Yeeeeeey!!! E eis que surge mais uma louca criação de minha cabeça!!!

Lieny Uzumaki Malfoyquerida, não se preocupe, eu não esqueci de te adicionar no msn, acontece que meu cérebro de peixinho dourado sempre acaba esquecendo, mas agora mesmo eu vou fazer isso \o, vou estar com o e-mail ahomyahotaruhotmail. Por que o luanarosettehotmail eu não abro sem que seja no off-line. Vamos tirar um dia para conversar sobre o destino de nossa filhinha *o*

Bem... voltando ao que interessa.

Devo dizer que essa fic foi criada com puras segundas intenções.

Recentemente criei uma fic chamada "A melhor das reações" e dela nasceu "A visita da pequena deusa", minha idéia inicial era depois dessa segunda fic iniciar outra que seria referente ao primeiro ano dos filhos dos protagonistas de "a melhor das reações", mas no fim de "AVDPD", a pequenina Perséfone ganhou taaanto destaque que tenho medo que opaque os de mais personagens.

Por isso, resolvi criar mais algumas estórias curtas com as outras crianças como protagonistas. Claro, tendo seus papais e parentes um papel importante em cada momento.

Os primeiros a serem apresentados serão os famosos gêmeos Snape-Potter.

No final da fic eu vou discutir um pouco mais sobre a personalidade deles, seus possíveis futuros casais e seus papeis na fic que representara a entrada em seu primeiro ano em Hogwarts.

Por agora aproveitem a fic.

Disclaimers: Tipo, eu sei que Harry Potter não me pertence, você sabe que Harry Potter não me pertence e com certeza J. sabe que Harry Potter não me pertence. Então fiquemos assim: eu fico com minha pequena obra sem fins lucrativos, vocês com a diversão e ela com os milhões... (coloca o dedo na boca) acho que eu quero trocar. Alguém mais?

Retratos de infância.

Capitulo 1: Aonde foi que eu errei

Talvez... Talvez esse seja o destino de todo o pai.

Não sei, nunca tive muito contato com os meus para ter certeza, mas supondo a partir de experiências que presenciei na vida de amigos próximos e nas minhas próprias recentemente, eu suponho que seja o destino de todo o pai, em algum momento da criação de seu filho se perguntar ao menos uma vez:

"Aonde foi que eu errei?"

Não gostaria de ser mal interpretado.

Meus pequeninos de cinco anos estão em meio a sua fase mais adorável, e devo admitir que são vários o momento que me pego orgulhoso desses dois.

Mas... O que será que eu fiz de errado?

Sempre que os vejo tenho a ligeira impressão que existe uma barreira entre nós.

Que muitas vezes quando se dirigem a mim com respeito a distancia entre a gente só aumenta...

... como se me temesse.

Certa noite contei de meus temores para meu esposo, e tudo o que o sem vergonha fez foi rir de minha expressão séria, e dizer:

"De onde você tirou essa bobagem Severus? Os meninos simplesmente te veneram."

Mas será que eu poderia acreditar naquelas palavras?

Para Harry era fácil!!!

Aquele leão babão era a fonte de toda a diversão e doces para aqueles pestinhas. Geralmente a minha parte sempre está mais voltada para o castigo e os sermões.

Não que seja de propósito.

E também não era como se Harry tivesse deixado essa parte para mim de propósito. Ele também dava a sua cota de sermões.

Mas estou tão condicionado a impor certa disciplina à meus alunos que quando finalmente tive os meus próprios filhos acidentalmente trouxe isso para casa, e como meus castigos, em geral, são bem completos, Harry fica na maioria das vezes com a parte de passar a mão nas cabecinhas deles.

Merlin me salve, creio que virei um tirano em minha própria casa.

Eu realmente queria que eles me amassem.

Que pai não quer?

Mas não consigo ser tão espontâneo ou despreocupado quanto Harry.

Eu não consigo ficar tranqüilo ao pensar que meus pequenos podem fazer escolhas erradas, sem que eu não tenha feito nada antes para evitar.

Eu não consigo evitar de ama-los tantos que chegue ao ponto de sentir dor só de imaginar que algo poderia feri-los.

E não é esse o caminho de um pai?

O de guiar os seus filhos?

Harry diz que eu estou fazendo um ótimo trabalho, mas... É apenas para ele que os dois pequeninos correm para dar um beijo de boa noite antes de dormir, diante disso, que pai não se perguntaria:

"Aonde foi que eu errei?"

