Disclaimer: Naruto não me pertence, créditos à Masashi Kishimoto. Essa história não tem fins lucrativos, faço apenas como hobby.
Avisos: Essa história contém Yaoi e se passa em Universo Alternativo. Se algum desses gêneros não lhe agrada, sugiro que procure algo que goste para ler.
Hitori no Mai
Shoutai
Pela milionésima vez olhava para sua bebida. O líquido transparente brilhava tocado pela luz avermelhada que dominava a boate. Com os dedos, tocou a superfície de vidro, segurando o copo e levando-o até os lábios. Seu olhar vermelho se fixou no palco negro e vermelho a sua frente. Nele uma banda qualquer tocava uma música qualquer e incrivelmente irritante. Sua paciência ameaçava acabar ao mesmo tempo em que sua cabeça começava a latejar. Odiava aquele ambiente. Não apenas o ambiente daquela boate, mas o ambiente de toda e qualquer boate. Ainda mais quando tinha que aguentar um Hidan completamente bêbado discutindo com um levemente alcoolizado Kakuzu bem ao seu lado. Suspirou, depositando o copo em cima da mesa. Apesar de tudo, estava ali a trabalho. E o trabalho era a única coisa que o mantinha ali. Afinal, tinha que cumprir seu papel como segurança de Pain, o dono daquela boate.
- Itachi! - respirou discretamente quando ouviu a voz animada e conteu o ímpeto de matar o dono de tal voz quando sentiu dois braços rodearem seu pescoço, o abraçando por trás.
- Deidara. - respondeu com a voz séria e controlada enquanto retirava os braços do seu pescoço.
- Venha Itachi. Tenho uma surpresa para você, un. - Deidara chamou no mesmo tom animado.
Levantou-se e virou-se para o companheiro de trabalho. Olhou-o de cima a baixo. Deidara tinha os cabelos, longos, loiros e lisos, soltos. Os olhos azuis brilhavam, marotos. O paletó negro estava completamente aberto e escorregava por seu ombro direito, a camisa social branca estava com os primeiros botões abertos e para fora da calça, a gravata havia desaparecido. A calça, por acaso, parecia a única peça de roupa decentemente arrumada no corpo do rapaz. Já que até os tênis pretos que ele usava estavam desamarrados, como se tivesse sido colocados as pressas.
- Você não estava com o Sasori? - perguntou no mesmo tom sério e controlado.
- Os dois estavam se comendo nesses cantos escuros! Olha só o estado da roupa dele! - comentou Hidan, rindo logo em seguida completamente bêbado.
- Cala a boca, un! - retrucou Deidara. Hidan continuou a rir.
- Deidara? - chamou, querendo uma resposta para sua pergunta.
- Ah! Estava sim! Mas me lembrei que tinha preparado uma surpresa para você.
- Que tipo de surpresa? - questionou desconfiado. Quando Deidara resolvia aprontar, boa coisa não resultava.
- Um tipo que você vai gostar. Venha! Pain-sama está nos esperando, un.
Deixou que Deidara pegasse sua mão e o conduzisse pela boate, por entre os corpos dançantes que dominavam a pista de dança. Estranhara o fato de Deidara lhe preparar uma surpresa, mas estranhara ainda mais o fato de Pain estar envolvido. O chefe deles era muito reservado e raramente se envolvia com sues subordinados. Mas, no fundo, não podia negar: estava curioso.
O loiro o levara até o andar superior, onde ficavam os quartos. Era público e notório que aquela não era uma simples boate. Havia muito por trás daquela simples e popular fachada. Havia uma grande e famosa rede de prostituição. Clientes do mundo inteiro viajavam até Tóquio apenas para passarem uma noite na boate de Pain. Este, por sua vez, possuía a fama de ter os melhores e mais belos rapazes desse submundo. Era uma ampla rede e ele, além de segurança, era o braço Pain. Possuía a completa confiança de seu chefe.
- Chegamos. - Deidara avisou assim que pararem em frente a um quarto.
