Disclaimer: Saint Seiya (essa é a pronúncia americana. Já a pronúncia em português é Guerreiros Zodiacais) não me pertence, a obra é de autoria de Masami Kurumada, mas os demais personagens originais, como Lin Kato e Carlos Maeno, são meus, se quiser utilizá-los, peça autorização. Como Saori será a protagonista da história, eu retirei a oxítona "o" do sobrenome fictício dela, e a explicação desse fato ocorre mais adiante na obra. Ah, antes que me questionem, sim, vai rolar um crossover entre Saint Seiya e Naruto (autoria de Masashi Kishimoto). A personagem Temari já aparece nesse episódio.

01 - Ivi Saori Sato, a joia real sucessiva

Ivi Saori Sato havia visto em sua planilha que o seu plantão começava às 15 em ponto. No entanto, como as horas voavam em um engarrafamento, parecia que estava a mais de 70 anos naquele trânsito, filosofava entre si. A culpa do atraso não era dela, no entanto, e sim das outras profissionais que a antecederam em sua ronda. As mesmas profissionais, de diferentes especializações, que haviam cometido um equívoco, um quebra, isto é, uma lacuna no preenchimento da grade de turnos no hospital em que trabalhavam. No entanto, como Saori era correta no que fazia, nunca mais aquilo se repetiria. Era a melhor e a mais experiente no planejamento e execução de seus afazeres, sem discordâncias. Mesmo a grade de horários estando em frangalhos ou farrapos, ela resolveria aquela questão. Só ela poderia fazer isso, uma vez que era a mais preparada para resolver aquela situação. Assim, continuaria em suas funções, ou seja, em seu cargo.

Depois de verificar se as portas do veículo já estavam travadas, Ivi Saori Kid Mitsumada, ou Saori Kid, como era conhecida, deixou o carro em um acostamento próxima a um quiosque de sorvete. Percorreu o trajeto final a pé até chegar ao hospital. Estava muito, mas muito atrasada. Ao chegar no hospital, que cena caótica havia à sua frente. O ambiente hospitalar estava repleto de veículos, o que será que se passava? Havia uma multidão à sua frente, e Saori não conseguia sequer chegar ao portão de entrada do hospital. Com dificuldade chegou à frente das grades que protegiam a porta de entrada e apertou o interfone para a porta se abrir.

- Sim? – Falou um timbre de voz grave.

- Tatsumi? – Saori reconhecera a voz. Tatsumi agora era o novo homem encarregado pela segurança do hospital. – Por que o hospital está fechado, você pode abrir o portão da entrada para mim? – indagou com a voz vacilante, um tanto temerosa. Antes, quem cuidava da abertura da portaria era o Seu Aluízio, mas fazia tempo que ele não aparecia para o emprego. Era um senhor franzino, mas de bom coração. O pessoal gostava do seu Aluízio só que o que se ouvia ultimamente a respeito dele é que não andava em boa companhia. Quem estava assustada mesmo com essa história era a dona Wanda, amiga

de seu Aluízio, da sessão de limpeza, que nunca mais havia visto a figura na sua frente. – Às vezes, ela dizia: "credo, isso aqui parece até ditadura, o homem desapareceu de vez!". Saori não sabia o que dizer quando Wanda comentava esse tipo de coisa.

- Saori para você sair daí é necessário que um dos meus seguranças acompanhe você até a entrada do hospital. Daqui, da sala de segurança, eu enxergo que você está cercada. – A sala de segurança era equipada com mais de vinte câmeras de vídeos, distribuídas em três colunas que continham aproximadamente cerca de sete câmeras direcionadas até nos locais mais inóspitos do hospitais. Além dos túneis de saída, era possível enxergar o que ocorria em salas de cirurgia.

- Por favor, aguarde e não deixe nenhum dos civis seguir você até a entrada do circuito. "Civis?" – Perguntou, de maneira vacilante, Saori. Tatsumi era ex-tenente militar e utilizava todo um linguajar característico de comandante. Diziam que antigamente, depois do exército, ele chegou a trabalhar em um escritório intitulado "Arena". No entanto, foi por pouco tempo que ficou no emprego, gostava mesmo era de comandar, nada melhor do que ficar à frente da equipe de segurança de um dos hospitais com maior infraestrutura do país.

Instantes depois, Saori pode perceber um vulto na porta, era o próprio Tatsumi que puxava Saori para dentro do hospital. O movimento havia sido tão brusco que ela quase caíra. Quase, porque o grandalhão do Tatsumi havia interceptado a queda.

- Precisa de ajuda para ficar de pé? – Perguntou uma muralha que se agigantava, adquiria não sei quantos metros quando estava à sua frente.