UCDMPP

Era uma manhã como muitas outras, ou seria se não fosse a pequena anomalia de eu despertar sozinho.

Harry havia saído bem mais cedo, ele havia me dito ontem, antes de dormir, que Albus o havia convidado para conversar, e como não queria se atrasar para o trabalho em St. Mungos, foi o mais cedo possível para poder evitar qualquer contra tempo.

Creio que finalmente, depois de nove anos de relacionamento e cinco de convivência, aquele leão teimoso começou a absorver um pouco da minha prudência.

Como hoje não teria aulas de poções para nenhum dos anos eu me dei ao luxo de ficar mais um pouco em minha cama, ao invés de me arrumar correndo como ultimamente sempre faço para chegar a tempo no castelo para a primeira aula.

Essa pequena brecha no meu horário eu e Albus providenciamos há seis anos justamente para que eu pudesse ficar com Harry ao menos um dia da semana enquanto ele estava em época de gestação, e como nunca mais voltamos a rever a organização de minhas aulas... bem... Eu não reclamo.

Foi apenas quando eu achei que o horário não era mais conveniente para me manter deitado que eu de muita má vontade me levantei e coloquei qualquer coisa sobre o meu corpo.

Morgana me proteja, não é apenas Harry que está sendo influenciado nessa relação, eu estou me tornado tão desleixado quanto ele.

Ainda com isso em minha mente eu saio de meu quarto e caminho lentamente pelo corredor de casa.

Diferente das masmorras em que vivi por tantos anos, a casa em que moro hoje com minha família tem suas janelas estrategicamente projetadas para mantê-la bem iluminada e era uma residência do tamanho perfeito para uma família de quatro.

Admito, não é tão ornamentada quanto a de Draco, mas ainda assim tem seu charme.

E sinceramente, apesar dos protestos de meu afilhado, não faço a mínima questão de ter qualquer elfo domestico borboleteando pela casa, as tarefas domésticas eram irmãmente divididas entre eu e Harry.

Nesse caso, eu prefiro a privacidade ao invés da praticidade.

Quando chego nas escadas que levam ao primeiro piso eu me detenho alguns segundos observando com os lábios comprimidos em uma expressão de desagrado o corrimão.

E uma lembrança desagradável me veio a mente.

Algo que aconteceu na ultima noite.

Flash Back

Estava de noite, como era de costume, Harry havia colocado nossos filhos para dormir a pelo menos uma hora atrás. Devo dizer que ele até chegou a me chamar para acompanhá-lo naquele momento, mas eu me neguei, sabia o quanto meus filhos ficavam desconfortáveis com minha presença.

Foi quando o mesmo Harry estava dormindo que eu me levantei da cama para ir a cozinha beber água.

Ainda no corredor, a certa distância das escadas eu vi duas pequenas figurinhas vestidas de pijamas estampados conversando na frente dos degraus.

- Medroso – falou o que eu identifiquei como o David. – Sabia que não teria coragem.

- Eu não sou medroso – resmungou insultado o pequeno Matheus.

Isso era uma das poucas coisas que eu conseguia me orgulhar de mim mesmo quando o assunto era relacionado aos meus filhos, por alguma razão, apesar de eles serem idênticos, eu nunca os confundi.

Ambos pareceram puxar muita coisa de mim, seus olhos eram da mesma cor que a minha, coisas que pareceu alegrar muito a Harry, e seus cabelos eram definitivamente livras da maldição "nenhum pente pode comigo" Potter. Seus rostos também tinham muito que haver com o meu, mas foi com certo alivio que eu percebi que seus narizinhos eram uma herança perfeita do de sua avó Lily. E Harry pode negar, mas eu sei que em um cantinho bem remoto de seu interior ele também ficou aliviado.

Ainda de longe eu resolvi acompanhar o desenrolar da estranha conversa, relevando o fato de que eles deveriam estar na cama naquele momento.

- Você ficou o dia todo falando que não tinha medo de escorregar pelo corrimão, mas na verdade...

- Eu já disse que eu não tenho medo!!!

Incitado por aquela discuçãozinha infantil, Matheus com um único pulo se joga sobre o corrimão e se põe em um desajeitado deslizar.

David estende os bracinhos para impedir o irmão de realmente se jogar naquela brincadeira suicida, mas já era tarde.

