A chuva fina caia sobre meu grosso casaco enquanto a passos largos eu caminhava para meu pequeno apartamento no centro de Londres, meus pés estavam doloridos após um dia inteiro procurando a foto perfeita, meus olhos ardiam e minha garganta clamava por um pouco de Vodca.

Passei pelo pub que eu costumava frequentar quando ainda estava na faculdade e me lembrei de como era bom ser o "filhinho do papai", pensei em entrar e jogar algumas partidas de poker com os caras que certamente estavam escondidos, apostando atrás da porta que ostentava a placa Acesso Restrito, mas a carteira vazia em meu bolso fez questão de me lembrar de que essa não era uma boa ideia.

Continuei caminhando em direção ao meu apartamento, tirei o celular do bolso e pensei em telefonar para Monica, perguntar se ela poderia me fazer companhia, afinal não passávamos uma noite juntos há algum tempo, mas acabei desistindo também.

Quando finalmente abri a porta de casa, fui recebido por uma densa nuvem de fumaça vinda dos vários cigarros que Steven provavelmente estava fumando.

- Mas veja só quem descobriu o caminho de casa mais cedo hoje! –Steven exclamou animado quando me viu, fazendo a loira que estava ao seu lado rir.

Ele era um cara legal, não posso negar. Dividimos o apartamento há quase um ano e quase não tivemos problemas, mas sua compulsão por cigarros e essa coisa de trazer uma mulher diferente pra casa a cada dia me irrita.

Passei por eles sem dar uma única palavra e fui direto pra cozinha, não havia nada alcoólico o suficiente para mim, então a metade da garrafa de Coca – Cola, que havia restado da janta do dia anterior, teria que servir.

A campainha tocou e eu realmente esperava que Steven atendesse, mas bem, ele não poderia, pois quando passei pela sala, ele e a loira já haviam sumido.

- Boa noite, o senhor é Edward Cullen? - Disse o homem alto e engravatado que estava parado em minha porta.

- Sim, sou eu - Assenti, esperando saber o motivo de tal "visita".

- Muito prazer, sou Joseph O'Conner advogado do Sr. Cullen. – Esclareceu, estendendo a mão para me cumprimentar – Eu poderia entrar?

Abri a porta dando-lhe passagem, não compreendia o que um dos advogados do meu pai poderia estar fazendo em minha casa, uma vez que meu próprio pai se recusava a me aceitar em sua vida.

- Pois bem, eu tenho vindo a sua casa durante duas semanas no horário comercial, Edward, mas você nunca está. Então me desculpe aparecer por aqui a esse horário, mas foi necessário.

Assenti com a cabeça para que ele continuasse.

- Você provavelmente não sabe, mas seu pai faleceu em Nova York há três semanas, e por mais estranho que isso possa parecer, ele deixou tudo que tinha para você em testamento. Ele faleceu por conta...

Parecia que eu tinha levado um soco no estomago, não consegui assimilar mais nada do que ele dizia, minha cabeça estava dando mil voltas e tudo que eu conseguia era pensar é que ele havia morrido sem que eu pudesse pedir perdão.