1: Fairy Tail não é de minha autoria.
2: As imagens usadas nesta fanfic não me pertencem e podem ser visualizadas no meu blog de fics, Fãnime (cujo link está na página do meu perfil), no Nyah! Fanfiction e no Spirit Rede Social.
3: Palavras em negrito (letras escuras) são para enfatizar algo no diálogo. Palavras em itálico (letras inclinadas) diferenciam nomes de origem estrangeira. Palavras maiúsculas (A-B-C) servem como grito para os personagens. Palavras entre aspas (") representam uma leitura, conversa por telefone, um pensamento ou referências a coisas já mencionadas. Palavras entre parênteses [( )] são acréscimos para a história, como comentários meus sendo narradora/personagem ou informações relevantes.
4: Esta fanfic só está disponível para tradução em outras línguas. Sua publicação em outras áreas sem os direitos autorais é um caso de plágio.
O Dia das Fadas é comemorado no dia 24 de junho. Então, agora que você já sabe, celebre!
Oi minna! Ontem fez um ano que eu assisti "Caminhos da Floresta", um filme que para quem não viu eu recomendo. Era um dos que eu quis assistir no cinema na época de lançamento e não pude. Por que eu estou falando dele? Bem, sendo breve, o contexto é um tanto confuso, uma mesclagem de vários contos de fadas diferentes, mas perto do final você percebe que existe muitas lições de moral para serem repassadas de uma vez só, justamente aproveitando tantas histórias numa só. A Disney não consegue fazer filmes medíocres, acho que mesmo se tentassem, e devo dizer que os atores e autores devem ter se dedicado muito para nos trazer essas lições com uma mistura de comédia e várias outras emoções!
Enfim, o caso é que a minha concepção desse filme foi o gatilho pra criar esta fic de Fairy Tail. Eu já fiz muitas, e tem diversas outras no forno ainda (só esboços), mas após assistir esse filme, e considerando que 24 de junho é o Dia das Fadas, para quem não sabe, as minhas mãos se coçaram de ansiedade pra escrever algo novo. Assim, especialmente para homenagear as fadas no seu dia, (homenagem meio atrasada, elas que me desculpem, kkk) nada melhor que uma fanfic de Fairy Tail. Eu tentei colocar um teor maior de comédia e romance nela em relação ao filme. Espero que seja do agrado de todos.
Cap. 1
Era uma vez, num reino distante conhecido como Fairy Tail, um rei muito adorado por seu povo. Ele tinha três filhos: Laxus, Zeref e Natsu. Quando chegou o momento de se aposentar, Makarov deixou o trono para Laxus, o filho mais velho, com a condição de que achasse logo uma esposa para assumir o reino ao seu lado. Dessa forma, o novo rei coroado exigiu um baile em sua homenagem, convidando todas as damas do reino.
Na vila mais próxima do castelo, uma linda donzela, chamada de Lucy, vivia com o pai, a madrasta e as meias-irmãs. Ela trabalhava como criada, e enquanto o pai, Elfman, ficava fora por dias comercializando produtos para o exterior, a madrasta Evergreen só mimava as duas filhas, Mirajane e Lisanna. Contudo, ela também era boa com Lucy, a quem considerava sua própria filha, bem como Mirajane e Lisanna a igualavam a irmã.
Ainda assim, quando a notícia do baile real chegou na casa pelas mãos (ou melhor, patas) do mensageiro real, Happy, o gato voador (sim, você não leu errado), as dívidas da família não permitiram que a loira comparecesse. Só tinha dinheiro para três vestidos.
- Está tudo bem. – Lucy declarou diante o lamento das outras e da própria frustração – Realeza alguma iria querer uma empregada na sua festa. Eu ficarei e tomarei conta da nossa casa até o papai retornar de sua viagem.
A madrasta e suas filhas pareceram se conformar e o assunto foi esquecido durante três dias. O baile, porém, não importava a todas as pessoas. Justo na manhã antes da festa, na casa do padeiro Alzack e sua esposa, Bisca, uma garotinha esfomeada apareceu.
- Ei! – o padeiro reclamou ao ver a menina pegando um pão na surdina.
- Bom dia, meu senhor. – respondeu a garota com um capuz azul – O meu nome é Wendy. Eu desejo alguns pães, mas não para mim. É para minha vozinha, Porlyusica, que está muito doente. Só não tenho como pagar.
- Oh, e onde ela mora querida? – a mulher se compadeceu da situação.
- Dentro da floresta, numa cabana muito aconchegante. Estou indo visita-la.
- Então eu preparo uma cesta com algumas coisinhas para você levar, hum?!
