Redhead

- O que você quer que seja?

- Como assim, o que eu quero que seja? Eu certamente não quero que seja um trasgo.

Aquilo fez com que James levasse um tapinha no braço.

- Você sabe o que eu quero dizer. – Lily rebateu, fazendo beicinho, porém o brilho em seus olhos verdes dizia que ela até que achara graça. – Você quer que seja menino ou menina?

James soltou o ar, olhando para o céu. Era um lindo dia; céu azul, poucas nuvens... nem parecia que estavam prestes a entrar em guerra.

- Eu quero que seja um bebê ruivo.

A resposta pegou Lily de surpresa. – Por que tem que ser ruivo?

- Porque você é ruiva – ele a olhou como se dissesse que a resposta era óbvia. – Independentemente de ser menino ou menina, eu espero que se pareça com você.

Mesmo depois de tanto tempo juntos, as declarações inesperadas de James ainda a faziam corar levemente. Lily sorriu para o marido e encostou a cabeça no ombro dele, aproveitando os instantes de paz.

xXx

Barulho de algo caindo no chão veio da sala.

- Vê se presta mais atenção, Black! Eu não vou deixar você ser padrinho do meu filho se continuar a deixar as coisas caírem no chão desse jeito...

Os dois homens riram.

- Qual é, Jay, tenha um pouco mais de confiança em mim. A propósito, sobre aquilo que o Dumbledore falou...

- Não agora, Black.

Lily decidiu que seria melhor ignorar a conversa do marido e do amigo que estavam na sala e voltou a olhar para o bebê que dormia no berço ao lado da cama de casal. Acabara de dar a luz, estava exausta e tudo o que não precisava era se preocupar com os problemas da Ordem. Pelo menos por enquanto.

Poucos minutos depois, Sirius colocou a cabeça para dentro do quarto.

- Ele tá dormindo?

Lily colocou o dedo indicador na frente dos lábios, indicando que sim. Sirius imitou-a e entrou silenciosamente no quarto. Espiou Harry e abriu um sorriso bobo.

- Dorme como uma pedra.

- Que nem o pai.

Os dois soltaram risinhos.

- Bom trabalho, cunhada. – Sirius inclinou-se para depositar um beijo na testa dela. – Volto amanhã, ok?

- Ok.

Lily observou-o sair do quarto. Ouviu o amigo se despedindo de James, a porta da frente abrindo e fechando. Continuou a encarar a porta do quarto até que o marido apareceu nela. Os dois sorriram.

- Como está se sentindo?

- Como se tivesse acabado de parir.

James riu alto. No instante seguinte o bebê soltou um muxoxo, fazendo o pai se calar e caminhar até o berço para observá-lo.

- Ele não é ruivo – observou Lily, ainda admirando o filho de seu lugar na cama.

- Não, mas não importa. Isso não é importante. O importante é que ele está bem, e você também.

Lily sorriu.

- Além do mais, nem tudo está perdido. Talvez ele nos dê uns netinhos ruivos!