Disclaimer: As personagens pertencem exclusivamente à escritora J.K Rowling. Se pertencessem a mim, Scabior seria Ministro da Magia.
Impuro
— Tire suas mãos de mim!
Hermione puxava seu braço com brusquidão e sua pele já estava protestando. Os dedos ásperos do snatcher a apertavam fortemente enquanto a conduzia entre árvores da Floresta de Deão. Lágrimas riscavam seu rosto pálido e suas pernas tremiam, temendo que ele pudesse fazer algo com ela ali mesmo.
Ela se xingava mentalmente a cada passo dado, olhando para trás. A lona da barraca já não estava visível e ela sabia que, com a floresta densa, de nada adiantaria se ela gritasse. Aparatar estava fora de cogitação, mesmo que fugisse no momento, achar Rony e Harry novamente seria algo praticamente impossível.
Hermione havia se afastado do campo protetor sem perceber. Seus pensamentos vagavam entre os pais sem memória e a guerra que nunca acabava, o peito doía à medida que ela se lembrava do passado, quando Hogwarts ainda era um lugar seguro, quando seus pais ainda a reconheciam, quando Dumbledore ainda era vivo... No momento em que parou, escutou passos vindos de trás, achou que era um dos meninos, mas quando se virou e fitou a barraca longe demais, sabia que algo estava errado. Como poderia ter sido tão burra?
E a pessoa responsável pelos seus gritos agora a puxava com mais força. Ela pôde ver uma luz fraca cortar a escuridão da floresta e seu corpo estremeceu ligeiramente quando viu o snatcher diminuir os passos. Ela estava ofegante quando os dois chegaram ao destino. Uma fogueira estava acesa com mágica, as chamas azuis dançavam por cima de uma varinha que flutuava, iluminando o ambiente e revelando seis barracas, cada uma em uma distância de dez metros uma da outra.
O snatcher parou e pigarreou. Dois homens que estavam conversando se viraram bruscamente para o companheiro e sorriram ao ver quem ele trazia.
— Mais uma? — Um snatcher de estatura baixa perguntou e o homem que segurava Hermione assentiu com a cabeça, aumentando o aperto no seu braço quando ela o puxou mais uma vez.
O homem baixo se aproximou, tinha a varinha em mãos. Ela ficou estática, rezando a Merlin para que quando Rony e Harry percebessem que ela não estava onde deveria estar, não a procurassem.
Já bastava uma ser capturada por snatchers.
O homem parou de frente para ela e apontou a varinha para o rosto da garota, iluminando-o. Ele a analisava, correndo os olhos por cada pedaço de pele. Ela lembrou-se de um homem muçulmano analisando sua futura mulher como se fosse uma mercadoria.
— Qual é o seu nome, menina?
— Penélope Clearwater. — Hermione respondeu o primeiro nome que veio à sua mente.
Nem se lembrava de onde havia o escutado, mas decididamente não ia se preocupar com isso quando se tinha três snatchers cercando-a. O homem mais baixo olhou para seu companheiro e esse deu de ombros. Ele acenou levemente com a cabeça.
— Chame Scabior. Não sei todas as malditas famílias de cor!
O homem parecia impaciente e o nome 'Scabior' soou familiar aos ouvidos de Hermione. O parceiro virou-se rapidamente e correu em direção à primeira barraca à esquerda, a mais afastada de todas. Ela esperava ansiosamente, mas o homem voltou sozinho.
— Scabior não está. Saiu com Greyback e os outros para capturar mais alguns.
O estômago de Hermione embrulhou. Como alguém conseguia ser tão indiferente com as pessoas? Tratando trouxas como se fossem montes de lixos e mercadorias, trocando-os por galeões como se a vida das pessoas valesse apenas alguns. Ela travou o maxilar quando os snatchers olharam para o homem que a segurava.
— O que vamos fazer com ela enquanto isso?
Ele a empurrou para a dupla e ela quase caiu. Os dois a puxaram pelo cabelo, fazendo-a gritar.
— Fique para você. Eu não aguento mais uma sangue-ruim histérica.
O snatcher a empurrou novamente, fazendo-a xingar e se arrepender no mesmo momento. O homem baixo sacou a varinha e lançou uma maldição Cruciatus diretamente em seu peito. Ela caiu, gritando de dor, seu rosto se sujando com a terra misturada à neve. Parecia que facas entravam e saíam, destruindo tudo o que estava dentro do seu corpo. Chorou e rezou a Merlin para que aquela dor parasse.
Mesmo que seu cérebro só pensasse na dor excruciante, conseguiu escutar as risadas dos homens, como se eles estivessem se divertindo com a tortura. Eles estavam se divertindo com a tortura. O homem suspendeu a varinha e a dor foi embora no mesmo segundo, deixando Hermione arfando. Um snatcher caminhou até ela e pegou seu cabelo, puxando-a para cima para fazê-la se levantar. As pernas dela tremiam quando ela o fez, segurando as lágrimas fortemente, determinada a não demonstrar sinal de fraqueza.
