Estreando a sessão Yuri de Psycho-pass aqui. Espero que se divirtam com esta fic do mesmo jeito que eu me diverti escrevendo ela. E, bom... Diferente do que o título sugere, não é um songfic... Esta fica pra próxima.
Boa leitura!
Kunizuka Yayoi, uh...? Não sei dizer ao certo quando nossos encontros começaram, mas posso dizer muito bem quando a vi pela primeira vez. Foi durante um dos meus quase mortais ataques de tédio... Eu tinha deixado de analisar a fileira gigantesca de ficheiros piscantes na tela do monitor à minha frente para hackear as câmeras de segurança do Centro de Reabilitação da Sibyl. Tudo isso por um pouco de divertimento... Observar o comportamento dos mentalmente incapacitados me parecia a coisa mais importante a se fazer naquela hora do que cumprir com meu dever. Não pude evitar meu interesse, cada paciente ali confinado tinha um comportamento singular... A única coisa que tinham em comum era a concentração em seus atos... Menos uma intrigante mulher de cabelos longos e negros. Ela pincelava uma folha de papel com um esmalte coral sem o menor interesse, e pela forma que o desenho ganhava parecia que ela estava descontando alguma magoa ou a frustração passada, não sei. Na verdade, quando parei para olhar mais cautelosamente, percebi que por mais violento e abstrato que o desenho se formava, ela tomava todo o cuidado do mundo para não sujar nada além do pedaço de papel. O que uma pessoa tão responsável estaria fazendo ali...? Só sei que todas estas atitudes me despertaram uma curiosidade quase urgente sobre esta mulher, e então comecei minha odisséia digital.
Primeiro verifiquei o setor das câmeras de segurança internas e externas de toda aquela ala, depois combinei os números das celas no banco de dados do setor jurídico responsável pelas autuação e cadastro dos registros de prisões recentes... Heh. Facil, fácil. Mas ainda assim nenhuma informação concreta desta mocinha... Talvez se eu tirar uma screenshot de seu rosto e cruzar a imagem no banco de dados novamente pode dar certo... Eu só preciso que ela olhe fixamente para a câmera... Mas como posso chamar a atenção dela sem levantar suspeitas...? Pense rápido, Shion... Você é a deusa da computação, seja útil... Tsc. Eu não posso dar nenhum alerta sonoro e muito menos usar flash, mas estas câmeras são de ultima geração, aposto que podem facilmente se tornar perigosas armas reluzentes...
Hm. Reluzentes... Como lasers... Mas é claro!
Não tardei em por meu plano em ação. Logo acessei o sistema de monitoramento e tomei o controle da câmera interna da cela de nossa criminosa latente. Configurei o laser vermelho para o modo não-letal e o ativei, mirando logo em cima da sua mesa. A bela infratora -como eu devia esperar- não percebeu ou simplesmente pouco se lixou para o feixe de luz que estava a sua frente. Comecei a mover a luz de uma ponta a outra, torcendo para ela ao menos tomar nota da minha isca... E nada. Nem um pouco contente, aumentei a área de visualização do laser e comecei a movimentar a luz com mais rapidez. Eu devo dizer... Que mulher difícil de se ter atenção, viu! Mas vamos lá, eu sei que ela pode me dar um pouquinho de atenção... Certo? Se eu for um pouco mais ousada, com certeza... Então mirei o laser em sua mão. Impossível ela não notar agora... Isso! No momento que ela finalmente olhou para o laser iluminando sua mão, eu tracei a luz pelo seu braço e subindo... Querendo provocar um pouco a menina, lentamente voltei o laser para seu busto. Indignada com a posição da luz, ela finalmente olhou para cima, bem aonde estava a câmera... Heh, missão cumprida. Essa é minha garota! Agora sorria para mim, princesa... Quer dizer, decerto que sorrir é algo que está longe da vontade desta moça, mas esta foto com o rostinho irritado já vai me ajudar bastante.
