Prólogo: Ela, uma fora da lei, ele, um cumpridor dela. Ela, mulher sedutora e amadurecida, ele infantil e extremamente impulsivo. Ele se acostumou a viver sozinho e ser independente, ela tem medo da solidão e é emocionalmente perturbada. Ele gosta de cães, ela gosta de gatos. Um encontro inesperado, paixão a primeira vista, um romance proibido.
Capítulo 1
Kagome sempre acordava na mesma parte do sonho. Ela, com quinze anos, estava vestida com seu uniforme escolar, e via um homem lindo de cabelos prateados preso a esta árvore por uma flecha de aparência antiga e desgastada pelo tempo. Sua intuição lhe diz para correr dali, mas ela vai até ele e puxa a flecha, fazendo o rapaz acordar e olhá-la com aqueles orbes dourados, era aí que ela sempre acordava. Kagome vinha tendo estes sonhos há meses, estava intrigada com o rapaz de cabelos prateados, ela admitia estar quase obcecada. Ainda mais porque sentia que, de algum jeito, ele estava por perto. Loucura, ela dizia, estou ficando cada vez mais louca.
Hoje, contando com vinte e três anos, Kagome era uma linda mulher, e embora se vestisse de maneira normal, dentro de si havia uma leoa, pronta para vir a superfície. Andava sempre maquiada de maneira leve e seu sorriso sincero encantava as pessoas, de dia. A noite Kagome assumia uma personalidade diferente.
Vestida em roupas colantes pretas e usando uma máscara, era assim que ia trabalhar. O cabelo preso em um rabo de cavalo no alto da cabeça deixava a vista seu pescoço delgado e o corpo curvilíneo ficava a mostra na roupa justa. A tentação de todo homem e o sonho de muitas mulheres.
Kagome era uma ladra. Vivia do roubo de museus. Não importava se era um quadro famoso ou um diamante, o que lhe importava era o lucro, era o resultado. Há cinco anos vivia desse jeito, seu comportamento duplo era minuciosamente calculado e todas as suas falas eram pensadas. Não desconfiavam dela, não da doce e divertida Kagome.
Ela leu o jornal na mesa do café, um grande diamante chegaria ao Museu da cidade esta tarde. Era um diamante rosa, um dos mais valiosos. Conforme lia seu interesse só aumentava.
Do outro lado da cidade um policial e seu parceiro estavam sentados em uma lanchonete lendo seu jornal, comendo seus donuts e tomando café. Eles eram estritamente profissionais um com o outro, falando sobre as notícias e sobre o diamante que chegaria. Miroku e Kouga eram parceiros há pouco tempo, mas sempre se deram muito bem. Kouga era teimoso, centrado e tinha intuição para certos casos e Miroku era mais observador e mais calmo, embora não fosse muito bem sucedido com as mulheres. Ele já havia cantado todas as mulheres da delegacia e agora, diziam por aí, que ele e a Capitão Sango estavam tendo um pequeno caso. Embora Kouga não conseguisse visualizar isso. Sango era uma mulher firme, forte e perspicaz, não daria ouvidos a um mulherengo como Miroku.
Apesar de que Sango era uma mulher, como qualquer outra, mesmo sendo capitã, mesmo tendo o pulso firme, ela era mulher e tinha suas fraquezas. Kouga encarava Miroku, ele estava cantando a garçonete e ela estava gostando, ele suspirou alto, quando ele ia mudar?
Ele pensou na onda de roubos ao museu, em menos de dois meses havia sumido um Caravaggio e um Monet, o ladrão, ou ladra como se pensava pela silhuetas nas fitas de segurança, era ágil e sabia exatamente como evitar os raios que disparariam o alarme. Kouga e todo o time que estava trabalhando no caso se surpreenderam.
— É mulher. Disse a Capitã. — É magra e inteligente demais para ser um homem, além de ter movimentos ágeis como o de uma bailarina, e eu não duvido que tenha sido uma.
Todos concordaram, embora alguns funcionários tenham ficado um pouco ofendidos com o comentário de Sango.
— Montaremos guarda no Museu hoje. O Diamante é valioso e nossa amiguinha não vai perder esta oportunidade! Quero Kouga e Miroku no caso, escolham alguns homens e partam para o Museu, ligarei para o curador do mesmo e explicarei o que está acontecendo, preparem-se, a noite vai ser longa.
Ela se virou para sair da sala e voltou seu olhar a Miroku.
— E eu vou com vocês.
Dito isso, a Capitã saiu da sala com passos seguros e ritmados com Miroku acompanhando cada passo seu.
— Cara, essa mulher ainda vai ser minha.
Todo o escritório gargalhou e ele olhou para Kouga, confuso.
— Cara, você é um fracasso com as mulheres, duvido conseguir domar essa megera.
Miroku nada disse, observou novamente a Capitã, ela era extremamente linda. O cabelo castanho escuro e os olhos da mesma cor, e mesmo vestindo seu tailleur dava para ver as curvas exuberantes de seu corpo. Ele imaginava como ela seria com seu cabelo solto caindo pelas costas esguias. Ele despertou do devaneio por causa de uma bolinha de papel arremessada contra sua cabeça, todos riam dele mais ainda e ele saiu um tanto quanto sem graça da sala.
Realmente, nossa amiga ladra estava bem interessada no diamante, ele era lindo e conseguiria um preço altíssimo por ele. Tinha oitenta quilates e valia em torno de trinta milhões, como descobriu pesquisando na internet. Com esse dinheiro poderia se aposentar, mudar de nome e volta como uma rica empresária, largar essa vida de crimes era o que mais queria, embora admitisse que sentiria falta de toda essa adrenalina. Ela teria esse diamante para ela, custasse o que custasse. Por sorte ela não precisaria viajar, odiava ter que explicar a todos suas viagens misteriosas, que atribuía a uma mãe doente, um parente morto ou qualquer outra coisa.
Ela se assustou com seu celular, era sua amiga Sango, ela atendeu animada.
— Moshi moshi!
— Kagome-chan! Há quanto tempo não nos vemos!
Sango e Kagome eram amigas desde os tempos de colégio, Sango era uma veterana e Kagome adorava andar com ela, Kagome gostava muito de Sango, mas teve de se afastar desde que descobriu que a amiga era quem estava investigando os misteriosos roubos no museu da cidade.
— Como está?
— Eu estou bem! Escute Kagome... Gostaria de conversar com você, será que podemos almoçar ou algo assim?
Será que Sango a havia descoberto? Impossível, Kagome era cuidadosa, cuidadosa até demais.
— Hai! Vejo-te no Bruce's, tudo bem?
— Hai, mata ne.
Ela desligou e olhou o relógio de pulso, ainda eram nove horas, o que será que Sango queria conversar com ela?
Música: Where Do I Hide – Nickelback
Link: .com/watch?v=14e3VyHepfI
