Inspirada nas personagens criadas por J.J. Abrams e equipe , portanto não me pertencem. As histórias são apenas diversão, não têm fins lucrativos.
Spoilers da 3a. temporada
I.
Nina Sharp ligou para Phllip Broyles às seis da manhã. Tinham um conhecimento de anos que permitia esse tipo de liberdade. Agora se viam muito pouco, mas no passado a colaboração da Massive Dynamic havia sido essencial para o êxito do setor chefiado por Broyles. Ele ainda não havia atendido, mas ela não desanimou, continuou insistindo.
-Nina?- a voz do outro lado soou um pouco rouca.
-Sinto muito ligar tão cedo, Phil, mas tenho uma emergência.
Ele ficou em silêncio. O silêncio se prolongou e ela achou que a ligação pudesse ter caído.
-Phil?
-Pode falar, Nina.
-Recebi uma ligação de um hospital público . Um homem apresentando um quadro de convulsões, problemas de pressão e desidratação, deu entrada há uma hora. Ele tinha uma lista de contatos para uma situação de emergência.
-Não estou entendendo...
-Os contatos são Olivia Dunham, Walter Bishop, Phillip Broyles, Astrid Farnsworth e eu, através da Massive Dynamic. Foi assim que eles conseguiram me localizar.
-Quem é o homem afinal?
- Peter Bishop.-ela falou e ficou aguardando a reação.
Broyles quase engasgou. Estava prestes a se aposentar. Não ouvia esse nome há quase sete anos. Inacreditável. Era só o que faltava. Respirou fundo.
-Tem certeza que é ele?
-Bem, ele ainda está dormindo. Mas parece ser ele. Mudou bem pouco. O que eu faço quando ele acordar? Aviso Walter?
-Não faça nada. Estou indo para Nova Iorque. Agora.
Estava desnorteado. Só agradecia ao destino o fato de Olivia ter se mudado de Boston há anos. O que Peter Bishop estava fazendo em Nova Iorque, sete anos depois de ter deixado a equipe Fringe em caráter definitivo? Era melhor que o pai também não soubesse, pelo menos por enquanto. A saúde de Walter Bishop inspirava cuidados. A partida do filho pesou incrivelmente em seus ombros, os sinais de decadência física se aceleraram.E Olivia? Não, era melhor nem pensar na hipótese de avisá-la. Ela prosseguira com a sua vida, recomeçara do zero. Raramente se falavam, mas em duas ocasiões que Broyles precisara, ela o ajudara sem hesitação. E ele percebia o quanto lhe custava fazer aquilo novamente. Mas ela sempre tivera consciência. Era a pessoa menos egoísta que ele conhecia. Esperava francamente que Peter Bishop não criasse nenhum problema. A questão era: por que ele havia voltado?
Broyles ouviu suas explicações em silêncio.Não deu opinião alguma. Fechou-se num silêncio ostensivo quando Peter quis saber notícias de Olivia. Mas acedeu em acompanhá-lo até o lugar onde Walter estava morando. Peter achou que as coisas estavam conspirando a seu favor quando descobriu que Walter estava vivendo em Nova Iorque.
Walter morava em um ótimo apartamento. Eventualmente era convocado para opinar em algum caso do FBI, mas o grosso do trabalho passara para Brandon Fayette. Ele agora era o maior responsável pela parte científica da equipe Fringe, assessorado por Astrid e Amy Jessup. Nina contara tudo resumidamente, pois ela não era uma mulher de muitas palavras. Não tocara em um só momento no nome de Olivia Dunham.
Os antigos conhecidos olhavam-no de uma forma diferente. Como se ele tivesse ressuscitado dos mortos. O pai, não, estava muito feliz. Havia envelhecido, a saúde não era das melhores. Tanto Nina quanto Broyles pareciam preocupados com o estado de Walter. Mas ele o recebeu joviamente.
-Nina já adiantou o motivo do meu retorno, Walter?
-Sim, ela disse que o seu menino está desenvolvendo a mesma doença genética que quase matou você na infância.
-Nós já tentamos de tudo, mas os resultados não têm sido satisfatórios. A mãe e eu estamos desesperados. Peter é um garoto maravilhoso.
-Peter...- Walter repetiu.
-Bem, foi a mãe que escolheu.
A expressão de Walter se iluminou. Pareceu dez anos mais jovem. Teve ânimo até para ser espirituoso.
-Eu não posso discordar, também é o nome do meu filho.
Os dois se olharam. Peter aproveitou a pausa para fazer a pergunta que estava oprimindo seu peito.
-Como ela está, Walter?
Pausa. Walter não era homem de silêncios. Era uma pessoa loquaz. Apesar de sua aparente excentricidade sempre revelara um conhecimento profundo da natureza humana. Mas nem ele mesmo parecia motivado a falar dela.
-É melhor deixá-la em paz, filho.
Peter ficou chocado. Podia entender a atitude pouco receptiva de Broyles e Nina, mas não entendia por que Walter dissera aquelas palavras. "Deixá-la em paz." Não voltara para reatar com Olivia, pois não iria ficar. Mas sentia que precisava vê-la.
