Long fic de novo? Pois é! Antes de tudo, porém, eu gostaria de conversar com vocês sobre esta nova história. Venho pensando neste roteiro há anos, e comecei a escrevê-lo logo após o fim de Doctor Past, em dezembro de 2017. Acontece que, mesmo planejando, mesmo conversando com a minha beta, mesmo sabendo direitinho o que eu queria para cada personagem, eu não conseguia fazer a história andar. Escrevi o prólogo e mais dois capítulos e simplesmente não consegui sair do lugar. Depois meio que me esqueci, pois escrevi Answer do início ao fim, bem como os outros contos e oneshots que postei ao longo do ano de 2018. Só que eu quero muito fazer esta história acontecer, porque eu acredito no potencial dela, eu gosto deste projeto, e acho que vocês vão gostar também.
Por isso, eu resolvi fazer isto: postar. Os comentários sempre me incentivam muito, sempre me ajudam muito a me inspirar e me motivar a escrever. Estou apostando que, com a força de vocês, vamos fazer esta história vingar e aparecer! Conto com vocês para me ajudarem nessa!
Não prometo atualizações semanais como normalmente faço, porque a minha rotina mudou totalmente nos últimos meses, mas prometo ser o mais regular possível!
Estou com os dedos cruzados e muito ansiosa para saber o que vocês vão achar!
DISCLAIMER: Paradoxo da fanfic: nada me pertence, embora tudo me pertença.
Prólogo
A gargalhada lá fora ainda corria solta. Bella nunca havia pensado que gostaria de ver sua casa cheia daquele jeito, dada sua conhecida personalidade preservadora. Festa boa é festa longe de casa, ela cansou de repetir.
Talvez ela estivesse fazendo festa com as pessoas erradas.
Negou com a cabeça, rindo do tom da gargalhada masculina que vinha da sala. Ela precisava voltar pra lá, porque aparentemente estava perdendo toda a diversão.
Caminhou, então, até o closet, e enxergou a caixa que guardava sua coleção de seriados numa prateleira acima dos casacos de inverno. Revirou os olhos, pensando no quanto era burra por ter deixado aquilo ali. Coisas necessárias o tempo todo devem ficar ao alcance. Respirou fundo e se esticou toda, colocando-se na ponta dos pés para alcançar a caixa.
"Droga!" sussurrou, tentada a gritar por ajuda.
Bella estalou a língua e se esticou um pouco mais, empurrando a beirada da caixa para conseguir agarra-la com a outra mão. Sorriu quando o objeto pesado começou a tombar para frente e agarrou-o, voltando a ficar sobre os calcanhares.
Mas é claro que nada dá certo assim, e junto, com ela, uma caixa de papelão verde, lotada de "ho-ho-ho's" brilhantes caiu no chão, transformando o chão do closet numa bagunça de papeis.
"Burra!"
Ela deixou a caixa com a coleção de seriados no chão e começou a reunir os papeis.
"O tempo passa e você continua uma babaca, Isabella," falou para si mesma, catando os papeis e jogando-os dentro da caixa, "Mas a partir de agora você vai ter que aprender a se organizar melhor. Por bem ou por mal. Você precisa dar exemplos e-"
O toque daquele papel era diferente. Uniu as sobrancelhas, tirando do envelope a folha dobrada num perfeito quadrado. Sentou-se no chão e coçou a ponta do nariz levemente por causa da poeira provavelmente vinda da caixa. Ela puxou a caixa de seriados para o colo e abriu o papel dobrado.
"Isabella,
Já é quase meia noite e eu estou aqui, neste site esquisito, para escrever um e-mail para você mesma. Ou pra mim. O que dá no mesmo.
Quero dizer o quanto eu não estou orgulhosa de você.
Hoje eu abri aquela carta que você escreveu pra você mesma quando estava completando vinte anos, e vi que você se transformou em alguém completamente diferente do que você imaginava.
E isso não é bom."
Bella sorriu olhando para o papel, que havia quase se esquecido de que havia escrito. Sentiu os olhos lacrimejando à medida em que lia o restante das palavras por ela mesma escritas.
Mais uma gargalhada alta veio lá de fora, e ela se assustou, olhando na direção da porta do closet. O tom revoltado das palavras na carta com toda certeza eram a cara de Bella. Ou a cara de quem ela era naquela época.
Bom, eu tenho que agradecer a mim mesma, pensou. Afinal, a responsabilidade daquelas risadas que vinham lá de fora eram das letras compostas neste papel.
Obrigada, Isabella do passado. Obrigada, vida. Obrigada, frustração. Deu certo, apesar de ter dado errado.
Deu errado para dar certo.
