Obs¹: Essa Fic é Yaoi contendo Lemon, Se não gosta, aconselho a nem olhar...
Obs²: É claro que os personagens do Death Note não são de minha autoria ne...
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-Choco Bloody-
-Chocolate Sangrento-
A lua minguante iluminava parcialmente a escuridão da noite, parecendo um sorriso macabro, indicando que a noite pertencia aos seres sem alma. O momento em que aquelas crianças da noite saiam para se alimentar, enchendo-se de vida através da alma alheia.
Pelas ruas pouco iluminadas da noite, um vulto passava rapidamente, rumando para seu ponto de encontro. Chegando ao necrotério da cidade, entrou furtivamente, não se deixando ser flagrado por nenhum vigia ou câmera, esgueirando-se com facilidade para o local desejado.
Após vasculhar o lugar onde se encontravam os mortos, finalmente achou o que procurava. Um saco preto em cima da mesa com um grande zíper, aonde jazia aquele que, no momento, estava procurando.
Lentamente começou a abrir o zíper, vislumbrando o corpo pálido à frente. Levou o próprio pulso até os lábios, perfurando-o com suas presas. O sangue escorreu em discretos filetes e ele depositou o pulso sobre os lábios do cadáver, fazendo o sangue adentrar no corpo ressequido. Feito isso, inclinou-se para o morto, beijando-lhe levemente os lábios ensangüentados.
"—Acorda logo desgraçado, temos trabalho para fazer. " – falou, afastando-se do cadáver.
Nada. Tudo continuou em silêncio, a pessoa começou a ficar irritada.
"—Matt seu desgraçado, acorda logo! " – falou raivosamente.
"—...Me...Mello? " – falou Matt sentando-se na mesa.
Lentamente Matt olhou em volta, notando que o local estava todo escuro, mas conseguia enxergar perfeitamente. Olhou para si, vendo que estava nu. Olhou rapidamente para Mello.
"—Eu trouxe suas roupas, agora se veste logo! " –Falou Mello dando-lhe uma sacola.
"—Valeu! " – Falou levantando-se e pegando a sacola da mão do outro.
Em pouco tempo Matt já estava vestido com suas roupas de costume. E ambos saíram do local, do mesmo modo como Mello entrou, imperceptível. Andando pelas ruas da cidade, que a essa hora da noite se encontravam desertas.
"—Tô com fome... " – resmungou Matt, olhando para o céu.
"—... Certo, podemos comer algo antes de ir encontra-lo. "
"—Vamos ver se eu acho uma garota bem bonitinha, que nem era a Misa-Misa! " – falou Matt sorrindo.
"—Mas veja se não demora muito... "
"—Mello... "
"— O que foi? "
"—Você já foi vê-lo? " – perguntou Matt.
"—Sim... " –Respondeu Mello cabisbaixo.
"— E falou com ele? " –Matt abriu um sorriso.
"—Não. "
"—Não!? " – Matt, parou no meio da calçada. "— Como assim, 'Não'?! Você não foi ver ele para explicar que não está morto?! "
"—Esqueça isso. "
"—Mello, você já não tinha admitido que o amava, e que só morreu para salvar a vida dele!? "
"—ESQUEÇA ISSO! " – respondeu Mello raivosamente, encerrando o assunto ali mesmo. ."—Você não estava com fome? Olha ali, um trio de garotas. " –Falou apontando para frente, aonde lá longe, bem distante vinha um grupinho de garotas.
"—Mas Mello... " –Matt ainda tentou argumentar.
"—Se você não for comer logo, eu te deixo sozinho! " –ameaçou.
Matt apenas abaixou a cabeça, conformado com tudo. O que tinha acontecido fora tudo um plano de Mello, a morte de ambos estava toda calculada já, para que Near saísse intacto no confronto contra 'Kira'. Mello tinha aceitado seus sentimentos, notando que todo aquele ódio não passava de amor. Mas parece que ainda não tinha coragem de revelar para Near o que sentia.
"—O que esta fazendo parado? Se não for lá elas vão embora. " – avisou Mello, vendo que Matt parecia refletir sobre tudo o que acontecera.
"—Certo... Você também quer comer? " – perguntou.
"—Estou sem fome... " – respondeu Mello virando o rosto.
Matt então se aproxima do amigo, segurando-lhe o queixo, forçando-o a encará-lo. Olhando nos olhos, no rosto que agora não possuía mais a horrenda cicatriz de outrora..
"—Parece que você não está comendo direito... " – questionou Matt levemente preocupado.
