Nukao Quest
Capítulo 01 - Alma
- Não! – Ecoou um grito pela sala.
- Sim! – Contrariou outra voz
- Vai se sentir melhor depois disso... – Completou.
Um clarão iluminou parte da sala, lá dentro, um grande canhão apontado para o ouriço acorrentado a uma parede que pedia clemência. Um homem voltado para o ouriço segurava uma espécie de controle remoto com um único botão. Ele ameaçava apertá-lo.
- Agora se prepare para deixar este mundo! – Disse ele aumentando o tom de voz.
O homem apertou o botão, o canhão respondeu ao comando fazendo barulhos estranhos e logo após lançou um raio contra o ouriço, que começou a se contorcer. O raio era tão forte que iluminava toda a sala revelando várias outras máquinas e apetrechos. O ouriço começava a brilhar muito forte, iluminando ainda mais a sala. O poder do canhão era tanto que as correntes se quebraram, e com esse mesmo poder o canhão fazia o ouriço levitar. Alguns segundos depois o canhão emitiu um som agudo, uma espécie de sinal. O homem apertou novamente o botão e o canhão cessou. O ouriço caiu no chão desacordado.
- Acho que funcionou, tirei a alma do ouriço. – Disse o homem com um sorriso, caminhando até o canhão.
Ele andou até a parte traseira do canhão e de lá retirou um tubo brilhante, aquela parecia ser a alma do ouriço. O homem caminhou até o outro lado da sala e acendeu uma lâmpada para enxergar melhor na escuridão. O homem chegou até uma espécie de compartimento, onde apertou um botão que o abriu revelando um robô. O homem colocou o tubo brilhante dentro do robô, que acendeu seu painel. O painel revelava a mensagem: "Loading, please wait. It may take several minutes".
Impaciente o homem voltou para perto do ouriço.
- Pelo menos agora vai me servir de alguma coisa que não seja tormento...
O homem começou a andar por toda a sala, esperando que o robô terminasse de carregar.
- Vai se arrepender...
- Mas o quê?! – Gritou o homem assustado ao ver que o ouriço estava se levantando.
O ouriço sorriu, e andou até o homem.
- Achou que ia se livrar de mim? – Disse ele ainda caminhando até o outro lado da sala, perto de algumas máquinas menores.
- Isso não pode ser verdade! Não! Você não tem alma! – Exclamava o homem.
- Não preciso de alma para fazer isso.
O ouriço virou-se e de uma das prateleiras do local tirou uma espécie de lança-chamas.
- Você enlouqueceu?!
- Estou tão são quanto estou morto... – Dito isso o ouriço ativou a engenhoca que lançou vários jatos de fogo, a maioria não acertou o homem, mas sim vários objetos do lugar.
- Você está destruindo meu laboratório! - Gritava o homem começando a ficar desesperado.
Metade do local estava ardendo em chamas, até que o homem deu um basta, correu até uma parte intacta e tirou de lá um extintor.
- Vai apagar o fogo com esse extintorzinho? Há! Quero só ver.
- Não é o fogo que quero apagar.
O homem correu até o ouriço e jogou o extintor na cara dele, jogou com tanta força que além do ouriço cair pra trás, também fez o extintor vazar. O ouriço ficou parado no chão alguns poucos segundos, mas logo depois se levantou, e chutou o extintor com raiva.
- Vá para o inferno! – O ouriço recuperou o lança-chamas que havia deixado cair e começou novo ataque. Dessa vez mirando mesmo no homem.
- Não vai me pegar com isso.
O ouriço lançava os jatos de fogo e o homem corria, o laboratório ficava em estado cada vez pior, mas o homem sabia o que estava fazendo. Depois de tanto tempo lançando jatos de fogo o lança-chamas se esgotou.
- Raios! – Gritou enfurecido jogando o lança-chamas no chão.
- Eu sabia que isso ia acontece, no entanto, sacrifiquei meu laboratório – O homem ficou distraído com os prejuízos, então o ouriço preparava um novo ataque.
- Eu não perdi otário. – O ouriço havia pegado um lançador de raios de outra prateleira e o usou contra o homem – Tome isto!
O homem soltou um gemido de dor e caiu no chão.
- Tão rápido?!
O ouriço olhou em volta e viu tudo em chamas, não havia memorizado onde estava o robô com sua alma. E com o lugar pegando fogo mesmo se achasse seria difícil acessar o lugar. O que restava era esperar. Mas não ali, as chamas poderiam pegá-lo. Mas antes que pudesse tomar qualquer atitude ele ouviu uma sirene. Polícia? Bombeiros? Fosse o que fosse ele não poderia ficar ali, procurou uma janela sem estar em chamas e saltou por ela. Estava agora nos fundo do prédio, lá um pouco de entulho e uma pequena porta que daria em uma rua sem saída.
- As sirenes pararam, tenho de sair daqui antes que me achem.
Ele correu até a porta e saiu por ela, estava na rua, uma rua de terra e tinha alguns postes e pedaços de madeira em volta do prédio como se fosse uma cerca.
- Eu acho que alguém saiu por ali! – Alguém disse atrás da porta por ande havia saído.
- A não! Tenho que ir bem rápido! – Disse o ouriço começando a correr rua abaixo.
Logo depois que o ouriço começou a correr, abriram a porta e de lá saiu o mesmo homem que lhe roubou a alma.
- Vejam! Ele saiu correndo pela rua! – Depois que disse isso três policiais saíram correndo atrás do ouriço.
- Parado aí Nukao! Você está preso! – Gritou um dos policiais.
- Ótimo, estão me seguindo, mas não é por isso que vou parar. – Disse Nukao e virou em uma rua aleatória.
Continua no capítulo 2 - Perseguição