Sendo sincero eu senti todo o meu sangue fugir do rosto quando vi a atitude insensata do pequeno, e sem pensar muito corri para onde estavam. Matheus ainda estava na metade do corrimão quando eu cheguei ao lado do pálido e preocupado David.

Aparentemente as provocações não tinham como intenção machucar o irmão, havia sido uma simples implicância de irmãos.

Foi ao passar da metade da descida que aconteceu, Matheus se desequilibrou e ficou prestes a cair. A decida havia se detido, mas Matheus ficou preso no corrimão, se segurando de cabeça para baixo completamente assustado, e temeroso de se soltar.

O que eu agradeço, por que uma queda daquela altura poderia não matar, mas se batesse a cabecinha no chão, com certeza machucaria muito o meu filho.

- O que vocês pensão que estão fazendo? – Pergunto tomando os dois de surpresa.

David ao meu lado dá um pequeno pulo assustado e levanta a cabecinha para me encarar e Matheus que a duras penas havia conseguido brecar, se desestabiliza e volta a escorregar, mas desta vez, naquela posição, se ele deslizasse até o final do corrimão ele bateria com tudo a cabeça no pilar de sustentação de ferro no final da escada.

Sem pensa duas vezes, nem sequer considerando a existência de algo tão pratico como a magia eu simplesmente desci correndo a escada o mais desesperadamente que pude e quando meu filho estava a centímetros de bater sua cabeça em um choque que poderia ser fatal, eu me jogo em um impensado pulo e deitado no ar consigo alcançar o corpinho de meu filho, o puxando para meu corpo.

Virando meu tronco para que minhas costas se chocassem contra os degraus das escadas, e Matheus ficasse para cima eu suporto os desagradáveis golpes dos últimos degraus e suspiro aliviado quando a queda acaba e eu sinto o corpo trêmulo e soluçante de Matheus encolhidinho dentro de meus baços.

David descia as escadas de dois em dois degraus com a face tão molhada de lagrimas quanto a de seu irmão.

Sua expressão era de pânico quando a três degraus do chão ele tropeça e voando cai em nossa direção.

Pensando rápido eu empurro o corpinho trêmulo de Matheus para o lado e ainda deitado consigo agarrar o desesperado David antes que ele se chocasse no chão.

Eu estou velho de mais para essas coisas.

Assim que David sai de cima de mim eu me levanto e sinto cada osso de meu corpo reclamando pelos recentes "mal-tratos".

As duas crianças quando se viram ambas no solo se abraçaram e ainda soluçando uma pede desculpas a outra.

Era geralmente assim que acabava a maioria das discussões desses dois.

- O que necessariamente vocês tinham na cabeça quando tiveram a idéia estúpida de fazer uma brincadeira dessas? – eu sibilei quando com dificuldade eu já havia conseguido me por de pé – conseguem imaginar o que teria passado se eu não estivesse aqui? – o medo mais uma vez tomou conta de mim, e se eles tivessem morrido? – Quantas vezes eu e seu pai já lhe dissemos para não brincarem próximos a escada?

Silencio.

- RESPONDAM!!!

- Muitas... – murmuraram agachando suas cabecinhas, sem mais um único vestígio de lagrimas em seus rostos.

- E acham que se perdemos tempo explicando isso para vocês por que simplesmente não temos nada melhor para fazer?

- Desculpa pai – David murmurou baixinho.

- Desculpas não consertariam uma coluna quebrada – digo friamente – aprendam de uma vez se algum dia pretendem encarar a vida como ela realmente é, existem coisas que depois de feitas não podem ser remediadas com simples desculpas.

Me viro sem olhar para eles uma segunda vez e volto a me dirigir para as escadas.

Havia perdida toda a minha sede.

Fim do flash Back

Idiota, idiota, idiota...

Mais uma vez eu me esqueci que eles eram apenas criancinhas de cinco anos e me excedi na bronca.

Mas foi mais forte que eu, quando algo assim acontece eu perco o controle de minhas palavras e elas simplesmente saem assim... ásperas... secas

A sensação dos dois corpinhos amedrontados que caíram dentro de meus braços ainda formigava em minha pele. Aquele deve ter sido o maior contato que eu tive com eles desde a ultima vez que eu os segurei nos braços quando eles eram bebês.

Mas eu não pude me conter de dizer aquelas palavras, minha língua viperina simplesmente se movia sozinha.

