18 de março, Japão.

Era uma noite de lua cheia, em que se conseguia ver as mais brilhantes estrelas em pleno céu, chovia estrondosamente. Todos estavam abrigados, ou melhor, nem todos.

Perto de uma praia, havia um casal. O homem robusto, alto, porém podía-se ver as marcas da idade; A mulher de cabelos ruivos gemia sofregamente. Estava prestes a dar a luz.

- "Agüente, Reiko!".

A mulher já não tinha forças para andar. Sua filha teria de nascer ali mesmo, não podia fazer mais nada.

"Eu... Kojiro! Eu não consigo agüentar...".

Reiko ficou ofegante, suava cada vez mais, até que desmaiou. O homem, desesperado gritava por socorro, sem obter resposta.

Não desistindo, pegou sua mulher no colo, e a levou para mais perto da praia. Talvez ali houvesse alguém que poderia ajudá-los.

Deitou sua esposa na areia. Esta já estava desmaiada há um bom tempo, mas não parava de suar. Kojiro gritou desesperado novamente, e ainda não obtendo resposta. Vencido, sentou-se perto de sua esposa, e começou a chorar. Ali acabaria tudo? Perderia os seres mais importantes para si? Não poderia suportar esta terrível dor.

"Zeus... Por favor, nos ajude!".

Repentinamente, uma doce voz surgiu.

"Zeus irá ajudá-lo, homem, desde que obedeça ao destino ao qual reservou a vocês".

Kojiro olhou para a direção da voz, e avistou uma mulher idosa. Suas expressões eram tão bondosas, que parecia um anjo! Ainda que não havia entendido as palavras, ele respondeu.

"Sim... faremos qualquer coisa, mas, por favor, nos ajude!".

A velhinha sorriu.

"Venha, vamos para a minha cabana".

O homem carregou sua mulher até a tal cabana. Notava-se que era um lugar simples, mas possuía o necessário. Deitou sua mulher em uma cama, e saiu do "cortiço", a pedidos da velha.

O mar estava lindo, nele refletia-se o luar. As ondas iam e vinham, e nesse mesmo ritmo passaram-se horas, e nada da velha aparecer. Kojiro já estava ficando preocupado, quando a porta da cabana se abriu.

A velha estava com uma expressão séria. Kojiro preocupou-se mais ainda.

"Não consegui salvar sua mulher, mas sua filha está viva".

A velha o chamou para entrar. Agora Kojiro ouvia o choro de sua pequena filha nitidamente.

Era tão frágil, mas tão forte ao mesmo tempo, conseguira sobreviver àquela situação! Era uma verdadeira guerreira!

"Minha filha...".

Kojiro parou para fitar sua filha. Possuía os olhos azuis da mãe, o cabelo ruivo. Não se conteve e começou a chorar.

Olhou para a cama, onde sua esposa estava deitada. Um pano branco a cobria. Kojiro entristeceu-se mais ainda. Havia perdido sua esposa, e sua filha agora estava órfã de mãe.

A velha pousou a mão sobre seu ombro.

"Você disse que aceitaria o destino que Zeus reservou a vocês. Sua mulher já se foi. Agora só cabe a você decidir pela vida de sua filha".

Kojiro arregalou os olhos, ao lembrar-se da tal promessa.

"O que eu tenho que fazer?".

"Parta amanhã. E deixe-me cuidar de sua filha. Ela está destinada a servir Athena".

Kojiro não sabia o que fazer. Não queria deixar sua filha de jeito algum, mas não tinha escolha. Se não cumprisse a promessa, a vida de sua filha estaria em jogo.

Cedendo, acabou entregando a pequena menina à velha.

"Partirei hoje".

A velha olhou para a menina.

"Não vai escolher um nome para ela?".

Kojiro fitou o mar pela janela da cabana. Estava tão belo e tão triste ao mesmo tempo.

"Marin... Será este o nome dela".

O homem, entristecido puxou o pano que cobria sua mulher, dando-lhe um beijo na testa.

"Cuide bem de nossa filha, Reiko! Aonde quer que você esteja...". – murmurou.

Pegou sua pequena filha no colo, com a intenção de senti-la por uma última vez.

"Minha pequena e doce Marin, eu sempre estarei ao seu lado".

Entregou a Marin para a velha, e partiu.

Quando não se podia mais ver Kojiro, a velha fitou o céu. E viu que as estrelas brilhavam como nunca. Algumas em especial.

"Ah criança. Agora sim tenho certeza de que você é a escolhida".

Na cabana, ouviu-se um toque de telefone. Do outro lado da linha, uma voz grossa, e firme falava com um tom de preocupação.

"Eulália, já encontrou o guerreiro que irá servir Athena?".

"Sim, mestre. A criança está em meus braços".

"Tem certeza de que esta é a criança certa?".

"Absoluta, mestre. A constelação de águia hoje brilhou como nunca".

"Muito bem. Embarque para a Grécia amanhã mesmo".

"Sim, mestre".

Após desligar o telefone, Eulália olhou para a pequena Marin.

"Hoje seu destino foi traçado, criança. E você será uma guerreira que servirá Athena, Marin de Águia".

Continua...

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N/a:

Como vocês já devem ter percebido, a história se baseia na vida da Marin de Águia. Escolhi ela, porque eu a adoro! É minha personagem preferida de CDZ.

Primeiro de tudo, eu gostaria que vocês mandassem reviews, para eu saber se estou fazendo direito... Não sei, se vocês gostaram do meu jeito de escrever... Aceito sugestões e críticas... É que essa é minha primeira fic!

Segundo, eu tentarei seguir os acontecimentos do anime, mas farei algumas alterações, ok? Por exemplo, os pais da Marin, eu os inventei...

Espero que tenham gostado... Se bem que este capítulo foi apenas um prólogo...

Beijos queridos, e até o próximo capítulo!