11 Minutos.

1°- Antes de começar a historia gostaria de avisar, que esta foi baseada em um livro. Do qual o autor é Paulo Coelho.

2° - A minha outra fic "A Flor de um Deserto", não será abandonada, e sim, deixado de lado até eu achar uma ótima idéia para colocar.

3° - Espero que gostem dessa fic :P...

OoOoO

Era uma vez uma prostituta chamada Sakura.

Como toda prostituta, havia nascido virgem e inocente. E durante a adolescência sonhara em encontrar o homem perfeito, casar-se com ele, ter dois filhos bem sucedidos na vida e viver em uma casa em frente à praia.

O seu pai trabalhava como vendedor ambulante e sua mãe era uma humilde costureira. Sua cidade no interior do Texas tinha apenas um cinema, uma boate, uma agência bancaria, e por causa disso Sakura não via a hora de seu príncipe encantado chegar, para tira-la daquele fim de mundo e juntos viajarem pelo mundo.

Enquanto seu príncipe encantado não chegava, só lhe restava sonhar. Apaixonou-se pela primeira vez aos onze anos, enquanto ia a pé até a escola primaria local. No primeiro dia de aula, descobriu que não estava sozinha em seu trajeto: junto com ela caminhava um garoto que vivia na vizinhança e freqüentava aulas no mesmo horário.

Os dois nunca trocaram uma só palavra, mas Sakura começou a notar que à parte do dia que mais lhe agradava eram aqueles momentos de caminhada sob um sol escaldante, muita sede e cansaço, o garoto andava rápido, enquanto ela se sufocava no esforço para acompanhar-lhe os passos.

A cena se repetiu pro vários meses. E Sakura que já não gostava de estudar, torcia para que as aulas acabassem logo, aguardando com ansiedade cada ida a escola, ao contrario de algumas meninas de sua idade.

Certa manhã, o garoto veio até ela, pedindo um lápis emprestado. Sakura não respondeu, ficou um pouco irritada por aquela ação inesperada e apressou o passo. Tinha ficado paralisada de medo ao vê-lo caminhando em sua direção, tinha pavor que descobrisse o quanto era apaixonada por ele, como sonhava em tocar e pegar em sua mão, passar adiante do portão da escola e seguir até o final da estrada, onde diziam estar uma grande cidade, atores de novelas, carros, muitos cinemas e um monte de coisas boas.

Durante o resto do dia, não conseguia se concentrar na aula. Estava nervosa, sofrendo com seu comportamento absurdo, mas ao mesmo tempo aliviada, pois sabia que o lápis era apenas um pretexto para iniciar uma bela conversa com aquele garoto. Ficou imaginando a próxima vez, começou a imaginar as muitas respostas que lhe daria, até encontrar a maneira certa de começar uma história que não terminasse jamais.

Mas não houve uma próxima vez, embora continuassem a ir juntos para escola, com Sakura às vezes alguns passos à frente, outras vezes andando atrás para poder analisa-lo com ternura, ele nunca mais lhe dirigiu a palavra. Até que um dia, indo a escola, não o encontrou mais. Poderia estar doente, então era só esperar até o outro dia que o veria novamente. Mas isso não aconteceu, embora continuassem a ir juntos para a escola, com Sakura às vezes alguns passos à frente, outras vezes caminhando atrás e contempla-lo com ternura, ele nunca mais lhe dirigiu a palavra, e ela teve que se contentar em amar e sofrer silenciosamente até o final do ano letivo.

Durante as intermináveis férias que se seguiram, acordou certa manhã com as pernas banhadas de sangue, pensou que iria morrer; decidiu deixar uma carta para o menino dizendo que ele havia sido o grande amor da sua vida, e que já havia planeja a vida deles, e que iria se matar no deserto. Só assim seus pais não sofreriam com sua morte, pois os pobres têm sempre a esperança apesar das tragédias que sempre lhes acontecem.

Não chegou a escrever a carta, porque sua mãe entrou no quarto, viu os lençóis vermelhos, sorriu e disse:

-Agora você é uma moça, minha filha.

Quis saber qual a relação entre o fato de ser moça e o sangue que corria, mas sua mãe não soube explicar direito, apenas afirmou que era normal e que de agora em diante teria que usar uma espécie de travesseiro de boneca entre as pernas, durante quatro ou cinco dias por mês. Perguntou se os homens usavam algum tubo para evitar que o sangue escorresse pelas calças, e soube que isso só acontecia com mulheres.

No dia seguinte, arrumou-se da melhor maneira possível usando um vestido que a mãe costurara especialmente para a ocasião, e saiu agradecendo a Deus pelo termino das férias. Mas o menino não apareceu. E assim se passou mais uma angustiante semana, até que soube, por alguns colegas, que ele havia mudado de cidade.