Fingindo que nada aconteceu naquela cela, eu desliguei o laser da câmera sem me importar uma cinza de cigarro se ela ainda estava intrigada com o que acabara de acontecer ou não. O que importa agora é que é hora de cruzar o banco de dados novamente e... Voilá! Kunizuka Yayoi, é? Hmm. Até que o nome combina com ela. Mas apenas descobrir seu nome não saciou meu monstro interno, eu tenho que desvendar o mistério que é essa mulher... E lá vamos nós vasculhar sua ficha criminal... Hmm. Então Yayoi foi presa pela acusação de anarquia? Essa gatinha mansinha? Quem diria... Bom, vamos ver o que mais... Ah, parece que ela estudou música sua vida inteira e até banda comercial formou... Diferente do que seu belo rosto sugere, ela fez fama como guitarrista, uh? Isso explica o longo registro de pedidos recusados para cordas de guitarra que consta aqui... Francamente... Como a Sibyl conseguiu transformar por completo uma pessoa tão aparentemente séria como ela...? De qualquer forma, a hora do recreio acabou. De volta ao meu martírio diário em forma de trabalho... Mas não sem antes salvar seus dados nos meus arquivos pessoais "só por precaução" e desfazer todas as devidas conexões.
Com todo o mistério resolvido eu retornei à minha rotina como uma filha pródiga, e assim foi seguindo o resto de meus entediantes dias confinada em minha própria sala. Talvez eu sempre tenha agido de forma impulsiva e sem me importar com as consequências... O que posso dizer? É assim que sou, sempre sendo guiada pela curiosidade... Uma pena, mas na mesma velocidade que minha curiosidade vem, ela se vai... E com esta dita Kunizuka não foi diferente. O que sim foi diferente, foi ver pela tela do monitor de segurança essa mesma mulher de olhos azuis penetrantes parada em frente à porta de meu laboratório alguns meses depois, já usando o uniforme e crachá de Justiceira do Departamento de Investigação Criminal.
Essa sim foi uma deliciosa surpresa, e era algo que eu não podia deixar passar.
Não tardei em dar uma rápida checada em meu visual. Nenhuma olheira e nenhum sinal de cansaço, mas havia pouco tom vermelho em meus lábios, então acentuei a cor em duas únicas pinceladas do batom líquido. Perfeito!~ Hora de receber a nova funcionária do Governo... Me ajeitei em meu assento e dei o comando de voz que aciona a porta automática do laboratório. Olhos puramente azuis fitaram os meus imediatamente sem nem ao menos desviar para onde eu esperava que desviassem... Yayoi deu um curto aceno com a cabeça e caminhou em minha direção com passos sérios e calculados. O som de suas botinas ecoando no chão encerado atiçou novamente minha curiosidade sobre ela e me forçou mais uma vez a ser impulsiva...
- Então este é seu primeiro dia como cão de caça de verdade uh, Kunizuka-san?
Me expressei da forma mais lenta e sexy que pude, especialmente usando de um quase predador sorriso lascivo que ainda por cima sustentava o cigarro mentolado enquanto analisava a ficha que ela me entregou.
- Sim. Prazer em conhecê-la, Karano-
- Shion. E eu tenho de dizer... Este terno ficou muito melhor em você do que naqueles três patetas.
E devolvi a ficha para Yayoi sem deixar de analisá-la de cima à baixo, lambendo meus lábios lenta e propositalmente. E ainda ousei dizer:
- Ele realmente combinou com você, sabia...?
- Desculpe?
- Esse seu terno risca de giz...
Sorri. Por um momento achei que ela não tinha percebido meus pequenos... Gestos.
- Hm. Obrigada.
- Então você é do tipo que responde só o necessário, uh? Interessante...
Ela nem sequer piscou, corou ou pareceu desconfortável com minhas palavras, apenas pediu licença de forma apática e saiu do laboratório. Esta nova justiceira realmente condiz com a atitude fria que vi pela câmera hackeada... Mas por algum motivo nada disso impediu o sorriso triunfante se formar em meu rosto. Muito pelo contrário... Toda minha curiosidade sobre esta misteriosa mulher voltou a tona. E pensar em deixar todo este sentimento passar despercebido depois de finalmente ter contato com ela definitivamente está fora de cogitação.
Este é apenas o começo, cara Kunizuka Yayoi..
Nossos outros encontros seguiram desse mesmo jeito. Yayoi era realmente monossílaba, o que me intrigava mais e mais. Cada visita sozinha que ela fazia em minha sala era um motivo para eu abusar da minha boa língua afiada sem o menor pudor. Não nego, era até divertido ouvir seus comentários indiferentes, além de um delicioso desafio testar até onde ia sua paciência comigo... Mesmo sabendo que ela nunca demonstraria alteração de humor alguma, o que era combustível para minha insistência. De certa forma esse comportamento nosso tinha se tornado rotina, e eu já estava começando a me acostumar com seu jeito ácido e desinteressado para com minha pessoa... Até a hora em que ela finalmente resolveu corresponder minhas investidas.