- Mas querida! – Alzack a puxou para perto e sussurrou – Não se deixe enganar. É uma ladra. Ela só quer comer de graça.
- Não seja mau Alzack. É só uma garotinha faminta. Não podemos negar comida.
Feita a cesta, Wendy reverenciou o casal com gratidão e partiu para a floresta. Após todos os pães serem vendidos, houve uma batida na porta. Com uma ventania desvairada, as dobradiças foram arrancadas e a madeira jogada longe. O casal se juntou perto do forno e esperou a visitante repentina entrar. Era a vizinha do lado, a bruxa Erza. Trajando vestes esfarrapadas, ela passou as unhas enormes pelo cabelo vermelho assanhado e sorriu.
- Senhora Erza... O que deseja? – o padeiro temeroso atreveu-se a perguntar.
- O que eu desejo? Bem... Não se trata do que eu desejo, não. Hoje estou aqui para atender ao desejo de vocês. – ainda temerosos, mas curiosos pelas palavras da bruxa, eles se aproximaram – Eu sei muito bem que os dois, há muito tempo, desejam uma criança.
- Sim. – Bisca confirmou – Eu desejo. Nós desejamos! – ela puxou o marido para seu lado com alegria – Então, veio atender ao nosso desejo?
- Sim. Mas é claro que não farei isso de graça.
- Então o que quer em troca? – Alzack perguntou – Nós não temos muito, mas...
- Não, não, não! – Erza sacudiu as mãos – Qualquer coisa que quiserem me oferecer será inútil para mim. Mas... Eu preciso de objetos especiais para fazer uma poção. Eles só podem ser alcançados do outro lado da floresta, e eu não posso entrar nela.
- Por que não? – com a pergunta da mulher, a bruxa suspirou e fez uma careta.
- Não me dou bem com as fadas, já tem algum tempo. Aquele território é delas e eu preciso dos ingredientes para a minha poção, pronto! Agora, parem de tagarelar e escutem o que eu vou dizer! – ela contou nos dedos – Eu preciso de: uma vaca, branca como leite; uma capa, vermelha como sangue; um cabelo, amarelo como milho; e um sapato, dourado como... Ah, vocês entenderam! Se me trouxerem essas coisas até a meia noite de hoje, eu dou a vocês a criança mais adorável que poderiam desejar. Mas andem depressa!
Dito isso, dentro de outra ventania a bruxa se foi. Alzack e Bisca arrumaram uma pequena mochila com alguns itens que pudessem ser necessários para sua missão e mais do que depressa fecharam a padaria, caminhando para a floresta. Enquanto isso, não muito longe dali, estava um garotinho, conhecido como Romeo, sendo consolado por sua amiga gata, Charlie. Ele e o pai, Macao, não conseguiam mais colher nada da plantação.
- Não tem jeito Romeo. – seu pai declarou cansado, jogando a última maçã podre pela janela – Nossa fazenda não está rendendo, e se eu não pagar aos credores nós vamos morar na rua. Temos que vender a Charlie.
- O quê?! – a gata (isso mesmo) e o garoto se surpreenderam.
- Não podemos vender a Charlie, pai! Ela é minha amiga!
- Além disso, eu sou uma gata! Que utilidade eu teria para alguém?
- Como "que utilidade"?! Você voa! – Macao rebateu, apontando para as asas dela – Isso só não é útil para nós, fazendeiros. Pensando bem... Neste reino não há muitos que poderiam aproveitar sua habilidade de voar. Você pode servir melhor como... Uma vaca, quem sabe. Isso! Vamos tentar assim! – o homem procurou no baú da sala e achou uma fantasia de vaca que coube perfeitamente na gata.
- Isso já é baixaria. – Charlie se aborreceu – Eu não posso enganar ninguém assim!
- Faça isso pelo Romeo, Charlie. Ele é uma criança, não pode morrer de fome! E nem eu, diga-se de passagem... Apenas entre no papel!
- Tudo bem, eu farei. – ela se virou ao menino, pondo uma pata na cabeça dele – Vai ficar tudo bem, Romeo. Eu prometo que seremos amigos para sempre. Venda-me.
De coração partido, o garoto acatou a ordem e levou a gatinha para a floresta, afim de vende-la na vila do outro lado por não menos que cinco moedas de ouro. Voltando à empregada Lucy, que estava muito insatisfeita por não poder ir ao baile, ela até tentou reformar um vestido velho com as próprias mãos, mas não deu certo. Depois de ver suas meias-irmãs subirem na carruagem alugada com a madrasta e partirem, a moça chorou.
