Título: Beautifully Grotesque
Shipper: Fenrir e Ginny
Tipo: Long-fic
Classificação: M
Gênero: Romance
Disclaimer: As personagens pertencem exclusivamente à escritora J.K Rowling. Se pertencessem a mim, Fenrir seria minha besta particular.
Nota da Autora: Tá boooom, gente. Eu sei que me superei no ship estranho e inusitado. Mas é que essa ideia passeava pela minha mente há mais de um ano e finalmente eu tive a oportunidade de colocá-la no papel. Espero que vocês deem uma chance para o casal, assim como sempre dão para as loucuras que escrevo. A fanfic já está completa!
Nota da Autora: Essa fanfic é livremente baseada no conto A Bela e a Fera, mas claro que a recheei com perversidade e violência. Aproveitem!
Prólogo
Ginny não queria olhar. Recusava-se a olhar. Aquilo tudo era doentio demais, e por mais que estivesse se acostumado com a podridão da raça humana durante a guerra, o seu estômago não estava aguentando aquilo, e repuxava-se dentro de sua barriga toda vez que ela se permitia abrir os olhos.
Em uma dessas vezes, ela pôde observar a fileira generosa de bruxos que se formava ao lado dela. Ela estava exatamente no meio, e mesmo que reconhecesse os rostos de Neville, Cho Chang e até mesmo de Luna, sentia-se sozinha e completamente perdida.
Sabia que o mundo bruxo mudaria drasticamente no momento em que Voldemort eliminasse Harry e finalmente tomasse o controle de tudo para si, vencendo a guerra que ele mesmo iniciou em busca de um poder absoluto. Um poder ganancioso. Mas Ginny não estava preparada para aquilo que ela via ali.
As fileiras incontáveis de bruxos que estavam mais a sua frente já estavam diminuindo, indicando que os bruxos rotulados como sangue-ruins e escória haviam sido doados como escravos para os mais diversos Comensais da Morte e bruxos de outros países que haviam ajudado na ascensão de Voldemort.
Doados. Nem mesmo vendidos. Sangue-ruins não valiam nem uma caneca de cerveja amanteigada as olhos deles.
Muitos dos Comensais que recebiam a remessa de sangue-ruins tinham todo o motivo para estarem irritados ao pegar aquela mercadoria, afinal, teriam a escória debaixo do próprio teto. Mas não, todos ali viam as pessoas que eram doadas de forma maliciosa e até mesmo divertida. Ginny podia imaginar o que eles estavam pensando em fazer com tais escravos apenas observando o sorriso ruim que eles davam.
Ela conseguiu ter um vislumbre, mesmo que ínfimo, de cabelos opacos e loiros. Os cabelos de Luna, que na época de Hogwarts eram sempre lustrosos e até mesmo peculiares, naquele momento pareciam palha. Ginny poderia até chorar pela sua amiga ao vê-la sendo puxada por um bruxo grisalho e estranho, mas suas lágrimas já haviam secado há muito tempo. E se ela aprendera algo durante a guerra, fora que chorar não iria adiantar nada, apenas fazê-la sofrer ainda mais. Chorar nunca traria Luna de volta.
Chorar era sinal de fraqueza.
De qualquer maneira, haviam chegado na sua fileira. A fileira dos melhores escravos, ou, como os Comensais gostavam de rotular, a remessa importante. Pois os bruxos que estavam naquela fileira possuíam o sangue mais puro possível, e seriam espalhados entre os Comensais com o posto mais alto.
Ginny escutava vagamente os nomes sendo chamados, alguns estranhos, outros conhecidos. Ela olhou para frente e observou com cuidado os rostos dos Malfoy. Pareciam estranhos, a fisionomia dos loiros destoava completamente das fisionomias de todos ali. Mas nada daquilo importava mais.
O nome de Neville foi chamado e Ginny buscou o amigo com os olhos de forma quase automática, vendo-o sendo arrastado por uma mão magra de unhas sujas, que pertencia a Bellatrix Lestrange. Seu estômago revirou novamente.