E eles estavam tão assustados... E o pior era que eu não podia saber se eles estavam mais assustados com a queda ou com o sermão que eu os passei.

Definitivamente meus filhos devem me odiar.

Ontem, quando voltei ao quarto, contei do ocorrido ao Harry enquanto meu marido tratava dos restos mortais de minhas costas. Durante a narrativa ele quase saiu da cama correndo varias vezes para ir ao quarto dos nossos meninos, fosse para abraçá-los ou fosse para gritar mais um pouquinho com eles, no final eu sempre o detia e quando terminei de contar minha versão dos fatos ele pareceu se acalmar um pouco e concluir que o melhor era retomar o assunto com eles em outro momento.

"Agora sim, eu tenho certeza de que eles me odeiam" eu disse naquele momento, e como resposta o dono das duas esmeraldas mais belas do mundo simplesmente sorriu e disse antes de voltar a deitar.

"Você não devia subestimar tanto os nossos filhos".

Não entendi o que ele quis dizer naquela hora, e mesmo agora aquelas palavras não me faziam muito sentido.

Ui... minhas costas ainda doem quando as movo de maneira... ui... descuidada.

Tentando relevar os recentes acontecimentos eu desci aquela escada cheia de más recordações e chagando ao primeiro piso pude sentir o delicioso cheiro de panquecas recém-feitas.

Harry já havia partido há algum tempo, e as crianças já deveriam ter tomado café da manhã a essa hora... vi isso como uma coisa digna de se investigar.

Quando cheguei a sala de refeições vi uma mesa armada, mas não era uma mesa de café da manhã normal.

Oh não.

O que não faltava naquela mesa eram peculiaridades.

A toalha que cobria a madeira da mesa era branquíssima, o que destacava bastante as manchas alaranjadas e úmidas espalhadas nela e ar migalhas marrons e brancas esfareladas em todas as partes. Havia uma grande jarra de um liquido amarelo que eu supus ser feito a base de laranjas, não apenas pela cor, mas também pelo grandes pedaços de gomo e alguns poucos caroços que flutuavam na substancia nada convidativa. Na frente da única cadeira estava um prato que continha dois ovos de gemas moles e esbagaçadas com as pontinhas da clara ligeiramente queimadas e alguns saliências que eu supus serem as cascas dos ovos. Também no mesmo prato havia um esmigalhado pedaço de bolo de chocolate em um formato pavoroso.

Eu suprimi o riso quando me deparei com aquela cena, pois era obvio quem eram os autores.

Isso talvez explicasse o delicioso cheiro de panqueca que vinha da cozinha...

Foi quando mais uma vez em menos de vinte quatro horas meu sangue congelou.

AQUELES DOIS PESTINHAS ESTAVA SOZINHOS NA COZINHA!!!

Correndo para lá eu parei no batente com a respiração pesada, e lá estavam eles, David brincava com a aparentemente ultima panqueca da porção que preparava. E Matheus estava mexendo em uma gosma amarronzada em uma das panelas com um ar concentrado, ambos em cima de dois banquinhos.

Onde diabos aquelas pestes aprenderam a cozinhar?

- Não é assim que se faz melado – David que havia acabado com sua parte pareceu querer se meter na do seu irmão. – você está fazendo tudo errado.

- Não, é assim que a Blony disse que se deveria fazer – respondeu um insultado Matheus.

Blony? Mas esse não é o nome da elfa domestica do meu afilhado?

- Não! a Blony disse que era para mexer quinze segundo em uma direção, depois quinze segundos na outra.

- Mentira, ela disse que era para manter a mesma direção até o final.

- Mentira – David empurrou o ombro do irmão.

- Mentira – Matheus devolveu o empurrão.

- Mentira – David empurra mais forte

- Men...

Mas quando Matheus empurrou David dessa vez o irmão se desequilibrou. Procurando apoio em alguma coisa, David segura por acidente a manga do gêmeo. E Matheus, que estava ainda segurando a aba da panela, em meio a queda puxou junto com ele a panela com a substancia fervente.

Por todas as entidades mágicas e cósmicas, será que essas duas pestes têm algum complexo suicida?

Mais uma vez me esquecendo que vivemos em um mundo em que a magia existe, eu sucumbi aos meus instintos e corri na direção de meus meninos. Com um rápido puxão eu os abracei e me virei, sentindo a panela entornar todo o seu conteúdo fervente em minha costas.