-Foi para bem longe. –disse alguém.

Naquele momento, Sakura aprendeu que certas coisas se perdem para sempre. Aprendeu também que existia um lugar chamado "longe", que o mundo era vasto, sua aldeia era pequena, e as pessoas interessantes acabavam indo embora.

Também sofreu por algum tempo, tentando inutilmente encontrar alguma pista do garoto, mas ninguém sabia para onde seus pais haviam se mudado. Sakura então começou a achar o mundo grande demais, o amor algo muito perigoso, e a Virgem uma santa que habitava um céu distante, e não ligava para o que as crianças pediam.

Três anos se passaram, ela aprendeu geografia e matemática, começou a acompanhar as novelas na TV, leu na escola sua primeira revista erótica, e passou a escrever um diário contando de seu dia-a-dia e de sua vida monótona, e da vontade que tinha de conhecer aquilo que lhe ensinavam – oceano, neve, homens de turbante, mulheres elegantes e cobertas de jóias. Mas como ninguém pode viver de vontades impossíveis – principalmente quando a mãe é costureira e o pai não para em casa -, logo entendeu que precisava prestar mais atenção ao que se passava em sua volta.

Quando completou quinze anos, apaixonou-se por um rapaz chamado Kankurou, que conhecera em um festival. Não repetiu o erro de infância: conversaram, ficaram amigos, passaram a ir ao cinema e às festas juntos. Gostava de ver a si mesma como uma moça experiente, que já deixara uma grande paixão escapar, sabia a dor que isso causava – e agora estava decidida a lutar com todas as forças por este homem, pelo casamento, que este seria o homem para o casamento, os filhos, a casa em frente ao mar.

Foi conversar com sua mãe, que implorou:

-Ainda é muito cedo, minha filha.

-Mas a Senhora casou-se com meu pai quando tinha dezesseis anos.

A mãe não quis explicar que fora por causa de uma gravidez inesperada, de modo que usou o argumento "os tempos são outros", encerrando o assunto.

No dia seguinte, os dois foram caminhar por um lugar nos arredores da cidade. Conversaram um pouco, Sakura perguntou se ele não tinha vontade de viajar, mas em vez de responder, ele a agarrou em seus braços e lhe deu um beijo.

O primeiro beijo de sua vida! Como sonhara com aquele momento. Sakura fingiu reagir contra o avanço, mas logo o abraçou e repetira aquilo que vira tantas vezes no cinema, nas revistas e na TV: esfregou com violência os seus lábios nos dele, mexendo a cabeça de um lado para o outro, em um movimento meio ritmado, meio descontrolado.

Sentiu que, de vez em quando, a língua do rapaz tocava seus dentes, e achou aquilo sensacional. Mas ele parou de beija-la de repente.

-Você não quer? –perguntou.

Que devia responder? Que queria? Claro que queria! Mas uma mulher não deve expor-se desta maneira, principalmente para seu futuro marido. Preferiu não dizer nada. Ele abraçou-a, repetindo o gesto, desta vez com menos entusiasmo. Pegou-o pelas mãos e caminharam até a cidade, conversando sobre outros assuntos, como se nada tivesse acontecido.

No dia seguinte foi conversar com as amigas. Todas viram quando ela saíra para passear com seu futuro "namorado". Estavam curiosíssimas para saber o que tinha acontecido, e Sakura, cheia de si, disse que a melhor parte foi a língua que tocava nos seus dentes. Uma das garotas riu.

-Você não abriu a boca?

De repete, tudo ficava claro –a pergunta, a decepção.

-Para quê?

-Para deixar que a língua entrasse.

-E qual a diferença?

-Não tem explicação. É assim que se beija.

Risinhos escondidos, ares de suposta piedade, vingança comemorada entre as meninas que jamais tiveram um rapaz apaixonado. Sakura fingiu que não dava importância, riu também. Elaborou a explicação perfeita e aguardou a próxima oportunidade.

Mas só viu Kankurou três dias depois, em uma festa no clube da cidade, segurando a mão de uma amiga sua –a mesma que lhe havia perguntado sobre o beijo. Ela de novo fingiu que não tinha importância, agüentou até o final da noite conversando com as companheiras sobre artistas e outros rapazes de cidade.

Ao chegar em casa, porém, deixou que seu universo desabasse, chorou a noite inteira, sofreu por oito meses seguidos e concluiu que o amor não fora feito para ela, nem ela para o amor.

