Disclaimer: Harry Potter e seus personagens pertencem à JK e à WB, se meus fossem não sei se o Lucius sobreviveria. e_e
Aviso importante: Diferente do que fiz em Behind the Evidences, cujos capítulos foram totalmente apoiados no livro, esta fic terá seus capítulos escritos o mais distante possível dos acontecimentos que acompanhamos em RdM. Portanto, espero não estar escrevendo bobagens :P
Linha do tempo utilizada com base na LT disponível no hp-lexicon.
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27 de junho de 1997
Quando viram o trem imponente parar na estação, Jean e Mark Granger estavam ansiosos. Apesar de o semestre já estar no fim, foi com surpresa que receberam a carta de Hermione avisando que voltaria mais cedo. Ela não deu detalhes do motivo, disse que conversaria com eles quando chegasse, mas assim que a viram, o casal tinha certeza de que algo estava errado.
- Filha! – Jean a recebeu com um abraço acolhedor.
- Como vai a minha princesa? – Mark sorriu para ela, tentando animá-la.
- Eu estou bem.
- Pois não parece. – Fiel ao seu temperamento forte e objetivo, Jean não pensou duas vezes antes de interpelar a filha. – O que houve? Por que o ano terminou mais cedo, Hermione?
- É que...
- Hermione? – Harry surgiu do meio da fumaça do trem acompanhado de Ron e do Sr. Weasley.
- Arthur, Harry, que bom revê-los. – Mark cumprimentou o Sr. Weasley e Harry com genuína satisfação.
- Digo o mesmo, Mark! Espero que tudo esteja bem.
- Muito bem, obrigado! Os negócios inclusive vão muito mais do que bem.
- Pai... – Hermione parecia exasperada com o comportamento pomposo do pai, algo estranho para ele que sempre foi muito discreto em relação aos negócios.
- Mark, eu preciso falar com você e com Jean. – Arthur e os pais de Hermione se afastaram do trio. Calmamente, ele contou sobre Dumbledore; sem muitos detalhes, apenas o que era necessário saber. Hermione apenas esperava, quieta, pois já previa qual seria a reação de seus pais quando soubessem das novidades.
- ... exatamente por isso acho que não vamos permitir que ela volte à escola.
- Hogwarts é perfeitamente segura, eu lhe garanto. Infelizmente, a traição partiu de um dos alunos e isso acabou sendo fatal para o professor Dumbledore.
- Arthur, não preciso que você repita que Hogwarts é segura. Eu sei que é, também li Hogwarts: uma história. A questão é que eu quero o melhor para Hermione e isso inclui uma educação em um lugar seguro e livre de todos esses perigos.
- Se você a impedir de voltar, vai transformar todos vocês em alvos fáceis para os que mataram o professor Dumbledore.
- Questão fechada, Arthur. Lamento por isso.
~o~
- Hermione?
Ron chamou por ela assim que seu pai se afastou ao lado dos Granger. Harry se despediu dos amigos e foi embora acompanhado de Dedalus Diggle e Olho Tonto. Seria uma longa espera até que ele pudesse deixar a casa dos Dursley.
- Hermione? – Chamou novamente, observando o olhar distante dela.
- Sim? – Ela piscou algumas vezes antes de se virar para ele.
- Em que você está pensando?
- Nada.
- Nada?
- Isso mesmo, nada.
- Bom, então é melhor tentar de novo, porque você não me convenceu. Eu te conheço bem e sei que está maquinando alguma coisa. – Ela sorriu.
- Estou pensando em uma maneira de protegê-los. – Hermione olhou para os pais, que prestavam atenção no Sr. Weasley.
- Já tem alguma ideia?
- Duas.
- Se importa em me contar?
- Não, não me importo, mas acho que isso vai ter de esperar. Eles estão voltando.
~o~
- Bom, espero que você reconsidere sua decisão, Mark, garanto que vai ser melhor se Hermione continuar em Hogwarts.
- Se eu mudar de ideia, você será o primeiro a saber, Arthur!
- Obrigado pela consideração.
- Temos que ir. Foi bom revê-lo. Ron!
- Sr. Granger! – Mark e Ron apertaram as mãos e o pai de Hermione pegou o malão e seguiu para a saída da estação.
- Até a próxima meu rapaz!
- Tchau Hermione. – Ron, segurou a mão dela e a apertou de leve. – Vou te escrever, tudo bem?
- Claro! – Ela enrubesceu e soltou a mão dele. – Tchau!
~o~
Ron viu Hermione se afastar com os pais. Um aperto no peito consumindo sua tranquilidade, que já não era muito grande.