O corredor estava escuro e a música não os alcançava. Estavam longe do palco e escondidos em algum canto extremo do primeiro andar. Deidara pegou um cartão do bolso da calça, passando-o em seguida pela trava eletrônica, destrancando a porta do quarto. O loiro abriu a porta e o puxou para dentro.
Assim que entrou reparou em seu chefe, parado ao lado da cama. A expressão séria de sempre estava desenhada em sua face. O quarto, assim como toda a boate, era iluminado por luzes vermelhas provindas de um abajur em cada lado da cama sobre um criado mudo. A cama, de solteiro, era coberta por um lençol de seda vermelho. Dois travesseiros brancos estavam colocados próximos à cabeceira. Sobre a cama, estava Sasori. Ao contrário de Deidara, Sasori estava vestido impecavelmente, como ele próprio. Os cabelos vermelhos brilhavam com a iluminação avermelhada. Sasori estava ajoelhado sobre o colchão, segurando os braços de um rapaz. E foi exatamente esse rapaz que captara sua atenção. Não o conhecia e era seu dever conhecer todos os rapazes da boate.
Olhou para Deidara. O loiro sorria. Olhou para Pain. As íris arroxeadas de seu chefe devolveram seu olhar.
- Este é Sai. Nossa mais nova aquisição. - disse Pain, seu tom de voz sério e frio.
Caminhou em direção à cama, seus olhos vermelhos analisando o rapaz sentado. Sai possuía a pele absolutamente pálida, praticamente sem cor, destacada pelas vestes negras, cabelos, lisos e negros, caiam sobre os olhos negros, ocultando-os parcialmente. Olhos vazios, opacos. E o sorriso em seus lábios? Pôde perceber claramente o quanto aquele sorriso era falso.
Ao ficar frente a frente com o rapaz, abaixou-se para ficar na mesma altura que ele. No momento em que fez esse movimento, Sasori soltou os braços do rapaz e saiu de cima da cama. Os olhos castanhos fixos no rapaz na cama.
- Esse é o presente do Deidara para você, Itachi. - disse Sasori.
Olhou para o loiro, que assentiu com um movimento da cabeça, confirmando.
- Ele não trabalhará como os outros. - começou Deidara - Esse é só seu, un.
- Só meu? - disse enquanto acariciava a face jovem com as pontas dos dedos - Por que eu iria querer um rapaz só para mim?
- Quer mesmo que eu responda? - perguntou o loiro.
Deixou que seus dedos deslizassem até o pescoço pálido, onde fechou a mão. Com um impulso, jogou o rapaz na cama e se levantou.
- Não preciso dele. - disse enquanto caminhava em direção a porta.
Deidara tentou pará-lo, mas foi a voz de Pain que o impediu de deixar o quarto.
- Itachi.
Parou e voltou. Olhou para seu chefe. Pain havia se aproximado de Sai e o puxara pelo braço para que levantasse. O rapaz obedecera sem resistência alguma. Com Sai de pé, Pain o virou de costas e abaixou a gola da camisa de Sai, mostrando uma tatuagem que o rapaz tinha abaixo da nuca. Arregalou levemente seus olhos vermelhos. Aquela tatuagem...
- Está bem. Eu fico com ele. - disse antes de deixar o quarto.
- Está dispensado. - Pain disse rápido o suficiente para que ouvisse.
Caminhou pelo corredor rapidamente. Queria sair da boate o mais rápido possível. Aquele rapaz... Onde Deidara... Pain... Onde haviam achado aquele rapaz? Aquela tatuagem! A tatuagem dele, a marca dele, aquele rapaz pertencera a ele. Como Pain o conseguira?
Deixou a boate e andou pela rua, tentando colocar os pensamentos em ordem. Deidara. Tinha que ser o loiro para aprontar uma daquelas! Só mesmo ele para lhe dar um rapaz. E ainda por cima um rapaz com aquela marca. A marca dos brinquedos. Dos brinquedos dos Uchihas.
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Notas da Autora: Yo Minna-san!
Aqui estou, com minha segunda fic universo alternativo de Naruto. E dessa vez, focada na Akatsuki. \o/
Espero que gostem. 8D
Hitori no Mai = Dança do Solitário
Shoutai = Convite
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