Prólogo

"Por você eu voltaria,

Faria tudo de novo e refaria,

Eu brigaria com o mundo e te protegeria,

Só por você eu amaria."

AccCohen

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Te aviso logo de cara: Minha historia é sobre o amor. Um amor diferente do que você conhece. É algo distorcido e um pouco estranho.

Incesto e amizade incondicional.

Você provavelmente não vai aprovar minhas atitudes, por isso peço, entre e julgue por si próprio.

...

Não sei o que fazer, nunca soube. Tentei esconder essa emoção, manter esses sentimentos guardados onde ninguém pudesse achar. Ah, como eu tentei me manter longe.

Isso nem faz sentido. Como eu pudera te amar, assim, tão sem motivo e vínculos?

No fim, nada disso importa. Eu amava – amava como nunca tinha amado antes – sem pressões e pretensões. Sensação desconfortável e dúbia. Sentia-me estranho, um predador a espreita, um maníaco psicopata, quase fora de lugar.

Não entendo ao certo como cheguei aqui.

Só sei que te amo.

Amo desde o primeiro momento e cada instante.

Fugi. Me afastei. Corri. Tudo em vão, porque no momento certo nada mais importava. Só você.

Capitulo I

Trinnnn-Trinnnn...

Logan estava deitado na cama, desfrutava, pela primeira vez em muito tempo, um sono feliz e confortável. De fato, era a primeira noite de sono tranquilo há meses.

Ele se via em um campo aberto, deitado em uma toalha de mesa junto a seus pais, numa espécie de pinique. O céu era azul e limpo, havia varias arvores e flores de cores diferentes aonde o sol batia em seu rosto, enquanto ele repousava. Tudo parecia tão real que ele até podia escutar o som do vento batendo nas arvores e a voz de sua família conversando animadamente a seu redor.

O telefone tocou a seus ouvidos de forma barulhenta e incessante, interrompendo suas fantasias. Resmungou e se revirou na cama, negando-se a mover qualquer músculo de seu corpo.

Esse barulhinho infernal poderia tocar até o fim dos dias que ele não se levantaria. Ponto final.

Trinnnn-Trinnnnnnnnnnnnn...

Que droga! Será que ele não podia ter uma noite de sono sem que o mundo estivesse despencando a sua cabeça? Era demais pedir que por uma noite não houvesse problemas?

Ele se recusava a ser o portador das más noticias.

Droga! Quem ele queria enganar? Esse telefone estava o enlouquecendo. Choramingando e se perguntando onde estavam os adultos na hora que se precisava.

Levantou-se e deixou que seu mundo dos sonhos se desfizesse. Despenteado e de boxer, foi atender a pessoa que insistia em perturbá-lo.

"Alô?" Atendeu desanimado, encostando-se na parede pálida da sala de estar. Colocou o telefone entre ouvido e o ombro e fechou os olhos.

Sem o barulho do telefone, ele podia voltar a dormir.

"Logan, é Jim Beaver." Disse a voz apressada do outro lado da linha. "Venham para o hospital, está na hora." Falou em seguida, sem esperar resposta.

"Está na hora do quê?" Perguntou Logan, sem entender, ainda caindo de sono. Sua mente estava lenta demais para raciocinar corretamente.

"O bebê está vindo."

-x-

Logan não teve opção, ao receber a noticia grunhiu de infelicidade e, de má vontade, foi acordar os pais. Bateu na porta de madeira e entrou sem esperar resposta, sabendo que eles estariam dormindo abraçados, se é que ele não os encontraria em um estado pior.

Fechou os olhos e os abriu devagar, entre os dedos, não querendo ver o que não devia.

Sam e Dean dormiam abraçados. Tipo, bem juntos.

Estavam em uma cama Queen size tão espaçosa que caberia mais duas pessoas e, mesmo assim, dormiam grudados. Logan percebia o estado dos pais, braços em volta de corpos, pernas entrelaçadas e bocas próximas respirando o ar do outro e, por sorte, o lençol de cor rubra cobria as partes constrangedoras.