— Coloque essa imunda na barraca de Scabior, eu não quero nenhuma sangue-ruim perto de mim.
O snatcher concordou com o homem baixo e pegou o braço de Hermione fortemente, a puxando para o lado esquerdo, onde a barraca mais afastada estava. Ela olhou para as chamas azuis e viu os homens voltarem a se sentar perto da varinha, começando a conversar como se nada de importante tivesse acontecido.
O local onde a barraca estava era mais escuro. A barraca era pequena por fora, a lona negra combinava com tudo que estava à sua volta, incluindo os homens e suas almas. O snatcher apontou a varinha e gesticulou com a cabeça para que ela entrasse. Hermione não objetou, entrou vagarosamente pelo buraco da lona e se virou para trás quando o buraco se selou sozinho magicamente.
Claro que ela sabia que mesmo que estivesse em uma barraca frágil de lona, e mesmo que quisesse sair, não conseguiria, mas resolveu tentar mesmo assim. Enfiou a mão no bolso para pegar sua varinha e gemeu quando percebeu que o pedaço de madeira não estava onde deveria estar. Ela perdera a varinha no meio da perseguição. Será que havia deixado na barraca? Perdido no meio da floresta? Se Hermione pudesse escolher uma opção, preferia ter deixado a varinha na barraca, perto de Rony e Harry.
Como eles estariam agora? Na certa, preocupados com ela. Mas será que seriam tolos a ponto de parar a procura das Horcruxes para começar a procurar por ela? Hermione rezou a Merlin para que ele enfiasse um pouco de sensatez na cabeça dos amigos. Eles não poderiam fazer isso. O lugar onde ela estava era perigoso demais, e se os snatchers conseguissem pegar Harry, não demoraria muito para perceberem que estavam com o Trio de Ouro nas mãos. E a palavra 'ouro' era algo bem interessante para os snatchers. Quanto ela valeria? Na certa, muito mais do que qualquer mestiço ou trouxa que eles já pegaram.
Hermione estremeceu com esse pensamento e pela primeira vez correu os olhos pela barraca, analisando tudo o que havia dentro. Era grande, possuía uma cozinha parecida com a da barraca em que ela ficara no quarto ano, quando foi para a Copa Mundial de Quadribol. Havia uma mesa baixa e redonda, onde alguns pergaminhos estavam jogados de qualquer maneira, como se o dono tivesse saído às pressas.
Quem era Scabior? Ela sabia que ele era o responsável pelas capturas, como se comandasse os snatchers, ou não estaria em sua barraca. Engoliu em seco quando se deu conta de que a qualquer momento estaria na presença do homem, para ele decidir o que faria com ela.
Os olhos voltaram a analisar o interior da barraca. Uma cama larga de casal ficava mais ao fundo, com apenas um criado mudo ao lado, que estava cheio de potes. Mesmo que a curiosidade fosse muita, Hermione ficou receosa em descobrir o conteúdo dos frascos. Poderia ser algo perigoso, e sem a varinha, seria presa fácil.
Sentou-se em um sofá puído que estava perto da mesinha, semicerrando os olhos para tentar enxergar algo que poderia ter perdido, um objeto cortante, um meio de fugir quando tivesse uma chance. Mas tudo ali era escuro. O interior da barraca era iluminado apenas por algumas velas, que flutuavam em volta da lona. Os pergaminhos amassados chamaram mais uma vez sua atenção, Hermione se esticou até a mesa de centro e começou a analisar cada um deles.
Havia anotações feitas de qualquer maneira com letras masculinas, mapas rabiscados, bilhetes amassados. Ela pegou os pergaminhos e um anexo caiu em seu colo, chamando sua atenção. Fitou a lista de nomes que estava à sua frente. As escalas de sangue e o prêmio por cada pessoa capturada. O estômago dela embrulhou quando viu seu próprio nome junto ao de Harry e Rony no topo da lista, com a recompensa mais polpuda.
— Nunca lhe ensinaram que é feio mexer nas coisas dos outros?
A voz arrastada chegou aos ouvidos de Hermione e ela ficou imóvel no sofá, as mãos ainda segurando fortemente o pergaminho. Ela ouviu uma risada abafada do seu lado direito, perto da entrada da barraca. Respirou fundo, tomando a coragem necessária para olhá-lo nos olhos.
Virou-se lentamente para trás e se surpreendeu com o que viu. O snatcher, que agora sorria maliciosamente para ela, era o mesmo que ela havia visto dias atrás na floresta. O mesmo que havia capturado seu cheiro. Hermione lembrava-se bem do rosto do homem — olhos azuis profundos, cabelos desgrenhados, roupas esfarrapadas. Olhando cada parte individualmente, ele era estranho, mas o quadro completo não era de assustar.