E este momento eu definitivamente nunca vou me esquecer.
Este dia em especial foi totalmente atípico. Yayoi, diferente de todos os outros dias em que trabalhamos juntas, permaneceu o tempo inteiro em meu laboratório –não necessariamente pela falta de casos a serem solucionados ou rondas pelas ruas da cidade- é que era o penúltimo dia do mês, e tanto Justiceiros quanto Inspetores tinham que organizar um relatório especial contendo as principais atividades realizadas em conjunto com sua respectiva divisão para me ser entregue e analisado antes de ser oficialmente encaminhado para o Gabinete Central. Yayoi podia muito bem ter feito a sua parte do relatório em seu próprio escritório compartilhado, mas imagino que ela tenha se refugiado aqui por não aguentar dividir o mesmo ambiente com um Shuusei Kagari totalmente irritante e desesperado por ter sido desleixado em fazer seu próprio relatório. Bom, longe de mim estar reclamando da companhia de Yayoi, ainda mais uma bela e intrigante companhia quanto ela... Que fazia questão de usar apenas o espaço necessário. Nada mais, nada menos.
Mas mesmo com toda sua quietude e concentração, eu percebi que tinha alguma coisa diferente nela neste dia... Algo que me fugiu a descrição... E que só fui descobrir o que era perto do fim do expediente, quando Yayoi -já com o relatório pronto e no alcance do holodevice em seu pulso- tomou coragem e puxou conversa comigo depois de quase cinco horas focada apenas em seus afazeres e ignorar totalmente minha presença.
- E se você cumprisse com tudo o que diz, Karanomori-san?
De súbito foi o que ela disse a mim. Apesar de direta, sua voz soou quase mecânica e ligeiramente apressada... Mas eu consegui perceber o tom desafiador por trás do seu timbre ríspido. Curiosa que sou, aceitei o desafio prontamente.
Que a batalha comece...
- Hmm... Refresque minha memória, e dependendo do que eu tenha prometido a você eu vou cumprir com o maior prazer. E pela centésima vez... É Shion.
- Você quer tanto assim que eu seja íntima de você?
- Sua pergunta parece mais uma confirmação...
A respondi sem nem mesmo tirar minha atenção da tela do monitor, sabendo muito bem como isso a irrita. Meu sorriso discreto se tornou malicioso quando Yayoi suspirou alto e se aproximou, batendo as duas mãos na minha mesa com uma expressão completamente injuriada. Que vontade eu tive de morder as bochechas rosadas dela!~
Mas tive de me conter, pelo menos por enquanto.
- Então eu vou corrigir minha pergunta: Porque você está tão interessada em mim?
Eu não aguentei. Tive de parar de digitar para acender um cigarro e dar uma senhora tragada antes de me virar totalmente para Yayoi e responde-la olhos nos olhos.
- Francamente... Tenho mesmo ter de dizer o quanto estou atraída por você... Yayoi Kunizuka? É preciso mesmo de razões para se querer bem alguém?
Acho que a pergunta a acertou em cheio. Yayoi ficou petrificada em minha frente sem nem ao menos piscar. Então me levantei de minha cadeira para me encostar na ponta da mesa, bem ao lado de onde ainda residiam suas duas mãos que não mudaram um milímetro sua postura com a minha proximidade. Cortei o nosso contato visual por breves segundos para apagar os restos do cigarro no cinzeiro pousado no centro desta mesma mesa, e assim que me virei novamente para Yayoi, mirei sua mão direita e suavemente pus minha palma sobre ela, agora retornando nosso contato visual.
- ...Não posso desejar você?
Yayoi ainda me encarava sem saber como reagir. Mas eu sabia o que aquele brilho que ela mantinha no olhar significava. Ah, como eu sabia...
E sem mais nenhuma espera a puxei pela gravata, colando sua boca entreaberta na minha. Não escondi minha satisfação ao perceber que ela voltou a si e me correspondeu o beijo sem resistência alguma, e muito menos a surpresa quando ela mudou nossas posições rapidamente. Ela -desta vez sentada na ponta da mesa- me puxou para mais perto de si e encaixou nossos corpos com expertise, já afastando meu jaleco branco de um jeito quase impaciente no processo.