"—Certo... Deixe uma para mim. " – respondeu Mello afastando-se, começando a andar em direção das garotas.
Matt então abriu um sorriso, andando junto de Mello. Chegaram perto das garotas.
"—O que três gracinhas fazem sozinhas pela rua de noite? " –falou Matt, aproximando-se delas do jeito desencanado de sempre.
As garotas ficam fascinadas diante da beleza dos dois, aproximando-se mais, querendo puxar assunto.
" Esse cafajeste... não seria mais rápido só mordê-las...? " – pensou Mello, vendo as garotas histéricas vindo em sua direção.
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Em outro canto da cidade, no interior de um grande quarto escuro, repleto pelos mais diversos brinquedos,um garoto estava encolhido na cama, chorando. Havia acabado de acordar de um doce sonho, mas notou-se sozinho ao olhar em volta.
"—Por que... Por que sempre sonho que você está vivo...? " –murmurou tentando secar o rosto, mas esse ato era em vão, pois não parava de chorar.
Decidiu então se levantar, rumando para o banheiro. Chegando neste abriu a torneira da pia, vendo a água passar. Lentamente ergueu os olhos, vendo a si mesmo em um grande espelho.
" Mello... Era realmente necessário aquele plano... Mas não tive a chance de dizer o que sinto... Apesar de saber que nunca me olharia com outros olhos... ".
Seu olhar parecia cansado, não possuía ânimo para nada. Passaram-se três dias dês da captura e morte de 'Kira'. Pensava que se vingasse Mello, poderia esquecê-lo. Mas notou que estava errado, como em muitas outras vezes, negando-se a falar a verdade... Que amava Mello, que sempre o amou.
Voltou para a cama abatido, notando que a janela do seu quarto estava aberta, deixando o quarto mais gelado.
" Mas eu tenho certeza que estava fechada antes de eu ir dormir... " –Pensou Near indo até ela.
Chegando mais perto, parou no mesmo instante, sentindo uma fragrância familiar. Fazendo mais recordações virem a mente.
"— O cheiro do Mello... "
Foi andando até a janela lentamente, apreciando a fragrância parecida com chocolate. Chegando nela, colocou a cabeça para fora,dando uma boa olhada em volta mas notando apenas a escura e fria noite ao seu redor.
"— No que eu estou pensando...? "
Near soltou um suspiro, fechando a janela. Rumou para sua cama deitando-se nela. Apesar do cansaço, não possuía sono. Sabia que se dormisse, poderia ter aquele sonho novamente.
Desde a morte de Mello, sonhava que ele ainda estava vivo, e que conseguia criar coragem para contar que o amava. Mas toda vez é a mesma coisa, quando Mello vai responder se o ama ou não, o sonho acaba e Near acorda com lágrimas nos olhos, não suportando a real realidade. A fria e triste realidade.
"—...Mello... " – conseguiu adormecer enfim, após muito tempo, aonde possivelmente sonharia com seu amado.
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"—Já não está satisfeito? " – perguntou Mello para Matt.
Ambos encontravam-se em um beco escuro, com duas das três garotas desmaiadas no chão, e a terceira nos braços de Matt a qual ele mordia, sugando-lhe seu sangue, mas não o suficiente para matá-la. Após mais alguns instantes, Matt largou a garota deixando-a no chão junto de suas amigas. Em seguida, se aproximou de Mello, ostentando um lindo e satisfeito sorriso.
"— Sua boca esta suja... " – Falou Mello aproximando-se.
Mello chegou perto e segurou o queixo de Matt, lambendo-lhe o canto da boca, por onde escorria um filete de sangue, deixando o local limpo. Mello ainda podia ver os olhos de Matt brilharem em tom de vermelho sangue, mostrando o prazer e a luxúria. Sabia que os seus estavam do mesmo jeito, pois o sangue humano parecia escorrer por sua garganta como algo doce.
"—Agora temos que ir, ele nos espera. " – falou Mello separando-se.
"—Certo... É a nossa vez de pagar o acordo. "
"—Vamos rápido pois não quero que ele se zangue!. "
Mello então deu um salto, pulando para cima de um pequeno prédio, sendo acompanhado em seguida por Matt. Pegando um caminho mais rápido, ambos partiram para seu destino, pulando sobre os prédios em alta velocidade.
Após algumas horas correndo por cima dos prédios e atravessando uma pequena floresta, chegaram a um local mais afastado, onde havia uma velha casa. Pássaros negros estavam no telhado, encarando-os. A escadaria para a porta principal estava coberta de lodo, as paredes tinham uma escritura invisível aos que olhassem de longe, mas um pouco mais perceptível aos que se atrevessem a chegar perto. A terra era fria e úmida. Tudo que cercava aquela casa parecia ser sombrio, sem alegria e morto. A casa era muito grande, aparentava ser uma antiga hospedaria.