Pelo contrário, o maldito snatcher conseguia ser atraente.
Hermione focava sua atenção no cachecol rosa que estava enrolado de qualquer maneira no pescoço dele. Ela reconheceu o seu cachecol, mas tentou demonstrar indiferença. Ele começou a andar em direção à garota calmamente, parando à sua frente. Hermione tentou não olhar para a parte do homem que estava na altura dos seus olhos. Levantou a cabeça para fitá-lo.
— E você é?
— Penélope Clearwater.
Ela repetiu o nome que havia falado para os snatchers, os olhos firmes não demonstrando pânico, as mãos apertaram um pouco mais fortemente o pergaminho que continha a lista. O gesto não passou despercebido aos olhos de Scabior, e ela mordeu a língua quando ele agachou em frente a ela.
Ele sorriu e pegou os pergaminhos das mãos dela, jogando-os novamente na mesa de centro. Passou os olhos rapidamente no pergaminho que continha a lista e voltou a olhar para Hermione, desconfiado.
— Clearwater?
Ela acenou um pouco exageradamente e Scabior voltou a sorrir, aproximando-se. Sua mão pegou uma mecha do cabelo dela. Ele enterrou o nariz nos fios sedosos e respirou fundo, fazendo um arrepio de medo tomar o corpo dela. Ele não era tolo a ponto de acreditar no nome que ela havia dado.
Voltou a olhá-la nos olhos, mas não se afastou, ficando próximo. Bem próximo. Ela podia sentir o hálito quente dele batendo em seu rosto e seu cheiro peculiar, uma mistura de terra com tabaco. Os lábios dela estremeceram quando tentou responder algo, mas o snatcher foi mais rápido.
— Você é Hermione Granger.
O coração dela disparou em um segundo, fazendo seu corpo estremecer ligeiramente, o efeito da adrenalina já dando o primeiro sinal. Abriu a boca para falar, mas depois a fechou, resolvendo que nada adiantaria — apenas com um olhar Scabior já sabia que ela realmente era Hermione Granger.
O snatcher se levantou e a olhou brevemente. Hermione se levantou também, as pernas tremendo, o coração ainda palpitando, gritando para ela sobre o perigo que ela estava correndo no momento.
— E você vai fazer o que em relação a isso? Não conte comigo para nada... — Ela questionou, a raiva escapando em cada palavra.
Scabior não conseguiria nada dela. Preferia morrer a ter que falar onde Harry e Rony estavam. Se dependesse dela, nenhum galeão iria entrar no bolso de nenhum maldito snatcher. Ela esperou a reação dele pacientemente, mas ainda assim temendo o que ele poderia fazer. Scabior apenas sorriu, as pequenas rugas de expressão aparecendo levemente nos cantos dos olhos. Pousou o dedo áspero no queixo de Hermione e se aproximou mais uma vez, fazendo-a se sobressaltar com o gesto rápido e repentino.
— Eu não vou fazer nada em relação a isso... Mas se me der o que eu quero, posso dar a você sua liberdade.
As engrenagens do cérebro de Hermione começaram a trabalhar. O que ele queria? Na certa a localização exata de Harry... Ela poderia falar um lugar qualquer, conhecia a floresta o suficiente para saber onde os meninos não poderiam acampar. Se ele desse um voto de confiança a ela, ela poderia escapar antes que os snatchers chegassem ao local. Mas ao olhar para ele, soube perfeitamente que ele nunca lhe daria tal oportunidade.
— O que você quer? Já disse que não vou te falar nada.
Scabior sorriu para a garota, mas seu rosto logo voltou a ficar sério. Suas mãos fortes capturaram a cintura dela e ele a puxou em direção ao seu corpo. Hermione assustou-se com o gesto, e o olhou desafiadoramente, mantendo-se o mais distante possível, mesmo que seus seios já estivessem colados no peito dele.
— Eu não quero que você fale nada, lindeza. Apenas faça o que eu digo...
Ele a apertou mais um pouco e Hermione sentiu o cheiro de perigo mesclado ao cheiro de terra com tabaco. A excitação do snatcher era evidente, e seu coração se sobressaltou quando as mãos ásperas dele saíram de sua cintura, percorrendo suas costas e parando em sua nuca. Ela tentou conter um arrepio no seu corpo quando ele se aproximou.
— Aliás, você me faria um grande favor se ficasse calada...
Scabior começou a trilhar beijos pelo pescoço dela, os lábios secos e decididos indo em direção ao ouvido, ele parou quando se aproximou do cabelo, inalando mais uma vez o aroma de baunilha, um pequeno murmúrio rouco e masculino saindo de seus lábios.
Hermione fechou os olhos ao escutá-lo, e suas pernas fraquejaram um pouco. Vários pensamentos assaltavam sua mente e ela podia até escutar as engrenagens do seu cérebro trabalhando com dificuldade devido à sobrecarga.
