Antes eu queria dizer umas coisas, não lembro em que capítulo é, mas mais a frente tem coisas meio contraditórias, então vou explicar logo aonde a história se passa. Estados Unidos, em teoria (mas como eu não sou expert em como eles vivem lá, é só a localização e as coisas são como aqui no Brasil mesmo), fora que com 16 anos eles podem dirigir. Mathias, Alfred, Antonio, Matthew, Francis, Sadiq, Lukas e mais algumas pessoas que não lembro já têm 16, enquanto que Arthur, Kiku, Feliciano, Lovino e etc ainda têm 15, eles estão no 1º ano do Ensino Médio e de forma alguma aqui nesta fanfic ser gay será tratado como "anormal" (até porque 90% da escola é gay). Otho é tanto o diretor da escola como o professor de História sim, porque eu quis. No Nyah me pediram pra colocar quem é quem, então lá vamos nós:
(Alfred - EUA) (Arthur - Inglaterra)(Mathias - Dinamarca)(Lukas - Noruega)(Gilbert - Prussia)(Kiku - Japão)(Sadiq - Turquia)(Matthew - Canadá)(Antonio - Espanha)(Francis - França)(Heracles - Grécia)(Katyusha - Ucrânia)(Elizaveta [sim, eu prefiro VETA que BETA] - Hungria)(Feliciano - Italia Veneziano)(Lovino - Italia Romano)(Abel - Holanda)(Roderich - Austria)(Eduard - Estonia)(Berwald - Suécia)(Tino - Finlandia)(Feliks - Polonia)(Toris - Lituania)(Erik - Germania) Qualquer outro que eu não tiver colocado mas mencionar, me avisem!
Arthur POV
Bem vindo ao Gakuen Hetalia. Meu nome é Arthur Kirkland e eu sou o presidente do Grêmio Estudantil. Modéstia à parte, eu sou a ordem dessa escola. "Nossa, ele se acha só por causa de um posto desses". Você pode pensar isso, particularmente eu não ligo nem lhe devo satisfações, mas como eu decidi te contar minha história, preciso te dizer o começo. Não que eu esteja me explicando para você, que fique claro.
Bem, eu sou inglês. Sim, inglês. Deixei a Inglaterra – e que fique claro que não por vontade própria – depois do divórcio dos meus pais. Minha mãe é inglesa e meu pai é americano, eles ficaram juntos por mais de 20 anos. Minha mãe era médica, trabalhava demais e nunca tinha tempo para cuidar de mim, por isso minha guarda e do meu irmão ficaram com meu pai. Eu nunca entendi o porquê desse divórcio, sendo que claramente eles ainda se amavam. Seguindo a linha do tempo de acordo com esses acontecimentos, antes ambos eram bem presentes e eu e Scott não podemos reclamar de não ter recebido amor deles. Minha mãe não tinha mais tempo para nós depois justamente porque se afundou em trabalho para esquecer meu pai. Qualquer coisa na Inglaterra lembrava minha mãe, por isso meu pai fugiu (de volta) para os Estados Unidos. Deve ter sido difícil pra ele ter que me levar junto porque eu sou a cara da minha mãe, Scott puxou mais à ele.
E cá estou eu, no país da liberdade. Vivaaaa. Leia isso no tom mais monótono que conseguir, eu te peço. Não gosto nem um pouco desse país, mas pelo meu pai eu posso me esforçar. Prosseguindo, não disse com o que meu pai trabalhava, né? Pois bem, eu não sabia. Só sabia que era uma empresa chamada Rockstar, mas ele nunca falava sobre trabalho em casa. Nem nunca levou trabalho para casa. Nem passava muito tempo a mais no trabalho. Ele merece sim meu esforço porque ele se esforçou para nos criar.
Então, eu vim para cá com 15 anos. Scott tinha 17 na época e ficamos na mesma escola. Escola lê-se purgatório, sem exageros. Logo no primeiro dia ouvi muitas piadinhas sobre minhas sombracelhas "avantajadas". OK eu entendo que seja bem difícil não reparar, comentar ainda está tudo bem... Mas as pessoas deveriam aprender a ser mais discretas. Isso eu até relevei, porque já sabia que americanos são sem educação mesmo. Mas não achava que chegava a esse ponto. Quando cheguei, a sala estava até vazia, me sentei logo na primeira cadeira na fileira da frente, mas mesmo sendo a sala deveras grande e ter pouquíssimas pessoas a gritaria era extrema. Olhei para o chão e foquei numa sujeirinha nele para tentar me distrair. Nem notei quando a professora entrou na sala, só quando olhei para cima por reflexo pude ver que ela, assim como já tinha chegado, tinha sentado na mesa e estava mexendo no celular, não dava nem sinais de que uma hora começaria a aula. Enquanto isso, a sala, já mais cheia, praticamente pegava fogo. Tinha gente gritando, jogando objetos nos outros, brigando... Quando eu digo brigando, pode imaginar gente se batendo mesmo, porque era esse o cenário. Acho que o menino que sentou ao meu lado percebeu a minha inquietação.
