N/A: Esse não é um tipo profundo ou agoniante de história. Ela não ensina grandes lições ou aborda grandes conceitos. Ela é apenas uma distração. Algo para aliviar o estresse e... aproveitar. Espero que vocês gostem. A propósito, essa história foi baseada na música 'Til Kingdom Come, da banda Coldplay. Eu altamente recomendo.

PS: Ju Hayes tem toda a minha gratidão por ter betado essa história. Você é incrível, Ju.

Disclaimer: Esses personagens não me pertencem, assim como a saga Crepúsculo também não o faz. Eu concordo. Também acho depressivo que me lembrem disso.

Shipper: Edward/Bella.

Censura: T — 13 anos.


1

Narrado por Edward Cullen.

Você está sentada no mesmo banco que eu. Nós estamos encarando o seu pai enquanto ele prega. Seu pai é pastor, e nós dois sabemos como você não liga por ser "a filha do pastor", e não qualquer adolescente. Todos esperam um comportamento diferente de você. E eu sei que às vezes isso acaba caindo um pouco sobre os seus ombros. Como aquela vez em que nós fomos a uma festa e você acabou bebendo. Dois copos de cerveja. Você me disse que não entendia porque as pessoas gostavam de algo tão amargo e que cheirava a xixi. Eu nunca achei que cerveja cheirava a xixi, mas ri quando você disse aquilo. Ainda assim, quando nós chegamos à sua casa — praticamente sóbrios —, seu pai sentiu o cheiro de cerveja em você. Ele ficou bravo, e você ficou triste por tê-lo decepcionado. Eu fui a sua defesa.

Eu disse a Charlie Swan que você era apenas uma adolescente e que você deveria ter o direito de experimentar coisas novas. Você tem direito de agir como quer e de usar saltos vermelhos se sentir vontade. Tinha o direito de beber um ou dois copos de cerveja. Nada daquilo era demais. Nada daquilo era pecado.

Mas Charlie... Bem, seu pai era um bom argumentador. Só não digo um argumentador do caralho porque ele é pastor. E eu não sei se a gente pode colocar palavrões na mesma frase que pastores. Você diz que pastores são homens comuns, e eu entendo que sim. Mas ainda assim não me sinto seguro. Então só penso nele como um bom argumentador. Ele me disse que não seria correto pregar sobre o não-uso de bebidas alcóolicas quando sua filha ia para festas e bebia. Ele tinha que dar o exemplo. Você tinha que fazer parte do exemplo. Eu perguntei a ele se era errado beber, e ele me disse que não. Está vendo? Não era. Mas desde que você bebesse com moderação. E que os jovens tinham um senso bem deturpado de moderação e embriaguez. Eu acho que aquela foi uma indireta para mim, e você riu baixinho quando eu te confessei a minha suspeita. Porque, acho eu, você sabia que eu estava certo. Aquilo se tratava de uma indireta.

Eu olho para você pelo canto dos meus olhos e vejo que você está séria, compenetrada no que o seu pai fala. Você está usando saia hoje, e eu quase caí de joelhos quando vi. Porque eu conseguia enxergar as sombras, os contornos de suas pernas se movimentando. Sua saia ia até dois dedos abaixo do seu joelho, mas eu ainda a acho sexy como o inferno. Arrependo-me por pensar em um palavrão, mas sei que não posso evitar. Sua saia é azul-céu ou azul-bebê. Talvez seja azul-pastel. Mas eu não sou uma garota, então não tenho um seletor natural de tons na minha mente. Tudo o que eu sei é que sua saia é azul-claro. E por ser suave é que eu posso ver as sombras de sua perna. Você está usando os seus velhos All Stars e eu sei que você está sem meias porque mais uma vez se esqueceu de colocá-las para lavar.

Você tem uma péssima memória e sempre acaba perdendo coisas pequenas. Mas ao menos a sua blusa está impecável. Ela tem um decote V que me faz ter que me esforçar para manter meus olhos longes dos seus seios. Eu conheço a sua pele, e sei que eles devem ser tão cremosos, pálidos, macios e suaves como ela. Eu tenho vontade de enrolar a minha mão em sua cintura, mas eu não o faço porque isso traria você para mais perto de mim, e eu poderia ficar em uma situação constrangedora. Então eu apenas te assisto. Meus olhos correm do seu decote para as suas clavículas e sobem para os seus ombros, deslizando pelos seus braços. As mangas de sua blusa são três-quartos. Você odeia blusas sem mangas e cavadas. Mas eu sei que a blusa do seu pijama é assim. Eu já te vi de pijamas.

Os seus cabelos estão soltos hoje e eu me sinto feliz por isso. Toda vez que uma brisa entra pela janela da igreja eu consigo sentir o aroma suave de morango. Além disso, eu amo os seus cabelos soltos. Mas eu amo ainda mais o jeito que você os mantém afastados, usando uma tiara vermelha. Sua franja está para trás e nenhuma mecha mais selvagem ousa tocar sua face. Você ajeita os seus óculos no seu nariz e eu adoro quando você faz isso. Porque é um gesto inconsciente e é geralmente neles em que a personalidade das pessoas é revelada. Não que arrumar os óculos no nariz revele muito sobre você.