Mas quando Scabior a olhou nos olhos, ela ficou estática, seu cérebro parou, como se tivessem jogado um véu sobre ele. Os olhos dela automaticamente pararam nos lábios dele, temendo que eles se aproximassem mais e ela perdesse a noção do que estava fazendo. Continuou imóvel e o olhou nos olhos riscados de lápis preto.
Antes que ela pudesse protestar contra o pedido do snatcher, ele a puxou pela nuca e cobriu seus lábios macios com os lábios secos dele, enquanto afundava os dedos no cabelo dela. Ela continuou estática, parte do seu corpo querendo corresponder ao beijo, mas sua consciência gritando que era algo errado.
Afinal, ele era um snatcher, um caçador de recompensas, um homem que a procurava e não pensaria duas vezes antes de entregá-la nas mãos de Comensais da Morte. E ele era... Quente.
Ela gemeu quando a língua dele entrou na pequena abertura de sua boca, procurando a língua dela. Ele a apertou mais fortemente, o volume de sua calça prensando parte do seu abdômen.
Era isso o que ele queria? Hermione lhe daria um beijo de bom grado se ele desse sua liberdade, era um preço a pagar... E barato. Desligou parte da sua consciência que insistia em atrapalhar e resolveu jogar o jogo do snatcher. Suas mãos correram pelos braços dele, sentindo o atrito com o couro do casaco, e foram em direção ao pescoço dele, o puxando de encontro ao seu rosto e aprofundando o beijo.
Não era ruim e asqueroso como Hermione achou que seria, pelo contrário, se o homem que a beijava não fosse um filho da puta registrado, ela poderia apreciar o contato. Ele era vil, cada toque em seu corpo era masculino e um pouco rude, como se o snatcher tivesse esperado muito tempo para fazer isso.
Hermione gemeu ao concluir seu pensamento. Afinal, nunca havia se sentido desejada dessa forma, e estava apreciando isso em um momento de vaidade egoísta. De repente Scabior separou-se dela, afastando-se ligeiramente e a olhando nos olhos, o rubor no rosto dela era visível até mesmo com a iluminação fraca da barraca e ele sorriu ao constatar que talvez pudesse conseguir tudo o que queria.
— Acho que mudei de ideia...
Ela ficou em alerta com a frase dele, mas o snatcher apenas plantou seus dedos no colo da garota, começando a empurrá-la em direção a um canto específico da barraca. Ela não se opôs, temendo que ele pudesse lhe machucar. Querendo ou não, o lugar em que estava não era agradável como Hogwarts ou A Toca. E as pessoas não eram confiáveis como os colegas de sua casa.
— Vou te dar autorização para gemer igual acabou de fazer, e para abrir a boca apenas para falar o meu nome...
Hermione mordeu a língua para impedir a enxurrada de palavrões que queria sair de sua boca. Sentiu algo duro bater atrás de suas pernas e, com um leve empurrão por parte dele, caiu em um colchão surpreendentemente macio. Scabior sorriu ao ver seu rosto assustado, e subiu na cama também, ficando em cima dela, as pernas em cada lado do seu corpo frágil.
Ela encolheu-se e estremeceu ligeiramente quando entendeu as reais intenções dele. Mas ele não iria ter o que queria. Ele a olhou nos olhos, algumas mechas do cabelo negro saindo da trança mal feita e caindo em seu rosto, formando um quadro atraente. Hermione teria que ter cuidado se quisesse manter sua decisão.
— Achou que seria apenas aquilo?
Ele mencionou o beijo como se esse fosse uma parcela mínima do pagamento, algo insignificante. Ela tentou se desvencilhar de onde estava, mas ele deitou por cima dela, tomando seus lábios agora mais vagarosamente, como se estivesse apreciando o toque pela primeira vez.
O corpo dela estava cansado demais, mas parecia ter vida própria quando ela sentiu os lábios do snatcher nos seus, a língua pedindo permissão para explorar sua boca pela segunda vez, e ela resolveu ceder, tentando ignorar quem estava a beijando.
As mãos fortes do snatcher a seguravam pela cintura, mas foram descendo à medida que o beijo ficava mais quente e voraz. Hermione sentiu o membro duro pressioná-la, mas não conseguiu tomar nenhuma atitude, ele agora trilhava beijos pelo seu pescoço, e mordia algumas partes sem pedir permissão e sem se importar se estava causando-lhe dor.
Ele parou brevemente e começou a retirar o cachecol rosa do pescoço, jogando-o no chão da barraca, as mãos começaram a desabotoar os botões da camisa surrada, abrindo-a e revelando um físico diferente do que ela esperava. Ela não estava preparada para aquilo, nunca poderia imaginar que por debaixo das roupas esfarrapadas e imundas, tinha um homem com um corpo não muito forte, mas delineado. As linhas ao lado do quadril marcavam um caminho que ela temia ver, mas que Scabior já revelava enquanto desabotoava a calça de couro de dragão e descia a peça de roupa.
