Primeira fala dele, depois dela e assim vai...


Barriga de Aluguel

- Eu não gosto de perfumes doces.

- Quanto mais doce melhor.

- Vermelho é vulgar.

- É paixão.

- Sol.

- Neve.

- Chocolate.

- Caramelo.

- Somos tão diferentes...

- Iguais...

- Você acha?

- Talvez. Você deveria tentar me conhecer melhor.

- Não sei nem seu nome.

- Eu sei o seu.

- Como chegamos a esse ponto?

- Não deveríamos ter ido tão longe. Não é?

- De jeito nenhum.

- E agora?

- Que tal ir mais longe?

Ela riu.

- Nunca vi seu rosto... – murmurou ele. – Mas sei que deve ser perfeita.

- Conheço você, seu rosto... Um típico Malfoy.

- Como assim?

- Ah, você tem o charme Malfoy...

Ele riu desdenhosamente.

- O que foi? – perguntou ela.

- Você se tortura a toa.

- Como assim?

- Sei o que está pensando.

- E o que estou pensando?

- Está na verdade se perguntando como será daqui pra frente.

- É verdade.

- E quer ouvir a verdade?

- Não sei. Acho que não.

- E prefere que termine assim?

- Terminar o que? Assim como?

- Nós dois. Terminar desse jeito, sem realmente um fim.

- Não existe nós dois. Eu estou aqui para que Astória possa ser mãe. Eu vou gerar o filho dela. E só.

- E só. Mas você não queria que fosse assim.

- Não te entendo.

Ele se remexeu na cama até seus lábios tocarem a orelha dela.

- Gosta de quebrar regras? – sussurrou.

- É o meu forte – e ele pode ouvi-la sorrindo na escuridão do quarto.

- Então acenda a luz.

- NÃO! Isso quebraria o trato. Sem dinheiro para mim, sem filho para vocês.

- Você se importa com nosso filho? – era impossível eliminar um quê de sarcasmo na voz dele.

- Quero meu dinheiro – respondeu ela um tanto quanto ofendida.

- Você não presta.

- Você não deveria ter se iludido, eu avisei.

- Eu não me iludi. Gosto de mulheres assim.

- Astória não é assim.

Ele inspirou profundamente e disse em voz alta:

- Ok. Chega. Eu vou acabar com isso. Você largaria a proposta de Astória por mim?

- O quê? – exclamou ela, sentando-se de repente e empurrando a mão dele que repousava sobre sua barriga para o lado. – O que você quis dizer com isso?

- Eu gosto de você. Eu amo você. Consegue entender isso?

- Não.

- É. Nem eu.

- Você está brincando?

- Não. Estou falando sério, quero ir embora com você.

- Mas você nem ao menos sabe o meu nome!

- Que diferença isso faz? Eu sou louco por você, desde o primeiro dia.

- Você estava aqui por sua mulher, pensei que fosse só um sacrifício por ela...

- Era. Até... Até surgir você.

- Dinheiro era a minha prioridade.

- Era?

- Eu engravidei logo no início.

- Então tivemos vários encontros desnecessários?

- Sim.

- Você não presta.

- Eu disse que não prestava.

O silêncio reinou por alguns minutos.

- E daqui pra frente – ela disse por fim. -, eu vou ter que seguir. Não sou daquelas que não cumpre com a palavra.

- Por favor – ele suplicou.

- Você também não presta Draco Malfoy.

- Só me diga sim ou não.

- Sim. E a propósito, me chamo Rachel Travers.