Passaram-se alguns minutos, ela pôde observar também que os Comensais preferiam os sangue-puros mais velhos, como se precisassem dos serviços deles para resolver negócios pendentes, ou simplesmente por uma vingança sádica.
No meio daquilo tudo, ela estava em pé. Uma garota ruiva, vestida em farrapos imundos. Nem mesmo os cabelos vermelhos possuíam a mesma cor. Estava apática, já havia desistido de viver e consequentemente não tinha uma opinião formada sobre ser comercializada.
O que mais poderiam fazer com ela? Matá-la? Estariam fazendo um favor.
- Fenrir Greyback.
Ao ouvir o nome, o corpo de Ginny estremeceu levemente de forma automática. Greyback, o lobisomem imundo que havia matado Lavender, e até mesmo invadido a sua casa anos atrás. Ela fixou seus olhos nebulosos na terra que estava debaixo dos seus pés.
- Ande logo com isso, Greyback.
Uma voz masculina comandou. A massa disforme que parecia ser o corpo do lobisomem se mexeu. Ela se recusou a levantar o rosto, temendo que ele a reconhecesse.
Ele se aproximou lentamente, passando de um lado para o outro da fileira, quando de repente sentiu um cheiro adocicado e ao mesmo tempo apimentado. Salivou ante o aroma e respirou fundo, tentando localizar a origem do odor peculiar. Ao perceber que o cheiro vinha de uma garota, aproximou-se mais dela e tocou levemente a pele de seu rosto com seu nariz felino. Ali, conseguiu ter certeza de que era aquela garota que exalava o aroma que chamara sua atenção.
Apontou para ela de forma decidida.
- Quero essa.
O corpo de Ginny foi tomado por uma convulsão nervosa. Ela se esqueceu da apatia e até mesmo do orgulho quando caiu de joelhos, sentindo as lágrimas teimosas e raras descerem pelo seu rosto. Arrastou-se para o único Comensal que conhecera brevemente em uma época remota de sua vida.
Lucius olhou para ela como se Ginny fosse um verme.
- Não... ele não...
Suplicou, sentindo-se tola e ao mesmo tempo desesperada. Seu corpo tremia furiosamente, ela tentou pegar no sapato gasto de Malfoy, que afastou o pé com nojo. Ginny olhou-o de baixo.
- Por favor... eu tenho quase a idade do seu filho. – apelou para Lucius. – Você daria seu filho a um lobisomem?
Disse de forma entrecortada, quase sendo incapaz de pronunciar as palavras corretamente. Há muito não usava a voz, e sua garganta seca protestou ao gesto repentino.
Malfoy olhou para ela com atenção. Ginny não conseguiu observar nada naquele olhar frio.
- Meu filho está morto, Weasley.
Ele disse, as palavras sendo preenchidas com fúria, e não com pesar. Afastou-se definitivamente dela e quando Ginny tentou arrastar-se para o outro lado, sentiu uma mão enorme e forte lhe pegar com força no braço.
Fenrir a levantou sem cuidado, sentindo sua boca salivar ao ver a delícia que estava a sua frente. Mas logo seu prazer foi cortado.
- Não quero ver uma marca de dente nela, Greyback. Essa não é uma bruxa comum. Você está levando para casa uma sangue-puro. A última Weasley viva. – o Comensal que estava cuidando das anotações e doações disse de forma categórica. - Se tiver sede de sangue e fome de carne, procure na remessa dos sangue-ruins. – completou.
Ginny dessa vez estremeceu ao pensar em Luna e em seus conhecidos da fileira de sangue-ruins e mestiços. Fenrir a puxou mais para seu corpo, afastando-se da fileira enquanto o outro homem anotava em um pergaminho o nome de Ginny e o nome do seu agora dono.
Fenrir parou ao seu lado.
- Não... por favor...
Ginny suplicou uma última vez, antes de sentir o gancho familiar em sua barriga. Foi levada para outra dimensão.
O rosto de Lucius foi o último que viu ao desaparatar daquele lugar.
Nota da Autora: por favor, me digam o que acharam. ^^
