditava os assassinatos que cometia.
Dos três, no entanto, o mais interessante era o belo moreno Uchiha Itachi, conhecido por ter matado toda a família deixando apenas o irmão caçula vivo por motivos desconhecidos. A família Uchiha era conhecida pela índole impecável, à maioria era policial ou segurança particular de figuras importantes, isso até a tragédia onde Itachi por nada aparente resolveu dizimar os que carregavam o mesmo sangue que ele. Pain era o único que sabia dos reais motivos da chacina e mantinha segredo dos fatos.
Um minuto de silencio onde os olhos perigosos se encaravam até que o líder começou o discurso de "boas vindas" em um tom áspero deixando claro que ali quem mandava era ele e os outros não eram nada mais do que subordinados.
-Entrar na Akatsuki foi uma decisão sem volta, quem entra para a organização não tem o direito de abandoná-la. A abdicação será paga com a vida.
Ninguém respondeu ou concordou, mantinham-se sérios e imparciais – tirando Hidan que esboçava um cretino sorriso sanguinário – sabiam quando resolveram aceitar entrar para a Akastuki que o caminho seria apenas de ida. Mas nenhum dos novos integrantes se preocupava com aquele fato, eles apenas queriam conseguir dinheiro, de ter o nome reconhecido de alguma forma mesmo que fosse por uma sujeira grotesca como fazer parte da melhor quadrilha de assassinos. Tirar vidas não era problema, esse detalhe era o que menos importava.
- Como estamos todos de acordo. – disse Pain tirando do bolso um maço de cigarros. Colocou na boca dando uma forte tragada, soltou a fumaça pelas narinas e pousou o fumo no canto da boca antes de murmurar. – Vamos aos negócios. Temos duas mortes novas encomendadas, a quantia que está em jogo vai definir a construção de nosso império do crime.
Na mesa o líder apontou para duas fotos amassadas onde estava fotografado a imagem de um homem loiro e sua esposa ruiva, um dos retratos também tinha um garotinho risonho e loiro segurando um ursinho em forma de raposa nas mãozinhas infantis. Todos conheciam Minato o homem do momento. Apesar de jovem era um líder nato e estava concorrendo para ocupar o lugar de primeiro ministro, era o favorito na votação da Dieta. O problema é que suas idéias desagradavam figuras importantes, dentre elas o da monarquia ainda existente no país. - O Japão é uma monarquia constitucional onde o poder do imperador é limitado sendo apenas um símbolo do estado enquanto o poder é concentrado principalmente na figura do primeiro ministro e de outros membros eleitos na Dieta. O imperador age apenas como chefe de Estado em ocasiões diplomáticas. – Receber uma ligação da kōshitsu, casa imperial, foi uma surpresa para Pain. Nunca pensou que um dia chegaria a ser contratado pelo próprio imperador. Uma verdadeira jogada de mestre da família real. Quem desconfiaria do símbolo monarca se os assassinos fossem uma organização ainda em ascenssão quando poderiam contratar famosos matadores? Hyuuga Hiashi era um imperador tradicional e que não era a favor da modernização que Minato estava disposto a fazer.
- O candidato a ministro? – perguntou o Uchiha pegando a foto onde estava apenas o casal sorridente – Quem encomendou o assassinato? – Questionou interessado. Estava surpreso que em seu primeiro dia na Akastuki fosse contratado para matar alguém tão importante.
-Hyuuga Hiashi. – foi a resposta apática de Pain.
-A baitolinha do imperador está se metendo nessa sujeira? Porra, ele merece ser castigado até sangrar. – murmurou Hidan sem bondade. Para ele todos eram cretinos que mereciam morrer.
-Quanto vamos receber pelo serviço? – perguntou Kakuzu interessado nos lucros.
- O suficiente para darmos um jeito nessa espelunca, aplicar metade em paraísos fiscais e comprarmos armamentos para nossa Organização crescer. – o líder deu mais uma forte tragada. A Nícotina o relaxava, gostava de maquinar os planos de serviço fumando.
-Vamos precisar efetuar esse serviço em total sigilo! – disse Itachi ainda mirando a foto das vítimas.
-Depois de matá-los vamos explodí-los com uma das bombas de Deidara. – relatou Pain.- Não vai sobrar nem os restos mortais.
-BOUM BOUM BOUM! – imitou o loiro o som das bombas se divertindo. – Uma verdadeira arte o som.
- A pele da mulher é bonita, quero usá-la para uma das minhas marionetes. – disse o ruivo doentiamente olhando para foto da sorridente ruiva nas mãos de Itachi.
-Faça como quiser, só não deixando pistas. – Pain apagou o cigarro na mesa. O que importava era que o crime fosse efetuado com sucesso.