Ambos aproximaram-se mais do local, analisando tudo em volta. Subiram a escadaria que dava acesso á porta de entrada e pararam ambos nela, respiraram fundo. Entraram. O local era grande, as paredes escuras da casa pareciam adquirir vida á cada passo que davam.
O chão rangia, parecendo gritar por perdão, os quadros pendurados na parede permeavam cada movimento dos dois.
Adentrando mais no local passaram por uma grande corredor, que era iluminada apenas por poucos castiçais cor prata. Ao olharem para o fundo da sala viram o semblante de uma pessoa sombria, sentada em um trono ornamentado com vários crânios. Seus cabelos eram longos, de uma brilhante cor prateada e nas pontas passava para um vermelho vivo. Seus olhos verdes e belos como esmeraldas fitavam ambos de longe, emanando superioridade. Trajava um sobretudo negro.
"—Mestre Vectorius, chegamos. " – anunciou Mello, ajoelhando-se em frente ao trono.
"—Chegamos para servi-lo. " – Matt completou a frase, imitando o ato de Mello.
"—Mihael Keehl e Mail Jeevas... " –Falou o ser, levantando-se do trono. "— Concebi o que desejavam, agora terão que cumprir a parte do acordo... E se não conseguirem, eu mesmo matarei os dois. "
"—Sim. Agora conte-nos o que realmente precisa. " – pediu Mello levantando-se, sendo seguido depois de Matt.
"—Para que entendam, terão que escutar minha história. Por favor sigam-me. "
Ele se afastou um pouco dos dois, andando em direção a parede sobre o olhar curioso de ambos. Vectorius encostou a mão na parede com um movimento suave e de imediato esta começou a deformar em movimentos rotatórios, criando um portal. Depois ele se afastou sorrindo tenebrosamente para os jovens vampiros.
"—Vamos crianças, entrem. " – falou, recuando alguns passos, dando passagem aos outros dois.
" Tomara que eu não tenha metido agente em apuros... " – pensou Mello, olhando para o portal.
Tudo aquilo se iniciara de um jeito tão estranho, que se simplesmente contatassem para uma pessoa, esta não iria acreditar.
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Cinco dias antes do plano kamikaze de Mello iniciar ,este estava entediado. Decidiu então procurar algo para fazer, indo ao seu armário e colocando uma roupa toda negra com pequenos detalhes em prata. Olhou-se no espelho...esbanjava sensualidade e mistério, sem dúvida.
"—Matt vou sair, aqui está um tédio! " – resmungou, já andando em direção a porta e pegando sua jaqueta vermelha.
"—Já é quase duas da manhã... E temos que vigia-los " – Matt levantou-se do sofá.
"—Vá descansar... Eu vou ver se esvazio a minha cabeça para pensar em um plano melhor que este... "
"—Certo... " - falou Matt indo em direção ao seu quarto.
Mello saiu do apartamento rumando em direção á sua moto, logo subindo e partindo do local. Não sabia ao certo para onde estava indo, apenas passava pelas ruas não ligando para nada ao seu redor. Sua mente vagava para longe dali, mais certamente em um lindo garoto sem expressões. Cansado de tanto vagar pelas ruas com os pensamentos neste garoto, decidiu parar em frente de uma casa noturna. Algo nela lhe chamava a atenção, possuía um mistério emanando daquele lugar. Estacionou a moto e entrou no local. Quem sabe dançar um pouco lhe esvaziasse a mente.
Ao entrar no local, notou um ambiente escuro, iluminado apenas pelas luzes de estrobo. A música alta fazia as pessoas dançarem sensualmente e a iluminação parecia criar um efeito quase impressionista.
" Talvez eu possa esquecer de tudo por uma noite... " – pensou Mello, enquanto caminhava para o centro do local.
A melodia da canção era caótica e sombria ao mesmo tempo, acompanhada por uma voz feminina em contraste com batidas que assemelhavam-se á um erótico sadomasoquismo. . Era como se adentrasse em um local povoado por criaturas sombrias.
Mello ficara fascinado com o ambiente, começando a dançar no meio da pista. Logo atraiu vários olhares de pessoas admiradas por sua beleza e luxuria. Mas ele não se importava com nada, permitindo apenas que a música dominasse seus sentidos e sua mente.
