Todos têm dentro de si um diamante de um milhão de dólares. Precisamos apenas lapidar as imperfeições para encontrá-lo.
"Stefan – uma pausa – teria como você vir aqui, por favor? – outra pausa, dessa vez bem mais longa – é que eu preciso mesmo falar com você. Espero não estar te incomodando – ela suspirou – me ligue, por favor, quando ouvir essa mensagem, está bem? Beijos" Stefan ouviu a mensagem de Elena entrando na sua caixa postal, uma ligação que ele não atendeu propositalmente.
Não atendeu porque era difícil para ele manter contato com Elena, agora principalmente. Tudo doía, e ele ainda a amava tanto.
"Será que é mesmo uma boa ideia retornar?" ele se perguntou. Claro que sim, era Elena. Ele não podia não retornar. E o assunto parecia sério.
Ele pegou o celular, discando os primeiros dígitos do número dela, já gravado em sua agenda, e esperou. Depois de dois toques, ela atendeu.
- Stefan... – Ela arfou do outro lado da linha – Obrigada por retornar.
- Diga o que você quer – Ele respondeu
- Você pode vir aqui? Eu tenho algo sério para conversar com você.
- Ok. – Ele suspirou derrotado – Me espere, já estou indo.
- Até depois...
- Até – Ele desligou o celular, levantando de onde e estava e indo se arrumar para aquele "encontro"
(...)
Elena terminava de escovar os dentes quando a campainha soou.
- Já vou! – Ela gritou para baixo, enquanto ajeitava rapidamente os cabelos e disparava pela escada – Stefan... – Ela cumprimentou, sem fôlego pela corrida
- Elena – Ele falou preguiçosamente – Não vai me convidar para entrar?
- Claro – Ela deu espaço para ele entrar
- Não que eu precisasse...
- Quer algo para beber? – Ela ignorou o comentário dele, tentando parecer simpática
- Se você estiver disposta a me ceder esse pescoçinho lindo... – Ele ergueu uma sobrancelha – Fora isso, eu recuso.
- Bem, - Ela pareceu desconfortável – Vamos nos sentar, então. Você na frente.
Eles caminharam até a sala, se sentando em um dos confortáveis sofás.
- Diga, então, o que você queria tão urgentemente me falar. – Stefan começou
- Que eu estou cansada. Cansada de fugir disso tudo.
- E do que você fala? – Ele perguntou intrigado
- De nós, de você, de tudo. - Ela suspirou pesadamente – Não importa se Klaus te liberou da promessa, você continua agindo tão friamente quanto possível. E isso não é você.
- Talvez esse seja o novo eu – Ele respondeu, como se fosse fácil assim.
- E o antigo? Onde esse foi parar? – Ela torceu os lábios, se perguntando se deveria mesmo falar o que vinha a seguir – Estamos vivendo uma mentira.
- Por que diz isso? – Ele franziu o cenho
- Nada disso parece real. Você, eu, não estamos vivendo a história certa.
- Essa é a nova história certa, Elena. Nós tínhamos um amor... – Ele fez uma pausa – Mas nós tivemos que deixá-lo ir.
- E as promessas? E tudo que vivemos? – Ela parecia estar segurando o choro
- Não foi o suficiente... – Ele se levantou do sofá – Era só isso?
- Espere! – Ela se levantou junto, o empurrando levemente de volta para o sofá, fazendo-o sentar bem ao seu lado – Me responda uma coisa: você mataria para provar que está certo?
- Obviamente.
- E para salvar alguém? Mataria?
- Você já sabe a resposta, Elena. – Ele olhou no fundo dos olhos dela – Mataria se você para salvar alguém que amo.
- Mataria para me salvar?
- Sim... – Ele sussurrou – Claro que sim.
- Pensei que não me amasse mais – Ela completou
- Eu tive que deixá-lo ir – Ele sorriu de lado – Não quer dizer que eu realmente deixei.
- E eu imagino que isso dói.
- Oh, você não sabe o quanto! Não importa quantas vidas eu viva, eu nunca esqueceria.
- Eu imagino sim. – Ela colocou a mão no lugar onde seu coração batia – Dói em mim também. Todas as noites eu tento controlar essa dor...
- Mas nunca consigo. – Ele completou – E então eu fico ouvindo o som da minha própria respiração, quando a dor abranda e já é possível respirar.
Os dois ficaram ali, sentados no sofá, ouvindo a chuva cair lá fora e sentindo a dor do outro.
- Eu pensei que você quisesse ir logo – Ela falou baixinho
- Não mais. Eu gosto da sua companhia. – Ele olhou longamente para ela – Me responda agora: você realmente me quer? E... Por quê?