- Você é novo aqui, certo? Eles estão até calmos hoje. Meu nome é Kiku, Honda Kiku – e estendeu-me a mão.
Como o cavalheiro que mamãe me educou para ser, respondi ao seu cumprimento e disse:
- Arthur Kirkland. Calmos, você diz? Uau, já sinto falta de Londres.
- Você é inglês? Que legal, sempre quis visitar Londres.- era interessante como ele soava animado mas se expressava suavemente, sem exageros, que gracinha – De qualquer forma, eu nunca saí do país...
- Como assim você não é japonês, chinês, coreano, filipino?
- Descendente de japonês.
- Ah sim.
E seguimos conversando, sobre tudo basicamente. Mesmo com todo o barulho, toda bagunça. Como eu tenho sérios problemas "sociais", foi muito gratificante. Conversamos como se houvessem anos e anos de amizade entre nós, me senti muito feliz ao perceber, porque geralmente para mim é tão difícil conversar com as pessoas, mas com ele foi tão fácil. O sinal bateu, entrou outra professora com uma cara não muito amigável, sentou-se em sua cadeira e permaneceu por um horário inteiro lá estática. A bagunça não cessou assim como minha conversa com Kiku sobre criaturas mitológicas. O sinal tocou novamente 50 minutos depois e outra professora rabugenta tomou o lugar daquela segunda. Daí você me pergunta: só tem professoras ranzinzas nessa escola? Bom, quando essa entrou todos calaram a boca e se sentaram. A paz reinou e ela escreveu sobre a Revolução Francesa no quadro, passados uns 10 minutos, ela virou para explicar. Até aí tudo bem, ela parecia irritadinha, mas pelo menos dava aula e impõe autoridade lá, só que ela abriu a boca para explicar. Eu praticamente senti minha mente explodir (mindblowing q). Ela... ela... era ele. Desculpa as muitas reticências mas eu me senti assim mesmo, cheio de reticências na cabeça. Ok que homem também pode ter cabelo grande mas... o dele tinha até trancinha. E nem era tipo rastafári, o cabelo era solto mas com um penteado muito bonitinho até, solto com uma trancinha puxada da frente para trás. Não sei explicar, mas sério, eu nunca pensaria que um homem perderia seu tempo arrumando o cabelo daquele jeito, ainda mais levando em consideração que a aula começava umas 7da manhã. Otho Beilschmidt. Na verdade, depois que eu soube que ele é homem me lembrei do Thrandruil, de Senhor dos Anéis. Ou O Hobbit. Enfim. Ele era professor de história, e um dos melhores que já tive, por sinal. Sr Beilschmidt, se você estiver lendo, peço perdão pela palavra mas O SENHOR É FODA. Em um bom sentido, claro.
Enquanto novamente trocava de professores (por falar nisso, infelizmente esse horário pareceu que passou tão mais rápido quanto aos outros) fui beber água, no meio do caminho, o professor que entraria na sala (visivelmente professor e não professora, de longe dá para notar) cruzou com o que acabou de sair, o Otho. Tudo beleza, se esse outro professor alto, musculoso, de cabelos castanhos e barba mal feita não tivesse dado um tapa daqueles na bunda do Otho. Por dentro eu fiquei meio "EITA PORRA QUE QUE EU FAÇO AGORA, VOU BEBER AGUA E PASSO PERTO DELES OU VOLTO PARA A SALA?". Era mais pela surpresa da demonstração de "afeto" publica. Sei lá, na Inglaterra não acontecia com frequência coisas como essas.
Sei que estou agindo como dono da verdade julgando o professor, porque ele é meio feminino (quando calado) e tal, mas não estou. Só expondo os fatos ok? Apenas. Até porque eu também não sou (até hoje) o maior exemplo de um homem viril. Sou um pouco baixinho em relação aos outros garotos da minha idade. E sou magro demais. E meio fraco. Vendo esses meninos do time de futebol americano dessa sala, dá medo arranjar confusão com algum deles e levar porrada. Porque mesmo eu sabendo 40895820985 pontos fracos que eu poderia acertar e seriam tiro e queda, mas qualquer um deles me parece ser capaz de me imobilizar com um dedo. E tem outra coisa, que na minha opinião não tem nada a ver, mas os outros vivem me chamando de nomes por isso, é porque eu gosto de unicórnios. E fadas. E muitas outras criaturas. Na verdade, eu até converso com eles. Sim, eles existem, você assim como todo mundo não os vê? Já sofri muito com isso. No começo eu me importava demais, cheguei até a mandar os meus amigos (você entende quando eu digo amigos, né?) me deixarem sozinho porque é por causa deles que eu estava sofrendo. Mas depois eu fiquei mais triste porque ninguém via essas maravilhosas criaturas, ficava muito triste porque eles são os seres mais mágicos que existem e não recebem a devida apreciação pelo fato da massa ignorante os chamar de mito só porque não podem vê-los. Massa ignorante era do que eu chamava as pessoas, hoje em dia eu não acho que todas as pessoas exatamente não vêem porque são ignorantes, mas sim me vejo como especial. Até o momento sou o único que conheço a ser agraciado pela companhia delas. Queria deixar aqui meu muito obrigado por tudo o que fizeram até agora por mim, quando ninguém estava lá por mim vocês estavam mesmo quando eu mandei-os embora.