Subitamente, alguém em suas costas lhe sussurrou ao ouvido.
"—Estás sozinho esta noite? "
Mello limitou-se a, virando-se para ver quem falara. Deparou-se com um belo homem vestido todo de negro com detalhes em verde. Mas o que lhe chamou a atenção nele foram os longos cabelos cor prata, que pareciam brilhar com a pouca luz do ambiente.
"—Se eu estiver, irá me fazer companhia hoje? " – perguntou desafiador.
" Interessante, um humano que presta." – pensou o belo homem. "—Com todo prazer... qual seria teu nome? "
"—Mello... e o seu? "
"—Vectorius.. "
Ambos começaram a dançar, atraindo mais atenção dos outros à volta. A perfeição dos corpos se movendo no ritmo caótico da melodia, era um deleite para quem quisesse apreciar.
Após algum tempo, ambos decidiram parar um pouco, rumando para um pequeno bar situado mais para o fundo do lugar. Sentaram-se nas cadeiras do balcão deste.
"—O que vão querer? " – indagou a atendente.
"— A bebida mais forte que você tiver. " – falou Mello.
"—Eu não quero nada. " – respondeu Vectorius.
Não demorou para que a atendente trouxesse um copo de bebida para Mello, indo depois atender outra pessoa.
"— ...Mihael, eu tenho uma proposta para você. "
"—Como você sabe este nome? " – perguntou Mello ficando alerta.
"—Isso não importa, mas notei uma coisa em você... "
"—O que você...? "
"—Calma... Eu só notei que você parece estar querendo escapar da morte. " – comentou Vectorius, olhando-o com superioridade.
"—Quem diabos é você? Algum Shinigami por acaso?! "
"—Shinigami? " – Vectorius da uma risada. "—Vejo que conheces coisas bem bizarras, não me enganei te escolhendo. "
"—...Diga o que quer. "
"—Eu posso lhe conceber a vida eterna. " – propôs com um sorriso malicioso nos lábios.
"—E como faria isso? " – Mello continuou desconfiado mas não pode deixar de escapar um certo interesse na pergunta.
Vectorius sorriu ante o interesse do outro, sussurrando-lhe em seu ouvido
"—Primeiro eu te mataria, tendo o prazer de sentir teu sangue em meus lábios. Depois eu lhe reviveria dando-lhe um pouco do meu próprio sangue. "
"—Me mataria...? " – sussurrou Mello.
" Se eu já estiver morto... o Death Note não funcionará comigo... Será? "
"—Sim, o Death Note não surtirá efeito em você. " – respondeu Vectorius, afastando-se.
"—Como!? Você leu minha mente?! "
"—Isso não importa, gostaria de juntar-se a mim, tornando-se minha cria? " – propôs.
"—Primeiramente... O que você é? "
"—Um vampiro milenar. "
Mello sorriu maleficamente, agora seu plano de captura do Kira estava completo. Near conseguiria captura-lo, e ele e Matt poderiam viver.
"—Eu aceito, mas tenho um amigo que também precisa se tornar um. "
"—Eu deixarei você transforma-lo. Acredito que será capaz de gerar uma boa cria. "
"—E o que você quer em troca? "
"—Isso é algo que só poderei revelar depois. Você terá tempo o suficiente para fazer seus planos contra esse tal "Kira". " - o vampiro enfatizou a última palavra.
"—Se é isso, então me morda à vontade! "
Vectorius se levantou, sendo seguido por Mello. Saíram do local, andando pelas ruas da cidade que estavam desertas á esta hora da noite.
"—Onde estamos indo? " – perguntou Mello.
"—A um local mais reservado, tem um galpão abandonado logo na esquina daqui. " –respondeu o outro, não parando de andar.
Mello então ficou mudo, deixando-se guiar pelo ser misterioso á sua frente. Em pouco tempo chegam ao tal lugar que Vectorius havia mencionado.
O local estava vazio, possuindo apenas muitas caixas de madeira, não havendo luz alguma, sendo impossível Mello saber para que lado ir.
"—Não tenha medo. Serei rápido. " – Mello sentiu as mãos frias do estranho sobre seu rosto.
Recuou alguns passos, mas suas costas batem contra uma parede.Vectorius fitou admirando sua presa. Tinha pensado em apenas sair para se divertir e alimentar-se, mas realmente achara algo raro. Algo que seria muito útil para seus planos.
Vectorius aproximou-se mais, colando os corpos. Ergueu gentilmente sua mão até o queixo do rapaz, inclinando o rosto delicado para o lado, podendo vislumbrar o pescoço delgado. Fincou suas presas, sentindo o sangue invadir-lhe os lábios..