Se teria que passar o dia sozinha, pelo menos poderia visitar o túmulo de sua mãe na floresta. E assim ela foi. Agora haviam cinco figuras peculiares no território das fadas.
...
- Por onde devemos começar a procurar? Talvez devêssemos nos separar.
- Nem pensar! Bisca, estamos numa floresta. Não podemos correr este risco de nos perder. Além disso, a bruxa disse que vamos achar os ingredientes na vila vizinha.
- Não disse não. Ela falou que eles podem ser encontrados do outro lado da floresta, mas não quer dizer exatamente na vila vizinha. Podemos acha-los aqui mesmo, talvez. E esta floresta pertence às fadas. Não acho que algo de ruim nos aconteceria.
- Bom, admito que seria muita sorte se achássemos as quatro coisas antes da meia noite. Quais são os ingredientes mesmo?
- Uma vaca branca como leite, uma capa vermelha como sangue, um cabelo amarelo como milho e um sapato dourado como... Qualquer coisa dourada. Oh veja, veja! – os dois pararam ao ver inúmeras borboletas voando ao seu redor, até repentinamente fazerem uma trilha colorida – Acho que querem mostrar o caminho. As fadas vão nos ajudar!
- Espero que sim. – o padeiro sorriu e dando as mãos o casal andou pela trilha.
...
Toda serelepe, Wendy carregava a cesta com guloseimas para a avó (das quais ela já havia provado quase tudo), saltitando pela floresta e cantando uma música.
- Pela estrada afora, eu vou bem sozinha, levar estes doces para a vovozinha. Ela mora longe, o caminho é deserto, e o lobo mau passeia aqui por perto. Mas à tardinha, ao sol poente, junto à mamãezinha ficarei contente. – de repente, com o barulho de galhos se quebrando, ela parou no meio do caminho e olhou ao redor, assustada – Quem está aí? Saia agora, ou eu vou...! Ou eu vou soprar, e soprar, até joga-lo para longe!
- Uma garotinha pode fazer isso mesmo? – de trás de uma árvore grande surgiu um lobo alto, com um cabelo azul como o da menina, que se aproximou e sorriu – Olá.
- Olá. – ela respondeu e logo saiu andando – Agora com licença.
- Espere! – ele entrou na sua frente – Eu não quero machuca-la.
- Então que dentes grandes são esses? É para me devorar melhor?
- O quê? Não! Olhe, não acredite em tudo que dizem. Eu não sou um lobo mau.
- Pois eu acho que é. Além disso, mamãe disse para não falar com estranhos.
- Então vamos nos apresentar. Eu sou Jellal, lobo Jellal. E você é?
- Wendy. – a menina disse desconfiada – O que você quer?
- Quero acompanha-la até a casa da sua avó. Por acaso, eu ouvi sua música e sei onde ela mora. Podemos seguir pelo caminho mais longo.
- Nem pensar! Eu preciso me apressar, já que vovó está doente. E como sabe onde ela mora? Você é amigo dela, ou está tentando me enganar?
- Enganar você? Oh, não, não! Estou tentando ajudar. Sabe, existe um caçador bem perigoso que ronda o caminho mais curto da floresta. Ele é mal-humorado e por isso eu prefiro não correr o risco de nos trombarmos. Além disso, todos os habitantes da floresta sabem onde mora sua vovozinha. Ela é a única humana que mora aqui, além do caçador.
- Certo. Você parece legal, então eu vou com você.
- Bom. Vamos. – o lobo deu a mão para ela e os dois foram pelo caminho longo – Bonitas as suas sapatilhas. São douradas como o amanhecer.
- Que referência inteligente, senhor lobo. Muito obrigada.
...
Enquanto começava a entardecer, Lucy se escondia do sol debaixo de uma cerejeira majestosa, plantada bem acima do túmulo de sua mãe. Ela estava cheia de lembranças e por isso começou a chorar, sussurrando baixinho.
- Eu desejo... Desejo tanto ir ao baile. – de repente num passe de mágica surgiu uma fada no galho mais grosso da árvore, dando um susto na loira – Quem é você?
- Sou sua fada madrinha. – as duas ficaram se olhando até que o semblante sereno da entidade de cabelo azul foi substituído por uma risada – Não, estou brincando! Eu sou só uma fada que mora na floresta. Pode me chamar de Levy, a fada da escrita.
- "Fada da escrita"? Que tipo de fada é essa?
- Ah, eu tomo conta dos registros das fadas. Sabe, pergaminhos antigos, livros de histórias... Não é nada fácil tomar conta daquela biblioteca sozinha. Enfim, eu estava passando por aqui e vi que estava chorando. Ouvi seu desejo e não pude ignorar.