Apaixonou-se uma terceira vez, quarta vez, já sabia beijar, tocava e deixava-se tocar quando estava sozinha com algum namorado –mas sempre algo acontecia de errado, e a relação terminava exatamente no momento em que estava convencida de que aquela era a pessoa exata para ficar com ela no resto da vida.

Depois de muito tempo, terminou concluindo que os homens apenas traziam dor, frustração, sofrimento, e a sensação de que os dias se arrastavam. Certa tarde, quando estava no parque olhando uma mãe brincar com o filho de dois anos, decidiu que até poderia pensar em marido, filhos e casa em frente ao mar, mas jamais tornaria a se apaixonar novamente –porque a paixão estragava tudo.

E assim se passaram os anos da adolescência de Sakura. Foi ficando cada vez mais bela, por causa do seu ar misterioso e triste, e muitos homens se apresentaram. Saiu com um, com outro, sonhou e sofreu –apesar da promessa que havia feito de jamais se apaixonar de novo. Em um destes encontros, perdeu a virgindade no de trás de um carro.

Ao contrario do que imaginava, aquilo apenas deixou-a dolorida, não teve a sensação mágica do primeiro beijo...Fez amor com o mesmo rapaz algumas outras vezes, depois de ameaça-lo, dizendo que seu pai era capaz de mata-lo se descobrisse que havia violentado sua filha.

Transformou-o em um instrumento de aprendizado, procurando de todas as maneiras entender onde estava o prazer do sexo com um parceiro. Não entendeu, a masturbação dava muito menos trabalho, e muito mais recompensas. Mas todas as revistas, programas de TV, livros, amigas, tudo, ABSOLUTAMENTE TUDO dizia que um homem era importante.

Sakura começou a achar que devia ter algum problema sexual inconfessável, concentrou-se ainda mais nos estudos e esqueceu por uns tempos essa coisa maravilhosa e assinada chamada Amor.

Completou dezenove anos, terminou o curso secundário, encontrou um emprego em uma loja de tecidos, e o chefe se apaixonou por ela –mas Sakura àquela altura já sabia como usar um homem, sem ser usada por ele. Jamais deixou que a tocasse, embora sempre se mostrasse insinuante, conhecendo o poder de sua beleza.

Sakura tinha consciência da própria beleza, embora quase sempre esquecesse os conselhos de sua mãe, pelo menos um deles não lhe saia da cabeça: "Minha filha, a beleza não dura." Por causa disso, continuou mantendo uma relação nem próxima nem distante com o seu patrão: Genma. O que significou um significável aumento de salário, além da comissão por trabalhar horas extras.

Trabalhou vinte e quatro meses sem parar, passou a dar uma mesada aos pais, e finalmente conseguiu! Arranjou dinheiro suficiente para, nas férias, passar uma semana na cidade de seus sonhos, o lugar dos ricos, lugar com belas praias: Califórnia.

Genma se ofereceu para acompanha-la e pagar todas as suas despesas, mas Sakura mentiu, dizendo que a única condição que sua mãe lhe impusera fora dormir na casa de um primo que lutava Jiu-Jitsu.

-Além do mais –continuou -, o senhor não pode deixar a loja assim, sem nenhuma pessoa de confiança.

-Não me chame de senhor –disse ele, e Sakura reparou em seus olhos aquilo que já conhecia: o fogo da paixão. Isso a surpreendeu, porque achava que aquele homem apenas interessado em sexo; entretanto, seu olhar dizia exatamente o oposto: "Posso lhe dar uma casa, uma família, e algum dinheiro para seus pais." Pensando no futuro, resolveu alimentar a fogueira.

Disse que iria sentir muita falta daquele emprego que tanto amava, das pessoas com quem adorava conviver, e prometia tomar muito cuidado com sua certeira e sua integridade.

-O que é uma semana, afinal? –disse com um sorriso sedutor, torcendo para que estivesse errada. –Passa rápido, e em breve estarei de volta, cuidando das minhas responsabilidades.

Genma, desconsolado, lutou um pouco mas terminou aceitando, pois àquela altura já estava fazendo planos secretos de pedi-la em casamento assim que voltasse, e não queria ser afoito demais e estragar tudo.

Sakura viajou quarenta e oito horas de ônibus, hospedou-se em de quinta categoria no litoral de Califórnia, e antes mesmo de desfazer as malas, agarrou um biquíni que havia comprado, colocou-o, e mesmo com o tempo nublado, foi para a praia. Olhou o mar, sentiu pavor, mas terminou entrando em suas águas, morrendo de vergonha.