- O que eles disseram, pai?
- Hermione não volta para Hogwarts..
- Mas eles não podem fazer isso, podem?
- Eu sei que é loucura, filho. Mas eu não tenho poder sobre a autoridade dos pais dela, espero apenas que reconsiderem essa decisão.
- Também espero, pai.
~o~
10 de julho.
Ron,
Não posso contar o que resolvi fazer por carta. Será que você poderia vir aqui em casa amanhã à tarde? Preciso muito conversar com você!
Hermione.
~o~
11 de julho
- Olá, Ron! Entre meu rapaz, por favor! – A hospitalidade do Sr. Granger deixou Ron um pouco desconcertado, já que ele não esperava que o pai de Hermione o recebesse com tanto entusiasmo. – Então, o que há de novo? Como foi o ano? – Ron ficou totalmente sem jeito, sem saber o que responder, especialmente porque ele não iria contar ao pai dela as barbaridades que fez por causa de ciúme injustificado.
- Bom, foi um ano produtivo. Consegui ser o goleiro do time de Quadribol novamente, ganhamos a Taça de Quadribol, ingressei em todas as disciplinas pra conseguir realizar os exames pra entrar na Academia de Aurores.
- Muitas responsabilidades. E as namoradas? – Ron ficou muito vermelho. Sentiu a boca secar e as mãos suarem. Droga!
- Sem namoradas, digamos que tive apenas um envolvimento com uma colega. Nada muito sério.
- Entendo. – Só quando olhou para o Sr. Granger, Ron foi capaz de perceber o olhar desconfiado do homem. Oh! Será que Hermione contou alguma coisa pra ele?
- Seria ótimo se o senhor não ficasse interrogando o Ron, papai. Ele veio aqui porque eu pedi. – Hermione estava descendo as escadas e não parecia nada satisfeita com a atitude do pai.
- Não estou interrogando.
- Claro que não! – ela respondeu, o sarcasmo evidente. - O senhor sempre faz isso, ou será que eu devo lembrá-lo quando o Sr. Weasley veio com Fred e George no verão da Copa Mundial de Quadribol e o senhor só não perguntou sobre Bill e Charlie porque não os conhecia?
- Que exagero, filha!
- Não é exagero, e o senhor sabe! Agora, eu peço licença, mas preciso muito conversar com o Ron. – Hermione sentou-se no braço do sofá onde Ron estava e o Sr. Granger ficou olhando para os dois juntos. Aquele foi um momento de déjà vu. O problema é que não era possível ser um déjà vu, já que ele sabia que era a primeira vez que os via juntos daquela maneira. Loucura!
- Tudo bem, vou deixá-los à vontade. Até mais, Ron!
- Obrigado, Sr. Granger! – Mark desapareceu escada acima, não muito satisfeito em deixar sua filha sozinha com o ruivo, ainda que soubesse que nada aconteceria.
~o~
- Hermione, não gostei do jeito que o seu pai ficou me olhando. Até parece que ele queria saber o que eu vim fazer aqui!
- É claro que ele quer, Ron. Na verdade, ele age assim sempre que acha que eu estou escondendo alguma coisa ou quando ele acha que tenho um namorado. – Hermione bufou indignada, especialmente porque ela não tinha tempo para esse tipo de preocupação.
- E você já deu motivo pra ele achar que você tinha um namorado? – Ron perguntou, mal disfarçando o ciúme.
- Olha só, você não veio aqui pra ficar falando de namorado comigo. A questão aqui é séria e se quiser me ajudar, é bom deixar esse assunto de lado.
- Desculpe! – ele pigarreou e falou baixo e, ainda que estivessem sozinhos, apenas Hermione conseguiu ouvi-lo. – Então, qual o plano?
- O mais louco, mas não vejo outra saída. Depois que o papai resolveu que não posso voltar para Hogwarts, ele tem me perguntado todos os dias para que escola eu vou, que curso e universidade vou escolher no fim do ano. Se ele desconfiar que eu não pretendo sequer voltar pra casa depois do casamento, é capaz de ele me amarrar e não me deixar ir a lugar algum.
- Que a gente vai para onde o Harry for, eu nunca tive dúvidas, mas você tá realmente cogitando a ideia de não voltar pra Hogwarts.
- Voltar pra Hogwarts nunca foi uma opção. – A resposta grave o surpreendeu. Ron jamais imaginou o dia em que ouviria Hermione dizer que não voltaria para a escola.
- Eu estou aqui para o que você precisar. – Ele segurou as mãos dela entre as suas. Hermione sentiu-se protegida e agradecida pelo gesto.