Depois de todo esse tempo ainda era estranho vê-los tão íntimos. Era como se imaginasse seu pai e sua mãe transando, o que não era diferente, sabendo que cedo ou tarde teria que se acostumar.

Pare ele, a parte do contato ainda mostrava-se um mistério. O toque parecia-lhe estranho e constrangedor quando não servia para o conforto físico ou mental. Logan não se enxergava em um relacionamento como eles faziam. Ver os pais dava-lhe calafrios, fazia-o quer se esconder para nunca ser tocado e, ao mesmo tempo, incentivava nele a vontade de achar alguém que ele pudesse tocar livremente, sem se sentir invadido.

Logan sempre veria o contato humano como algo esquisito, mas admitia; tinha orgulho dos pais. Sam e Dean mostravam quem eram sem ter medo do que fossem falar, bem ao contrario dele.

Havia percebido algo. Tinha vergonha de reconhecer, mas dava valor a sua imagem e a de sua família, muito mais do que devia, e principalmente se preocupava com o que aconteceria no futuro.

Sacudiu a cabeça, voltando a seu objetivo, aonde vinha o momento de verdadeiro constrangimento.

Aproximou-se e balançou o ombro do pai. Escutou um resmungo, mas não conseguiu acordá-los.

Suspirando e olhando para a parede branca, restava-lhe uma coisa a fazer.

"Pai!"

Sam e Dean, assustados, pularam da cama procurando onde estava o perigo. Logan se virou de costas a tempo de evitar algo desagradável. Ele já tinha experiência com isso e não precisava passar por isso outra vez.

"A Sra. Cortese vai ter o bebê." Disse ainda de costas, ouvindo o barulho de roupas e baixos sussurros.

"O nome dela é Genevive e o bebê vai ser seu irmão. Se acostume com isso, Logan." Sam o corrigiu e enfim pode virar e ver os pais vestidos e prontos com as chaves do carro na mão.

"Tanto faz." Resmungou indo para o próprio quarto se arrumar.

Logan não entendia porque todos faziam questão que ele chamasse esse bebê, esse futuro ladrão de pais, de irmão. Ele não gostava da ideia de ter outra pessoa para competir pela atenção e não era nenhuma novidade, todos sabiam disso. Essa criança não seria realmente seu irmão, seria seu meio-irmão e se fosse por ele, seria muito menos.

Eles podiam dizer o que quisessem, mas ninguém o abrigaria a gostar desse garoto.

Não mesmo.

Enfim, não importava o que ele dissesse ou que ele quisesse, seria obrigado a ir ao hospital e ficar ao lado do pai. Então, entrou no carro e permaneceu calado, enquanto Dean e Sam trocavam olhares preocupados e ansiosos.

-x-

Chegaram ao hospital em pouco tempo.

Após uma viagem de carro curta e silenciosa, onde o horizonte passava por eles num tom escuro de azul ao amanhecer, se dirigiram para a sala de espera e se sentaram inquietos. Os minutos se passavam lentos, o que não ajudava na careta de irritação de Logan.

Desinteressado, sentou-se em uma cadeira longe dos pais e fechou os olhos, aborrecido e entediado, tentando descansar. Claro que era algo impossível, seu pai estava deixando-o louco e vencido pelo cansaço, observou Sam andando de um lado para o outro na outra ponta da sala murmurando e passando as mãos pelos cabelos freneticamente.

Logan entendia a frustração do pai. Sam estava tão nervoso porque até agora não tinham recebido nenhuma noticia do pequeno que estava prestes a nascer. A falta de informação se dava pela rejeição de Sam em participar do parto.

