Eu não sou o Kripke.

Beta Reader: Anarco Girl


O Conto do anjo de duas asas

By Mello Evans


No principio surgiu o Verbo e o Verbo era Deus e o Seu espírito pairava sobre as águas – e o espírito Sou Eu. Eu tenho muitos nomes, assaz disfarces e vários rostos, um desses que se misturam na multidão que você vê, muito embora o verdadeiro seja chocante para os breves olhos mortais. E Eu já vi muitas estações, as eras passam absurdamente lentas, mas meu Pai toma conta disso e o mundo só durará um tanto mais e tudo que existe irá se extinguir junto com a antiga Estrela da Manhã.

No entanto, há um anjo de asas limpas e peroladas – ele caiu em desgraça, mas em Meu infinito amor, não o culpo. Pois também foi por apego que ele matou anjos, rebelou-se contra o céu, usou o Meu poder erroneamente e ainda assim não o culpo.

Ainda me lembro de como ele reagia toda vez que o mandava para a Terra, para ser mais um transeunte. Ele combatia os homens – e os redimia também – com corações contaminados, sequiosos de poder e pela fumaça que saia sinuosa de seus cigarros, ávidos por sangue inocente, agraciados pelo Demônio. Ele contava história para as crianças, mas não aquelas que fazem menininhas se cobrirem com o cobertor sentindo medo do monstro debaixo de suas camas, eram contos de crianças que dormem de bocas abertas como peixes, sem medo do que possa lhes advir – o Príncipe das Trevas nunca as pegaria, Castiel era ótimo protetor e ainda o é. Apesar dos cochichos torpes, das conversas em enoquiano sussurradas pelos outros, nos cantos, nos becos escuros, em todo lugar.

Certo dia, um humano o fez agir por instinto, fez o anjo de duas asas descobrir o milagre da glória de ser um mortal. O humano também teve a dádiva de ser usado por um ser celeste, obter o seu poder, mas também por amor o negou. O que vejo não é traição, é pura inocência da criação do sexto dia e do sentimento de um dos meus servos – um dos poucos – que acreditam na fé.

O livre arbítrio é corrompido, Eu bem sei.

Castiel conhecia os limites do Jardim – era amigo do jardineiro –, um dos seres mais lindos que já criei e seu novo receptáculo não expressa em suma a sua imensidão incalculável. No entanto, quando viu sinais do fim do mundo, buscou o ser vivente nas profundezas do inferno, salvou o caçador da perdição e essa foi a sua desgraça.

A de ambos.

A tentação do desejo. O milagre do amor.

– Perdoa-me Pai, pois eu pequei.

E em verdade vos digo, não há o que redimir.

Fim.


Estranha, né? Mas eu quero deixar bem claro que essa fic é baseada no vocabulário BÍBLICO, então... Logo... 2+2...

Review?

P.S: Só pra constar, na bíblia existem anjos de zero a seis asas, ok? E se vier falar de religião comigo... %¨&*$%