-Aaaaaargh... - Ainda apertando forte meus filhos eu solto um alto grito de dor.

O tecido fino da camiseta que eu estava usando não pode impedir a substancia fervente de dilacerar a minha pele, e por desgraça, aquilo era algo tão preguento que grudou dolorosamente contra minha pele.

Era uma dor, literalmente, abrasadora.

Mas mesmo assim as únicas reações que eu conseguia ter após o primeiro choque eram gemidos baixos e apertar cada vez mais forte as impactada criaturinhas em meus braços.

Foi apenas depois de alguns segundos que eu tive a presença de espírito de soltar as crianças para em seguida arrancar de meu corpo a camisa estragada.

Minhas costas doíam horrores, e de certo deveria estar dilacerada entre ferimentos e bolhas.

Ótimo... Como se eu precisasse de mais cicatrizes.

Olhando para frente me deparei com duas constrangidas figurinhas que me encaravam apreensivas, seus grandes olhos negros pareciam esperar pelo obvio sermão que viria a seguir.

Contive o ar em meus pulmões.

Olhei para aqueles rostinhos e os imaginei dilacerados pelo melado fervente, consegui criar em minha mente o som que teria ouvido de seus gritos desesperados de dor e agonia.

Ah aquilo simplesmente quase me fez perder o chão.

E de certa maneira feliz de que toda dor que estivesse acumulada apenas em minhas costas, e não em seus frágeis corpinhos.

Palavras ferinas se acumulavam em minha mente, palavras que de certo traumatizariam para sempre aqueles dois pestinhas, mas as imagens e o som daquela possível tragédia me faziam conte-las em minha boca, e que lá ficassem.

Fiquei calado.

Encarei de volta aqueles olhos negros como carvão e não consegui dizer nada, Deus, com estava apavorado.

Quis abraçá-los.

Quis ao menos ser capaz de afagar suas cabeças...

Mas não consegui, não era uma atitude natural minha, apenas olhei para eles ainda chocado e eles me encaravam de volta com seus olhinhos cheios de arrependimento e expectativa.

Eles esperavam ser castigados.

Quase morreram e tudo o que conseguem esperar de seu pai era que os castigue.

Nem um consolo.

Nem compreensão.

Apenas reprimenda.

Que tipo de pai eu sou?

Aonde diabos eu errei?

Aond... o que e isso?

Sinto algo puxa minha manga e olho novamente para baixo, sem perceber David se aproximou de mim e exigia a minha atenção.

- Você não vai brigar com a gente?

Não consegui responder, levei minha mão livre a altura de meu rosto e fechei os olhos com pesar.

Que tipo de monstro meus próprios filhos devem achar que eu sou?

Então sinto mais alguém puxar a mesma manga que David ainda segurava. Olho novamente para baixo e ao lado do irmão, Matheus me encarava com olhinhos suplicantes.

- Você não nos ama mais?

O QUE?

Aquilo sim me desconcertou.

Mal ele acabou de dizer aquela oração e eu arregalei meus olhos com certo susto. E ele, acompanhado pelo irmão encheu seus olhinhos de lagrimas e ambos começaram a chorar.

O que necessariamente está acontecendo aqui???

- Eu... – murmuro sem jeito, mas aparentemente eles estavam dispostos a chorar mais e mais alto diante de qualquer reação minha.

Era estranho, por que por mais que eu brigasse com eles os dois nunca choraram.

Choravam antes, choravam depois, mas nunca choravam quando eu estava brigando com eles.

- Papai não nos ama mais. – David se lamentava

- Ele não nos quer mais. – Matheus fungava desconsolado

- Ele não gosta mais de nós. – David olha assustado para o irmão gêmeo.

- Nós perdemos o nosso papai... – murmura Matheus assustado

Enquanto eu ainda me prendia em minha estupefação, devo acrescentar completamente mudo, eles começaram com seus trôpegos lamentos.

E isso apenas me deixava mais confuso.

Não sabia bem o que, mas eu tinha que fazer alguma coisa, qualquer coisa.

Por Merlin, em Hogwarts eu sou acostumado a fazer crianças chorarem, não o oposto!!!

Estendendo minha duas mãos para frente eu afaguei as duas cabecinhas trêmulas.