Seu pai encerra a pregação e algumas pessoas sobem no púlpito para iniciarem com a música. Você sempre toca teclado, mas hoje você não o faz. Hoje você continua sentada ao lado da minha irmã, que enxeridamente se instalou ao sei lado. Apenas porque Jasper, o namorado dela, está viajando. Ele provavelmente chegará hoje ou talvez ele já tenha chegado há alguns minutos, mas Alice ainda parece sentir muita saudade dele, então você a deixa ficar ali. Como você toca teclado, e eu sempre brinco com você sobre como teclados nunca chegarão aos pés de pianos. Mas você não se importa. Na realidade, sei que se diverte.

Assim que o culto de hoje acaba, nós podemos nos levantar. Alice está agarrada ao seu braço, completamente animada. Vocês duas têm a mesma idade, mas eu sou quatro anos mais velho. Era para eu estar na faculdade há três anos, mas ainda nem coloquei os meus pés lá. Sei que é por essa e por várias outras razões que Charlie não gosta de me ver perto de você. Ele possivelmente me enxerga como um cara sem nada para fazer, cheio de hormônios e que tem uma chance em potencial de querer deflorar a sua filha.

Ele possivelmente está certo com a sua visão. Mas eu não a limitaria tanto.

Eu quero te deflorar, mas eu não iria parar aí. Eu iria me agachar, ficar apenas sobre um joelho e pediria a sua mão. Eu acho a palavra deflorar engraçada, mas a uso de mesmo jeito. Mas então eu penso em uma expressão melhor. Que quero fazer amor com você. Eu tenho uma lista. No meu Volvo, na campina, na sua cama, na minha cama, no chão, contra a parede de um banheiro, contra a pia — você inclinada sobre ela enquanto eu me encaixo em você por trás — e talvez em uma piscina também. Ou em um lago. Eu sou um cara, e eu tenho um pau. Então sexo é bastante coisa para mim.

Mas também há os cenários doces, envolvendo apenas tocar, sussurrar e olhar. Eu quero explorar cada centímetro da sua pele. Eu quero te preparar um banho com pétalas de rosa e deixar você relaxando. Talvez eu entre com você na banheira e leia um poema sussurrado. Ou recite. Eu sempre fui muito bom em decorar poemas para as aulas de Inglês, então eu obviamente poderia fazer isso para você também. Minha escolha seria A Conjugação da Ausente, do Vinícius de Moraes. Não é nenhum poeta inglês ou americano, mas aposto que você gostaria. Suas costas descansariam contra o meu peito e os dedos de minha mão direita iriam passear pelo seu corpo como uma canção. Na minha outra mão ficaria o livro.

"Vejo-te em cada prisma, refletindo diagonalmente a múltipla esperança... e te amo, te venero, te idolatro numa perplexidade de criança", eu sussurraria, lendo o poema. Isso é romântico, e você merece romantismo. Eu sei que eu também sou romântico. Mas eu sou um cara, e por essa razão eu escondo essa face da minha personalidade. Não cai bem para um cara ser romântico. Caras têm que ser durões.

No entanto, no fundo, você sabe que eu não sou durão e eu também sei. Não quando se trata de você.

Eu sei que não foi do nada — eu te conhecia desde sempre. Cada característica sua. Foi engraçado e assustador saber que eu estava apaixonado por você. Você é a minha melhor amiga. No entanto... eu gosto de pensar que simplesmente aconteceu. Nós saímos da igreja e a minha irmã ainda está pendurada no seu braço. Nesse momento eu sei que estou com um pouco de ciúme dela. É ridículo e irracional, mas eu sei que você acharia fofo caso eu te dissesse, e beijaria a minha bochecha depois de sorrir. Eu não iria gostar da parte do "fofo", mas certamente aproveitaria o beijo.

— Jasper! — Alice grita assim que vê o seu namorado, e larga o seu braço, correndo para ele.

Rosalie e Emmett também estão lá, e eu sei que nessa tarde nós provavelmente iríamos nos encher de assistir filmes de comédias românticas na casa de Rosie e de Jasper. Vocês, meninas, iriam adorar e rir muito, enquanto nós, meninos, possivelmente iríamos ficar entediados e comentar sobre as atrizes gostosas, o que nos levaria a receber alguns tapas.

Mas eu não iria me importar.

Você, ao invés de ir até eles junto com Alice, se encaixa no meu braço e fica ali por alguns instantes. Eu tenho você nos meus braços, e isso é tudo o que importa. Eu finalmente tenho você para mim por alguns segundos e isso é incrível.

Mas Charlie chega e quer te levar para casa. Ele olha feio para mim. Alice conta para ele sobre os planos de hoje à tarde, e Charlie promete deixar você ir. Ele nunca consegue resistir a minha irmã. Para ele, dizer não a Alice deve ser pior do que bater em um filhotinho de cachorro. Pensar nisso me dá uma ideia. E eu pretendo pô-la em prática.

Charlie te levou para longe de mim, mas está tudo bem. Porque eu sei que nessa tarde você voltará para os meus braços novamente.


N/A: Bem, aqui está. Sim, todos os capítulos futuros serão pequenos como este. Serão 6 capítulos e todos já estão escritos. O que significa que quanto mais reviews tiver mais rápido eu posto. Por favor, não encare isso como uma chantagem! Muito obrigada por ler e comente. Eu amo ouvir diferentes opiniões sobre o que eu escrevo.

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