O pai tinha se recusado a permanecer na sala de operações quando foi questionado por Jim. Havia dito que não queria ver o nascimento do filho e nem tinha o direito depois de tratar Genevive tão mal e com tal descaso. Quem tinha esse direito era Jim Beaver, a pessoa que havia apoiado Genevive por todo o tempo, e era por isso que eles esperavam o bebê nascer do lado de fora.

Mas logo o ambiente calmo mudou.

Logan desviou o olhar do pai, percebendo que algo acontecia.

Pessoas corriam de um lado para o outro, vozes gritadas e gargalhadas de felicidade. O bebê nascera e tudo o que Logan conseguia pensar era que estava cansado e finalmente poderia ir para casa dormir, ou talvez não.

Piscando, Logan focou a visão no pai novamente.

Sam falava com ele e o chacoalhava pelos braços.

"O bebê nasceu! – o pai falava animado, o que não era surpresa. – Você quer ir vê-lo?"

Não. Ele não queria, mas para acabar logo com a demora, concordou. Quanto mais cedo eles mimassem a nova mãe e o recém-nascido, mais cedo ele estaria em casa, em sua cama.

Logan entrou no quarto, parou no centro do cômodo de paredes brancas e cheiro de desinfetante, exatamente como qualquer outro quarto de hospital. Sem querer se aproximar observou os pais colocarem-se ao lado da nova mãe e o bebê.

Infelizmente, ele tinha que se mover. Não era sua decisão ficar ali ou ir embora, por isso, quando Jim o chamou, ele foi. Foi porque seria rude recusar e era esse o motivo de estar ali.

Escutou um barulhinho vindo de lá, uma risadinha aguda e brincalhona. Aproximou-se com mais interesse, curioso para ver o que fazia tanto barulho. Acabou com o resto da distancia, parando ao lado de Genevive que segurava um pequeno bolo de mantas com o tão esperado bebê.

Franzindo a testa e brigando com os próprios sentimentos, observou o pequeno ser inquieto. Era a coisa mais linda que ele já tinha visto, não que tivesse visto muitos bebês, mas ele sentia, algo especial estava acontecendo.

Logan odiou aquele sentimento.

Viu a criança mais de perto. Tinha a pele branquinha, nariz fino, cabelos castanhos escuros volumosos e lindos olhos verde-azulados.

Seu nome era Gabriel.

O garoto era inegavelmente um Winchester. Apresentava todas as características de um, ou ele teria que ter cabelos castanhos escuros e olhos verde-azulados ou seria loiro com olhos claros e, como Gabriel era a copia de Sam, nem ele podia dizer o contrario.

O pequeno mostrava-lhe um sorriso sem dentes, feliz e animado ao balançar as pequenas mãos em sua direção. Ele queria odiar o irmão, mas ficava difícil quando Gabriel sorria para ele, como o pequeno fazia agora, dessa maneira inocente.

Não entendia porque sua raiva tinha desaparecido, se dispersado no ar com se o vento tivesse a levado para longe. Talvez o fato de que não conseguisse culpar um bebê inocente pelos os seus sentimentos egoístas fosse um bom motivo, mas mesmo assim encontrava-se confuso com a mistura de sensações.

Logan teve que se segurar para não sorrir de volta.

"Você quer segurá-lo?" Seu pai perguntou.

Logan piscou os olhos e, então, o bebê estava em seus braços sem aviso, ou talvez, ele ainda estivesse lento pela falta de sono. Olhou para o pai em pânico, se ele deixasse essa coisinha frágil escapar de seus braços, seria o seu fim.

Sam sorriu do jeito atrapalhado do filho e o ensinou a forma correta de segurá-lo.

Mais calmo, manejou o bebê de forma segura como seu pai o instruiu. Uma mão apoiava a cabeça frágil e a outra o resto do corpo, apoiando as costas do pequeno em suas mãos.

Ele olhava para o bebê sem falar nada, interiormente encantado enquanto Gabriel sorria para ele e com suas mãozinhas, o tocava no rosto, resmungando até conseguir agarrar seu nariz e depois tocar em sua boca, gargalhando de felicidade.

