Saudações meus caros amigos...
Não, essa não é mais uma historia da série 'Crônicas de Amor e Confusão', mas conseguir driblar a marcação serrada de Ariadne e graças a Dama 9, estou aqui para contar uma história que me chamou muito a atenção.
Mesmo porque, ela se passa algum tempo depois de 'Torre de Pedra', sim a crônica número 3.
Mas 'Coração de Leão' é uma das histórias que mais me encantaram, alias, o casal em si já é encantador e falar sobre momentos que eles viveram juntos, numa época que o mundo estava um completo Caos e magoas de traições passadas ainda feriam os corações, é um grande prazer.
Não, não vamos falar sobre o Grande Rei Ricardo Coração de Leão, mesmo porque, ele não era tão grande assim, são as historias do Rei Arthur que o engrandecem demais. Mas abafem o caso, sim...
Também não vamos falar sobre cavaleiros da Távola Redonda, nem que a Morgana não era tão boazinha como as Brumas de Avalon fazem-na parecer, mas vamos sim, falar de um cavaleiro.
Um cavaleiro cujo bravo coração, rompeu barreiras, venceu limites e acreditou, quando todos haviam simplesmente desistido e perdido a esperança.
Por isso, sem mais delongas. Apresento-lhes: Coração de Leão. E espero sinceramente que gostem dela.
E como sempre... Nos vemos no final.
Coração de Leão
By Dama 9
Nota: Os personagens de Saint Seya não me pertencem, muito menos a musica tema da fic, chamada Yo te voy amar, da boyband N´Sync.
Boa Leitura!
Capitulo 1: Anjo Rebelde.
Respirou calmamente o ar da noite, enquanto caminhava. Sentiu uma brisa suave tocar sua face. Jamais pensou que sobreviveria aquela guerra, mas agora estava vivo.
Quando sentir tristeza
Que não possa acalmar
Quando houver um vazio
Que não possa preencher.
-"Se é que posso chamar isso de vida"; ele pensou, com certa amargura.
Foram muitos aqueles que vieram com lemas de companheirismo em meio à batalha, lhe pedindo para confiar e acreditar. Mas e agora?
Te abraçarei Te farei esquecer
O que te faz sofrer
Não importava o que fizesse, por mais que tentasse não conseguia mudar a opinião das pessoas. Aquela, que as fazia acreditar veementes, que seu irmão era um traidor e que Ares era um santo, mártir sofredor pela humanidade, que apenas velava pelo bem estar de Athena, protegendo-a de algum lobo-mau que queria atrapalhar-lhe os bons sonhos.
Não vai cair
Enquanto estiver
Junto a mim
-Patético; Aiolia resmungou.
Serrou os punhos, revoltado. Ainda se perguntava como Aioros pode chamá-los de amigos, porém sabia que seu irmão era uma exceção a regra e a qualquer ser humano também.
Nunca conhecera alguém, cujo coração fosse tão puro e justo quanto o do irmão, mas aqueles vermes faziam questão de ignorar isso, cuspindo no chão com ares enojados ao pronunciarem seu nome, chamando-o de traidor.
Se sente um frio
Em seu coração
Serei seu abrigo
Sua ilusão
Teve de se controlar para não socar a primeira arvore que entrou em seu caminho. Ela não tinha culpa do que acontecera a si; ele concluiu.
Suspirou frustrado, tentando se acalmar. Sempre ouvira Aioros dizer que o tempo trás amadurecimento, mas ele se esquecera de contar que ele não aplaca a revolta, apenas a alimenta.
Até enquanto eu respirar
Eu vou te amar
Por sorte, ou talvez destino. Ainda não perdera a esperança no ser humano em geral. Algo em seu coração, ainda o fazia acreditar que tudo poderia mudar, bastava apenas não desistir.
Sentia uma pequena centelha queimar em seu coração, lembrando-o que às vezes que tivera de erguer seus punhos numa batalha, não fora em vão.
Tudo era para garantir um mundo melhor para seus verdadeiros amigos, aqueles que o amavam incondicionalmente e arriscavam tudo para estarem consigo.
Eu sempre vou te amar
E amor,
Estarei
Para sempre a teu lado
Nunca me distanciarei
Garahn e Litus, aqueles que jurara proteger com sua própria vida, mesmo que tivesse que queimar seu cosmo até o fim.