Ela virou o rosto e focou-se na chama de uma vela que flutuava ao lado da cama, deixando sua pele parcialmente iluminada. Scabior podia ver os lábios rosados da garota mesmo com a luz fraca, e isso só fez seu membro endurecer ainda mais, tornando-se algo doloroso. Seu rosto era o retrato perfeito da inocência, mas ela tinha uma determinação que o fazia ficar intrigado e fascinado.
Ele empurrou as roupas para o chão, ficando completamente nu. Ela se negava a olhar para o corpo dele e isso fez com que Scabior sentisse o cheiro de desafio, o cheiro que ele mais gostava depois do cheiro de baunilha dela.
As mãos masculinas subiram pelas pernas dela, sentindo a textura da calça jeans, chegando aos botões. Quando Hermione sentiu que a calça ficara larga, finalmente olhou para o snatcher, diretamente nos olhos para evitar olhar o corpo dele, os lábios estremeceram.
— Por favor... — ela sussurrou, mas não sabia realmente se o pedido era uma negação ou se estava implorando que ele continuasse com aquilo. Aquela incerteza a fez ficar zonza.
Scabior sorriu, mostrando para a garota que ele sabia que ela estava confusa. E ele a queria. E quando ele desejava algo, fazia de tudo para conseguir. E sabia que não precisaria lutar muito para ter o que queria. Ela não parecia perceber que seus lábios estavam entreabertos, como se já tivesse com saudade dos seus, e os olhos possuíam um brilho incomum. Alguns beijos e estímulos nos lugares certos e ela estaria implorando para ser possuída por ele.
Puxou a calça jeans dela, deixando-a estática. As pernas pálidas contrastavam com sua roupa íntima preta e simples, inocente igual a ela. Scabior voltou a sorrir e deitou-se ao lado dela, apoiando-se no cotovelo e olhando seu rosto, os olhos agora estavam fechados, como se com esse gesto ela pudesse não viver as consequências do que estava vivendo.
Seus dedos ásperos trilharam carinhos pela pele fina da coxa feminina, ela estremeceu quando ele se aproximou da virilha, correndo o dedo médio pelo pedaço de pano, fazendo um gemido contido sair da boca dela.
Hermione não queria aquilo, não queria sentir nada, mas infelizmente tinha tato o suficiente para sentir o que o dedo dele estava fazendo em seu corpo. Continuou com os olhos fechados, mas ao sentir sua calcinha ser colocada para o lado, fechou as pernas em um gesto automático e olhou o snatcher nos olhos. Ele carregava um sorriso jocoso nos lábios.
— Não. — ela falou com convicção, a raiva e o medo mesclando-se com a palavra única que saía de sua boca.
— Não quer sua liberdade?
— Sim. Te dou qualquer coisa, mas não isso que você quer. Eu tenho joias em Gringotes.
Um blefe. Um blefe ridículo para dizer a um snatcher, mas Hermione sabia que esse era o ponto fraco de homens da espécie dele, infelizmente não parecia que era o ponto mais fraco dele. Scabior apenas se aproximou, colocando a boca muito perto do seu ouvido.
— Pode me dizer onde Potter está?
— Nunca.
Ele riu com a resposta já esperada. Olhou-a com atenção.
— Vamos jogar um jogo... Não vou lhe forçar a nada...
Ele disse, contrariando completamente o que havia falado a ela segundos atrás. Seus dedos voltaram a acariciar as pernas femininas, fazendo a pele dela se arrepiar.
— Não gosto da ideia de uma mulher me dar algo por obrigação. Fere meus sentimentos. — Hermione quase revirou os olhos pelo cinismo e ele percebeu isso. — Duvida de mim?
— Não creio que você tenha algum princípio em relação a ter o que deseja.
Scabior soltou uma risada, os dedos ainda a acariciando, subindo para um ponto bem sensível em seu sexo. Hermione repudiava a reação do seu corpo, mas quanto mais sentia a mão daquela snatcher, mais queria que ele continuasse com aquilo.
— Oh, lindeza, eu tenho. Eu a quero, e vou tê-la. — Ela prendeu a respiração, temendo que ele tivesse mudado de ideia. — Mas você irá dar o que desejo de bom grado, e implorar por mais.
Sua mão fez uma pequena força para que as pernas de Hermione abrissem, colocando novamente a calcinha para o lado e introduzindo o dedo médio no sexo dela. Scabior gemeu ao sentir sua lubrificação, gritando para ele que seu trabalho não estava sendo ignorado pelo corpo feminino. Ela tentou conter a respiração que começava a aumentar gradativamente enquanto ele fazia os movimentos certos dentro dela.
