TEARS ON THE MOON

(Lágrimas sob a Lua)

Por Contadora Nati-chan

Eu tinha pouco mais de uns cinco anos de vida. Ainda era de colo, mas me lembro que naquele dia um homem veio até minha mãe. Ela tinha passado o dia todo cuidando de mim enquanto meu pai foi servir o Keigun. Saber sobre a existência do Keigun, eu não tinha. Só saberia anos mais tarde quando, naquela ponte veria a mais bela criatura de toda a minha vida. Minha mãe me levava em seus braços, envolta num pano. Era noite. A luz da lua iluminava por si só o recinto onde estava ela. Nós estávamos numa poltrona que dava para ver ao longe, por uma varanda, a mansão dos nossos senhores. Algum tempo quando comecei a andar soube que era dos Shinhoin. E anos mais tarde, soube que essa era uns dos precipícios que me separava de meu amor. Pois bem esse homem entrou aflito e com ele algumas pessoas de minha família. Vi na feição de minha mãe, a angústia e a aflição. O medo e a dor. Lágrimas brotaram de seus olhos. Minha mente que mal sabia o que era isso e as palavras ficou com medo também, afinal nunca tinha visto aquela fortaleza de amor ficar tão triste. Eu chorei e gritei. Levantei meus braços em direção àquela mulher, querendo consola - lá. Mas mal conseguia por meu corpo ereto no chão. Vi aquele homem chegar perto dela e abraçá-la. Disse alguns ruídos indecifráveis aos meus ouvidos naquela ocasião. Minha mãe chorou ainda mais e me apertou com força em seu peito. Senti mais medo. Aquela que me dava confiança e alegria estava dolorida e eu estava sofrendo junto. Anos mais tarde quando pude compreender as primeiras palavras, foi o que eu entendi o que aconteceu naquela noite: meu pai e irmão tinham morrido numa missão do Keigun e que aquele homem que abraçou minha mãe era meu avô.

Agora eu estou aqui. Na mesma varanda e sentada na mesma poltrona. Seguro o mesmo pano em que fui envolta naquela noite e choro copiosamente. Identicamente à minha mãe. Finalmente entendi o que é amor. Amor o qual fez minha mãe chorar naquela noite. Faz noite e a lua ilumina o recinto onde estou sentada. Da varanda ainda vejo a mansão dos Shinhoin. Imensa, bela, majestosa, imponente, forte e poderosa. Isso serve para a mansão, sim. Mas Server também para a minha Deusa de cor café-chocolate. Yoruichi Shinhoin. Sim, esse é o seu nome. Nome nobre, eu concordo. A nobreza não impediu de me apaixonar por ela. Mas fez-me eu perceber o precipício em que me encontro dela. Hoje eu choro por ter percebido isso e mesmo assim não ter desistido. No recinto, que antes só tinha umas estantes. Agora é o meu quarto quanto estou de férias. Nele tenho uma cama de casal. A minha deusa café-chocolate está nua, dormindo sobre as cobertas. Fizemos amor agora a pouco e ela cansada dormiu logo. Gosto de perceber como eu domo esta fera de olhos de cor âmbar. Ah... Esses olhos me hipnotizaram desde que eu a vi. Nunca mais quiseram outra visão mais sublime e linda.

Agarro com mais força o pano em minhas mãos e choro sob a luz lua. Sim. Como naquela noite, não há outra fonte de luz, do que a luz lunar. Sinto meus olhos caírem. O roupão que visto ficar leve. Vou adormecendo e o pano escorrega da mão e pára no meu colo. Sinto meu pai em mim. Sinto meu irmão que nem conheci. Uma lágrima cai do meu rosto. Uma lágrima cai sob a Lua. Mas não é de tristeza, como a da minha mãe. É de alegria. Isto porque sou a mulher mais feliz do mundo: amo e sou amada pela mulher mais linda do mundo.