"—Argh! " –gritou Mello, agarrando-se aos ombros do outro.
O sangue de Mello escorria por sua garganta, fazendo-o sentir o gosto do sangue doce e jovem. Mello começou a sentir suas forças se esvaírem, embora sentisse uma deliciosa mistura de dor e prazer, obrigando-o a fechar os olhos.
Mello simplesmente deixou-se cair nos braços de Vectorius, exausto.. Este olhou seu alimento e futuro servo, sorrindo. Ajoelhou-se em seguida, colocando a cabeça de Mello em seu colo.
"—Beba isso. " –ordenou, logo após cortar seu pulso, deixando-o na frente da boca de Mello, onde um filete de sangue escorreu.
Mello apenas obedeceu, segurando o braço deste, com suas ultimas forças, e sugando-lhe o pulso, sentindo o gosto do sangue imortal. Uma dor intensa apoderou-se de seu corpo, mas ele não parou.
"—Já é o suficiente!. " –disse Vectorius, retirando seu braço de perto do outro.
A dor era intensa para Mello, realmente parecia que iria morrer. Gritou, sentindo seu corpo reagir aos espasmos de dor que percorriam seu corpo. Talvez tenha feito uma grande besteira... perdeu os sentidos.
"—Parece que você também tem contas a acerar com alguém amado... " – murmurou Vectorius em um sussurro "— O meu amado tinha a sua idade... "
Tempos depois, Mello despertou, notando-se sozinho no local. Olha cuidadosamente para os lados, notando que agora conseguia ver perfeitamente tudo que antes era só escuridão, sentia também diversos cheiros e poderia ouvir vozes distorcidas ao longe. Percebeu um papel ao seu lado e o pegou.
"Deve estar com fome, eu até poderia lhe ensinar a caçar, mas meu tempo é curto. Você disse que tinha um amigo para tranformar em vampiro, alimente-se dele e transforme-o . Como já é tarde ele só sentirá fome amanhã. Outro dia lhe explico mais coisas."
"— Me alimentar de Matt...? " – disse para si mesmo logo após ler o papel.
Levantou-se do local, limpando sua roupa em seguida e saindo dele. Observava as coisas ao redor com novos olhos, tudo lhe parecia diferente. E alguma dentro dele clamava por alguma coisa, que não sabia direito o que era. Dirigiu-se para sua moto, voltando para seu apartamento.
" Fome... " – pensou enquanto entrava no apartamento.
Olhou para o relógio, constatando que eram quase quatro horas da manhã. Adentrou furtivamente no quarto do amigo.
"— Matt, acorda. "
"—... Só mais cinco minutos... " – reclamou Matt se cobrindo com o edredom.
"—Eu disse para acordar!. " –gritou.
"—Certo... O que quer? " – Matt sentou-se na cama, esfregando os olhos.
"—Achei um jeito de conseguir capturar Kira, sem que agente morra! " – Mello sentou-se na cama.
"—SERIO?! "
"—Sim... Por isso, fique bem quietinho e não dê trabalho. Será minha primeira vez e não tenho tem pra explicações. "
Matt abriu olhos de espanto, tentando empurrar Mello. Mas este segurou suas mãos de encontro ao colchão, fazendo-o se deitar.
"—Mello, que diabos quer fazer? " – perguntou alarmado.
Não ouve resposta, Mello apenas o prensou contra o colchão. Aproximou-se e lhe beijou o pescoço.
"—MELLO!? " –Cada vez mais Matt ficava mais confuso.
"—Cala a boca... Você vai gostar. " – respondeu Mello lambendo seu pescoço.
"—Dêsde quando eu vou gostar disso!? " – tentou se libertar mas não consegui. – " Como conseguiu ficar tão forte?"
Mello parecia estar possuído por algo, tudo o que via era aquele pescoço a sua frente. Não estava nem ligando para as frases de Matt, sua fome não o deixava pensar. Lentamente pressionou suas presas no pescoço do outro, apreciando o gosto e o cheiro que possuía este sangue.
"—Aii! Me-Mello?!
Matt então deixou de tentar fugir, acreditando cegamente em Mello. Sentia-se estranho, parecia que eu corpo estava morrendo, mas era impossível não sentir um certo prazer por isso. Agarrava-se mais ao Mello, como se querendo sentir mais desse prazer que o estava torturando. Mas em pouco tempo começou a perder as forças.
Mello abandonou sua presa, lambendo os lábios ente ao gosto que o sangue possuía. Olhou atentamente para o rosto de seu amigo, vendo-o ofegante.