O dedo dele a abandonou e ele pegou o pulso fino e frágil dela, puxando a mão dela em direção ao seu membro para que ela pudesse tocá-lo. O susto assaltou a fisionomia dela, e isso fez Scabior diminuir os movimentos dos seus dedos. Olhou-a com atenção.
— Você nunca fez isso, certo? — Ele se sentou no colchão e Hermione se assustou ao ver que ele parecia um pouco determinado. — Olhe para mim.
Não era um pedido, e Hermione sabia o que ele queria. Desde que Scabior abandonou suas roupas, ela tinha evitado olhar seu corpo, pois no fundo sabia que nunca havia visto um homem nu. Ele esperou e, depois de certo tempo, ela o olhou. Naquele momento, Hermione decidiu não parar onde havia parado, seguiu as linhas do quadril dele e seus olhos castanhos pousaram onde ele queria que ela o tocasse. Engoliu em seco.
Ele voltou a pegar a mão dela, sentindo-a estremecer. Mas ela não puxou o braço.
— Quero me toque. Acho que você vai precisar de um incentivo...
Aquilo era tão... sujo. Os dedos dele voltaram a trabalhar no sexo dela e Hermione sentiu suas pernas estremecerem, e quando percebeu, já estava com os dedos no membro rijo, a mão fechando-se no comprimento. Scabior gemeu quando a sentiu. O toque era tão... delicado.
— Mais forte.
Não era um pedido, e Hermione percebeu naquele momento que não estava tocando um príncipe encantando, e sim um snatcher, um homem que entregava trouxas de nascença para pessoas ruins em troca de dinheiro, um homem que tinha a maldade em sua essência e não se incomodava com isso. Então por que ela sentia vontade de continuar com aquela loucura? Seus movimentos se tornaram mais bruscos e Scabior retirou os dedos dela, sua mão indo em direção à nuca e a puxando para o terceiro beijo naquela noite.
Ele a trouxe para seu corpo, o cheiro de baunilha ficando mais forte. Puxou a blusa dela, fazendo os botões se soltarem do pano, revelando o sutiã preto, inocente igual à parte de baixo da lingerie. Scabior se desfez daquela peça de roupa dela e Hermione tentou esconder-se, mas ele afastou suas mãos, fitando o que havia acabado de descobrir. O rosto dela pegou fogo, mas ele não parecia se importar com isso.
— A cada parte do seu corpo que descubro, você consegue ser ainda mais linda.
Ela sentiu o rosto esquentar e demorou a perceber que o rosto dele estava próximo dos seus seios. Antes que pudesse abrir a boca para dizer algo, sentiu os lábios dele tomando um deles, a língua girando no pedaço de carne que ele descobria com a boca. Ela gemeu e arqueou-se, sentindo dessa vez um desejo estranho e primário, e soube naquele momento que não conseguiria refreá-lo. Passara anos em bibliotecas procurando respostas nas palavras, mas nenhum livro que lera lhe daria alguma rota de fuga para o que sentia depois de experimentar o que ele fazia, nenhum livro lhe prepararia para aquilo.
Os lábios dele deixaram um dos seios, indo até o outro, onde ele deu a mesma atenção, e ficara ali por minutos, até Hermione achar que enlouqueceria, até sentir uma umidade entre suas pernas, até perceber que as mãos deles se desfaziam da única peça de roupa que a impedia de ficar nua diante dele de forma completa.
E ele desceu, desceu sua lingerie, bem como desceu seus lábios, Hermione sentiu a língua dele correr por cada extensão de sua pele, experimentando-a aos poucos, mordiscando sua barriga, trilhando beijos pela suas coxas até chegar ao meio delas. Ela engoliu em seco quando ele parou e a fitou, os olhos estavam escuros de desejo e os lábios deles pareciam um convite, mas ela não conseguia dizer nada, apenas o fitava como se o que estivesse vivendo fosse um pesadelo delicioso.
— Vamos ver se o seu gosto é tão convidativo quanto seus lábios.
E mergulhou no centro de suas pernas, fazendo-a quase gritar. Hermione nunca havia experimentando aquilo, e nem de longe pensaria que seu corpo poderia sentir tanto prazer. Ela tentou fechar as pernas, mas ele era mais forte, e parecia querer demorar-se ali entre elas, seus braços passaram por debaixo dela e suas duas mãos pousaram na sua barriga para mantê-la no lugar. Ele a fitou no processo, desfrutando-se dela como se Hermione fosse uma fruta exótica e de sabor único.
— Oh, Merlin... — ela tentou praguejar, mas ele parecia decidido a deixá-la calada.
Scabior sorriu ao ouvir aquilo e intensificou os movimentos, sugando-a sem pudor e sentindo o gosto único daquela garota. Ele lambeu uma última vez, olhando-a no processo. Ao deixá-la, Hermione não se mexeu.