Com um sorriso nos lábios a deixei alcançar a alça de meu vestido com os dentes, e misturar mais ainda o já misturado batom vermelho em meu pescoço... Mas quando suas mãos começaram a descer pelas minhas costas e minha saia subir por entre suas coxas, a afastei. Muito me agradaria continuar, mas não queria que ela confirmasse a certa... "Fama" que ganhei injustamente. Foi difícil, mas me recompus e pedi o bendito relatório com as informações do casos em que Yayoi trabalhou o mês inteiro e que por pouco não seriam esquecidos sem dó. Rapidamente ela ajeitou seu terno abarrotado e limpou a boca suja de batom com um lenço, logo me transferindo seu relatório final. Como de costume essa Kunizuka assentiu e pediu licença mecânicamente, saindo do laboratório com toda a sua indiferença... O que me fez parar para pensar de verdade sobre essa morena.
E naquela mesma noite, pela primeira vez na vida eu descobri como é se sentir insegura em relação a alguém.
Por um momento ponderei sobre sua reação usual e isso de certa forma me consumiu os pensamentos até a próxima visita que ela fez em meu laboratório. Ficamos sem nos ver por quase uma semana, achei até que Yayoi tinha algum tipo de arrependimento quanto a minha repentina negação aos seus toques daquele dia. Ela realmente me tratou com sua maneira indiferente de sempre, porém de um jeito natural e um toque levemente sedutor, que de tão sutil teria passado despercebido se eu não fosse a analista que sou. Essa ação dela elevou minhas esperanças de possuí-la de novo. Ah, como isso fez meu dia... Eu não tinha pressa de ter Yayoi, só não queria que ela pensasse mal de mim. Meu trunfo era a certeza que ela tinha o mesmo interesse que o meu.
Era só questão de aproveitar as oportunidades...
E assim, depois desta nova visita, aproveitamos toda e qualquer oportunidade que tínhamos a sós. Uma nova rotina começou para nós duas, e sem duvidas uma excitante e libidinosa rotina... Todo o tempo que passávamos juntas era um risco em potencial. Eu amava isso, tornava nosso sexo mais prazeroso... Não é como se estivéssemos nos escondendo, mas eu respeito a privacidade de Yayoi...
Agora que parei pra pensar, nosso relacionamento é uma via de duplo benefício. Com Yayoi aprendi a ser um pouco mais responsável, e a ela mostrei como ser mais mente aberta a certas... Coisas nesse fascinante mundo da liberdade confinada. Ela estava aprendendo e considerando a idéia muito bem, até o dia que a Inspetora novata da Divisão I quase nos pegou no flagra...
Foi aí que Yayoi começou a mudar. Bem, não era uma mudança ruim. Seus toques eram mais prolongados e suas estocadas mais controladas durante nosso ato, sua atenção exagerada em minhas palavras e as visitas mais e mais frequentes no meu laboratório denotavam que ela finalmente tinha começado a sentir o que eu já estava sentindo desde nossa primeira e finalmente noite juntas.
Yayoi está apaixonada por mim, e tem medo desse sentimento.
Não vou dizer que sou mestra no assunto e nem que meus anos bem vividos me deram certa experiência no ramo de relacionamentos, mas este amor que Yayoi está sentindo por mim, eu... Hnf... Estou sentindo por ela também. Do meu jeito, claro. Eu nunca fui uma pessoa de preferências singulares e sempre fiz questão de frisar isso... Talvez seja esse o motivo da insegurança de Yayoi. De certa forma era fofa sua tentativa de esconder a mudança de atitudes, mas estava cada vez mais evidente em sua linguagem corporal. Admito que no início eu nem sequer queria pensar na possibilidade de ter um romance monogâmico com alguém, mas ela.. Quanto mais passávamos o tempo juntas, mais Yayoi me convencia do contrário...
Então acho que está mais do que na hora de por as cartas na mesa.
E a oportunidade é agora, aproveitando que mais uma vez estamos juntas nesta cama de casal conversando sobre Sibila, Kougami, Makishima e o mundo. Ouvir Yayoi me dizer como a Divisão I mudou drasticamente me faz ponderar sobre como o mundo sempre gira em torno das mesmas coisas... Ambição, poder, dominação, romance... Porque não romance? Quando fui pensar mais seriamente nessa palavra, quase não reparei Yayoi se levantando da cama.