- Ah, é... Eu queria muito ir ao baile do rei, sabe. Mas não tenho vestido. Eu tentei reformar o da minha mãe, mas as traças tinham desmanchado quase tudo.
- Uh. – a fada fez cara de nojo – Você é pobre mesmo, heim?! Certo, então eu vou te ajudar. Vou fazer um vestido pra você com mágica.
- Sério?! – a moça levantou contente, mas logo ergueu uma sobrancelha – Espera aí! Você não vai me cobrar por isso depois, né?! Nenhuma mágica sai de graça. Qual é o esquema? – Levy bufou e desceu da cerejeira voando.
- Sou uma fada honesta, não um comerciante fajuto! A única por aqui que negocia favores aos outros é a bruxa Erza, e isso porque ela mereceu!
- Já ouvi falar dela. É a bruxa que mora na vila do outro lado. O que aconteceu?
- Ah, é uma longa história. Ela era uma de nós, até começar a namorar um humano e daí transformá-lo em um meio animal por achar que estava a traindo com duas amigas de infância. Acho que os nomes eram Meredy e Ultear. Enfim, essa neura dela lhe custou as asas e a sanidade mental. A magia de luz se converteu em magia das trevas, coisa e tal.
- Que horrível!... Mas enfim, você vai conceder meu desejo de graça?
- De graça pode ser, mas magia da luz tem umas limitações. Eu te darei um vestido deslumbrante para poder ir ao baile, mas quando der meia noite a magia acabará. Sabe, foi o que aconteceu com a Cinderela. Agora, eu só te faço um vestido, nada mais!
- Certo. Eu vou tomar cuidado para voltar antes, principalmente sem abóbora como carruagem de carona. – e enquanto ambas sorriam, Levy estalou os dedos, esperando suas amigas borboletas jogarem um pó azul sobre Lucy que transformou os seus farrapos de criada no mais belo vestido de baile vermelho – Oh, é magnífico! Muito obrigada.
- Não por isso. Ah, já que vai a pé pela floresta, pode pegar o caminho mais curto. O caçador que mora por aquelas bandas foi visitar a vovó Porlyusica na trilha longa.
- Está bem, mas qual o problema do caçador?
- Rabugice em primeiro grau, é isso. Aquele homem parece poder comer ferro no café da manhã com gosto, credo! Agora vá logo! Quanto antes chegar, mais tempo terá.
- Ok. Muito obrigada, fada Levy! – gritou acenando – Eu fico te devendo um favor!
...
No castelo, a madrasta de Lucy e suas meias-irmãs acabavam de chegar para o baile. Na verdade, elas estavam adiantadas porque Evergreen planejava apresentar as filhas ao rei. Laxus aceitou recebe-las sabendo que tinham título de nobreza, mas isso não era de sua importância, realmente. Apenas o pai, Makarov, parecia achar satisfatório.
- Majestades. – a mulher começou se curvando diante dos dois, seguida pelas moças – É uma honra poder ver pessoalmente o valoroso rei que irá governar nosso belo país. Quanto orgulho Vossa Majestade deve ter de seu filho.
- Sim, eu tenho. – o velhinho sorriu de pé, ao lado esquerdo do herdeiro mais velho, acomodado no trono – Obrigado pela visita, madame Evergreen. Como vai Elfman?
- Muito bem, meu senhor. Permitam-me apresentar nossas queridas filhas, Mirajane e Lisanna. – as duas passaram a frente e fizeram outra reverência.
Quando Laxus pôs os olhos na filha mais velha, Mirajane, seu coração deu um salto. Ela era linda, parecia delicada, mas com certeza muito bem-dotada. Em todos os sentidos. Não muito diferente estava seu conselheiro, Bickslow, que nesse caso observava a mais nova, Lisanna. Os dois ficaram rubros, porém tentaram disfarçar.
- Meus cumprimentos ao jovem rei. – Mirajane disse – Deve se sentir realizado.
- Ainda não. – ele sorriu confiante, levantando e descendo do pedestal até ficar de frente para ela – Diga-me, se estiver livre até o baile começar, gostaria de me acompanhar numa caminhada pelo castelo? A sua irmã pode vir conosco, e meu conselheiro lhe fará companhia. – acrescentou sorrindo, sabendo que seu amigo de longa data fazia uma careta de nervosismo e não insatisfação – O que acha?
- Eu terei o maior prazer. – disse a jovem, segurando sua mão estendida – Lisanna?
- Sinto-me igualmente honrada. – Lisanna sorriu vendo Bickslow indo para seu lado antes de começarem a seguir o casal mais à frente, sendo encarados pelos pais orgulhosos.