- Sim. Eu te amo, Stefan, e não há muito que se fazer quanto isso.
- Teria o Damon – Ela falou contra a sua vontade. De forma nenhuma queria ver os dois juntos, mas era o melhor para ela. Damon a merecia mais do que ele agora.
- Damon... – Ela sorriu involuntariamente – Ele é um doce, um amor. Se eu conseguisse o amar como eu te amo, seria perfeito. Mas não dá. Ele é o ideal agora, mas não o que quero. Stefan, por favor... – Ela implorou pela última vez
Era o necessário. Cada palavra proferida por ela desde o inicio tocavam o coração dele, o amolecendo. Ele já não aguentava mais, precisava dela como precisava de sangue. Talvez mais. Ele a amava, e era tudo o que importava agora.
- Só me responda mais uma coisa – Ele tentou reprimir mais um pouco esse sentimento, mesmo sabendo que era uma luta perdida – O que te faz ainda ter tantas esperanças sobre mim?
- Eu te vejo como um diamante bruto. Capaz de ser lapidado, ter suas superfícies rugosas transformadas em algo liso e brilhante, e finalmente se tornar bonito de novo.
- E se eu for algo impossível de lapidar? – Ele ergueu uma sobrancelha, curioso
- Não é. Você já foi bonito uma vez. – Ela traçou levemente o contorno do rosto dele, com carinho – E mesmo assim, você ajudaria outros diamantes a ficarem bonitos. Sabia que diamantes impossíveis de se lapidar são triturados e o pó é usado para a lapidação de outros? – Ela perguntou, e ele assentiu com um movimento com a cabeça – Eu te vejo assim. Me ajuda a enfrentar tudo isso. – E então ela deu um lindo sorriso – E é como diz aquela música: "Diamonds are a girl's best friend" – Ela cantou
- Onde você ouviu isso? – Ele perguntou bem-humorado, sorrindo de volta
- Em Moulin Rouge. É um filme bonito, um amor impossível. – Ela sorriu levemente com a lembrança do filme – E é tão trágico no final.
"Está parecendo com isso, agora" Elena pensou "começa tão lindo, mais alguém, ou algo, interrompe o amor dos dois. E tudo se torna trágico, destruindo corações junto"
- Já assisti, acho – Ele falou – Mas eu pensei que a música falava justamente que diamantes são melhores do que homens...
- E fala. – Ela concordou – Eu adaptei para o que eu queria. Desejo o diamante e o homem.
- E se for caro demais?
- Estou disposta a pagar o preço – Ela o encarou – Eu faria qualquer coisa por você. Eu vou lutar.
- Essa sua esperança é uma droga, Elena, literalmente. – Ele desviou o olhar para a mesinha de centro – Quando ela acaba, você precisa de mais, e inventa outra história para se agarrar.
- Eu não estou inventando – Ela puxou o rosto dele de volta, obrigando-o a encará-la – Porque, Stefan, prefere que eu pare?
- Não. – Ele respondeu suavemente – A sua esperança me dá esperanças. Eu não deveria, mas gosto disso.
- Você não está lutando o suficiente – Ela o olhou desaprovadoramente – Me mostre que me ama, Stefan, Lute por isso também.
- E como você quer que eu faça isso? – Ela sentiu a respiração gelada dele contra o seu rosto
- Faça o que tiver que fazer.
Então Stefan fez o que já queria fazer a muito tempo. Inclinou-se levemente e colou seus lábios no dela, num beijo desesperado, porém doce. Ele mal podia esperar por aquele momento, por finalmente sentir a boca dela contra a sua, e o amor dos dois fluindo juntos.
Elena também ansiava por aquele momento. Ter Stefan finalmente junto a si. Nenhum beijo de ninguém, nem mesmo Damon, se comparava a aquilo. Era Stefan quem ela realmente ama, e era o beijo dele que a fazia se derreter de dentro para fora.
Mas logo que o beijo começou, ele terminou.
- Mas o que... – Elena começou a falar, quando Stefan se separou bruscamente dela, mas não pode terminar
- Desculpe, Elena... Eu não posso! – Ele se levantou, correndo para a porta e indo embora.
E Elena ficou ali, no sofá, escutando a chuva caindo ruidosamente lá fora e recriando aquele momento em sua mente, enquanto lágrimas caiam silenciosamente no carpete.
Descobri que tinha umas coisas muito sem noção aqui no final do capítulo! kkkk'
Stelena é tão difícil de achar em português, não acham? É por isso que eu escrevi, para curar a minha depressão!
Sejam boazinhas, ok? Tenho alguns bons reviews nessa aqui no Nyah, verdade. Domingo posto o próximo capítulo, ok? (tem no Nyah, se forem muito curiosas!)