Voltando ao assunto, resolvi voltar para a sala. Abri a porta e fui recebido com uma garrafa de refrigerante vazia. Na testa. Alguém gritou:
- Foi mal, mas é bom que as sombracelhas amorteceram.
Depois de tantos anos sofrendo e me acostumando eu achava que nada mais me atingia. Mas sei lá, aquilo doeu mais que a garrafa. Saí de novo e corri para o banheiro. Pensei em desistir e mudar de escola ou pelo menos tentar voltar a morar com a minha mãe mesmo se isso significar que eu tenha que comer comida congelada para o resto da vida. Abaixei a cabeça perto da pia e molhei meu rosto para me acalmar. Eu estava chorando, não podia voltar assim, não daria esse gostinho a ninguém. Mas uma coisa que tinha me deixado na linha entre a melancolia e a raiva era que quem estava rindo da minha cara era simplesmente o time de futebol americano. Aqueles que eu disse que não arranjaria confusão por medo de ser esfarelado. Deixe-me te contar mais sobre eles. Para começar, eles eram simplesmente o orgulho da escola. Como assim as pessoas idolatravam aqueles macacos? Não resolvia tentar me acalmar, só crescia mais e mais a raiva. Daí no dia seguinte eu trouxe um rifle para a escola. Vamos ver se a sombracelha de vocês amortece isso. Não, brincadeira. Mas eu realmente considerei isso. Fiquei um bom tempo de cabeça baixa olhando a água da torneira descer pelo ralo. Não façam isso, crianças, vocês estarão contribuindo para o aquecimento global. Mentira. Mas sério, não façam. Eu precisava focar em outra coisa, como naquela hora da sujeira no chão. Você nem deve lembrar, mas no começo eu te disse. Falando em lembrar, eu lembro nitidamente (até demais, como você pode ver) daquele dia não só por isso, mas foi o primeiro dia que eu falei com ele. Na verdade, foi ele que falou comigo, então é aqui que a parte "importante" começa. Quando eu decidi que já era hora de levantar a cabeça, superar, e mostrar (ou fingir) que eu não me importo com o que eles dizem. Assim que levantei a cabeça, mirei no espelho para ver se não estava vermelho porque acabei de chorar. Só que BAM! Eu tive um mini-infarto ao encontrar um par de olhos azuis me encarando pelo reflexo.
- Você... está bem? – já não bastasse o susto de ver a loira do banheiro surgir atrás de mim (sim, ele é loiro) e você já foi informado ali em cima que eu sou péssimo com interações sociais, adicionado ao fato de ele ser do time, eu paralisei meio que de medo, meio que de vergonha. Acho que ele percebeu – Ok, isso significa um não?
- Hã? Sim! Quero dizer, não... Argh! Eu estou bem, mais ou menos... ah você entendeu.
Mais uma coisa para adicionar a lista: ele ficou uns 10 segundos me encarando ainda daquele jeito, daí começou a rir como se fosse a coisa mais engraçada do mundo.
- Tá rindo de que, idiota? – eu já estava desistindo da vida, então esse tipo de suicídio não pareceu tão ruim. Estava só esperando o soco depois de terminar a frase.
- É que... não sei, olha, do mesmo jeito que você não sabe me dizer se você tá bem eu não sei explicar qual é a graça.
- Olha, se for me bater, bate logo que é bom que me mandam para casa.
- Te bater? Por quê? Eu vim ver se você tava bem, cara, não quero te bater.
- Sei.
- Não bato em mulher.
Olhando agora a situação dá até vontade de rir, mas na hora eu só me dei por mim quando você segurou meus pulsos porque eu estava – tentando – te socar.
- MULHER É A SENHORA SUA MÃE, SEU... ESTUPIDO.
- Caaaara, você tá ouvindo o que você ta falando? É claro que minha mãe é mulher, viu como você é engraçado? – e continuou a rir.
Ok, foi muito idiota mas eu nunca soube xingar as pessoas. Não tenho muito talento para isso, logo revezo entre "idiota", "estúpido", "imbecil"... minha gama de xingamentos é superdiversificada, como você pode ver. Ele abaixou minhas mãos, encostou a testa na minha, olhou nos meus olhos, abaixou o tom de voz e disse:
BASIMGA fica pro próximo capítulo o que ele disse.
