Observação: Fic para o VII Challenge Tom/Ginny da seção do ship no fórum 6V, mestrado pela Kollynew. Agradecimentos imensos ao Sev porque, sem ele, eu NUNCA conseguiria o plot para fazer essa fic.

Disclaimer: Personagens não me pertencem e eu não ganho nada com isso.

Quid Nocet Eludit ¹

Para Ginny, era tão mais fácil fechar os olhos. Ela se sentia segura dentro dos sonhos, como se nada pudesse tocá-la lá dentro. Seu porto seguro, seu refúgio. Para aonde ela fugia sempre que sentia a necessidade de se acalmar, de um espaço no qual ela pudesse se ver alheia a toda a realidade, a toda a dor que a invadia constantemente. Era simples. Bastava fechar os olhos.

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Tom estava furioso. Nada ia como ele esperava, planejava e, a cada dia, os caminhos se desviavam do plano que ele originalmente formara.

"Garota estúpida," sibilou. "me fazendo perder tempo."

E poder. A cada dia que se passava, ele perdia mais e mais o controle sobre ela. Inconscientemente, Ginny o fizera crer que ele estava no comando, que ele decidia sobre as atitudes dela e, cada vez mais, ela se distanciava e se tornava mais difícil se manter na mente dela. Mas ele precisava do controle e ele precisava do poder.

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Ginny andava por uma campina, o longo vestido vermelho arrastando na grama. O vento batia em seu rosto e bagunçava seu cabelo. Fechou os olhos e se jogou na grama. Estava úmida, causando uma leve sensação de frio na garota. Estranhou, pois não estava acostumada a sentir nada em seus sonhos. Só a paz, a tranquilidade.

"Olá Ginny."

Abriu os olhos e lá estava ele; Tom.

"Tom? O que faz aqui?" Perguntou ela, se levantando para encará-lo.

"Visitando-a, somente. Se importa?" Ele era cortês como sempre, educado, como sempre e Ginny não deixaria de cair em seu tom que aparentava ser sincero.

Balançou a cabeça e continuou encarando-o. Ele tinha um sorriso nos lábios, o sorriso dela. Aquele que Ginny sempre imaginara que ele daria, mas nunca vira de verdade. Pegou a mão dele e sentou-se novamente, levando ele com ela.

"Não é lindo?" Perguntou, voltando a fechar os olhos e apreciar a brisa.

"Formidável." Seu tom era duro, quase como se ele estivesse se segurando para não falar algo do qual ele poderia se arrepender.

"Tom, o que tanto te intriga?" Ginny voltou a abrir os olhos e reparou na pose tensa dele.

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Ele respirou fundo antes de responder, medindo as palavras pois sabia que elas poderiam mudar tudo.

"Você me intriga, Ginevra Weasley." A menina se assustou ao ouvir o seu nome completo sendo pronunciado de forma tão assustador por ele. "Por que ainda foges de mim? Não sabes que sou teu único amigo? Teu único aliado?"

Tom estava desesperado e isso era visível em sua voz. Talvez não por ela, mas ele sabia que estava indo longe demais e ainda assim, ele precisava chegar a Potter e a única maneira de fazer isso, era usando-a. Isso seria impossível se ela estivesse recuando dessa maneira e, a única saída, era o desespero.

"Tom, eu sei que você é a única pessoa que eu posso confiar, mas eu não estou me afastando de ti. Só me sinto menos, confortável."

Ele se segurava para não agarrar seus pescoço e vê-la sofrendo, mas sabia que isso só a acordaria e a faria recuar dele. Correu os dedos - trêmulos - pelo cabelo enquanto formulava a coisa certa a dizer.

"E eu não sou confiável? Já não te ajudei tanto?"

Ela assentiu, mas não respondeu e, logo, Tom estava no auge de sua fúria. Ela não ia desistir tão fácil, não ia deixá-lo ganhar sem lutar direito. Tinha que haver um jeito para que ela pudesse se entregar. Ele só precisava que ela diminuisse as barreiras que tinha criado, só um pouco. O suficiente para que ele pudesse controlá-la além de seus sonhos, mas ela não deixava. Ele precisava ir mais fundo se quisesse que ela abrisse caminho.

Então uma ideia correu em sua mente. Era estúpida, mas funcionaria, afinal, ela era só uma garotinha de onze anos com o coração partido. Era tão simples e as chances de funcionar eram poucas, mas era alguma. Tom se inclinou e roçou de leve seus lábios nos dela. Ginny congelou, sem demonstrar nenhuma reação que ele pudesse compreender. E ele refez o movimento uma, duas, três vezes, até que as orelhas dela estivessem da cor de seus cabelos. Se afastou e sorriu de leve para ela.

"Você pode confiar em mim."

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Então Ginny acordou e caiu no sono de novo. A única coisa que se lembrava, era da tinta vermelha em suas vestes.

¹O que ilude machuca