Nome do autor: Symon
Título: Le Silence de L'Impure
Ship: Regulus/Sirius
Gênero: Drama/Romance
Classificação: K
Observação: Fic Slash, Incest

[center][b]Le Silence de L'Impure[/b][/center]

- Regulus, eu…

Não, não mais, Sirius.

Não mais me digas o quanto lamentas, não mais me expliques o quanto me desejas, não mais me peças para ir contigo. Não mais me mintas…

Com a minha mão amparo as tuas palavras gastas e monocórdicas. Amparo as mentiras e as traições, albergo o silêncio que se impõe entre nós. Derrubo a ponte que nos liga, corto os laços e as memórias.

Ou melhor, acho que o faço. Acho que o faço da melhor maneira possível, no entanto, omites-me o facto de teres sido tu a cortar tudo, há muito tempo atrás.

Olho para ti, alto, belo, os olhos cinzentos penetrantes. És tudo o que uma mulher poderia desejar. És um objecto de cobiça no seio da nossa família. És a pedra preciosa, a jóia da coroa. Também eu te tinha colocado nesse pedestal há muito tempo a trás. Mas não mais.

Vais embora, abandonas-me. Atiras-me aos lobos sedentos. Obrigas-me a arcar com as culpas da tua partida. Cobarde.

Abres a boca, gesticulas tentando produzir algum som, no entanto, até as palavras se cansaram das tuas mentiras. Abandonaram-te, Sirius. Aproximas-te de mim, tentado roubar um beijo sujo e devasso. Apertas-me contra ti, tentando expressar por actos aquilo que não consegues exprimir por sons.

Noutros tempos, provavelmente, gostaria de ser agarrado por ti dessa maneira, gostaria que me roubasses um desses beijos nojentos que tanto enobreciam o meu fulgor. Mas não agora, não agora que tu vais partir. Não agora que me vais abandonar.

Recuo, olhas-me confuso, o desespero latente nas minhas faces. Esbofeteio-te tendo, também, por fim, declarar por actos aquilo que não consigo proferir. Marco-te a cara. Lágrimas escorrem-me pela cara encontrando o seu fim no duro chão de pedra do alpendre da casa Black, a nossa casa.

A tua estupefacção dá lugar ao desprezo, ao ódio, como uma criança que se cansou do seu brinquedo preferido. Como se eu te tivesse traído e não tu. Olhas-me com repugnância e viras as costas.

Mudo, calado, como se eu não fosse digno de te ouvir. Caminhas, abanas a cabeça à medida que te afastas de mim, e, no fundo, de ti, do teu passado.

Os teus demónios assombram-me, gritam-me aos ouvidos, procuram, sedentos, pela minha loucura tentando enaltecendo-a ainda mais. Tentando levar-me ao desespero de não te ter. Tu olhas-me, os demónios calam-se.

A ponte é de novo estabelecida. Olho para ti, largas as malas. Corro para ti, as lágrimas mancham o chão à medida que me aproximo de ti. Acolhes-me nos teus braços, e beijas-me. Amas-me. Fazes de mim o homem mais feliz do mundo. Desculpas-te… Mentes. Sim, eu sabia estavas a mentir, cada movimento teu vinha cheio de hesitação, de descaramento.

Afastas os teus lábios dos meus. Voltas-me as costas e partes, partes, Sirius, para longe de mim, e para longe de ti, partes…

- Adeus

[b]NA: Fic para o XII Challenge Relâmpago.[/b]

Tema: Despedidas

Itens: Silêncio