— Boa menina... — ele disse.
Ela sentiu a mão do snatcher pegá-la pelo braço, puxando-a de encontro ao seu corpo e beijando-a novamente, seu gosto íntimo misturado ao gosto dele. Ela gemeu, entregando-se completamente ao momento, tentando desligar a preocupação constante das consequências que poderia ter depois que acabasse.
Hermione sabia que não iria sair daquele lugar enquanto ele não estivesse satisfeito, que mal faria se tentasse embarcar na mesma viagem?
Scabior aproximou-se dela, sorrindo quando ela abriu as pernas para recebê-lo em um gesto automático. Hermione sentiu-o ali, mas ele não a invadiu de imediato, olhou-a com atenção e pela primeira vez ela percebeu na fisionomia dele o desejo que ele sentia.
— Eu disse que você me daria o que eu desejo de bom grado... — Ela agora o sentia em sua entrada. — Agora vamos ver se eu consigo fazer você implorar por mais.
Pegou seu próprio membro e direcionou para a entrada dela. Ela fechou os olhos e gritou quando a dor inundou seus sentidos. Scabior preencheu-a por completo, o membro pulsando dentro de seu sexo apertado, seu sexo virgem. Isso só fez com que ele ficasse mais excitado. O primeiro.
Ela podia ouvir a respiração pesada e masculina do snatcher, o hálito quente batendo na sua orelha, o cheiro de tabaco impregnado em suas mechas soltas. Fechou os olhos quando ele se afastou e tornou a encontrá-la, a dor diminuindo gradativamente quando ele estocava lentamente.
Scabior aumentou a velocidade conforme os dois corpos pediam por mais, invadindo-a com mais urgência, deslizando para dentro dela e sentindo-a apertá-lo conforme o prazer dela aumentava. Hermione enlaçou a cintura dele e suas mãos correram pelo seu cabelo bagunçado, sentindo a textura seca de seus fios e sua trança mal feita. E isso apenas a excitou ainda mais, a adrenalina correndo livremente pelas suas veias quando ela pensava no que estava fazendo. Era errado. Era sujo. Era delicioso.
Enrijeceu-se quando sentiu uma onda gigantesca de prazer tomando cada músculo presente em seu corpo, fazendo o coração bater freneticamente, a boca salivar, os olhos se fecharem, como se todas essas sensações fossem programadas para que ela se deliciasse com o prazer que estava sentindo. Ela pôde ouvir a risada abafada do snatcher ao constatar que ela era dele no momento.
O corpo dele travou ao seu, seu membro entrando pela última vez enquanto ele mordia seu pescoço e se despejava dentro dela. Dois corações batendo rápido demais para qualquer humano entediado, dois corpos tremendo, suados, sujos. Duas mentes cheias de pensamentos divergentes, mas que chegavam à mesma conclusão.
Eles desejavam um ao outro na mesma intensidade, e nada os impediria de saciarem seus desejos sórdidos e egoístas.
Ele, um snatcher, desejando uma sangue-ruim. Ela, uma foragida, entregando-se a um ladrão de recompensas, seu primeiro homem.
Ele a fitou, beijando-a com delicadeza e sugando seu lábio inferior. Hermione pôde senti-lo se afastar, e depois de algum tempo ele saiu da cama, deixando-a sozinha enquanto se vestia. Ela permanecia calada, contida. O medo voltando ao seu corpo gradualmente, pensamentos estranhos inundando sua mente. Depois de algum tempo ela engoliu em seco e o olhou, os olhos azuis dele a fitavam com atenção.
— O que vai fazer comigo?
Scabior não respondeu, apenas virou-se para ela enquanto enrolava novamente o cachecol dela em seu pescoço. Ele piscou, sorrindo.
O lugar era escuro, e mesmo que Hermione tivesse passado boa parte de sua infância acampando com seus pais na Floresta de Deão, não reconhecia as árvores com troncos retorcidos, o frio corria por sua pele, a blusa amarrada de qualquer jeito com uma tira de couro, já que o snatcher havia destruído os botões. Scabior sabia exatamente a sua localização, ele andava silenciosamente ao lado dela, mas um pouco afastado, suas mãos estavam cruzadas atrás do corpo, mas ele mantinha os olhos azuis frios cravados na garota, vigiando cada passo dado.
— Para onde está me levando?
Ela perguntou pela vigésima vez e Scabior revirou os olhos, impaciente. Aproximou-se dela e a pegou pela cintura, colocando seu peito nas costas dela, o cheiro de baunilha ficando mais forte quando ele respirou próximo aos seus cabelos castanhos claros. Ele não falaria nada, apenas a conduziria para o lugar onde estava a levando. Seus passos eram diretos, como se o snatcher conhecesse cada centímetro da floresta. E conhecia.