Os dois rostos idênticos se levantaram novamente para minha direção com seus olhinhos vermelhos arregalados até não poder mais e ainda com seus labiozinhos trêmulos os dois se arremessaram e abraçaram minha cintura.

- Desculpa papai, eu não queria te machucar. – Matheus tentava a todo custo me convencer do obvio.

- Desculpa, só queríamos te ver feliz. – David complementava o argumento do irmão.

- É, é, queríamos te fazer um café da manhã...

- ... com tudo o que o papai Harry falou que o senhor gosta...

- ... por isso escondidos do papai Harry pedimos dicas para a elfinha da Pers outro dia...

- ... e improvisamos um café da manhã para o senhor...

- Nós não queríamos te machucar – os dois concluíram juntos em um choroso coro e complementaram – desculpe papai, desculpe...

Eles me agarravam tão forte que eu não poderia me afastar deles nem que eu quisesse.

Se bem, que esse era longe de ser o caso.

Ainda com certo receio eu me abaixo e temeroso abraço as duas crianças, suprimindo mais um gemido de dor, eu suporto bravamente quando suas mãozinhas vão de encontro com minha recém feita queimadura.

- De onde demônios vocês tiraram que eu poderia algum dia deixar de amar vocês?

Digo isso, ainda surpreso por saber que eles eram conscientes de meu amor.

Sejamos sinceros, quem notaria?

Afastando seus rostinhos de meu pescoço eles voltam a me olhar nos olhos, agora com mais facilidade.

- Por que o senhor não brigou conosco. – foi a curta resposta de David.

- Como?

- O senhor não deve mais se importar conosco... – Matheus complementa a teoria de seu irmão com as lagrimas voltando aos olhos – depois que nós te machucamos o papai deve ter desistido da gente.

- E ele agora não nos ama mais. – David sussurra com pesar.

Prevendo mais uma sessão de choro, eu suspiro aflito e resolvo intervir.

- Isso nunca vai acontecer. – os olhos de maneira séria e direta – eu nunca vou deixar de ter vocês em meus pensamentos, nunca vou deixar de... – com certa vergonha complemento. - ... ama-los.

Os dois pares de olhos negros se arregalaram tanto que eu pensei que iriam saltar em órbita, se encararam por alguns segundos e logo em seguida me encararam novamente, mas dessa vez com clara felicidade.

- Sei que deve ser difícil perceber que eu os amo mas...

- Nós sabemos!!! – responderam os dois ao mesmo tempo.

Foi a minha vez de perder a fala novamente.

- Por isso que ficamos com medo quando você não brigou com a gente – disse David com um ar de "dãaa, é obvio" – Achamos que papai tinha desistido de nos amar.

- Que não se importava mais conosco. – Matheus olha receoso para mim.

- Vocês... não se importam quando eu brigo? – era bizarro, mas o meu tom soou mais infantil do que os daquelas duas crianças de cinco anos juntas.

- Papai dá medo quando fica bravo – David leva as duas mãozinhas ao peito – e meu coração faz tum-dum tum-dum... mais rápido de uma maneira ruim quando percebo que ele esta realmente bravo comigo.

- Mas o papai Harry disse que estava tudo bem – Matheus acaricia o meu rosto parecendo ansioso em me consolar – sempre que o papai Severus nos dá bronca o papai Harry no diz que está tudo bem, não é David?

- É sim, ele diz que se o papai Severus grita é por que ele nos ama um montão assim – estende os bracinhos o máximo que pode – e que o amor dele é tão grande que não pode conter dentro do próprio peito e tem que botar tudo para fora.

- Mas como o papai Severus não sabe a maneira correta de botar o seu amor para fora ele se confunde e acaba brigando conosco

Os dois me abraçam.

- Eu não me importo que o senhor continue brigando com agente papai. – David escondeu seu rosto na altura de meu pescoço

- Apenas não deixe de nos amar. – Matheus imitou a posição do irmão.

- Apenas não deixe de nos deixar saber que nos ama.

- Por que a gente sempre vai te amar. – os dois complementam novamente em coro.

Sentindo suas cabecinhas na curva de meu pescoço, até mesmo a dor em minhas costas começou a parecer irrelevante.

Mas meu corpo aparentemente não compartilhava de minha opinião.

Estava começando a me sentir fraco quando abracei novamente, mais forte que nunca, meus filhos e sussurrei a única resposta que minha voz embargada conseguiu pronunciar:

- Tudo bem... Está tudo bem... Nem se quisesse poderia deixar de amar vocês.... Nem se quisesse poderia deixar de me preocupar com vocês...

