Nota da autora: Para o XII Mini Challenge Ron/Hermione do 6V.
The Heart Never Lies
Primeiro, foi a vontade de lutar. Os dois fariam qualquer coisa, deixariam o que fosse necessário abandonar, levariam o que fosse útil, guardariam consigo apenas a força e o amor que os movia. Ron e Hermione estavam de pé, ao lado de Harry, prontos para qualquer coisa. E veio a guerra, e veio a fuga, e veio o mal, e veio a fome, e vieram as confissões trocadas em sussurros onde Harry não pudesse ouvir, e veio a briga e então ele se foi. Ela saiu correndo na chuva, as lágrimas virando gotas, as gotas virando lágrimas. Ele se foi.
Foi, deixando um vazio imenso na cabana e um maior ainda no coração dos que ficaram.
Então, veio uma pequena bolinha de luz, flutuando até chegar a seu peito, quando ela disse seu nome pela primeira vez. Ron, como um chamado, como um pedido. Eles não eram uma dupla, nunca foram, nunca teriam sido. Harry, Ron e Hermione precisavam um do outro para formar seu elo de força. Eles não teriam conseguido se não fosse assim: Harry, Ron e Hermione. Os três e todos que escutavam o Observatório Potter, eles e toda a Ordem da Fênix, eles e a Armada de Dumbledore. Ron voltou. E com ele veio uma enxurrada de socos e chutes e tudo o que ela tinha que fazer para conter a vontade de abraçá-lo e ordenar que nunca mais saísse de perto dela. E mesmo que doesse, e mesmo que ele tenha chegado a pensar que nunca mais ela iria perdoá-lo por ir embora, não pode deixar de sorrir e ficar feliz por estar de novo com os dois. Por estar em casa.
Harry, Ron e Hermione eram uma casa. Um lar doce-amargo.
E em fim, veio a batalha. Vieram pessoas de todos os lugares, todas as idades, todas as personalidades. Pessoas que já tinham descoberto que ali, em Hogwarts, em cada torre, cada quadro se movimentando, estava o motivo para viver. E ali estava o fim, as despedidas, as últimas cicatrizes. Ali estava o agora ou nunca e o beijo que os dois tanto esperaram, que tanto desejaram. Foi por causa dos elfos, foi por causa da guerra, por causa dos últimos sete anos e por causa da vida inteira que se passou antes que ela abraçasse-o pelo pescoço e colasse seus lábios no dele, fazendo Harry desaparecer por um minuto e as explosões, os feitiços, as mortes fora da câmara congelarem no tempo.
O beijo era uma promessa, uma borboleta depois da bomba atômica, o fio de esperança.
Ali estava o início. Como todo o fim, nas suas despedidas, nas suas lágrimas, nas suas dores, era o começo. Uma porta que se abria para o futuro. Futuro para onde os dois andariam de mãos dadas, formariam uma família, manteriam os amigos, fariam crescer a esperança que começou com o beijo, ou que começou com a briga no Expresso de Hogwarts, ou que começou com uma luta de três crianças contra um trasgo montanhês. Tem coisas que não se pode fazer sem acabar gostando um do outro, e assim eram os desafios para encontrar a Pedra Filosofal, o caminho para a câmara secreta, os segredos de Sirius, as provas do Torneio Tribruxo, o início da guerra e o fim. O fim, que era mais um início. O início da vida e do mundo que seria deles. O mundo que eles construíram.
