Título: Incógnito
Casais: Harry/Gina – Draco/Blaise - Harry/Draco – Lucius/James
Atenção: Harry Potter e seus personagens pertencem a J.K. Rowling – todos os direitos reservados. Fanfic sem fins lucrativos.
Classificação: contém Yaoi / Slash / Lemon / Relações Homossexuais / Conteúdo adulto. Se você é 'in'sensível a este tipo de indagação, não continue, pois descreverei cenas.
Gênero: Romance / Drama
Aviso: contém spoilers (bem pouco), e está um pouco AU. SLASH DB / HD / LJ e um pouco de HG. O que é mais tentador do que desvendar segredos e mistérios? Ainda mais de seu inimigo. Harry pagará um preço alto por deixar se envolver nessa trama.
Prólogo – Ideal
Num lugar esquecido da Inglaterra, em meio às montanhas e vales repletos de flores e árvores, via-se uma mansão fabulosa, réplica da arquitetura renascença. Paredes de pedra e janelas altas e bem dispostas para melhor acolher os raios do sol em seu interior, ao contrário do que se pareça, muito quente e aconchegante. O jardim espaçoso o suficiente para se perder de vista, com pequenos pontos afastados de mata selvagem e perto da morada, ricos canteiros e lagoas artificiais, correndo água cristalina salpicadas de brilho solar. Variadas tonalidades de verde se fundiam nessa maravilha a se aproximar da varanda num tom claro, quase amarelado da grama baixa e macia. Dois degraus baixinhos de madeira escura e bem polida contrastando com pilares de pedra até a entrada de porta dupla, em madeira nobre e o brasão característico da nobreza aristocrática.
Adentrando pelo hall de recepção, se pode ter a noção de espaço, com um amplo e largo corredor e duas grandes entradas de orlas esculpidas, uma em cada lado e ao fim, uma espaçosa escadaria de madeira, assim como o piso que reveste a maior parte do casarão. De um lado, a sala de visitas e o salão de festa, do outro, a sala de jantar e a cozinha – onde elfos se encarregam de seus serviços num cantarolar alegre. Atrás da escada, paredes de vidro que levam ao jardim interno, todo revestido e teto coberto, cujas roseiras brancas se entrelaçam agarradas no espesso vidro translúcido e côncavo, como a copa de uma catedral, cobrindo-o como uma manta florida e perfumada, sem impedir que o sol espie por entre seus miúdos e delicados caules e folhas, dando vida às milhares de plantas coloridas ali plantadas, e ao solitário banco de ferro arredondado e revestido de almofadas macias, para melhor conforto de quem ali se aconchega para repousar. Ao lado, um livro aberto mostrando que alguém ali esteve e no chão de gramado macio, um leão de pelúcia parece ter sido esquecido, um pouco manchado de suco de abóbora e chocolate no focinho.
Caminhando para o andar de cima, vemos a área tomada de vidro e cortinas brancas balançam com o vento, e um corredor largo, com várias portas mostram a riqueza que seu morador sustenta, e atrás de uma delas, a suíte se estende triunfante, mais acolhedora e esplêndida do que qualquer outro lugar da morada, como se ali, fosse o verdadeiro retiro pessoal, o lugar mais próximo do coração. Tapetes persas, cama cinzelada e cortinas de veludo coral com segunda camada em algodão branco, no momento estavam abertas para melhor acolher os raios matinais, que sem nenhum pudor, cobrem o corpo bem talhado, displicente sobre a enorme e macia cama, a pele do torso à mostra, suave e branca confundindo-se com o branco do lençol de seda a cobrir-lhe da cintura para baixo, sua nudez era óbvia. Braços demonstrando ligeiros músculos, abertos como se recebesse de bom grado esse toque quente, pegando todo o colchão e a cabeça levemente virada para o lado, sobre travesseiros de plumas de cisne, cabelos platinados, hora louros, ora trilhas de luz a se espalhar como uma moldura ao rosto delicado e naturalmente belo.