UCDMPP

Uma queimadura de terceiro grau...

Impressionante.

Eu precisei receber uma gigantesca queimadura de terceiro grau em minhas costas para conseguir dizer pela primeira vez aos meus filhos que eu os amo.

Já era de noite, e após um dia inteiro de eu e as crianças ouvindo reprimendas de Harry, finalmente era novamente a hora de dormir.

Usando apenas uma calça folgada e com meu peito coberto apenas de ataduras e mais ataduras que seguravam o curativo gigantesco em minas costas, eu caminhei em direção ao quarto de meus filhos.

Lá Harry estava parado ao lado de suas camas enquanto os dois pequenos demônios estavam mais que adormecidos.

Me coloquei ao lado de meu esposo e em silencio observei as duas crianças em seu sono tranqüilo.

- Dia agitado – Harry murmurou – quando você me chamou em St. Mungos por causa de um acidente em casa, eu pude pensar em tudo, menos que encontraria a minha cozinha devastada, meus dois filhos em plena crise de choro e meu marido semi-consciente por que ao invés de me ligar correndo após de ter as costas dilaceradas por melado fervente preferiu passar os seguintes minutos após o acidente abraçados aos seus desconsolados e melodramáticos filhos.

Definitivamente Harry estava passando tempo de mais ao meu lado.

- Tem idéia do desespero que senti quando eu te vi naquele estado? – Harry me encara sério. – Tem alguma coisa a dizer em sua defesa? Severus Prince Snape?

- Eles me amam – murmuro sem tirar os olhos dos dois corpinhos adormecidos. – eles realmente me amam.

Harry sorri ao meu lado e suspira com um ar travesso.

- Ah Severus... Eu não te disse para não subestimar esses pequenos? – ele acaricia os cabelos de David e em seguida os de Matheus – Não existe criatura que sabe ler melhor o coração humano do que uma criança. – ele se vira para mim e segura meu braço com carinho – E você, meu amor, tem o coração mais lindo que eu já vi.

Ligeiramente acanhado, eu tento mudar de assunto.

- E... hum, hum... e afinal, o que Albus queria?

- Ah é, eu não falei, não foi? Parece que finalmente a Sra. Ponfrey vai se aposentar. Por isso ele ofereceu a vaga aberta para mim.

- Sério? Isso é ótimo.

Só conseguia imaginar a felicidade de Harry ao receber a noticia, Harry havia se especializado em pediatria e a idéia de tê-lo ao meu lado em Hogwarts, e simplesmente... tentadora.

Imagino que vou começar a acompanhar os alunos de minha casa para a enfermaria mais vezes...

Mais uma vez dividimos um curto silencio, quando uma duvida não pode se fazer calar em mim.

- Só não entendo como eles conseguiram acender o fogão e alcançar as louças e as panelas – me pus pensativo – nós sempre escondemos os fósforos e mantemos o material de cozinha nos armários mais altos.

Harry suprime o riso.

- Eles me contaram agora a pouco, hoje de manhã, depois que sai, eles terminaram de tomar o café da manhã que deixei para eles e começaram a maquinar uma idéia de alegrar você.

- Me alegrar?

- É, eu havia dito para que como você estava ainda com as costas doendo que eles não fizessem muito barulho ate que você acordasse, aparentemente eles levaram suas dores nas costas tão a peito que decidiram que queriam fazer algo por você. Eles passaram tanto tempo arquitetando maneiras de fazê-lo feliz, que no final levaram a frente um plano antigo que tinham de preparar um café da manhã. E magicamente, quando eles entraram na cozinha, tudo o que eles precisavam estava a mão.

- Magia acidental?

- Magia acidental – ele confirmou – a assim fez-se o desastre.

Nos dois dividimos uma curta risada e voltamos a olhar nossos filhos.

Ah... Abraçado a Harry, observando as expressões serenas de meus filhos, eu finalmente descobri a resposta para minha pergunta.

Finalmente eu sei aonde errei.

Foi em um dia achar que poderia amar mais a esses pequenos demônios do que eu já amo...

UCDMPP

Kiaaaaaa!!!! Eu aaaaaamo esses meninos!!! Acho que quem lê as minas fics já devem ter percebido que eu adooooro escrever cenas protagonizadas com crianças.