Ah! Também tinha mais alguém, porém talvez ela jamais viesse à saber disso; ele pensou um pouco amuado.
Prometo meu amor
Te juro diante de Deus
Nunca vou te faltar
Parou por um momento, com o cenho franzido, tendo seus pensamentos cortados ao ouvir o que passaria muito bem por um gemido de dor. Embrenhou-se mais no bosque, tentando chegar até a origem do som.
Estancou surpreso ao ver sentada em baixo de uma arvore, a amazona de melenas vermelhas.
Conseguia ouvir a respiração entrecortada dela, enquanto a mesma mantinha a mão sobre o ombro esquerdo, tentando estancar o sangue que corria de um ferimento profundo, aparentemente feito por garras.
Seu coração
Não voltara a chorar
-Marin; Aiolia falou preocupado, aproximando-se dela.
-Aiolia? –ela sussurrou, erguendo a cabeça, deparando-se com ele, já ajoelhado a seu lado.
Se sente um frio
Em seu coração
Serei seu abrigo
Sua ilusão
-O que aconteceu? –o leonino perguntou, ouvindo-a gemer de dor.
-Estou apenas descansando; Marin respondeu, serrando um dos punhos para conter a dor.
Até enquanto eu respirar
Eu vou te amar
-Descansando? Mas esta ferida; Aiolia falou, erguendo a mão para tocar-lhe o ombro, mas viu-a recuar um pouco, sendo impedida de se afastar mais pela arvore atrás de si.
-Está tudo bem Aiolia, não se preocupe; a amazona respondeu, tentando manter-se consciente, mas a dor em seu ombro era intensa demais.
-Não está, é melhor cuidar disso; ele falou vendo que parte da blusa dela estava rasgada no ombro.
-Aiolia, já disse qu-... Arg; ela parou, perdendo parcialmente o fôlego.
-Quem fez isso? –o cavaleiro perguntou, com um brilho furioso queimando nos orbes verdes, pensando nas formas mais lentas de mandar o distinto ou 'distinta' para o inferno.
Sigo morrendo por ti
Eu te quero assim
Seu amor em minha vida
Minha vida...
Não sei como poderei viver
-Foi só um treino, estávamos treinando e acho que me excedi; ela desconversou.
Já havia alguns dias que vinha tendo algumas divergências de opiniões com algumas amazonas, mas não queria envolve-lo em seus problemas.
-Excedeu? Pelos deuses Marin, essa amazonas com que você treinou, quase te mataram; ele exasperou, passando a mão nervosamente pelos cabelos rebeldes.
-Não seja exagerado; ela exasperou. Só queria ficar ali e descansar um pouco antes de voltar para casa.
Sabia perfeitamente que seus dias ali não seriam mais tão calmos. Desde que fora sagrada amazona e Lya partira, as pessoas passaram a olha-la com hostilidade e preconceito, por ser oriental.
-Marin; Aiolia chamou, vendo que ela ficara muito tempo em silencio. –"Droga de mascara que não me deixa ver como ela esta"; ele pensou, irritado.
Por um momento sua mão se deteve bem próxima da mascara da amazona, poderia simplesmente tira-la e tudo ficaria mais fácil, mas e depois? –ele se questionou, afastando-se hesitante.
Ainda se questionava sobre essa lei insana que as amazonas tinham de seguir, obrigando-as a se esconderem atrás de uma mascara, mas o que ainda martelava em sua cabeça era a pergunta, aquela pergunta que fazia todas as noites desde que a amazona cuidara de si, quando ferira-se gravemente lutando contra um titã.
O que aconteceria se não houvessem sido interrompidos por Litus e Aldebaran?
Balançou a cabeça freneticamente para os lados, voltando a realidade.
-Marin; chamou-a novamente num sussurro, porém não houve resposta.
Se sente um frio
Em seu coração
Serei seu abrigo sua ilusão
Sentiu uma onda de pânico lhe abraçar. Não sabia o que fazer, no desespero uma luz acendeu-se em sua mente. Com delicadeza, suspendeu-a do chão, aninhando-a entre seus braços, ouviu-a murmurar algo em protesto, mas não se deteve.
Desatou a correr para os templos com ela em seus braços, tão rápido que ninguém foi capaz de vê-lo pelo caminho.
Até enquanto eu respirar
Eu vou te amar
E cada dia
Não viverei
Inventando como vou te querer
Até enquanto eu respirar
Eu vou te amar
Continua...