Ninguém na praia notou que aquela menina estava tendo seu primeiro encontro com o oceano. Quando saiu da água, foi abordada com uma mulher que vendia sanduíches naturais, um belo negro que lhe perguntou se estava livre para sair naquela noite, e um homem que só francês, mas este para se comunicar, fazia gestos e a convidava para tomar uma água de coco.

A jovem comprou o sanduíche porque teve medo de dizer "não", mas evitou falar com os outros dois estranhos. De um momento para o outro, ficou triste; afinal, agora tinha a possibilidade de fazer tudo o que queria, por que agia de uma maneira absolutamente reprovável? Na falta de uma boa explicação, sentou-se para esperar que o sol surgisse por trás das nuvens, ainda surpresa com sua própria coragem, e com a temperatura da água, tão fria em pleno verão.

O homem que fala francês, entretanto, apareceu ao seu lado com um coco, e lhe ofereceu. Contente de não ser obrigada a conversar com ele, ela bebeu a água de coco, sorriu, e ele sorriu de volta. Por algum tempo, ficaram naquela confortável comunicação que não quer dizer nada.

Até que o homem tirou um pequeno dicionário de capa vermelha do bolso e disse, com um sotaque estranho: "Bonita". Ela sorriu de novo; bem que gostaria de encontrar seu príncipe encantado, mas ele deveria falar sua língua e ser um pouco mais jovem.

O homem insistiu, folheando o livrinho:

-Jantar hoje?

E logo comentou:

-Suíça.

Completando com palavras que soam como sinos do paraíso, em qualquer língua em que sejam pronunciadas.

-Emprego! Dólar!

Sakura não conhecia o restaurante Suíça, mas será que as coisas eram tão fáceis, e os sonhos se realizavam tão depressa? Melhor desconfiar: muito obrigada pelo convite, estou ocupada, e tampouco estava interessada em dólares.

O homem, que não entendeu uma só palavra de sua resposta, começou a ficar desesperado; depois de minutos o senhor voltou com um intérprete. Por intermédio dele, explicou que vinha da Suíça (não era um restaurante, era o País), e que gostaria de jantar com ela, pois tinha uma oferta de emprego.

O intérprete, que se apresentara com assessor do estrangeiro e segurança do hotel onde o homem estava hospedado, acrescentou por sua conta.

-Se fosse você, aceitava. Este homem é um importante empresário artístico, e veio descobrir novos talentos para trabalhar na Europa. Se quiser, posso lhe apresentar outras pessoas que aceitaram o convite, ficaram ricas, e hoje estão casadas com filhos que não precisam enfrentar assaltos ou problemas de desemprego.

E, completou, tentando impressiona-la com sua cultura européia:

-Além do mais, na Suíça fazem excelentes chocolates e relógios.

Convencida de que tinha que aproveitar cada segundo daquela sua semana de férias, e conhecer um bom restaurante significava ter algo muito importante para contar quando voltasse a sua terra, resolveu aceitar o convite –desde que o intérprete a acompanhasse, pois já estava cansada de sorrir e fingir que estava entendendo o que o estrangeiro dizia.

O único problema era também o maior de todos: não tinha roupa adequada. Uma mulher jamais confessa estas intimidades, mas como não conhecia aqueles homens, e talvez jamais tornasse a vê-los, resolveu que não tinha nada a perder.

-Eu não tenho uma roupa adequada para ir a um restaurante.

O homem, por intermédio do intérprete, pediu que não se preocupasse, e solicitou o endereço do hotel. Naquela tarde, ela recebeu um vestido como jamais havia visto em toda sua vida, acompanhado de um par de sapatos que devia ter custado tanto quando ela ganhava durante o ano.

Sentiu que ali começava o caminho pelo qual tanto ansiara durante a infância e a adolescência no interior do Texas, convivência com a seca, rapazes sem futuro, a cidade honesta mais pobre, a vida repetitiva e sem interesse: estava prestes a transformasse na princesa do universo!

Um homem lhe oferecera emprego, dólar, uma par de sapatos caríssimos e um vestido de conto de fadas! Faltava maquiagem, mas a balconista que tomava conta do hotel, solidária, ajudou-a.

Sakura vestiu-se com aquele presente dos céus, ficou horas diante do espelho, arrependida de não ter trago uma máquina fotográfica para registrar o momento, até que finalmente se deu conta que estava atrasada para o compromisso. Saiu correndo, tal qual Cinderela, e foi até o hotel onde o suíço se encontrava.

OoOoO

Ufa...Acabei o 1° cap :D

Espero que gostem dessa fic, ela esta sendo trabalhosa de ser feita...

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Inclusive você, viu anônimo! Não quer dizer que não tenha conta no FanFiction que você não pode deixar pelo menos uma review ;D

Aguardo criticas xD

CYA!