-E a criança?- perguntou Itachi agora com a segunda foto nas mãos onde tinha a imagem de um garotinho.
-Vamos matar esse bastardo filho de uma cadela é obvio. – exclamou Hidan com veemencia.
-Não acho que seja necessário uma atitude tão bruta. – jogou as duas fotos na mesa e cruzou os braços olhando desafiadoramente para o rapaz a sua frente.
-Está com piedade seu viadinho?Devia ter pensando nisso antes de entrar para a Akatsuki. – com agressividade Hidan socou a mesa, o Uchiha no entanto nem ao menos se moveu, continuava o encarando com ar de deboche em uma gozação a irá do companheiro.
-Fomos contratados para matar Minato e a esposa, a criança não está incluída. Além disso eu não sou um depravado que sinto tesão em ver sangue, tão pouco de crianças. – comentou ironico em resposta a afronta do outro ficou transtornado com a depravação.
-ESTÁ QUERENDO DIZER O QUE COM ISSO SEU VIADINHO DE MERDA? Quer que eu arranque a sua cabeça? – antes que o sádico rapaz tirasse a arma do cós da calça Pain apartou a situação socando Hidan fazendo o rapaz cair no chão com o golpe.
- Não seja idiota! Eu não permito que mate o novo integrante, enquanto eu não mandar você apertar a porra do gatilho você não deve mover um dedo escutou?- as palavras vieram rispidas.
O líder achava que o péssimo relacionamento entre o grupo poderia resultar em fracassos futuros nos serviços da Akatsuki. Hidan apenas abaixou a cabeça por mais que quisesse mandar Pain ir a no chão por alguns minutos depois ergueu a cabeça e se sentou, na cadeira novamente não sem antes mostrar o dedo do meio a Itachi em um gesto ofensivo.
- Vamos jantar! – ordenou Pain encerrando o assunto temporariamente.
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Havia escutado a conversa do começo ao fim não por estar espionando, longe disso, mas sim porque a cozinha ficava ao lado da sala de reunião e enquanto esperava a sopa de carne cozinhar distraía-se escutando a voz grave de Pain. Admitia que as vezes ficava aterrorizada com a idéia de que vivia na mesma casa que assassinos de sangue frio, contudo não os sentia dessa forma, era estranho mas todos lhe tratavam bem, quer dizer Pain que era o mais importante lhe tratava de forma gentil e carinhosa. – Kazuku só falava com ela se envolvia dinheiro e Hidan nos momentos de tédio decidia perturbar o "bichinho de estimação" na qual apontava ser Konan.
Suspirou enquanto separava as tigelas para por a mesa, mais uma briga e para variar Hidan era o iniciante da discusão. Arrepiava-se ao escutar a voz do líder dando uma ordem, era estranho e confuso a forma que os pêlos de seu corpo eriçavam-se sabia que não era por medo,Pain causava outras reações em seu corpinho e tinha vergonha desse fato achava não ser algo muito inocente e sim reações que a faziam se sentir suja.
Assim que a sopa ficou pronta bateu na sala de reunião- o único lugar do dojo que tinha uma mesa grande suficiente para fazer a refeição – e entrou com a pinha de pratos e colheres. Cada um dos rapazes – principalmente os três novos – observaram a menininha em silencio efetuar a tarefa de arrumar a mesa para o depois que ela voltou com a panela fumegando que reparou nas fotos dos desconhecidos em um canto com interesse para o rostos sorridentes, o da criança loira principalmente lhe chamou a atenção. Pain exclamou severo: "Não olhe o que não é da sua conta Konan." Encabulada a menina desviou a atenção. Imaginou de imediato que aqueles deveriam ser as vítimas, sentiu um embrulho no estômago ao lembrar da criança loira, o enjoou foi tanto que perdeu a fome.
Sasori que olhava fixo e fascinado para a garotinha ao seu lado que lhe servia a sopa levantou o braço para tocar na pele macia e branca, seu ato no entando foi parado pelas mãos fortes de Pain que não exitaram em torcer o membro superior do ruivo que soltou um gemido baixinho de dor, assustando a menina que no susto deixou cair um pouco de sopa no chão.
-Antes de mais nada, é proibido tocar em Konan, qualquer um que ousar relar um dedo nela vai ser a última coisa que vai fazer. Eu vou romper tanto a alma do infeliz com dor que nem o diabo vai querer no inferno.
Desviando a atenção de Konan, o ruivo fingiu que nada havia acontecido e começou a tomar sua sopa, ignorando a criança ao seu lado. Deidara nem ao menos lhe deu atenção, fingiu que a garota não existia. Itachi no entanto a olhava como e analisasse por que alguém como ela estava ali naquele dojo imundo com rapazes que mais pareciam ser movidos a carnificina.