"—Calma... " – falou baixinho, retirando algumas mexas de cabelo vermelho dos olhos do outro "—Beba do meu sangue e viverá para sempre."
"—Me-llo... " –murmurou Matt sem forças, olhando Mello cortar o próprio pulso com as unhas e estender em sua direção.
"—É só beber "
E como foi dito, Matt fez, sorvendo o sangue de Mello. Sentindo uma dor profunda, para logo em seguida desmaiar.
"—Pronto... agora escapamos do Death Note... " – disse Mello
Olhou em volta do quarto, agradecendo internamente por este ser todo fechado, não permitindo que o sol da manhã entrasse. Aconchegou-se junto á Matt e adormeceu.
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"—Entrem, o que estão esperando? " – Vectorius ficou impaciente, vendo que os dois continuavam imóveis.
Os dois se dirigem lentamente em direção ao portal, entrando nele logo em seguida. Vectorius sorriu, seguindo logo em seguida os dois.
O local no qual apareceram era muito amplo e escuro. A única coisa que possuía na sala era um altar púrpuro com pano branco por cima dando um maior destaque a uma espada negra, reluzente e com enfeites que a deixava sombria.
"—Estão vendo essa espada? " – falou Vectorius aproximando-se desta "— Nela esta presa a alma de alguém muito importante para mim... "
"—Então quer que livremos essa alma? Nem sei como se faz isso. " – comenta Mello, arrependendo-se ao receber um olhar gélido do outro.
"—Essa espada é amaldiçoada. De 100 em 100 anos nasce o hospedeiro que carregará a maldição dela."
"—... " – Mello e Matt apenas ficam mudos, apenas escutando.
"—A vários anos atrás, no tempo em eu a magia ainda reinava, eu conheci um dos portadores dessa maldição... Seu nome era Cain. Naquela época, eu era apenas um vampiro jovem, não possuía nem 400 anos. "
" 400 anos... Jovem? " –pensou Matt.
" Magia? Será que consigo aprender? Talvez eu superaria o Near." – pensou Mello.
"—...Parem de pensar em besteiras e prestem a atenção. " –Repreendeu Vectorius.
"—Errr... Desculpe, pode continuar. " –falou Mello.
"—Voltando ao assunto. Cain, o possuído daquela época, veio ate mim pedindo ajuda para livra-lo da maldição. Depois de andar por vários reinos, eu não consegui salva-lo... " – foi visível o olhar triste de Vectorius ao lembrar-se do seu passado "—Mas antes dele ser possuído pela maldição, eu prendi sua alma e memórias dentro da espada. Para que um dia ele voltasse para mim... "
"—Mas aonde vamos encontra-lo? " – pergunta Matt
"—Seu nome completo era Cain Radiance Eucaristia. Ele era o príncipe herdeiro do reino Radiance... Isso é tudo que sei dele. "
"—Mas ainda não sabemos como encontra-lo, isso se ele estiver vivo. " – comenta Mello.
"—Ele está! " – exclama Vectorius "—Eu sinto... O sangue dele corre em minhas veias... Sua energia... Eu a sinto pulsar em mim. Finalmente nascera um corpo que aceitará a alma. "
"—Certo... Mas mestre... Como vamos encontra-lo? " – pergunta novamente Mello.
"—Eu só sei que ele está vivo. Vocês vão ter que se virar para encontra-lo. Podem usar qualquer método, dês que me tragam ele aqui. "
"—Isso vai ser difícil... Não existe uma foto? " – pergunta Matt.
"—Isso nem existia na época. " – responde friamente Vectorius, já cansado de toda essa faladeira "—Salvei vocês da morte para poder traze-lo para mim. Se não conseguirem eu os mato. "
O clima na sala fica carregado. Mello e Matt ainda não sabiam por onde começar a busca, estavam em um beco sem saída.
" Near... Será que ele saberia o que fazer? " – pensou Mello, lembrando-se de Near.
"—Peça a ajuda dele. " – falou Vectorius, se aproximando de Mello.
"—Como? "
"—Esse tal de Near, vez ou outra, você está pensando nele. Vá encontra-lo. " – fala Vectorius fazendo um cafuné na cabeça de Mello.
"—Eu-Eu não o amo... "
"—Eu era um tolo que nem você, e só pude realmente notar o que sentia na hora da morte de meu amado... Era para eu morrer, mas ele doou sua vida para mim. "
"—Mestre... "
"—Vá encontra-lo, e alimente-se um pouco dele, tenho certeza que irá adorar a sensação. Só não o transforme em vampiro, por enquanto. " – fala Vectorius se afastando, indo em direção a parede.