E ainda mais, sabia que era algo automático. Bebês sorriam sem motivo, mas parecia que aquele sorriso era exclusivamente para ele. Parecia que o bebê estava feliz de vê-lo.

Era um sentimento estranho.

"O que você está fazendo?" Perguntou ao bebe, abaixando o rosto e olhando para o garotinho risonho que sorriu ainda mais ao ter sua plena atenção. Então, Logan sentou-se e pegou delicadamente nas mãozinhas que seguravam seu rosto, fazendo Gabriel agarrar um de seus dedos e se acalmar, fechando os olhos devagar.

Logan levantou a cabeça e olhou para os adultos que o observavam sorridentes e pensativos. Sam e Dean sorriam orgulhosos para ele, enquanto Genevive e Jim tinham um leve semblante, mas pareciam preocupados com alguma coisa.

"Você poderia colocar o Gabriel no berço?" Genevive disse com a voz cansada. Ela havia saído do parto a menos de duas horas e não parecia ter forças para se levantar.

Logan colocou Gabriel no berço, ao lado da cama, e franziu a testa tentando entender o que havia acontecido com ele.

Ele devia estava irritado e bravo por outra pessoa estar roubando o seu lugar, mas ao invés disso, sentia um sentimento bom, algo calmo que aquecia dentro de seu peito, algo que ele gostaria de guardar com ele para sempre. Logan não se sentia capaz de machucar ou desprezar algo tão lindo e delicado.

-x-

"Gabe, pare com isso."

Logan disse cansado com os olhos fechados, respirando profundamente, tentando recuperar sua paciência e impedir que outra vez a mesma cena se repetisse, mas sem vontade real de se mover e fazer algo. Ele estava confortável de mais para isso.

Era mais um dia normal no escritório.

Logan Winchester estava em sua cadeira olhando para teto branco, se sentindo levemente anestesiado.

Encontrava-se em sua sala de cores metálicas e moveis de carvalho lustrado. Ele sentava atrás de sua mesa, onde seu irmão, Gabriel, sentava em seu colo de frente para ele, o abraçando forte e beijando seu rosto suavemente, quase malicioso.

Mas não se enganem, essa cena não era nada fora do normal. Um simples carinho de irmão. Isso seria verdade se não fosse o sorriso sapeca de Gabriel ao olhar para Vanessa, mais uma namorada que via essa cena e outra pretendente ao cargo de senhora Winchester que se despedia.

"Querida, eu posso explicar..." Dizia sem convicção ou vontade de ir atrás da namorada em fuga, ou no caso, ex-namorada.

Era algo comum em sua vida.

Tantas mulheres haviam passado por aquela porta e parado estáticas em frente a sua sala, os olhando como se não acreditasse no que estava a frente delas.

...

Esse era seu mundo excêntrico.

Trabalhava como vise-presidente ao lado de Jim enquanto seus pais continuavam a frente da empresa, e mesmo depois de quinze anos, os negócios continuavam rentáveis e melhorando.

Os irmãos Winchester, juntos, eram os melhores administradores que ele já havia visto, porem nem sempre as coisas tinham sido tão fáceis para ele.

Após se formar na faculdade como o melhor da classe, havia ganhado um posto na empresa, assistente pessoal da presidência.

Não era difícil imaginar o porquê.

Esse tinha sido seu maior pesadelo.

Trabalhar para os pais tinha se mostrado mais complicado que ele assumira a principio. A faculdade não o preparou o suficiente para o que veio em seguida.

Milhões de papeis e a serem lidos e assinados. Balanços semanais e mensais. Responsabilidades intermináveis, sem contar as novas pessoas e contatos que ele tinha que formar para um dia chegar ao nível dos pais.

