Título: Caminhos a Percorrer
Shipper: Draco/Harry
Género: Romance/General
Aviso: A fic contém slash/yaoi/homem mais outro homem fazendo coisas muito boas, portanto se não gosta não leia, se quiser ler e continuar achando um nojo apenas clique na cruzinha linda do canto superior direito, irá se sentir mais aliviado e eu nem me irei aborrecer.
Disclaimer: As persoangens não me pertencem, porquê? Porque eu não tive capacidade, nem inteligência nem imaginação suficiente para inventar duas coisas boas como esses dois. Além disso, se eles os dois fossem invenções minhas o Harry tinha apertado a mão ao Draquinho no primeiro livro, tinha ido para a Sonserina e a Senhora Dona Ginny não teria sido sequer inventada.
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Fic dedicada à Prizokita, a minha AS. Viu, demorou mas veio um dos teus presentes do amigo secreto! Não ficou nada especial, mas valeu pelo menos a intenção, né? ;)
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FIC continuação de 20 dias
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Capítulo 1 – Esquerda
"A morte de um sonho é tão triste e doloroso como a própria morte, merece por isso o respeito e o luto daqueles que a sofrem." – Truman Capote.
Para Draco deveria haver uma lei que proibisse qualquer ser de sair à rua em plena época natalícia. É daquelas épocas do ano em que as pessoas parecem descobrir o verdadeiro significado da palavra "dinheiro" e se denominam como sendo "generosas". Ridículo, na opinião do loiro.
O Natal não passava de uma época idiotamente feliz, aquela época do ano em que todos parecem estar participando num programa como "Quem quer parecer Milionário" e então ligam o botão "superficialidade" ao máximo. Não que isto seja de todo um defeito, pelo menos na escala de um verdadeiro Malfoy, só que, na falta de algo mais para criticar…
Parte do seu espírito anti-natalício acentuou-se após a morte de seus pais. Simplesmente custava-lhe entender como todos aqueles idiotas poderiam ser felizes e passarem a vida a sorrir, quando ele tinha que estar ali, sozinho. Bem…sempre dizem que mais vale sozinho que mal acompanhado.
Lucius e Narcisa haviam sido mortos no final da guerra, por volta de onze anos atrás, estava Draco no seu último ano em Hogwarts.
Durante meses não conseguiu perceber o significado do verbo "dormir". Sempre que se deitava na sua cama, sobre os lençóis negros, com a escuridão e o silêncio da Mansão o rodeando, sempre que fechava os olhos, a única imagem que lhe aparecia era a dos seus pais. Mortos. Narcisa vestindo um comprido vestido de veludo, os seus cabelos loiros soltos e voando, parando de vez em quando para brincar algures pelos seus lábios, em tempos vermelhos e finos, mas que no momento lutavam para manter a réstia do rosa que ainda lhe restava. Lucius, com o rosto pálido e desprovido de qualquer sinal que indicasse que havia algum dia sido vivo, deitado num caixão ao lado da esposa. Um ao lado do outro. Não havia sido justo. Mais um pouco e poderia sentir novamente o gosto das lágrimas percorrendo-lhe o rosto, como que o queimando. Não havia sido nada justo. Seus pais mereciam ter tido um funeral mais decente, um funeral mais digno e nobre. Seus pais mereciam acima de tudo respeito, respeito de todos. Mas, infelizmente esse "todos" limitou-se a Severus Snape, seu padrinho. Severus foi o único, para além dele, a aparecer no dia do enterro e prestar uma última homenagem ao casal. Não havia sido justo.
Sozinho na Mansão, a biblioteca passou a ser o local favorito da casa. Era lá que tratava, noite e dia, dos negócios da família ou então apenas se deitava na poltrona e ficava horas observando o fogo da lareira. Nada digno de um Malfoy na sua opinião, mas também já não havia ninguém que o repreendesse mesmo.
Era nessa mesma poltrona que passava o Natal. Ele, a poltrona e uma ou duas garrafinhas de vinho, o triangulo amoroso perfeito, não? Era nessas noites, que completamente cansado, se deitava e ficava revivendo memórias. Memórias que iam e vinham. Memórias de ao longo da sua vida.
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"Draco, filho, mais devagar. Os presentes não fogem, meu amor!", aconselhava Narcisa, com um sorriso meigo e materno esboçando nos seus lábios.
O garotinho de quatro anos, ajoelhado no chão, deu uma pequena palmada na mão da mãe quando esta despenteou um pouco os seus cabelos loiros. De seguida sorriu brilhantemente e voltou à árdua tarefa de desembrulhar os presentes. Os seus pequenos olhos cinzentos brilhavam de entusiasmo a cada presente desembrulhado e o sorriso nos seus lábios teimava em não desaparecer. Era como se fosse a primeira vez que recebesse um verdadeiro presente.
"Uma vassoura?", gritou Draco.