Repetiu o que tinha feito há pouco tempo atrás, abrindo um portal. Mello e Matt rapidamente entram neste.
" Tomara que eles o ache... Cain... Meu Cain. " – pensou Vectorius, entrando no portal.
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Dois dias haviam se passado depois de tudo. E Mello novamente estava entediado em seu apartamento, olhando TV na sala com Matt. Mas a essa hora da noite, realmente não passava nada que preste.
"—Infernos! " – gritou Mello se mexendo de um lado para o outro no sofá.
"—O que foi Mello? "
"—Chocolate... " – disse choramingando.
"—Chocolate? "
"—SIM! CHOCOLATE, EU QUERO CHOCOLATE! " – gritou mais alto dessa vez , começando a sacudir Matt.
"—Mas... O mestre Vectorius disse que não podemos mais comer nada. " – comenta Matt.
"—Mas... Mas... " – Mello começa a fazer uma carinha de cachorro abandonado.
"—Certo, coma um. Não vai ser eu que vou passar mal. " –Fala Matt não se importando, voltando a ver TV.
Mello então corre a geladeira, abrindo-a em seguida, notando que estava vazia.
"—Não tem comida? " – fala Mello.
"—... Esqueceu que nos alimentamos de sangue agora? "
"—A falta de açúcar no meu sangue está me deixando burro... Preciso de uma barra de chocolate urgentemente. "
Olhando mais atentamente, acha uma pequena barra no fundo da geladeira. Mello a pega em questão de segundos, abrindo-a e dando uma boa mordida.
"—CREDO! " – grita Mello, jogando o resto da barra no chão "—Isso tem gosto de areia... "
"—Talvez seja por isso que não devemos comer nada. " –explicou Matt.
"—Isso me deu fome... " – comenta Mello.
"—Nem olha para mim, se quiser comer algo, procure outro alimento. Você se alimenta de mim e me deixa com fome. " – fala Matt se afastando.
"—Maldito... É assim que você trata aquele que lhe deu uma nova vida. " – Mello começa a chantagear.
"—De novo isso não... Vá caçar algo, eu sei que não gosta, mas é bom se acostumar."
"—Foda-se então! Vou dar uma volta. " – fala Mello saindo as pressas do local.
Mello andava pelas ruas sombrias da noite. Sentia fome, mas não queria se alimentar do primeiro que aparecesse em sua frente. Sem notar, suas pernas o levam para frente de uma casa. Quando realmente notou onde estava era tarde demais.
"—Near... " –disse roucamente Mello, sentindo seu coração bater mais rápido.
Ele já tinha ido ver Near varias vezes, mas nunca se revelava. Sempre o observava dormir, e raramente se atrevia a chegar mais perto. Para sentir o cheiro doce que Near possuía.
Novamente cria coragem e pula para a janela do quarto do outro. Ao Entrar no quarto, não viu o que queria, Near não estava lá. Olha para todo o local, notando feliz, que Near ainda continuava brincando com bonecos. Isso lhe fascinava, aquela inocência que Near possuía no olhar.
Aproxima-se da cama a passos lentos, sentando-se nesta, pegando o travesseiro e abraçando-o. O doce aroma de Near invade seus sentidos. Perdendo-se no doce cheiro que aquele que amava possuía.
"—Mello...? " – uma voz falha e baixa chegou aos ouvidos de Mello.
Estava tão envolto em pensamentos, que não notara que Near acabara de sair do banheiro do quarto. Olhou para este, incrédulo por ter sido descoberto, iria fugir o mais rápido que pudesse, mas suas pernas tremem ao olhar melhor para Near.
Parecia que acabara de sair do banho, estava apenas vestindo uma calça branca bem larga de seda. Estava com uma toalha jogada nos ombros, onde possivelmente estava antes a secar seus cabelos. Mas o que realmente lhe prendeu no quarto foi o olhar que Near possuía. Seus olhos pareciam incrédulos, mas ao mesmo tempo possuía um brilho fascinante. Pela primeira vez vira uma expressão no rosto deste.
"—Mello... É você mesmo...? " – pergunta baixo, aproximando-se lentamente.
Mello ainda continuava no mesmo lugar, abraçado ao travesseiro, não conseguindo desviar os olhos do outro. Near estava tão encantador daquele jeito. Seus olhos se desviaram por um segundo, indo parar no belo e branquinho pescoço que este possuía. Sentiu fome. Sentiu vontade de beijar e lamber toda aquela pele macia, e depois saciar sua fome no doce sangue de Near.