Porem, sem duvida, o seu maior desafio foi driblar e fugir, de forma elegante, das colunas sociais e pessoas tentando se aproveitar de seu dinheiro e status social. Bem, sua imagem de bom moço e responsável no final das contas havia o ajudado mais do que ele esperava.

Felizmente, todo seu esforço tinha valido a pena. Cada dia cansativo e difícil era recompensado ao ver o pai feliz e orgulhoso. O prestigio social e o dinheiro nunca o satisfaria ou representaria o mesmo que a família para ele. Logan jurava para quem quisesse escutar; no dia que seu pai o acompanhou até a sala, aonde anteriormente ele não sabia ser sua, foi um dos dias mais felizes de sua vida.

Sam o abraçou e sorriu a ele, orgulhoso e feliz, o incentivando a entrar. O lugar parecia simples, paredes brancas e sem nenhum móvel dentro. Questionou o pai sem saber o que fazia ali. Olhou para Sam esperando uma explicação. "É sua sala." Ele lhe disse entrando no cômodo e voltando a olhar para ele. "Você pode decorar como quiser." Falou ao apertar seu ombro de leve, sorrindo. "Depois que acabar, vá a minha sala."

A partir desse momento sua vida tinha mudado de novo. Quer dizer, havia se intensificado: mais trabalho, mais responsabilidades e mais pessoa observando o que ele fazia. Isso se resumia a um excesso de atenção, atenção que ele não precisava e que seu irmão ficava feliz em se livrar por ele.

Esse era o motivo que o levava a essa situação. De uma forma ou de outra, cada mulher que havia passado por essa porta de madeira escura fazia exatamente o mesmo que Vanessa.

Saia de sua vida para nunca mais voltar.

Não que ele se importasse.

Algumas lhe batiam, outras tantas lhe xingavam. Houve até uma que o processou por danos morais, mas Vanessa, não. Vanessa era sofisticada e, por incrível que pareça, não estava em busca de seu dinheiro.

Coisa rara.

Logan sabia que deveria se levantar e impedir que mais uma garota o abandonasse sem ele ter feito nada de errado, mas ele não a amava, e também, tinha algo de muito engraçado no jeito inconformado que suas ex-namoradas saiam de sua sala.

A culpa não era dele. Bem, talvez uma parcela pequena, mas tão pouco era delas. Era seu irmão que com olhos de águia, observava cada pessoa que chegava perto dele, e no fim, as garotas acabavam tendo um bom motivo para desaparecer de sua vida.

Gabriel Winchester era a pessoa mais irritante, teimosa, provocativa e sedutora que ele já havia conhecido, e em contrapartida, a mais amorosa e cuidadosa também. Pelo menos com ele.

Geralmente, Logan não deixaria que outras pessoas controlassem sua vida, mas havia algo de incontrolável na forma que o irmão insistia em protegê-lo. No fim das contas não era tão ruim deixar que alguém cuidasse dele.

Logan até gostava da dedicação do irmão, ele puramente, sem preocupações, se deixava dominar por Gabe que vinha de mansinho, cheio de carinho e bom humor.

Gabe era o único que tinha esse direito.

"Sim, eu posso ver, Logan." Disse Vanessa, se virando e saindo de sua vista. O engraçado é que ela nem parecia ao menos chateada, como se ela já esperasse por isso. Bem, talvez fosse pelas provações que Gabriel insistia em protagonizar nos últimos meses assim que Vanessa entrasse no cômodo.

Ele gostaria de pensar que as cenas do irmão só aconteciam em privado, quando outras pessoas não estavam olhando. Uma forma de afastar a garota da vez. Mas quando a foto deles começou a sair no jornal como o novo casal de famosos, quis se enfiar debaixo dos lençóis e nunca mais aparecer em publico.

Claro que ele fez algo para resolver o problema, começou a retribuir os abraços do irmão. Quando Gabriel o agarrava pela cintura ou beijava seu rosto demoradamente sua inconformada reação era agarra-lo de volta ou segurar em suas costas, se abaixando para ficar na altura do irmão.