- Obrigada, Ron. Eu vou realmente precisar de você.
- Então é bom contar o seu plano.
- Vem, vamos pro jardim.
~o~
- Hermione, você tem certeza? Eu acho muito arriscado.
- Arriscado? – Hermione olhou para Ron com um misto de surpresa e indignação.
- Calma aí! Eu sei muito bem que você é capaz de realizar qualquer feitiço. Eu te conheço bem e sei que ninguém tem tanta determinação para conseguir o que quer quanto você. E não me interprete mal, eu só acho que usar um feitiço de memória pode ser perigoso para os seus pais.
- Como?
- E se os comensais descobrem para onde você os mandou? Nada e ninguém vai impedi-los de extrair as memórias verdadeiras deles. – Hermione tremeu com a possibilidade de o plano dar errado.
- Eles não vão descobrir.
- Como você tem tanta certeza?
- Jean e Mark Granger não existirão mais Ron. Já consegui documentos, passaportes e registros profissionais com os nomes que eles terão de agora em diante.
- E isso não é ilegal, Hermione?
- E você vem falar de legalidade comigo, Ron? Você não sabe o quanto está me custando ter que fazer isso tudo? Eu não suporto a ideia de ter de modificar a memória deles e mandá-los pra longe. Ficar sem saber como a vida deles vai estar na Austrália vai ser o mais difícil, mas eu não vejo outra saída. – A voz embargada fez Hermione parar de falar e Ron, sem pensar, sentou-se ao lado dela e a abraçou.
- Vai ficar tudo bem, Hermione, eu sei que vai!
- Como você tem tanta certeza? – ela soluçava baixinho, incapaz de conter as lágrimas. - É uma guerra Ron, é diferente de tudo que a gente já viveu.
- Não é não. O inimigo é o mesmo, a missão talvez seja mais complicada, mas não é impossível de ser realizada, e eu tenho certeza de que o Harry vai conseguir destruir esses horcruxes e vencer o cara de cobra. – Ela riu em meio às lágrimas.
- Por que a gente teve que crescer assim? Quer dizer, com tantas coisas acontecendo conosco, o Harry tendo que enfrentar o Voldemort tantas vezes e agora isso. Por que a nossa vida não foi normal? – Hermione tinha a cabeça apoiada no ombro de Ron, que pensava em uma resposta, mas sem achar nada que fosse, minimamente, animador.
- Essas coisas aconteceram porque a gente fez a nossa escolha desde cedo. Ficar ao lado do Harry fez toda diferença e nos trouxe até aqui, não consigo ver minha vida diferente disso, não consigo ver os meus anos em Hogwarts sem todos esses perigos que a gente viveu. Se alguma coisa tivesse saído diferente, não acho que estaria aqui com você. Se eu voltasse no tempo, faria tudo de novo.
Apesar dos dias mais quentes daquele verão, aquela tarde estava morna e calma. O sol aquecia as ruas cheias de pessoas preocupadas com suas vidas e seus problemas, incapazes de saber o dilema que a garota morena de cabelos rebeldes vivia.
- Eu tenho que fazer isso, Ron.
- Eu não vou impedir que você faça o que acha ser o melhor, só peço uma coisa.
- O quê?
- Eu quero estar aqui no dia em que você for modificar a memória deles. – Hermione achou o pedido estranho.
- Por que você quer isso?
- Eu não quero que você passe por isso sozinha. – Hermione olhou para Ron sem conseguir conter a surpresa inicial, ela viu no olhar dele que Ron não aceitaria um não como resposta.
- Obrigada! – E sem pensar, ela o abraçou e os minutos que se seguiram foram de uma paz e tranquilidade que Hermione não experimentava havia meses. – Obrigada, Ron! Não sei como agradecer.
- Não precisa me agradecer, eu só quero que você saiba que eu vou sempre estar por perto. Sempre. – E ele segurou a mão dela.
E o tempo correu e eles tiveram de deixar o jardim. Ron teve de voltar para a Toca. E Hermione passou a noite em claro, pensando que talvez não seria tão ruim encarar aquela guerra, principalmente agora que sabia que ele jamais a deixaria sozinha.
~o~
Nota: Primeiríssimo capítulo de uma ideia que não me abandonou desde a primeira vez que li Relíquias da Morte. Depois de muita lapidação (Oi, 4 anos! D:) enfim coloco a fic no ar. Espero que vocês curtam a leitura tanto quanto estou curtindo escrever. É sempre legal dedicar tempo a Ron e Hermione, né?
Comentários são amor e vocês ainda salvam a vida de um tigre albino sempre que deixarem um. lol
Até a próxima.
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