Continuação de Mudanças e Indiferenças. Peço encarecidamente que leiam esta fic antes dessa – caso contrário, não sei se esta fic ficará clara para vocês. 8) Boa leitura a todos!

Love O'Mine

Não começarei pedindo seu perdão porque não há nada para me perdoar. A verdade é que não fui eu quem errou – foi você.

Quando entrei naquela última classe daquele dia, eu estava cansado. Minhas vistas estavam embaçadas e o que eu mais queria naquele momento era voltar para casa para poder tomar uma boa ducha e ir dormir. Quando desafiei meu pai para me tornar professor, uma profissão que certamente lhe desagradava, sabia que não seria fácil.

Porém, desde sempre, as coisas mais difíceis me admiraram. Principalmente se essas coisas fossem contra a vontade de meu pai. Ao contrário do tolo do meu meio-irmão que segue à risca todas suas ordens, eu sempre detestei e continuo detestando seguir ordens e não cumprir desafios.

Deve ter sido por esse exclusivo motivo que, quando entrei naquela classe abafada, a primeira coisa que me chamou a atenção foi uma garota, sentada no canto da sala, sozinha. Apresentei-me pela sétima vez naquele mesmo dia e seus olhos que antes ostentavam um olhar curioso, voltaram a ficar entediantes.

Comecei a aula e você se encostou na parede e fechou os olhos. Talvez por isso você não percebeu que meus olhos, diversas vezes naquela aula, se fixaram em você que, desde então, não mudara a postura. Enfim, o sinal soou e você abriu os olhos. Eu apenas me despedi e saí. Poucos passos dali, ouvi algumas alunas me chamarem, com risinhos e sorrisos bestas, perguntando a minha idade, o que eu fazia, o que eu gostava. Respondi secamente a todas aquelas perguntas e finalmente consegui me livrar delas quando entrei na sala onde todos os professores se reuniam.

Logo perguntaram como havia sido meu dia e onde tinha sido minha última aula. Respondi e fizeram uma careta. Lembro-me claramente das palavras: 'A sala daquela drogada, prostituta e delinquente?'

Por algum motivo, aquelas palavras me irritaram profundamente. Talvez fosse porque quando eu olhava para você, via-me quando tinha sua idade, como se fosse um reflexo. E, agora, penso como aquelas palavras 'drogado, delinquente' e não menos verdade 'garoto de programa' cabiam-me perfeitamente naquela época. Esse foi meu primeiro motivo por eu ter te notado tão facilmente.

Ao contrário das acusações que você fez a mim em sua carta, eu não fui indiferente. Não fui indiferente ao que você era quando te conheci e nem ao que você se tornou.

Todas as aulas, percebia em seus olhos, não mais aquele brilho entediante. E sim uma mistura de ódio e amor. E, respondendo a sua pergunta, acredito fielmente que pode haver uma mistura de amor e ódio.

Porque eram exatamente essas duas coisas que eu sentia por você. Amor por você, ódio por você me lembrar a imagem de um Sesshoumaru que eu não me lembrava mais. Um Sesshoumaru esquecido, mas que foi lembrado quando vi você.

Mas você mudou. Aos poucos, você se tornou alguém. Afirmo veemente que fui o primeiro a notar suas pequenas mudanças. Atribui isto a uma pessoa que você provavelmente amava. Senti ciúmes desta pessoa que conseguiu fazer de você uma pessoa que eu não seria capaz de transformar.

Alguns meses se passaram, e via com mais clareza ainda, o meu reflexo quando te via. O reflexo de uma pessoa estragrada mas que conseguiu se transformar em outra – e que, mesmo assim, odiava receber ordens e adorava encarar desafios inusitados.

Talvez deve ser por isso que você colocou esta carta em meu armário. Uma outra pessoa, uma outra pessoa comum, não teria esta atitude.

A verdade é que a culpa foi sua. Culpa por ter sido fraca e não ter ficado aqui. Fraca por ter fugido. Você, Rin, que se vangloriava-se tanto de fazer coisas que nenhuma outra pessoa se atreveria a fazer, ficou com medo de ver minha reação. Uma reação de rejeição. Essa é uma dos nossos defeitos, porque por mais que possam falar ao contrário, nós somos iguais. Uma pessoa comum que, por um acaso, tivesse tido a coragem de colocar uma carta em meu armário, teria a coragem de ficar aqui, de não fugir, á espera de uma resposta.

Amamos grandes desafios e tememos os mais tolos.

E é por isso que, mesmo depois de descobrir a nova escola onde você estuda e a nova casa que você mora, não vou atrás de você. Mandarei esta carta apenas para que saiba que não te tratei com frieza e indiferença e que, como você, te amei. E como eu já disse, somos parecidos. Sou tão fraco quanto você.

Por amar grandes desafios, mando esssa carta a você.

Por temer os tolos, vou embora. Não ficarei aqui. Não quero, todos dias, olhar para a caixa de correio e perceber a sua reação. Prefiro pensar que você nunca conseguiu me achar para devolver-me uma resposta a olhar todos os dias a caixa de correio e perceber uma rejeição, quando todos os dias a caixa de correio estiver vazia.

De seu reflexo,

Sesshoumaru.

XXXXXXX

Err... Alguém mais achou que o Sesshie está meio OOC? 8D Mas não me matem pessoas, eu só consegui escrever o Sesshy desse jeito. XD

Como algumas pessoas pediram a continuação, falando dos pensamentos do Sesshie, se ele desprezou a carta da Rin ou se ele a amava... bem, aí está a continuação. XD Sei que estou atrasada com as atualizações das outras fics, mas calma, um dia eu as termino. XDDD~

Ah, querem saber um segredo? (: Se eu receber bastante reviews, quem sabe eu faço uma continuação dos dois se reencontrando, hã, hã? o/ HEIOEHOIEHOIEHOIEHOIEHOI. #MODO BAKA ON#

Não se esqueçam! Reviews, reviews e... Reviews! o/