Alguns pequenos avisos antes de começar. Primeiro: É minha primeira fic e eu arrisquei fazer uma bem grande logo, então peguem leve comigo. Segundo: A fic é baseada no filme "Uma linda mulher" mas com alguns detalhes de "Eu, Christiane F." que é o meu livro preferido. A história é BEM pesada, então obviamente a fanfic terá algumas cenas fortes. A história aqui se passa em Berlim, na Alemanha. Naruto é Alemão e Sasuke inglês. Bom, é isso. Boa leitura e reviews se eu merecer hehe

Capítulo 1

Se olhando em frente ao espelho percebeu o quanto estava pálido, não apenas por quase não comer, mas também por só sair à noite para trabalhar, se privando dos raios de Sol e do bronzeado que antes predominava a pele. Por que se privara de um passeio na praia, mesmo? O bolo de cartas cheias de cobrança servia como resposta. Não tinha tempo. Trabalhava a noite toda para poder se sustentar, e acima disso, sustentar seu vício, deixando-o cansado o suficiente para dormir o dia todo, voltando a acordar apenas quando a lua já surgia. O relógio da cabeceira apitou. 19h. Suspirou, enfiou alguns preservativos no bolso da calça, enquanto pegava um casaco laranja, chamativo e o vestia. Olhou-se pela última vez no espelho e para as cartas e finalmente saiu do apartamento minúsculo, trancando a porta. Estava na hora.

-X-

-Eu sei Sakura, eu sei... Não grite – Levou as mãos à cabeça. – Sakura, deixe-me falar! – A voz aguda que vinha do telefone não cessava. Pelo contrário, estava tornando-se cada vez mais alta e irritante aos ouvidos de Sasuke. – É óbvio que eu tenho tempo para você, mas compreenda, eu tenho que trabalhar. Já conversamos sobre isso. – A gritaria não cessava, e o moreno não conseguiu manter a paciência por muito tempo. – Ok, faça como quiser. Se desejares ir embora do meu apartamento, que vá! Só deixe a chave embaixo do tapete como sempre. Adeus, Sakura.

Desligou o celular enfiando-o no bolso e voltou à sala de reuniões da empresa na qual era dono, cruzando olhares com os quatro funcionários que o esperavam. Sentou-se a mesa e deu permissão para que Kabuto continuasse a apresentação de Slides. Poderia estar ali, mas sua mente estava em algum lugar bem distante, não dando atenção para nada daquilo. Sentiu seu braço ser cutucado por uma caneta e virou seu rosto na direção de quem o chamava.

-Algo errado, Sasuke-kun? – Kabuto perguntou com sua voz leve como de costume. Só então percebeu que a apresentação havia parado novamente e que todos o encaravam

-Vou embora! –Levantou-se da cadeira de couro preta, pegando sua pasta do mesmo material e igualmente negra.

- Mas, Sasuke-kun, ainda não terminamos de discutir sobre isso. É importante que você saiba dos mínimos detalhes, milhões... – sorriu ambicioso - São milhões que estão em jogo, e quero pegar aquele otário de jeito... – Olhou ao seu lado, estava lá seu advogado, ambicioso como ele.

-Teremos tempo para isso, Orochimaru. Hiruzen não vai sair do lugar ou tramar nada contra nós, falido do jeito que está. – Arrumou a gola do seu terno italiano estalando seu pescoço. Céus! Precisava de férias. Saiu da sala sendo seguido pelo seu insistente advogado. Apertou o botão do elevador que se abriu no segundo seguinte, entrando no mesmo. Alargou a gravata. Estava nervoso, tenso. Já fazia um bom tempo que ele não descansava. Até aos domingos vinha trabalhar.

As portas de ferro se abriram, e os dois homens engravatados saíram do mesmo.

-Juugo! – Um homem bem mais alto que ele levantou, ajeitou seu uniforme e virou-se para seu patrão.

-Sim, Sasuke-san?

-Pegue a limusine. Preciso sair daqui. – Tirou um lenço de dentro do seu paletó e secou o suor de sua testa. O clima não estava quente, e ele nem tão pouco estava com calor. Era somente estresse e abstinência. Sabia do que precisava, e rápido. Antes que começasse uma crise.

-Creio que seja impossível. Um carro estacionou na frente e é impossível tirá-la dali. – Sasuke suspirou. Só faltava essa.

-Orochimaru. – O homem estupidamente branco e com seus cabelos amarrados em um rabo de cavalo baixo o olhou. – Me empreste seu carro. Eu realmente preciso ir pra casa.

Ia reclamar, ia falar para ficar e continuar a reunião, mas alguma coisa na aparência abatida e pálida do seu chefe o fez desistir. Botou as mãos no bolso e tirando uma única chave dali.

-Vai com calma. As marchas são diferentes das qual você está acostumado a dirigir.

-Eu me viro. – Pegou as chaves da mão de seu advogado e em passos rápidos alcançou o carro. – Juugo, não precisarei mais dos seus serviços hoje. Por favor, leve o senhor Orochimaru para sua residência e tenha uma boa noite.

Entrou no veículo fechando a porta. O ligou com a chave e tentou passar a marcha perfeita. Orochimaru tinha razão, ele não estava acostumado com aquele tipo. Deu a partida e o carro saiu cantando pneus. E o mais rápido possível dirigiu-se para o hotel no qual se hospedara. O problema era que ele não fazia a mínima ideia de como andar por aquela cidade. Mordeu os lábios serrando os punhos mudando de marcha. Havia tido um péssimo dia, na realidade um terrível dia, e para completar passaria a noite sozinho, ainda mais a viagem, o que detestava já que em sua cama o que não falta eram as mais lindas mulheres e mais elegantes homens de seu meio social. Não era gay. Era bissexual, e não via nada de errado nisso. Cortou caminho entrando em uma pouco movimentada. Não prestou muita atenção. Estava tão furioso que acelerou o carro na pista perto da calçada e sem contar que, novamente, a marcha se posicionava de maneira diferente fazendo o brecar bruscamente do lado da mesma.