Powerslave

Ela tem um sinal no pescoço. Ele acha que tem, pelo menos, por um segundo, até perder a capacidade de notar. Com Afrodite é fácil um homem perder a capacidade de reparar em pequenos detalhes – o que o salva é o fato de que ele não se importa. Não é que não a ame – é só que não é capaz disso.

É feito de ódio.

É feito de ódio e se diverte como tal. E se diverte agora, quando morde o pescoço dela e a ouve gemer. Hefesto o odeia por isso, mas não importa, porque quase todo o Olimpo o odeia – aquele moleque filho de Poseidon também. E disso ele gosta. Porque é raiva. É ódio. É o que ele é, e é por isso, além do fato de ser bom, que rasga agora o vestido de Afrodite e a ouve gemer alto em seu ouvido. Porque pode causar conflitos. Porque pode causar guerras.

Guerra lhe traz uma sensação agradável no estômago. Guerra lhe faz bem.

Mas nesse momento não há guerra, nessa maldita época sem graça, e isso é algo que ele deve – ele precisa – consertar. E fará de tudo, tudo que for necessário para ver as batalhas, e os gritos retumbantes chamando para a luta, e o reflexo das armaduras brilhantes de sangue (aliás, são esses os olhos de Afrodite; cor de sangue, é óbvio, por que ninguém mais parece perceber?). E haverá mortes, claro, porque elas são a parte mais interessante e bela do processo, a parte mais divertida. É tudo muito bonito na guerra. É tudo muito efêmero também. As pessoas dão mais valor às coisas que possuem, as pessoas não duram muito. E todos vão embora como heróis.

E ele desce os lábios pelo corpo de Afrodite e morde com força até doer, porque está com raiva. Porque guerra é tudo que quer. Porque guerra é tudo que ama.

É tudo que jamais irá abandonar.

X

N/A: Pequena fic terrível centrada no Ares, pra Madserette, do fórum 600 Empire State Building. Ficou curtinha, sei bem, mas espero que goste. É só que o Ares pra mim é alguém bem complicado de descrever, aí não sei bem explorá-lo. Ah, e o título vem da música do Iron Maiden. Enfim. Espero reviews!