-Sente-se Konan!- disse Pain. A garota balançou a cabeça negativamente e falou baixinho olhando para os novos integrantes da Akatuski.
-Estou sem fome Pain-sama.
-Sente-se e coma. – o tom de ordem dele não era para ser desobedecido. Receosa ela pegou um banquinho e se sentou ao lado do rapaz de cabelos laranjas. Comeu em silencio sem conseguir tirar os olhos do prato.
Pela primeira vez depois de muitos dias sentia-se desconfortável.
Depois do jantar cada um foi para o seu canto. Kakuzu voltou para a area burguesa de Tóquio, enquanto os outros rapazes se espalhavam pelo treinava tiros em um alvo imaginario em uma árvore do jardim – os vizinhos não se assustavam com os barulhos já que fazia parte da rotina os tiroteios no perto de onde estava o Uchiha enchia alguns potes com polvora comprada acariciava uma de suas marionetes que parecia tão real que por muito pouco não parecia estar viva. Pain e Konan estavam no quarto, já era tarde e a menina estava com sono.
Konan tinha o próprio futon, um amontoado de panos rosa que ficava o mais distante possível do leito dos rapazes. Por mais que ela fosse uma menina pequena não deixava de ser alguém do sexo oposto que por sinal iria logo entrar na adolescencia. Como era impossível no momento ter um quarto só dela o melhor que podia fazer era manter sua cama afastada. Estava já deitada, revirava-se no futon sem conseguir dormir, imaginando que o risonho garotinho loiro dentro de alguns dias iria morrer.Não lhe agradava saber daquele fato e não poder fazer nada, ele era só uma criança e não merecia ser tão brutalmente morto.
-O que lhe incomoda Konan? – perguntou Pain sem olhar para a menininha. Estava começando a se irritar com a inquietação dela.
-Pain-sama, o que vão fazer com o garotinho da foto? – perguntou Konan sem se mover. Permaneceu deitada de costas para o rapaz.
-Eu disse que não era para você se intrometer em assuntos que não lhe desrespeito. – a voz rispida apenas fez com que a garotinha se encolhosse ainda mais em seu futon.Não gostava quando Pain usava aquele tom de voz com ela.
-Desculpe. – susurrou baixinho o suficiente para Pain ouvir.
O silencio incomodo era quebrado apenas pelos barulhos dos tiros desferidos por Itachi. Konan pensou por um minuto se devia ou não dizer o que estava intalado em sua garganta, entretanto o máximo que poderia acontecer era levar um bronca, Pain não faria nada de mal com ela, já havia se dado conta que para o líder ela se tornou uma espécie de irmã mais nova. – apesar dela gostar dele de outra forma.
-Não mate o garotinho. – sentando-se no futon Konan olhou para o líder em uma expressão de dor como se sua face disesse como saber que ele mataria uma criança a machucava. – Se não quiser poupá-lo por você, faça isso por mim.
-Vá dormir Konan. – disse Pain desviando a atenção dos grandes olhinhos azuis que o fitava implorando.
-Por favor Pain-sama.
-Já disse para ir dormir. – o segundo aviso viera em um timbre que não deveria ser -se novamente de costas Konan tentou pegar no sono, um ato em vão com sua mente tão atormentada.
Passava das duas da manhã quando todos resolveram dormir. Cada um em seu futon todos em um sono profundo dormindo sem qualquer remorço de seus crimes, no entanto Konan ainda se remexia na cama. Algumas vezes os pesadelos voltavam, toda vez que fechava os olhos via o homem que chamava de pai pegar em suas roupas e rasgá-las de forma como se vivesse tudo novamente. Ele lhe tocando, rasgando sua inocencia,molestando-a de forma depravada lhe causando uma dor indescritivel e era esse pesadelo que lhe tirava a paz. Konan mexia as mãos em sua frente de forma desesperada como se quizesse espantar algo invisivel perto de si, na lateral da sua face o suar escorria, a boca seca exclamava gemidos semelhante ao choro.
Em choro engatinhou até o futon do outro lado do recinto, parou próximo a Pain que mantinha os olhos fechdos . Ao sentir a presença da criança ele abriu os olhos e mirou o rosto choroso, com a voz sonolenta perguntou sem muito interesse ja sabendo da resposta:
-Novamente teve um pesadelo?
Konan balançou a cabeça afirmativamente. Pain apenas suspirou e abriu um espaço no futon para ela se aconchegar. Era tão quentinho e acolhedor aqueles braços, sem conseguir se conter a menininha agarrava-o pela cintura escondendo o rosto no peito masculino.
Ali nos braços de Pain se sentia segura.