"Sim, não gostou, meu filho?", Narcisa olhou com um olhar que rondava entre o desapontamento e a surpresa.
O garoto levantou-se desajeitadamente e correu até a mãe, abraçando-a.
"Adorei, mãe!", e deu um beijo no rosto da mulher. "Brigada!"
A senhora Malfoy retribuiu o abraço do filho e deu também um beijo no rosto do filho.
Uma tosse masculina soou por detrás dos dois e ambos se viraram rapidamente, mesmo a tempo de ver um Lucius Malfoy encostado à parede, olhando os dois com um tímido sorriso, quase impossível de ser notado.
"E eu? Não mereço também um "obrigada, pai!"?"
"Pai!", o garoto correu para o pai e parou na frente do homem o observando. "Você veio!"
"É claro que eu vim, Draco. É Natal.", e olhou para a mulher que olhava para o marido e o filho com um olhar melancólico. "Agora, meu filho, preste bem atenção. Pode ser ainda uma vassoura para crianças, mas…assim que você tomar o jeito, pode ser que eu compre uma de verdade. Pode ser."
O garoto sorriu, mas sem abandonar a postura elegante que mantinha sempre perto do pai.
"Quero que você mostre, quando entrar em Hogwarts, o verdadeiro valor e poder de um Malfoy. Espero que não me desaponte, filho."
O pequeno Draco sorriu para o pai. Os olhos brilhando ao ouvir a palavra "poder" e acenou afirmativamente com a cabeça, passando o rosto da noite estudando a nova vassoura.
- H / D –
A verdade nunca é exata, sempre a marcamos como o nosso desejo. Aprendemos a vê-la segundo a nossa própria imaginação. A imaginação se torna o mais forte dos nossos sentidos e é nela que nos agarramos quando nos afundamos na realidade. E tem vezes que era tão bom ficar por lá.
Dizem que é nos bons momentos da nossa vida que encontramos nas pessoas mais inesperadas o melhor conforto possível. Dizem que é nesses momentos que descobrimos quem realmente gosta ou não de nós e, é nesses momentos que descobrimos aquele alguém com quem queremos passar mais e mais tempo da nossa vida.
Com Draco não havia sido diferente.
- H / D -
Com a mão trêmula pousou a rosa branca junto à campa à sua frente. Como doía voltar lá. Como doía ver as letras formando o nome de seus pais, gravados naquela pedra cinzenta e fria. Ajoelhou-se e como que por instinto passou os magros e pálidos dedos pela pedra, percorrendo o nome de sua mãe. Cemitérios eram sempre assim, frios, tristes e sufocantes.
Reprimiu um soluço e deu um pulo ao sentir uma mão pousar no seu ombro, apertando-o. Virou o rosto e deparou-se com um par de olhos verde-esmeralda extraordinariamente brilhantes.
Durante segundos limitou-se apenas a observar o rosto à sua frente. O modo como o cabelo negro e fino lhe caía sobre a testa, o modo como os olhos mostravam-se vermelhos como se houvesse chorado a momentos atrás, ou até mesmo como mordia discretamente o lábio inferior.
"Veio rir da minha cara, Potter?", perguntou Draco virando o rosto novamente para a campa. Aguardou uma resposta do moreno, mas esta não veio, então continuou. "Não, realmente seria muito "não grifinório" da sua parte. Você apenas veio verificar se eles estavam realmente mortos, não é? Pois adivinha, Potter, eles estão."
Por momentos julgou que o outro estivesse com algum problema vocal ou assim, porque ficaram em silêncio durante, provavelmente, mais de um minuto.
"Não. Sabe, Malfoy, você pode não acreditar mas o mundo não gira em torno de você. Portanto pára de viajar nesse seu mundinho narcisista e desce para o Planeta Terra."
O loiro deu apenas como resposta um sorriso e levantou-se, aproximando-se do ex-grifinório. Bem, pelo menos podia se orgulhar de ainda ser o mais alto. Potter continuava com aquele aspecto horrível de cachorro abandonado. Continuava magro e mais baixo, mesmo passando esses…dois anos. Enfim, continuava nada atrativo, além de que aquela roupa era um grave crime de moda.
"Oh, então se você não está aqui por causa daquilo que eu disse, não me diga que se tornou naqueles anormais que vêem ao cemitério para passar o tempo?"(1), parou durante algum tempo para olhá-lo de alto a baixo e sorriu. "A parte do anormal já é do conhecimento público mesmo, digamos que é algo que você não pode mesmo esconder, não é? Agora, eu não te imaginava assim tão…tão…como é mesmo? Ah…idiota!"
Draco não soube ao certo o que se passou a seguir, apenas que o outro o havia agarrado pelos ombros e o abanava violentamente.
"Olha aqui, sua doninha fedorenta, eu vim visitar os meus pais que estão enterrados aqui, tá? Agora, eu realmente sou idiota mesmo. Só um idiota que nem eu poderia achar que você precisasse de conversar. Só um idiota que nem eu poderia achar que uma doninha que nem você poderia ter crescido nesse tempo que passou. Pelos vistos você continua a mesma criança anormal e narcisista de sempre.