"—Será um sonho...? " – fala Near, em fim chegando aonde Mello estava.
Ajoelhou-se na frente deste, levando sua mão a face do outro. Estranhando esta estar um pouco fria.
Com o toque quente da mão do outro, Mello finalmente parece acordar de seu devaneio. Sorrindo safado para Near.
"—Sim. Sou eu, vim ver como está. " – falou, tentando concentrar-se em simplesmente não pular no pescoço do outro.
"—Mas... Você está morto. "
"—Tecnicamente sim. "
"—Isso só pode ser outro sonho... " – fala Near afastando-se e ficando de costas, olhando a janela aberta.
Mello ergue uma sobrancelha. Near sonhava com ele? Por qual motivo ele ainda se lembrava dele?
Cansando de tentar pensar em algo, e a fome também não deixava. Mello levanta-se, deixando o travesseiro na cama, indo calmamente até Near.
"—Eu estou vivo, por que não acredita em mim? " – perguntou tocando singelamente o ombro de Near.
"—Não existe essa possibilidade, não tem como estar vivo. "
"—Droga... Quer parar de sempre pensar friamente, e notar que eu estou vivo? " – fala Mello puxando Near pelo ombro, fazendo que este ficasse de frente.
Mas ao fazer isso seu coração doeu. Olhou para a face de Near, esta estava cheia de lagrimas. Sentiu-se culpado, e nem sabia o por que. Aproxima-se lentamente, levando sua mão ao rosto do outro, retirando as lagrimas.
"—Near... Eu te amo, não chore. " – confessou-se Mello, aproximando-se.
Lentamente encosta seus lábios no do Near, em um singelo e calmo beijo. Mello pode sentir Near sorrir de encontro a seus lábios, afastando-se em seguida.
"—Não é um sonho. " – fala Near, sorrindo.
Aquele simples sorriso fez o coração de Mello aquecer-se. Era tão inocente aquele sorriso e aquele olhar. Mas notou um brilho estranho em seus olhos, parecia algo como luxuria, mas não conseguia acreditar.
"—Se fosse um sonho, seria eu que lhe diria 'Eu te amo'. " – fala Near, tocando levemente seus lábios.
"—Como!? Você gosta de mim? " – pergunta incrédulo Mello.
"—Sim. Há tanto tempo, que nem sei mais quando esse sentimento começou. "
"—Near... "
Near então se aproxima de Mello, enlaçando seu pescoço com os braços. Olhando atentamente para o rosto do outro.
"—A cicatriz...? " – pergunta Near, notando agora mais de perto, que Mello já não possuía esta.
"—Te explico depois. " – responde.
"—Mello eu te amo tanto... " – sussurra Near, de encontro ao ouvido de Mello deixando sua respiração quente tocar-lhe a pele deixando-a arrepiada.
Lentamente Near foi beijando o pescoço de Mello, causando-lhe arrepios. Este leva suas mãos as costas desnudas de Near, apertando cada pedaço de pele macia.
"—Você esta um pouco frio... " – fala Near beijando o ombro.
"—Então-Ahnnn..." – começa a falar Mello, mas para ao sentir leves mordidas em seu pescoço "—Aqueça-me."
CONTINUA...
08/09/08
Nota da autora:
Primeiramente... Não me apredejem por parar nessa parte, é que o capitulo estava ficando longo demais. Mas não se preocupem, o próximo capitulo vai continuar certinho nessa parte. Aguardem.
Fic nova, tudo novo... Nossa eu tava doidinha para fazer uma Fic de vampiros, tomara que tenham gostado.
Eu não sei quantos capítulos ao certo essa vai possuir. Depende se gostarem da historia.
Ah! Se quiserem saber mais sobre o vampiro Vectorius e seu amado Cain. Leiam a minha historia original chamada "Prison Magic", que conhecerão melhor como eram os dois, a alguns séculos atrás. Ainda está incompleta, mas juro que ainda a termino. ( Se chegarem a ler, deixem uma review, a historia não tem nenhum comentário Ç.Ç )
Agradecimentos:
Agradeço a Tsunami e a Julih, que me aturaram quando tava fazendo a Fic. E também a Raayy, quase que o titulo da Fic seria "Ao Anoitecer". Mas na ultima hora, meu irmão sugeriu o atual titulo, e eu me apaixonei por este.
Isso é tudo, obrigada por terem lido, e aguardem que ainda vêm mais coisas.
By: Toynako