- O que a senhorita Mirajane gostaria de ver primeiro?
- Guie-me por onde Vossa Majestade desejar. E pode me chamar de Mira.
...
Enquanto isso, o segundo príncipe mais velho, Zeref, cavalgava no seu cavalo negro pela floresta das fadas, distraindo-se até o anoitecer. Subitamente, ele ouviu uma voz de mulher cantar suavemente uma canção que o atraiu na sua direção.
- Depois do almoço jogos e usar o forno. Papel machê, balé e jogar xadrez. Vasos, ventriloquia e fazer adornos. Alongar, retocar, escalar, sem timidez. Então voltar a ler se tempo me sobrar. Pintar um pouco mais sem nunca terminar. Depois o meu cabelo inteiro escovar, mas sem sair deste mesmo lugar. Imaginando quando, mas quando, a minha vida vai começar? – quando o príncipe encontrou a torre de onde vinha a doce voz, ficou à espreita atrás de uma moita vendo a temida bruxa Erza ficar debaixo da única janela.
- MAVIS! MAVIS, JOGUE SEUS CABELOS! – diante o grito, quem apareceu no alto foi uma linda e pequena loira de aparência delicada, que logo arremessou o seu longo cabelo até o chão e deixou a bruxa escalá-los.
- Mavis. Que nome lindo. Tão lindo quanto ela. – Zeref suspirou, esperando até que Erza fosse embora para então repetir o gesto – MAVIS! JOGUE SEUS CABELOS!
- Quem é? – ela olhou para baixo, não conseguindo uma clara visão dele.
- Ah... Eu sou... Sou o empregado contratado para limpar a sua torre!
Aquela resposta foi, no mínimo, ridícula, como ele mesmo constatou, mas serviu. A curiosidade da garota foi tanta que ela decidiu encontra-lo, mas depois de jogar os fios amarelos não esperou o príncipe subir. Mavis desceu escorregando e com o susto Zeref deu um salto para trás, caindo no chão. Ela colocou as mãos na cintura e o encarou com o cenho franzido. Seu vestido quase cobria os pés descalços. Parecia uma boneca grande.
- A minha mãe te contratou para limpar o meu quarto?
- "Mãe"? – ele repetiu confuso, piscando depressa e se levantando – Ah sim! – disse ao jogar a capa branca para trás do corpo novamente, retomando a pose – Ela pediu.
- Sei. E por que ela contratou o príncipe para fazer isso? – o rapaz abriu a boca para responder e ficou corado ao se dar conta de que não conseguiria continuar a enganando.
- Tem razão, me perdoe. – ela riu triunfante, mas também enrubesceu ao vê-lo se curvar – Sou o príncipe Zeref. Acho que minhas vestes não poderiam acobertar a mentira. Não tinha a intenção de enganá-la, só queria uma desculpa provisória para subir e vê-la.
- Então... O que traz o príncipe até aqui? – ele sorriu e se aproximou.
- Eu fiquei encantado com a sua voz, e com você. De repente meu coração implorou para conhecê-la, e eu sou escravo dele, mas... Acho que bem agora ele está se curvando para você, querendo satisfazer as suas vontades.
- Oh... – a moça recuou um pouco, gaguejando – E-Eu sou só u-uma mera cam-camponesa, meu senhor. Nã-ão sou digna de tantos e-elogios.
- É claro que é. E pela sua canção, não é apenas linda, como também prendada.
- Ah, eu costumo fazer algumas coisinhas aqui e ali. – ela riu com as mãos no rosto quente – Preciso matar o tempo de algum jeito.
- E por que mora sozinha nesta floresta? Ou melhor, eu achei que apenas morasse aqui o caçador Gajeel e uma velha curandeira, chamada Porlyusica.
- Ah, isso é porque a mamãe colocou um feitiço ao redor da torre, que não deixa os outros a verem. Ela não me deixa sair, porque diz que sou muito ingênua para lidar com o mundo lá fora. Mas eu não concordo. Já li vários livros, sei o que esperar lá fora! – com uma leve risada, Zeref chegou mais perto e segurou as mãos de Mavis.
- Eu adoraria me dispor a sua mãe como seu protetor. Se assim permitisse.
- Por que Vossa Alteza faria isso? – ela questionou levantando a cabeça devagar, se perdendo nos olhos dele enquanto uma brisa leve passava.
- Por que acredito que, depois de conhecê-la, não poderei mais viver longe de você. – e finalizando a explicação, o príncipe se curvou e provou dos lábios tentadores da dama.
Continua...