- Obrigada – ela sorriu.

Ele não.

- Saori, você vai precisar ir até a sala da direção. Temari vai te acompanhar até lá.

Olhou para trás assustada. Da onde é que Temari surgiu? A figura de melenas amarronzadas treinava para ser a substituta de Tatsumi. No começo, as duas se estranharam. Temari não gostava quando Saori chegava atrasada no hospital, no entanto Saori sempre argumentava que chegava minutos depois por conta do congestionamento... Certa vez, houve um temporal, Saori havia ido ao hospital de carona e não tinha como voltar para casa, Temari ficou com pena e se ofereceu para levá-la até em casa. Conversa vai, conversa vem, ficaram amigas. Descobriram que tinham até pontos em comum; ambas gostavam de resgatar cachorros de abrigos.

- Sá, antes de ir ao escritório de Jiraia você precisa ir até o quarto de uma das pacientes... São ordens do próprio Shion – disse Temari com o seu semblante sério e o seu português inteligível.

Como gesticulava muito com as mãos, Saori se desconcentrou e quando percebera Tatsumi já não estava mais no mesmo ambiente que as duas.

- Sem problemas, mas aonde é que se meteu o Tatsumi? Perguntou perplexa. Em um minuto o Tatsumi estava ali, acompanhando o diálogo das duas e agora não estava mais.

- É ele é bom nisso... – Disse Temari gesticulando que "não" com a cabeça.

- Bom em quê? – Indagou Saori?

- Bom em sumir. Agora vamos, não podemos perder tempo!

As figuras feminas saíram correndo pelos corredores do hospital. A imagem seria cômica se os vultos não tivessem passado por um pôster que continha exatamente os dizeres "Proibido ruídos neste hospital".

- Espero que o Tatsumi não veja isso pelas câmeras da sala de segurança. – Disse Saori ofegante.

- Não deu tempo dele chegar na sala de segurança ainda. Ainda bem! Caso contrário, mesmo com a urgência do pedido de Shion, tomaríamos uma advertência dele.

Prosseguiram até chegar ao quarto da paciente.

- Esse é o ambiente, Saori.

Saori fez sinal de concordância. Esperou Temari concluir seus dizeres.

- Você entra na alcova, vê se a paciente está acordada ou não. Caso contrário, você verifica o prontuário dela e aguarda alguns minutos. Se ela acordar, você troca algumas palavras com ela, se não, vem aqui que eu vou te esperar aqui fora do quarto. Seja breve, por favor.

- Certo Temari, me aguarde que eu já volto.

Abriu a porta do recinto sob o olhar atento de Temari. Com um pequeno manear da cabeça a segurança a incentivou em seguir em frente. Saori fechou a porta e direcionou o olhar a paciente. Será que era por causa dela que o hospital estava fechado? Com a rapidez dos acontecimentos nem teve tempo de indagar a Tatsumi e à Temari se era por causa dessa paciente que havia tanta movimentação fora do hospital. Quem era essa figura e que autoridade tinha para fechar um hospital inteiro em pleno horário de funcionamento?

Vasculhou com os olhos rapidamente o quarto. Ela estava dormindo. Pegou o prontuário no criado mudo ao lado da cama. Não restava questionamento. A paciente era... Lin Kato.

- Então você é a famosa - e problemática, guardou o comentário para si mesma - "Lin Kato" . É... agora eu entendo porque o hospital está com as portas lacradas.

Instantes depois foi ao encontro de Temari.

- Mas o quê? Tão rápida? Conseguiu falar com ela? – Pediu Temari com os olhos arregalados?

- Sim... – Disse Saori monossilabicamente.

- E? – disse Temari – incentivando o prosseguimento da conversa.

- E, que ela é uma paciente com AIDS... Que quer me confessar os seus pecados. Temari, definitivamente eu preciso dar uma arejada antes de ir conversar com o Jiraia...

- Sem problemas – disse Temari sem entender nada – você não vai poder falar com o Shion agora porque ele teve uma intercorrência a ser atendida. Me comunicaram isso através desse ponto eletrônico – sinalizou um dispositivo móvel interceptível na sua orelha – Podemos sair daqui por alguns instantes... Eu te pago um cachorro quente – arranjou esse pretexto para saber mais do grande mistério que havia no hospital a ponto de fechar as portas do complexo. Estava curiosa e iria tirar essa história a limpo o quanto antes com Saori.

- Saori não falou nada. Apenas se deixou ser guiada por Temar até a porta dos fundos do hospital para não se depararem com a multidão que cercava o complexo hospitar.

- CONTINUA -