Poor Captain Potter.
- Não é só porque você ressurgiu das cinzas que vai poder assumir o time, Harry.
- E o que te faz pensar isso, Ginevra? Eu só me abstive, nunca passei o cargo de capitão para ninguém!
- Bem, enquanto o Sr. estava por aí passeando, quem tomou conta desse time fui eu, e olhe que foram tempos bem difíceis, então nada mais justo do que eu continuar a liderá-lo.
- Desde quando você ficou tão autoritária, teimosa e incisiva? E espera aí, mocinha. Você acha que eu passei um ano fora de brincadeira?!
- Sim, eu acho – disse a ruiva, cruzando os braços e abrindo um sorriso desafiante.
Ao restante do time, que estava escalpelando sob o sol do meio dia, bastava observar a discussão do recém-reunido-casal. Somente naquela primeira semana de aulas - tão conturbada pela volta do trio de ouro a Hogwarts, para a conclusão de seu ensino - o time pudera contar ao mínimo 15 discussões entre Harry e Ginny. A discussão do momento se dava sobre quem ficaria como capitão.
- Ei, casal, se eu puder palpitar...
- NÃO, NÃO PODE! – gritaram juntos, fazendo um rubro Rony voltar a se encolher para perto de uma Hermione que gargalhava abertamente.
- Harry, querido, pense com clareza. Eu sou a maior pontuadora do time, a estrela, nada mais justo!
- A estrela? Eu é que faço o jogo acabar. Eu, quando agarro aquela porcaria minúscula e dourada que voa mais rápido que um hipogrifo! Eu sou a estrela.
- Nossa, não era você que há algum tempo atrás dizia que "só queria ser um menino normal"? Não compreendo de onde veio tanto narcisismo!
As feições de Harry se fecharam e as orelhas do moço ficaram da cor dos cabelos dos Weasley. Ele poderia estrangular aquela pequena mulher que agora chamava de noiva.
- Ginevra, eu não vou mais discutir isso. EU SOU O CAPITÃO, PONTO.
- NÃO, EU É QUE SOU!
- Criancinhas, ao invés de ficarem aqui demonstrando quem é mais egocêntrico ou melhor, porque vocês não decidem isso em uma disputa?
Como sempre, Hermione era a voz da razão. A proposta pareceu razoável ao casal, que pelo menos parou o berreiro. Dessa forma, resolveriam justamente.
- Eu proponho uma caça ao pomo – disse Harry.
- Não, essa é sua especialidade. Vamos ver quem marca mais gols.
- Mas essa é a sua especialidade! Seria muito injusto!
- Que tal uma corrida?
Ponderaram uns segundos, sem desviarem o olhar um do outro, desafiando, provocando. Harry não parava de pensar o quanto gostava quando Ginny perdia as estribeiras, porque era quando ficava mais bela. E ela não podia deixar de reparar no quanto Harry parecia crescer quando era desafiado, como se o corpo do moreno se inflasse por inteiro, ficando extremamente tentador.
-Fechado.
Foram para o final do campo enquanto o resto do time tomava as arquibancadas, junto a alguns curiosos e entusiastas, que já faziam suas apostas. Assim que se posicionaram, longe aos ouvidos de todos, as provocações continuaram.
- Você vai perder, Potter.
- É capitão Potter para você, Weasley.
- Está valendo, querido. Vou provar que sou muito melhor com uma vassoura do que você.
- Isso porque andou pegando em muitas enquanto estive fora, amor?
Boquiaberta com o comentário descarado de Harry, que a surpreendia com essa postura despreocupada que estava a adotar, Ginny acabou por sair em segundo lugar quando o apito de Hermione soou. Recuperou-se rapidamente, no entanto, e, para surpresa de todos, venceu a corrida. Assim que chegou perto de um reclamante Harry, depositou-lhe um beijinho na bochecha, o que o calou, somente para sussurrar em seu ouvido:
- Pode ficar com o posto, capitão Potter. Ele sempre foi seu. E, sim, eu treinei muito com a vassoura. Poderíamos começar a treinar agora com a sua.
E Harry deixou toda a raiva e frustração para lá. Mal podia esperar para acabar logo aquele treino para ensinar uma boa lição àquela ruiva que só o vinha tirando do sério. Ela veria quem era o Capitão.
