A primeira fic sobre a minha equipa preferida, os shinobis da areia … Gaara – Temari – Kankurou
Espero que gostem ;)
Capitulo 1: A Troca
Era noite. Dois estranhos encontravam-se em segredo, numa passagem mal iluminada, um local secreto, ideal para conversas perigosas. De um lado uma figura alta envolta num manto negro, que deixava apenas ver os olhos pequenos e frios. Do outro, um homem magro, de cabelos claros, e uma expressão cautelosa, que lhe vinha da prática daquele tipo de trabalho, esperava encostado a um muro alto.
Estes encontros ocultos eram perigosos, e efectuados o mais rápido possível, alí, a informação trocada era mais importante do que a vida do seu portador, por isso todo o processo envolvia um certo ritual.
O homem encapuçado aproximou-se, pronto a assumir o controlo da situação, afastou por instantes o manto que lhe cobria o rosto, revelando a sua identidade. Em seguida, e sem mais demoras, atirou ao chão um embrulho, a recompensa acordada entre os dois.
- O que tens para mim?
- Um nome ….
- Um nome?! Dei-te mais de um mês e tudo o que me trazes é um nome?
- O trabalho era difícil – disse sorrindo maliciosamente para o pequeno pacote – tive de eliminar alguns obstáculos. Além disso as instruções que me deste estavam completamente erradas.
- Como?
- Sorin, esta a planear um ataque antes da primavera - levou a mão ao bolso em busca de um isqueiro, acendendo depois um cigarro – pelo que consegui descobrir as negociações ainda não acabaram mas não está a ter grande problemas em garantir o apoio das outras vilas.
- Sorin? Otomo Sorin?
- Exactamente. A única coisa a fazer é juntares-te ao lado dos vencedores, enquanto ainda tens escolha.
- Poupa-me as tuas opiniões. – clamou num tom rude, enquanto virava costas
O espião levou uma vez mais o cigarro á boca, deixando depois que o fumo saísse lentamente, misturando-se com o ar da noite. – Não é tudo.
- Já tenho o que queria, nada mais do que possas dizer tem alguma utilidade para mim.
- O paradeiro de uma certa pessoa – o encapuçado deteve-se – posso dar-te essa informação.
- Não sei do que estas a falar, que pessoa ….
- Um conhecido, um amigo talvez – bateu ao de leve no cigarro deixando cair as cinzas – uma pessoa a quem alguns chamariam um foragido … um nukenin.
O homem alto virou-se encarando o espião. O silêncio pairou entre os dois.
- Ora, ora, não fiques tão surpreendido, afinal esse é o meu trabalho. Não tenho qualquer interesse em tal pessoa, nem nos teus "projectos", sou um espião, vendo o que sei a quem me oferecer mais, o que cada um vai fazer com essas informações depois não é problema meu.
A noite estava fria e escura, e a luz que entrava naquele canto esquecido mal chegava para iluminar os seus rostos, era difícil ler as suas expressões.
- Continua – murmurou numa voz rouca
- E em troca? - Num gesto brusco o homem alto deixou cair ao chão dois embrulhos iguais ao primeiro – pensava que estavas interessado em negociar, este encontro acaba aqui. – fez tenções de se ir embora
Num segundo o encapuçado segurava o sujeito com um braço, enquanto encostava uma kunai ao seu pescoço. O cigarro girou no ar e caindo ao chão. – Agora, quero saber!
- Óptimo, acaba já comigo – disse, enquanto tentava controlar a respiração – e tudo o que eu sei morre aqui – sentiu a lamina fria a deslizar sob a sua pele, enquanto um fio de sangue escorria manchando-lhe a roupa. Soltou uma pequena gargalhada – Enganas-te se pensas que vou implorar, há muito tempo que a minha vida deixou de ter assim tanta importância, já devias saber isso, sendo quem és – sentiu a pressão do corpo do inimigo a diminuir – além disso o meu informante está morto, e mesmo que conseguisses outra pessoa para o trabalho, as respostas não chegariam a tempo.
Ficaram assim durante mais algum tempo, cada um sentindo a fúria do outro, até que o braço que o prendia desapareceu. O espião levou a mão ao corte que ainda sangrava, respirando profundamente, tentando acalmar-se. Do outro lado o homem alto fazia igualmente um esforço para se conter, guardando novamente a kunai e compondo o manto desalinhado que permitia agora ver algumas madeixas de cabelo acastanhado que lhe caia por cima dos olhos.
- Qual é o teu preço?
- Não quero um pagamento – mesmo na escuridão conseguia sentir os olhos raivosos que o observavam – antes uma troca.
- Uma troca dizes tu ….
…….
A conversa acabou rapidamente, pois já o encontro tinha sido prolongado para além do sensato, e os dois estranhos afastaram-se, cada um para seu lado, sem despedidas. Tudo se resumia a um jogo de poder, uma troca entre inimigos que se tornara necessária, algo habitual na vida de um ninja, contudo desta vez, tinham de certo obtido mais do que procuravam.