Esse capítulo se passou antes de "A visita da pequena deusa", pois como notaram os meninos tinham apenas cinco anos.

Ah... Taina, espero que você não se importe, mas eu peguei emprestado o apelido que você pôs na Perséfone, já tinha tempo que eu quebrava a cabeça em como chamá-la de maneira mais intima entre os amigos... Bem aparentemente eu não pensei o suficiente ¬¬'. Ou seja, oficialmente o apelido da pequena deusa será Pers.

Não sei se vocês sentiram raiva do Sevy em algum momento, mas sinceramente, eu não acho que Severus possa ser um pai carinhoso em tempo integral, ele e do tipo de pessoa que pode até amar, mas precisa de muito esforço para demonstrar isso, acho que ele consegue ser meloso com o Harry por que... bem, por que é o Harry, quem não se derrete todo com aquele morenasso de olhos verdes?

Bem, como prometi vou descrever com mais detalhe os representantes Snape-Potter.

Apesar de suas personalidades serem bem parecidas agora, quando eles chegarem aos onze anos elas serão diferentes como a água e o vinho, o que não quer dizer necessariamente que não vão mais se entender ou que vão se tornar inimigos, nunca ninguém complementará melhor Matheus como David e nunca ninguém complementará melhor David como Matheus.

No mundo mágico desse universo a sociedade mágica é bem rigorosa na hora de definir os primogênitos como próximos representantes da família, e como os meninos nasceram ao mesmo tempo, Harry e Severus decidiram que cada um representaria um lado da família, por isso seus sobrenomes ficaram David Potter e Matheus Snape. Desde ai começaram a se desenvolver as diferenças de suas personalidades.

Os meninos irão incorporar os dois tipos de personalidades que eu mais gosto em personagens masculinos:

David: O sarcástico, minucioso, que nunca ninguém sabe ao certo no que esta pensando, e que apesar de parecer malvado as vezes, sempre pensa nas pessoas a sua volta.

Matheus: O rapaz alegre e descontraído, que apesar de muitas vezes parecer inocente diz coisas que mostra uma sabedoria alem de sua idade.

Bem, agora partiremos para o resumão:

David Potter – Como ele carrega um dos sobrenomes puro sangue mais conhecidos da atualidade (vamos e convenhamos, ele é filho do inigualável Harry Potter) ele, para surpresa dos pais, decide freqüentar a sociedade puro sangue ao lado de Perséfone. Muitas vezes ele agirá de maneira galante com a donzela de cabelos loiros, mas como isso ele faz apenas na frente do famoso "melhor-amigo-de-Will-que-Lucius-odeia", fica difícil de saber se ele gosta mesmo da garota ou faz apenas para provocar outro garoto. Ele às vezes faz alguns comentários bem ferinos, e muitas vezes desenvolve inimizades com pessoas que ele nem conhece direito graças a isso, mas é um bom garoto que valoriza os pouquíssimos amigos que tem e protege.

Matheus Snape – Ele não parece ligar muito para coisas como sobrenomes, e sinceramente, ele não parece ligar muito para coisa alguma, ele adora rir com a infinidade de amigos que facilmente faz e parece ter uma preferência especial em estar entre os representantes masculino dos trigêmeos Weasley, o que sempre cria confusão, já que Apollo e Dionísio sempre acabam no final brigando pelas atenções do amigo. Mais a frente virara um triangulo amoroso, qual dos ruivos terminara com Snape ainda não é algo que decidi. Matheus, ama muito seu irmão, e faz questão que sempre que possível esclarecer os mal entendidos que os comentários duros que David solta causam ao seu redor. E acreditem, qualquer um que ousar fazer qualquer coisa contra David terá um furioso e vingativo Matheus como eterno inimigo.

Nhaaai, acho que isso já esta de bom tamanho, e espero que tenha atiçado a curiosidade de vocês, a cada final de capitulo, eu vou fazer uma descrição geral da personalidade das crianças.

No próximo capítulo: será a vez dos endiabrados Apollo e Dionísio. Os meninos estarão entediados já que Will e Perséfone saíram para passear, e para se distrair planejam uma visita surpresa ao seu vovô, afinal, se sua irmã pode, por que eles não? A diferença é que eles não se contentarão apenas com um tur pela mansão Malfoy... Oh não...

Os vejo no próximo capitulo ^o^