Suas pálpebras tremeluziram e entre cílios longos e louros, o brilho fulgurante de um metálico condensado se fez notar mais imperioso que o próprio sol. Ainda disperso pelo sono recém afugentado, mas que tomava nitidez conforme piscava lentamente. O jovem moço levantou a fronte com languidez e sentou-se num longo espreguiçar, braços acima da cabeça, alongando o corpo felino e fazendo o tecido que o cobria escorregar um pouco mais, desvendando um ventre bem trabalhado, porém suave, e o início de pêlos claros e macios. Depois de se livrar da inevitável moleza do corpo após uma noite bem dormida, sua mão alcançou o criado-mudo, ao lado da cama e apanhou o relógio de pulso para ver que dormira até as dez da manhã. Não se importou, pois era manhã de domingo, dia de não se fazer nada. Foi colocar o relógio no mesmo lugar, e não pôde deixar de notar o porta retrato, que como a tela de um quadro lhe mostrava aquele que nunca esqueceria. Os olhos verdes-esmeralda, como se o fitasse através das lentes, o sorriso meio tímido e ao mesmo tempo maroto, ao seu lado na foto, ali, também sorria, um sorriso sincero de alegria, olhos como chumbo líquido de desejo. Agora, o moreno já não sorria, mordia o lábio inferior enquanto ele sussurrava algo em seu ouvido, para depois se olharem e se beijarem... Lábios nos lábios, olhos nos olhos... Ainda estudava em Hogwarts quando tirara aquela foto, ainda se lembrava daquele ano como se fosse ontem...
Grunhiu em reprovação levando a mão aos cabelos, tinha que parar de pensar nele ao menos um minuto em sua vida, se sentiu um louco, um maníaco por tê-lo em mente tão intensamente, tinha que parar com isso e começar a viver por si, ao invés de passar os dias vivendo por ele. Segurou o porta-retrato e o deitou de face para baixo, encobrindo o momento de felicidade do passado, aquele momento de felicidade... Era um Malfoy, e Malfoys não eram românticos, nem voyeristas ou algo do gênero, e acima de tudo, Malfoys viviam para si mesmos e nunca pelos outros.
Levantou-se em seguida, tomou uma ducha para relaxar e caminhou se enxugando até o closet, vestiu uma calça e uma camisa preta, bem folgada e macia, permitindo melhor movimentação do corpo e seguiu para o andar de baixo, ainda descalço, enquanto secava o cabelo com uma toalha macia. Só então notou como haviam crescido, mais um pouco ficariam longos como a de seu pai. Outra lembrança que não pôde evitar o fazendo sorrir tristemente.
"Como as coisas mudam... E tão depressa quanto a percebemos" – foi o que pensou.
Parecia outro dia que chegava em casa para as férias de Natal, beijava o rosto do pai e sentava com ele e com a mãe em frente à lareira, bebendo chocolate quente e contando fatos decorrentes no ano letivo. Depois vinham os presentes, milhares de presentes, sorria a cada um que abria, seu pai nunca esquecera de nada do que gostava, nunca... Até o último momento...
Balançou a cabeça para livrar-se dessas lembranças, caminhou até a cozinha e foi recebido por cumprimentos animados pelos elfos. Pegara um copo com suco de laranja e um pedaço de bolo de cenoura. Não queria comer na mesa de jantar, preferiu caminhar até a varanda e apreciar o dia. Aquela paisagem o acalmava. Ficou ali por mais tempo do que imaginou, vendo o dia correr preguiçoso, o vento soprando entre a vegetação e o aroma das flores de seu jardim, sua varanda, sua casa...
Seus lábios se curvaram em um sorriso. – Enfim, minha vida...
N/A: a quem chegou até aqui, obrigada por ler, sei que ficou muiyo cutomas é ainda o prólogoe convido a ler também as continuações que estou escrevendo e em breve postarei. Ah! Por favor, reviws!
No próximo capítulo: na época de Hogwarts, as coisas andam estranhas, e um certo grifinório não deixa de perceber isso.