Hermione era empurrada de acordo com os passos de Scabior. A respiração quente dele batendo em sua nuca, o cheiro de terra e tabaco misturado ao cheiro primitivo de sexo e suor. Seu corpo já acostumado com o corpo forte do snatcher, seu nariz já acostumado com seu cheiro masculino.
— Fique quieta, já fiz o impossível te tirando da barraca sem que ninguém visse.
Ele disse e Hermione prendeu a respiração, temendo chamar atenção. Já era mais que óbvio que Scabior era o líder do grupo. Pelo o que ela pôde observar devido às horas de encarceramento, os outros snatchers nunca o contestavam, e isso era um trunfo para a garota. Algo lhe dizia que o que Scabior estava fazendo não seria visto com bons olhos.
Eles continuaram a andar. Ele a abraçando, ela confusa em relação ao que seu corpo estava sentindo, uma mistura venenosa de medo e desejo. Hermione focou sua atenção nas árvores à sua frente, um vento gelado cortando seu rosto, tirando-a dos seus devaneios. Ele andou mais alguns passos e parou, apontou diretamente para o norte.
— Ande mais duzentos metros e os encontrará.
— Como você...
Scabior tampou a boca dela com sua mão grande e forte e a virou para ele. Ele sorria. O cérebro de Hermione trabalhava rapidamente, tentando descobrir como o snatcher sabia a localização exata de seus amigos, mas uma voz dentro de sua mente lhe dizia que ele nunca daria tal informação a ela.
Ela olhou para o snatcher e ele se aproximou rapidamente, tomando seus lábios em um gesto de volúpia. Ela não se afastou, entregou-se completamente e sem relutância, sabendo que seu corpo a trairia sempre que ele a tocasse. Os lábios se mexiam em sincronia, as línguas se encontrando em um gesto único, explorando cada centímetro da boca um do outro. Scabior prensava seu corpo ao dela, as mãos correndo pela sua cintura, passando pelos ombros e puxando seus cabelos.
Ele terminou o beijo, os lábios relutantes em deixá-la. Sugou o lábio inferior da garota, tendo um último vislumbre do seu sabor, que combinava perfeitamente com seu aroma de baunilha. Hermione gemeu quando ele descolou o corpo do seu, mas o snatcher manteve a mão em seus cabelos.
— Vai mesmo me soltar?
— Ah, lindeza... Se você soubesse como é divertido te caçar...
As palavras dele fizeram um arrepio forte percorrer todo o corpo de Hermione, e ela ficou se perguntando o motivo disso, as respostas passeando entre medo, excitação e expectativa. Ou poderia apenas ser seu sotaque a chamando de lindeza, combinando com sua voz rouca, seu sorriso maldoso.
— Você tem quatro dias.
Com isso, empurrou-a para frente, as árvores dificultando sua caminhada até o local. A floresta era fechada, Hermione tropeçava nas raízes altas. O escuro começava a engoli-la, e sem varinha era praticamente impossível obter alguma luz. Ela olhou para trás, Scabior ainda estava parado na mesma árvore, a observando como se soubesse que iria encontrá-la em breve.
Ela precisava avisar Rony e Harry que deveriam sair da floresta o mais rápido possível. Suas pernas tremiam e ela andava na direção que Scabior apontara, quando olhou para trás, viu que estava sozinha. Sua respiração era o único som na floresta negra. O coração batia mais forte à medida que ela se aproximava do local indicado.
Engoliu em seco quando percebeu o que havia vivido nas últimas horas. Se entregado a um snatcher, beijado, desejado. E se Scabior não tivesse a libertado, ela ainda estaria se corroendo em auto-aversão. Ela estava se corroendo em auto-aversão. O cheiro do snatcher impregnava suas roupas, a tira de couro que ele lhe dera estava amarrada à sua cintura, contendo a blusa rasgada de se abrir. A dor entre as pernas a lembrava de tudo o que o homem havia feito com ela. As lágrimas agora corriam livremente por seu rosto e quando o vento batia, gelava.
Hermione deu um último passo para ultrapassar a barreira de feitiço, sendo atingida por algo frio. Seus olhos fitaram imediatamente a barraca que antes não existia. Ela passou a manga da blusa pelo rosto, escondendo as provas de que havia chorado e endireitou o corpo, focando-se em sair daquele lugar e continuar o que havia se prometido desde que apagara as memórias dos próprios pais.
Deu dois passos longos em direção à barraca, fechando os olhos e respirando fundo para tomar coragem de entrar, sua mente fabricando uma história parecida com a verdadeira, omitiria apenas sua entrega a Scabior. Hermione sabia que era inteligente o suficiente para fugir de snatchers sem ser pega, e os amigos não iriam contestar isso, mesmo que ela estivesse sem varinha.
Você tem quatro dias.
Lembrou-se, a voz de Scabior retumbando em sua mente. Mordeu a língua e entrou pela abertura da barraca.
