Escrevo fanfics faz um tempo, mas não tenho muita experiência com fanfictions de The Good Wife. Espero que vocês gostem e comentem o que estão achando. Se passa na quarta temporada, enquanto Peter está em campanha.
Era mais um dia de trabalho. Em teoria, mais um como qualquer outro. Mais um em que deveria manter as aparências e fingir que tudo está bem, principalmente agora que Peter estava em campanha.
Olhou para sua figura no espelho e foi transportada para uma outra época, não muito distante, quando todos os dias eram diferentes. Naquela época se acordar para trabalhar era mais feliz. Todos os dias se arrumava prestando atenção em cada mínimo detalhe, porque sabia que ele estaria observando tudo nela.
Ele. Sempre ele.
Will Gardner.
Seu chefe.
Seu amigo.
Seu amante.
Ou melhor, ex-amante.
Ela balançou a cabeça como se para afastar as imagens que começavam a povoar sua mente. Pensar em Will e no tórrido caso que haviam tido nunca era uma boa ideia. Já tinha sido difícil o suficiente conseguir terminar o relacionamento, se é que podiam chamar o que tiveram de relacionamento; não precisava ficar se atormentando com lembranças. Ótimas, era verdade; mas lembranças que a deixavam com vontade de poder voltar no tempo, para aqueles dias tão maravilhosos, para a suíte presidencial onde tudo tinha começado.
Rapidamente se olhou mais uma vez e saiu do quarto. Não tinha tempo para ficar pensando naquilo.
Chegou cedo ao escritório. Poucas pessoas já estavam trabalhando. Olhou para a sala de Diane e viu que ainda estava vazia, ao virar para observar o outro lado, deu de cara com um par de olhos que faziam suas pernas estremecerem. Aquele olhar representava tantas coisas, todas elas proibidas.
Will sorriu e ela caminhou até a porta da sala dele.
- Como você está? - ele perguntou.
Alicia sorriu. Ele sempre perguntava como ela estava. E não era como algumas pessoas que perguntam por obrigação ou para poderem começar a falar de si mesmas. Era uma preocupação genuína com o bem estar dela. Como sempre, aquilo aqueceu seu coração. Por mais que disfarçasse para todos, muitas vezes para si mesma, a forma carinhosa como ele a tratava a deixava muito vulnerável. Era maravilhoso se sentir querida. E ele a fazia se sentir como se não houvesse ninguém mais importante no mundo.
- Estou bem - Alicia respondeu. – E você, já tão cedo no escritório?
- O nome disso é insônia.
- O que lhe tira o sono Will Gardner? - ao dizer as palavras ela se arrependeu. Não deveria flertar com ele, por que continuava a fazer isso? Seria mais seguro se mantivessem apenas uma boa relação profissional.
Will demorou alguns segundo para responder. Ele sabia bem o que, ou melhor, quem lhe tirava o sono, mas não achava que era hora de falar sobre o assunto.
- Este escritório não é motivo suficiente para ter insônia?
- Tem razão.
Ficaram alguns minutos em silêncio, um olhando para o outro, dizendo em olhares o que não conseguiam em palavras.
- Bom – disse Alicia ao perceber como aqueles olhares estavam ficando intensos. – Acho melhor eu ir para a minha sala. Trabalho é o que não falta.
O dia passou rápido com as suas várias obrigações. Já passava das 22 horas quando Alicia chegou em casa. Zack e Grace estavam na casa do pai e Alicia tinha a casa apenas para si. Deixou a bolsa perto da porta, tirou os sapatos e caminhou até a cozinha, servindo-se de um copo de vinho. Aquele ritual aliviava o estresse diário.
Olhou ao redor para a casa em silêncio e lembrou das várias noites em que não havia ficado sozinha. Will tinha sido sua companhia. Mais uma vez naquele dia tentou tirar as imagens deles dois juntos da cabeça.
Neste momento o telefone tocou. Ao olhar para o visor mal acreditou no nome que viu.
- Oi, Will.
- Desculpa ligar a essa hora. Sei que provavelmente você acabou de chegar em casa, mas eu precisava falar com você. Até porque é um cliente seu.
- Está tudo bem, Will. O que houve? O que precisa que eu faça?
Houve um silêncio do outro lado da linha, mas pouco tempo depois ela o ouviu voltar a falar.
- O Sweeney.
Alicia respirou fundo ao ouvir aquele nome. Sempre era ela que tinha que lidar com Colin Sweeney, o famoso homem que assassinou a mulher.
- O que ele aprontou desta vez?
- Aparentemente nada sério, pelo menos para os termos do Colin. A mãe do filho dele saiu de casa agora à noite e levou o filho com ela.
- Em 30 minutos chego no escritório.
Mal deu tempo dela se arrumar. Tomou um banho, colocou uma roupa um pouco mais confortável e foi encontrar Will.
O prédio estava quase vazio, mas ao subir para seu andar, encontrou Will em sua sala.
- Você foi rápida.
- Eu disse que ia demorar no máximo 30 minutos.
Alicia entrou e sentou confortavelmente no sofá, em frente a Will. Logo ele a colocou a par do caso. Quando ele terminou Colin chegou. Como sempre concentrou sua atenção em Alicia.
Depois de duas horas de conversa, Sweeney foi embora para casa, esperando que no dia seguinte conseguisse voltar a ver seu filho.
- Estou exausta! – disse Alicia ao se ver sozinha com Will.
O advogado levantou e pegou duas cervejas no frigobar. Deu uma para ela, que agradeceu, abriu a outra e sentou novamente na sua poltrona.
- Somos dois. Todo caso com o Sweeney é uma loucura. E ele é aficionado por você.
- Não é não. Ele só gosta de me ver desconfortável.
Desconfortável foi o silêncio que se seguiu. Cada um imaginava saber o que passava pela mente do outro.
- É melhor eu ir. – disse Alicia.
- Eu também. Amanhã o dia vai ser longo.
Ambos se levantaram na mesma hora e se encaminharam até a porta da sala. E foi aí que tudo mudou. Sem querer seus corpos esbarraram. Alicia não conseguiu reagir ao contato. Will não resistiu e a tomou nos braços, matando o desejo que sentia há muito. Beijou-a com paixão.