É obvio que isso solucionou seu problema.

Nem ele mesmo entendia suas atitudes. Ele devia se afastar e mandar que Gabriel parasse e não o envergonhasse na frente do mundo todo e como estava provado, quando se tratava do irmão sua mente se comportava de forma completamente reversa e estranha. Parecia o único jeito que ele sabia agir perto de Gabriel e, às vezes, achava dar muito poder para o adolescente.

Entendia que isso aconteceria eternamente se ele não parasse o irmão, mas o invés disso encostou-se à cadeira e fechou os olhos sem fazer nada, como sempre.

Estava exausto e, talvez, se ele descansasse somente por um momento, não faria nenhum mal.

Relaxou em sua cadeira, segurando firme na cintura do irmão sem perceber. Era uma reação automática. Murmurou tranquilamente entre uma respiração e outra, provavelmente gostando mais do que deveria dessa sensação.

Gabriel não pareceu tão cedo querer soltá-lo também.

"Ela não te merecia, Log." Gabriel disse encostando a cabeça em seu ombro e relaxando junto a ele.

Era algo a se pensar.

Gabriel, apesar de ter dezessete anos, era inteligente e esperto, provavelmente seria um bom advogado. Tinha cabelos cumpridos castanhos que quase tampavam seus olhos azul-esverdeados, rosto angular por causa da transição de adolescente para adulto, corpo firme e definido, sem exageros e estatura mediana, quase baixo demais em comparação aos outros homens da família, cabendo perfeitamente nos braços de Logan.

O irmão tinha um jeito diferente de ver a vida e junto com isso vinha essa estranha percepção sobre as pessoas, quer dizer, sobre as pessoas que se aproximavam de Logan e da família.

Na primeira vez que Gabriel afastou alguém dele, era porque a garota queria seu dinheiro. O mais interessante foi que Gabriel tinha como provar, com ajuda de Jim, investigou a garota e descobriu que ela estava à beira da falência e com o casamento, sua família estaria salva.

A partir de então deixou que Gabriel fizesse o que bem entendesse. O irmão havia o salvado de boas encrencas, então ele não tinha motivo para dizer o contrario e confiava nas decisões do irmão, mesmo que elas parecessem um pouco drásticas e excêntricas.

"Você não podia simplesmente ter me falado?" Perguntou de olhos fechados, acariciando os cabelos castanhos cumpridos de Gabriel e encostou sua cabeça sob a do irmão, se sentindo em paz e confortável.

"Qual seria a graça disso?" Gabriel sorriu e beijou seu rosto antes de sair de seu colo e se sentar em cima da mesa de carvalho, o olhando analisador.

"Então, o único motivo de você ter vindo aqui foi para acabar com outro noivado?" Perguntou, se espreguiçando e checando as horas no relógio, estava na hora do almoço.

"O que? Não posso visitar meu irmão favorito?" Perguntou brincalhão, piscando os olhos para Logan que o observou, esperando o resto. "A vovó falou que o jantar hoje vai ser às 6h da noite."

"Droga! Eu esqueci o presente do Avô." Logan disse se levantando, pensando no que comprar para o aniversario de John, mas não foi preciso sair do lugar porque Gabriel o fez sentar de novo, o empurrando na cadeira.

"Não se preocupe, eu comprei um para você." Disse revirando os olhos com impaciência e se sentando na cadeira em frente à mesa, no lugar oposto a Logan quando alguém bateu na porta trazendo o almoço deles.

"O que eu faria sem você, Gabe?" Logan perguntou fingindo encantamento. Bem, talvez ele realmente se encantasse com cada detalhe, cada coisa que Gabriel fazia por ele.

"Você estaria sofrendo e suspirando pelos cantos." Disse ao devorar a primeira garfada de comida.


Espero que vocês tem gostado e me digam sua opinião.

bjos