E deixá-la ir embora... Isso eu não vou permitir.
- Hey, Yayoi. Por que não fica mais um pouco...? A cama ainda está quente, e o tempo lá fora tão frio...
- Shion... Seu monstro interno não foi saciado?
Aquele olhar desconfiado dela... Como eu amo este olhar...
- Digamos que agora é o monstro da companhia quem está faminto, então venha cá que quero lhe usar.
- Hmph. Ok...
E no momento em que ela deitou de novo na cama eu a abracei forte. Pouco me importei se ainda estávamos nuas embaixo dos lençóis, mas Yayoi se virou para o outro lado -se desvencilhando do meu abraço e se cobrindo inteira com o tecido branco-. Em outros tempos eu riria alto desta atitude inocente e beirando o infantil, mas agora tenho de me manter o mais confiável possível...
- Com medo de uns afagos inocentes, Justiceira?
Não consegui deixar de provocar Yayoi. Ela segurou e repuxou o lençol com mais força, ainda evitando olhar para mim.
- Não...
- "Não..."? Eu não consigo te ouvir...
Me repeti para incentivar Yayoi e ela respirou fundo, como se estivesse criando coragem para confessar seu pecado.
- Não é isso... É que nós nunca pernoitamos antes. Ainda tenho de me acostumar com a idéia.
- Ah, minha linda... Então você vai ter que se acostumar com a idéia de sermos um casal...
E então Ela se virou para mim totalmente surpresa.
- Você está brincando, Shion.
- Não é brincadeira, eu estou sendo sincera. Não quero você nesta cama só por apenas uns momentos e muito menos só pelo sexo descompromissado. Eu... Heh. Eu me apaixonei por você, Kunizuka Yayoi.
Céus, agora ela está tremendo... Eu sei que não sou boa em dizer palavras doces e muito menos em me importar com as emoções alheias, mas essas lágrimas suas, Yayoi...
- Hey... Pelo menos diga alguma coisa...
Então ela parou de tremer. Lágrimas ainda escorriam por suas bochechas, mas ela me fitava com uma expressão intrigada no rosto, como se estivesse analisando algum caso ou relatório.
- Você... Me ama? De verdade?
- Eu estou disposta a me desfazer de todo o meu banco de dados particular além de certos contatos especiais... Então sim, eu amo você de verdade.
- Para de graça, Shion.
- Ué, Yayoi... Eu estou falando sério.
E eu, de fato, nunca fui tão seria para alguém em toda minha pervertida vida.
E sei que ela percebeu isso. Sua hesitação a denunciava.
- ...O que vamos fazer agora?
- Nós podemos apenas dormir juntinhas, quem sabe...? Já que finalmente temos a total permissão...
- Ou...
Dizia ela, já me devorando por inteira com estes maravilhosos olhos azuis enquanto lentamente se soltava dos lençóis. Heh. É como dizem por aí...
- ...Parece que seu monstro interno é quem não está totalmente saciado, uh?
E eu sorri meu maior sorriso malicioso, ansiando pela investida.
- Hmph... Vem aqui.
Yayoi me puxou pela nuca para um beijo carregado de vontades e anseios... E também de lágrimas e felicidade insegura escondidas pelo desejo. Sei que ela fugiu da minha proposta assim como sei que também é difícil pra ela tentar um novo relacionamento depois de tudo que aquela menina punk fez... Vai entender, Yayoi tem mesmo um fraco por criminosas latentes... Não que eu esteja reclamando. Mas como eu disse antes, não tenho pressa...
Afinal, o que temos a perder? Nós mesmas? Duvido. Enquanto nosso serviço com a Sibyl existir, não vamos nos perder. Talvez para o acaso, talvez não... Eu realmente não me preocupo com isso. Só a idéia de tê-la em meus braços pelo resto da noite e pelas próximas que virão já me é o suficiente...
Fim~
Aiai, essas duas... Eu simplesmente não me canso de escrever sobre Shion e Yayoi, juro que não consigo... Enfim, já até perdi a conta de quantas vezes revisei esta bodega... Sigh.
Desta vez precisei acertar alguns detalhes relevantes para o universo de Psycho-Pass. (O fato de eles não usarem mais papel e tudo ser automático –Viva la Automación Industrial- XD)
Mas Fazer o que, essas duas já têm minha total atenção mesmo...