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Passou a manhã toda sozinha limpando a casa. Como tinha imaginado o serviço aumentara com mais rapazes morando no dojo. Todos haviam saído bem cedo e Konan já havia sido avisada por Pain de que eles chegariam de madrugada quase ao amanhecer do novo dia, não era para ela espera-los - a menina guardou a janta para os rapazes deixando no fogão para que eles pudessem esquentar na hora em que sentissem fome – contudo por mais sono que tivesse, mesmo que seus pálpebras doessem, era impossível conseguir dormir sabendo que eles estavam em um trabalho que daria o fim na vida de aguém.A imagem do garotinho de cabelos loiros não lhe saía da cabeça, esperava que Pain atendesse ao pedido dela e não matasse a criança. O fato de estar atormentada com a missão de assassinato era apenas um fator, não queria fechar os olhos com medo de ter mais um pesadelo, naquela noite não teria os braços do líder para envolve-la protetoramente.
O barulho de vozes a sobresaltou. Eles havia chegado e estavam agitados. Deidara gritava com Hidan sobre algo relacionado a cerimônias demoniacas desnecessárias na qual o outro rapaz revidava dizendo que era um ritual religioso que não tinha nada haver com o diabo.
Enquanto a discussão ainda se seguia Pain abriu a porta de correr do quarto onde Konan estava sentada no futon olhando para a imagem do rapaz que tinha a roupa manchada de sangue. Ficou paralisada, seus pensamentos em orbitas e a preocupação dolorosa de que o líder tivesse se machucado. Correu até ele agarrando-o pela cintura.
-Pain-sama o que aconteceu, está machucado?– a voz infanil era desesperada, os olhos azuis já marejados brilhavam como se rezasse para que nada de mal tivesse acontecido.
O líder a afastou e andou até a porta de frente para o jardim abrindo-a e se sentando de forma cansada no piso do dojo. Olhava para o céu escuro e sem nuvens ou estrela, não tinha mais nada do que a penumbra da madrugada. Konan andou até ele com as lágrimas escorrendo pelo rosto,olhava a camiseta manchada de Pain e soluçava em um pranto mais forte. Vencido pela melancolia da menininha o rapaz tirou a blusa deixando a mostra seu abdome liso e sem qualquer arranhão.
-Esse sangue não é meu. – sua voz fria dizia com naturalidade.O fato de ter o sangue de outra pessoa em suas veste não o alarmava.
-Graças a Deus. – caíu de joelhos no chão e o abraçou forte como se aquela fosse a última vez que o tocaria. – Eu não aguentaria perder Pain-sama.
O rapaz ficou em silencio apesar de seus olhos demonstrarem surpresa. Por um momento levantou a mão para tocar de forma carinhosa o topo da cabeça da criança, se refreoou no entanto no meio do caminho. Suspirou dixando-a se aconchegar, ambos ignoraram os gritos de Deidara e Hidan que ficavam mais altos. – na verdade Pain queria mais que os dois se tão irritantes! Desde o início que saíram para o trabalho de assassinar Minato os dois discutiam – O comovia saber que aquela criança em seus braços dependia tanto dele, mas também lhe dava medo. Nunca em sua vida tal sentimento brotara em seu peito, por alguma razão que desconhecia tinha receio de decepcionar alguém, e sabia que futuramente Konan se decepcionaria com ele.
- Não seja tão dependente de mim.
-Pain-sama, você não entende? – Olhando no nos olhos assasinos com os seus inocentes Konan complementou – Meu mundo não faz sentido sem você.
" Pois para alguém como eu que sempre precisou fugir das garras de um monstro os braços de Pain eram tão macios e protetores que se eu morresse em volta deles eu não me importaria."
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Continua...
QUALQUER ERRO DE DIGITAÇÃO ME DESCULPE. NÃO TIVE TEMPO DE REVISAR!
N/A: Nyaaaaa está ai eu demorei mas finalmente tomei vergonha na cara e postei esse fic. ( que apesar de todo meu esforço teve um péssimo início). "Akai tenshi" é um fic prêmio do desafio: Quem mata Itachi? Do fic "A princesinha". Já faz um ano que eu deveria ter entregado o prêmio a Keiko mas devido alguns imprevisto só pude postar agora. – Antes tarde do que nunca.
Será um longshot com o enredo dos assassinos de aluguel. O primeiro capítulo foi meio morto, sem muita ação mas prometo que darei um jeito no segundo, que tenha muito mais ação e claro que me baixe a inspiração e faça com que ele saía maior.
Colocarei no início de cada capítulo a música tema, neste foi Daddy's girl –scorpions, recomendo que escutem, é linda, tanto no ritmo como na letra e se encaixa perfeitamente com o início do fic.
Bom espero que tenham gostado. As reviews serão respondidas por PM como tenho feito nos meus outros fics. Falando dos meus outros fics faço aqi um momento :
"Delirius", "Flor do deserto" e "Propensa carnal".
Kissus, e espero reviews.