Draco ficou ali parado vendo o moreno se afastar enquanto gesticulava com as mãos. Certo, ele o havia chamado de doninha fedorenta e criança anormal e narcisista? Oh, ele iria ter que se explicar. Ninguém chama um Malfoy de anormal.
"Oh, idio…Potter!"
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Pode não ter sido o melhor começo, mas pelo menos havia sido o que Draco considerava mais perto do termo "amar alguém".´
Desde que o outro casara haviam se visto umas duas ou três vezes, em festas. Pouco ou nada haviam falado. Havia sido à uns cinco, seis anos talvez.
Lembrou-se das festas que passou sentado a um canto do salão, fumando e bebendo a uma velocidade que deveria ser, muito provavelmente, record mundial, enquanto o via colocar o braço em torno do ombro da esposa, sorrindo para ela e uma ou outra vez colocando a palma da mão na barriga, já um pouco redonda, da ruiva.
Pelo menos um deles os dois era feliz.
A sua barriga fez um barulho nada discreto e só então reparou que não comia à horas. Olhou para o céu, já era quase noite. Já deveria ser mais ou menos a sua hora normal de jantar.
Olhou em volta sem saber ao certo o que procurava. Voltar para a Mansão não lhe pareceu de longe a melhor opção, aquela casa o tornava deprimido. Talvez pudesse ir jantar fora. Eh, até que a ideia lhe soava agradável aos ouvidos…e ao estômago também.
Acelerou o passo e procurou um restaurante que apresentasse um aspecto no mínimo apresentável.
Restaurantes não faltavam naquela rua, o problema foi mesmo a parte do "apresentável".
Acabou por se decidir por um mesmo no final da rua, ou melhor, a sua barriga exigiu que ele tivesse que escolher rapidamente.
Aproximou-se da porta. Um porteiro com cara de buldogue-com-cio abriu a porta dando-lhe passagem para que entrasse.
"Uma mesa só para um. Sem reserva.", respondeu para a empregada que o atendeu. A mulher sorriu brilhantemente, e o mandou segui-la.
"Essa aqui, senhor. Pode escolher a comida à vontade que o meu colega já o virá atender. Bom jantar."
O loiro assentiu e começou a percorrer a enorme lista de opções para comer, quando a mulher se retirou.
"Papai, eu tenho fome.", a voz de uma menininha soou vinda da mesa por detrás dele. "Tenho fome, papai.".
"A comida já vem, Amy.", respondeu uma voz impaciente masculina, logo de seguida e Draco sentiu o seu cérebro congelar e os batimentos do seu coração aumentarem ao ouvir a voz tão perto de si.
Lentamente rodou o rosto e pode então ver uma série de cabelos bagunçados, estranhamente familiares.
"É mais fácil esperar do que desistir. É mais fácil desejar do que esquecer. É mais fácil sonhar do que perder. E para quem vive a sonhar, é muito mais fácil viver." – Diário da tua Ausência – de Margarida Rebelo Pinto
Fim do capítulo…
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(1) Engraçado, como até na minha própria história me chamo de anormal, porque eu adoro ir no cemitério sem motivo algum
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Nota de Autora: Primeiro de tudo quero agradecer TODOS os comentários da fic que precede esta aqui e que pode ser encontrada aqui no fanfiction, bem no meu perfil (propaganda on: "20 dias" : propaganda off), desculpem não ter respondido a nenhum comentário, prometo que a partir de agora respondo. (se tiver, neh?)
Segundo, eu ainda não estou segura dessa fic. Isso deve-se ao simples motivo de eu não gostar do que escrevo e ser daquelas pessoas que acha que todas as continuações nunca conseguem ser tão boas quanto a primeira história publicada, e a fic anterior a essa foi escrita num ato de loucura e é daquelas coisas que eu nunca mais vou conseguir escrever na vida.
Terceiro, eu tinha escrito a continuação dessa ultima cena, mas eu depois lembrei "E o ponto de vista do meu Harryzinho?", então, já que essa fic é dedicada à minha Amiga Secreta, dona priiiiiiiii, e ela adora/ama o loirinho e detesta o testa rachada, eu resolvi dividir o capítulo em dois e só colocar o ponto de vista do Harry no próximo. Não me matem please…mas também eu duvido que alguém tenha lido até aqui.
Quarto, perdoem-me se está muita coisa má escrita, ou o texto está mal desenvolvido ou qualquer outra coisa que esteja má, eu não tenho beta (aceitam-se inscrições! D)
Quinto, eu queria deixar aqui uma outra propaganda, a da campanha que eu criei à 10 segundos atrás "Um review – um sorriso". Vamos lá, só custa no máximo um minuto das vossas vidas…e fazem uma criança feliz!
Bjus
